DEEPthroat escrita por O Cartomante


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Cá estou eu vos brindando novamente com uma comédia da pior qualidade.

Antes de ler, sugiro que vejam as notas da história.

Obrigado. =D



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Madame Pomfrey gostava de seu trabalho em Hogwarts por uma razão: na faculdade de curandeirismo, havia estudado alguns casos bastante bizarros.

E gerenciar a enfermaria de uma escola lhe privava de grandes sufocos e dores de cabeças, embora o salário também não fosse lá essas coisas.

Ainda assim, não havia do que reclamar.

Tinha residência fixa no castelo, se dava bem com todos os professores, os alunos lhe respeitavam e os casos normalmente podiam ser resolvidos com um ou dois gestos tolos de varinha.

Afinal, o que é que um jovem de dezesseis anos, dezessete no máximo, poderia fazer a outro ao ponto de mandá-lo para o hospital em um local de extrema segurança como era Hogwarts?

Pouca coisa.

Raramente algo lhe perturbava no silêncio da ala hospitalar.

Geralmente, consertava ossos quebrados, dava a alunos deprimidos um tônico para os nervos e, num máximo, ajudava com chocolates e repousos um aluno que havia cruzado com um dementador numa das visitas a Hogsmeade.

Mas de tempos em tempos, algo lhe aparecia para tirar a paz.

E naquele dia, foi exatamente isso o que aconteceu.

James Potter, Sirius Black, Peter Pettigrew e Remus Lupin entraram correndo, disparados pela enfermaria, arreganhando as portas duplas com tudo e trazendo consigo um Severus Snape roxo.

Literalmente roxo.

Ele não parecia estar respirando, tinha lágrimas nos olhos, que pareciam continuar a responder, e sacudia-se agoniado com dificuldade.

O primeiro instinto de Madame Pomfrey foi ralhar com os alunos sobre correr em sua enfermaria e fazer toda aquela balbúrdia, mas seus olhos cinzentos repousaram-se no ferido Snape e ela emitiu um grito de pavor.

— Santa Maria, Mãe de Deus! — disse rápido, fazendo o sinal da cruz.

Sabia-se das tendências cristãs da curandeira.

— Mas o que, em nome do Deus vivo, aconteceu com este estudante? — perguntou afoita, correndo na direção do quinteto para ajudar os marotos a colocarem Snape na cama.

Ele tentou falar, arregalando os olhos significativamente para James e os outros, mas não conseguia. Pareceu agitado com a pergunta.

— Acalma-te, menino, em nome de Jesus! — ordenou, apontando-lhe a varinha em oração, e algumas faíscas saíram – nada aconteceu, mas ele conteve-se, contrariado.

James entendeu e ficou um pouco constrangido, evitando o olhar da medibruxa.

— Então, madame Pomfrey... — começou ele. — Severus estava com uma severa tosse fazia alguns dias, e hoje, estávamos... Hum, almoçando...?

Olhou para os amigos, buscando apoio, e todos confirmaram, murmurando palavras ininteligíveis de sustentação.

— Isso, estávamos almoçando no Salão Principal quando Severus começou a passar muito mal na mesa da Slytherin e nós, como os bons samaritanos que somos, — ele disse orgulhoso. — fomos até lá para ajudar.

A curandeira apertou os olhos para eles, desconfiada.

Não engoliu aquela.

— Estão me achando com cara de otária, é, moleques? Não cursei enfermagem ontem — disse, seca. — Vou dar um xarope ao menino e chamar o vice-diretor. Devem ter espancado o pobrezinho até quase matá-lo, isso sim...

E saiu resmungando na direção de Snape, dando-lhe algo que aliviaria as dores de garganta, que Severus bebeu com dificuldade – mal conseguia se mover, tamanha era sua agonia.

Por precaução, Madame Pomfrey dobrou a dose antes de sair, e lançou um olhar muito desgostoso aos meninos antes de dirigir-se para a porta, em busca dos superiores para solucionar aquele conflito.

— Almoço, sei... — resmungou consigo mesma, alto o suficiente para que os quatro ouvissem. — Três horas da tarde, claro. E meu nome é Albus Dumbledore.

oOo

— Mas o que vem a ser isso?! — entrou a vice-diretora McGongall lívida, trazendo a varinha em punhos.

— Eu te disse, Minerva, é critico — informou Papoula. — Consigo resolver em um instante, mas pra mim parece resultado de espancamento. Sugiro suspensão para os quatro! Você precisa averiguar.

— Ah, e pode ter certeza de que irei, Papoula, obrigada — Disse com frieza, olhando para os marauders. Aproximou-se em passos rígidos e largos. — Expliquem-se, os quatro.

Peter Pettigrew guinchou com a voz aguda, como um ratinho, e encolheu-se, fazendo Lupin revirar os olhos.

— Já contamos o que aconteceu! — disse Sirius, parecendo ofendido com a desconfiança da enfermeira.

Ao lado de Snape, a medibruxa começava a aplicar uma série de feitiços curativos na garganta do rapaz, identificando vias respiratórias obstruídas.

Anapneo. — Disse, e Severus retomou o fôlego, arfante.

— Bem, a Madame Pomfrey diz que vocês estão mentindo — disse Minerva com um olhar crítico, que passou por cada um dos quatro. — Vamos ver o que o Sr. Snape tem a nos dizer.

— E-Eu?! — falou, com a voz saindo como um sopro fino. — N-Não sei de nada, m-mal consigo falar. Argh!

Outro remédio. A curandeira meteu-lhes goela abaixo.

— Por favor, já chega disso... — pediu ele, enxugando as lágrimas no canto dos olhos.

— Quero respostas! — irritou-se Minerva, subindo algumas oitavas no tom de voz. — Snape, diga logo, o que esses brutamontes fizeram a você agora? Garantirei que sofram as consequências.

Sirius gelou. Remus também.

Os pais de Wormtail os matariam!

Ele tornou a guinchar acovardado.

E James, com um suspiro pesado, lançou um olhar significativo aos amigos incrédulos e deu um passo a frente.

— Professora, fui eu — assumiu cabisbaixo bastante envergonhado.

— Ah! — disse Papoula, estreitando os olhos e colocando as duas mãos na cintura. — Acha bonito, moleque? É claro que foi.

Minerva guinchou, aborrecida.

— Por que não estou surpresa, hum, Potter? — disse sem rodeios. — Agora ande, diga logo o que foi que você fez ao menino.

Ele engoliu em seco.

— Bem, professora...

Snape escondera a cara no travesseiro, vermelho como um tomate.

Preferia ter continuado sem ar até sufocar.

Passar por aquilo aos dezessete anos não seria agradável.

Mas James tomou coragem, e revelou, evitando as informações sórdidas:

— Eu... Machuquei a garganta de Severus, um pouco. — disse inseguro.

— Acho que isso nós tivemos a chance de concluir sozinhas, Sr. Potter — retorquiu ela com impaciência. — O que desejamos saber é como foi que ocorreu a agressão, para que eu possa saber quais são as medidas cabíveis que as normas requerem que eu aplique.

Ele fechou os olhos e teve a certeza de que aquela seria a situação mais embaraçosa de toda a sua vida.

Mas se não queria ser expulso, seria melhor começar a falar...

— Bem, professora, foi com o meu... — falou, e indicou com a cabeça abaixada a região superior da calça de uniforme.

Minerva e Papoula trocaram olhares aturdidos, confusas. Não haviam entendido.

— Com o seu...? — xeretou Madame Pomfrey, curiosa.

— Com o meu pênis. — Revelou por fim, erguendo a cara para olhá-las.

A expressão que as duas esboçaram foi do mais profundo choque.

— Santa Madre de Calcutá! Jesus, Maria e José! — guinchou alto a curandeira.

Pela primeira vez na vida, James Potter vira Minerva McGonagall sem palavras.

Snape continuava com a cara enfiada no travesseiro e os marotos trocavam olhares perplexos.

Peter, que era o único que não sabia a natureza da lesão, também chocou-se, ululando junto.

— Potter! Espero que isso seja uma brincadeira de muito mau gosto, hum? — disse Minerva desconcertada. — Não posso acreditar que você e o Sr. Snape realmente... — Ela parou, os olhos verdes arregalados por detrás dos óculos circulares que utilizava, correndo freneticamente pela sala como se tentasse assimilar. — Ao ponto de...?

— Ora, moleques! — interveio a enfermeira. — Mas o que foi que vocês dois andaram fazendo?

— Madame Pomfrey, não acho que isso te interesse — cortou Sirius com frieza. — Wormtail, Moony, vamos. Acho que James vai preferir ficar com Severus até que toda essa confusão esteja resolvida.

— Sim, sim, vão... — Sugeriu Minerva, sentando-se pálida. A Madame Pomfrey conjurou-lhe um pouco d’água.

— Desculpe, professora... — disse James sinceramente, envergonhado pela brutalidade de suas ações e também pelo tamanho exposto de sua anatomia íntima.

— Bem, sendo assim, se foi tudo consensual, como está dizendo... — disse Minerva, e Snape retirou a cabeça debaixo do travesseiro timidamente, evitando os olhares dos presentes. — Vocês já completaram dezessete anos, sim, eu suponho?

James assentiu.

— Sim, senhora, professora — disse muito dignamente.

Papoula os encarava incrédula, benzendo-se seguidamente com as mãos e fazendo o sinal da santa cruz com a varinha no ar.


— Bem, sendo assim... — ponderou Minerva. — Vamos esquecer toda essa confusão, e, por favor, céus, rapazes! Sejam mais cautelosos da próxima vez, isso aqui ainda é uma escola.

E lançando um último olhar de profunda indignação aos dois presentes, despediu-se de Papoula com um olhar cortês e um movimento educado e saiu, profundamente abalada com o que vira – resmungava consigo mesma.

— Agora, você, rapazinho dos diabos... — ela virou-se para o dotado. — Fora da minha enfermaria, vamos! O garoto precisa de paz, agora que você... — Não completou. — Argh.

— Se não for pedir muito, Madame Pomfrey — disse James muito humildemente. — Será que eu poderia ter uns minutinhos a sós com Severus? Ele parece bem melhor.

Ela o olhou estarrecida.

Depois, voltou os olhos acinzentados para o menino Snape, com quem ela possuía certa afinidade – ele já havia ido parar lá por causa dos destemperos de James Potter antes.

Ele assentiu, sinalizando que lhe faria bem, e ela concordou a contragosto:

— Muito bem, irei até a sala dos professores tomar um café. Sugiro que se comportem.

Eles concordaram com a cabeça e ela foi embora também resmungando.

Se ela ia encontrar-se com os outros professores, então certamente a notícia não tardaria a se espalhar – eles conheciam a fama de fofoqueira que a curandeira possuía.

James aproximou-se de seu namorado, envergonhado, e sentiu as bochechas corarem, apanhando as mãos do sonserino.

— Você está bem? — indagou, perscrutando timidamente o seu rosto novamente pálido como de costume.

Severus sorriu.

— Estou — garantiu. — Novo em folha na verdade. Nem mesmo sinto que realmente fiquei sem ar... A Madame Pomfrey é muito competente no que ela faz.

Ele riu, desviando o olhar.

— Prometo ser mais cuidadoso da próxima vez — desculpou-se James, beijando a mão do amado.

— Próxima vez? — pensou Snape, alto. Aquilo lhe soava bem. — Hm... Quanto tempo leva-se da sala dos professores até aqui? Ouvi dizer que ela fica no último andar.

James o encarou, perplexo.

— Você está dizendo que...? — Será que ele realmente já estava pronto para outra?

Snape sorriu, malicioso.

— Como te disse, me sinto ótimo, Potter — ele falou, virando-se de costas no colchão. — E nós temos um assunto inacabado, então, por gentileza, feche a porta.

F I M


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Notas finais do capítulo

E aí? Podem me xingar nos comentários kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk pior comediante do mundo depois do Danilo Gentilli, prazer, eu...