Peguei o avião às 7h e cheguei ao aeroporto de Nova York às 8h, já que Londres tinha 5 horas a mais de fuso horário.  Fui direto para o restaurante já que hoje teríamos uma importante degustação com um dos empresários mais ricos de Nova York. Sua filha iria casar e queria conhecer o espaço do La Luna e o serviço de Buffet.

Eu era suspeita a falar, mas o espaço destinado para eventos no La Luna era um dos mais bonitos, de noite então, era de arrancar suspiros. Eu havia gastado uma boa grana pelo terreno do restaurante, tanto pela boa localização quanto pela maravilhosa vista. Claro que eu derrubei toda a construção que existia ali começando o restaurante todo do zero. Havia a enorme cozinha toda equipada com o melhor que existia em equipamento, um espaço comum do restaurante, um espaço mais distante que era normalmente solicitado para jantares de aniversário nas mesas maiores e nas menores para jantares de negócios, uma parte destinada para o pós jantar ou almoço, parecia uma cafeteria com alguns tipos de licores e café e pequenas mesas e poltronas. Já na parte de cima havia um enorme espaço destinado para eventos em geral com banheiros, espaço para DJ ou banda, cadeiras e mesas mais sofisticadas e quando não há eventos agendados o pequeno espaço na frente é usado para jantares mais romântico por ter uma bela varanda com uma vista esplendida de Nova York.

Esse espaço só é aberto com um prévio agendamento e é o meu lugar favorito em todo o restaurante. É muito reservado para pedidos de casamento o que me deixa em completo êxtase. É provavelmente uma parte sobre mim que poucas pessoas sabem, eu me encanto com o amor, com a pureza e leveza que ele transmite. Já cansei de presentear os casais com o jantar quando me pedem para fazer uma surpresa colocando a aliança na comida. Faço questão de ir entregar o prato.

Assim que cheguei tomei um banho rápido, coloquei meu uniforme e percebi que era o único ali fazendo uma nota mental de passar na lavanderia para pegar os uniformes que tinham ficado lá. Segui para a cozinha com pressa para adiantar os pratos que seriam degustados pelo Sr. Volturi, já que o restaurante estaria com o seu funcionamento normal e ele solicitou praticamente todo o cardápio para degustar, eu teria mais trabalho hoje o que me trazia uma satisfação enorme mesmo com todo o cansaço que eu teria.

Fiz todos os pratos com todo o capricho que eu poderia e algumas vezes até gritando pelo atraso de alguém ao me passar algum pré-preparo, mas tudo ocorreu bem e eu estava orgulhosa do resultado. Terminei de finalizar um prato e respirei fundo indo agradecer a Aro e sua filha pela escolha e toda a formalidade que é pedida. Quando eu estava passando pelo corredor, não sei como ou de onde Edward veio, só senti a calda quente de amoras sujar todo o meu uniforme que dei graças a Deus por ser de um tecido mais grosso e por isso não chegou a me queimar.

Olhei para a cara de Edward, seu rosto transparecia medo, pavor na verdade. Eu não tive reação, era minha última farda limpa e eu iria falar com um cliente importante. Eu só poderia estar em um fodido e louco sonho.

Você prometeu ser educada com ele. Só respira fundo e vai lá.

A voz interior gritou e eu estabeleci aquilo como um mantra enquanto eu passava por Edward que ainda permanecia parado, enquanto eu tentava amenizar a sujeira que estava minha roupa e principalmente enquanto eu seguia para o espaço.

—Boa tarde senhor e senhorita Volturi! –Lhes cumprimentei quando cheguei até sua mesa. –Desculpe-me pelos trajes, mas aconteceu um pequeno acidente na cozinha agora a pouco.

—Boa tarde senhorita Swan! –Aro me cumprimentou apertando minha mão e dando um sorriso simpático. –Não precisa se importar com isso, espero apenas que esteja tudo bem com todos.

—Graças a Deus está tudo bem. –AINDA. O Cullen que me aguarde.

—Tenho que lhe dizer que o espaço é esplendido e aquela vista então... –Jane começou a elogiar e sorri abertamente. –Eu fiquei tão entusiasmada que pedi para o papai assinar o contrato antes mesmo de provarmos a comida que por sinal, que comida...

—Fico extremamente feliz em ouvir esses elogios, será uma honra fazer parte da construção desse momento importante. –Agradeci.

—Então, eu queria ver com você a possibilidade de fazer o noivado nesse sábado ao invés da data que tínhamos pensado. Eu sei que não é você responsável por isso, mas...

—Eu mandei a reserva referente a dois dias, porque a moça que falou comigo me explicou que você poderia não concordar por talvez não ter como seguir o protocolo comum a eventos desse porte.–Aro falou.

—Tenho que conversar com todos os chefs de praça, mas creio que será possível. –Isso é arriscado Isabella, é um evento para mais de 500 fuckings pessoas enquanto o restaurante está a todo vapor. —Eu só não tenho como garantir fechar todo o restaurante só para o seu evento.

—Para mim não tem problema. –Jane falou sorrindo e se levantou para me abraçar. –Muito obrigada, Isabella.

—Eu que agradeço. Vou pedir para Billi estornar o seu segundo pagamento hoje mesmo. –Informei.

—Não precisa, insisto que fiquem com ele. Distribua para os seus funcionários, me trataram tão bem. –Aro falou e eu sorri lhe agradecendo.

Depois que resolvemos os pratos que seriam servidos e nos despedimos eu suspirei de alivio. A cada contrato como esse eu me enchia mais de orgulho do que o La Luna estava se tornando, esse lugar era meu orgulho. Mas ao mesmo tempo um evento dessa importância me dava medo, poderia pôr o nome do restaurante para baixo caso algo desse errado.

Fui para a sala de Billi e lhe informei que deveria usar o segundo pagamento do senhor Aro para fazer uma bonificação para todos os funcionários e que ele comprasse algum presente de noivado para Jane, em nome de todos do restaurante.

Pov. Edward

Depois do episódio com a calda eu evitei Isabella o máximo que eu podia, estava tentando evitar uma briga - Mentira, era só medo de ser demitido. - por isso sai da cozinha apenas para ir para casa. Acabei saindo no meu horário normal o que arrancou boas risadas de Garrett pelo meu visível medo.

Como cheguei cedo, tomei um banho e resolvi estudar um pouco. Procurei minha mochila como um louco e acabei lembrando que deixei ela perto do vestiário, saindo apenas com o que eu coloquei no bolso.

Que grande merda.

Coloquei qualquer roupa que encontrei, calcei os sapatos, peguei as chaves do carro e sai rápido. Cheguei ao restaurante rapidamente e estacionei próximo para não precisar entrar no estacionamento. Encontrei Kate na entrada que me recepcionou com um enorme sorriso.

—O que faz aqui de novo, Ed? –Ela questionou. –Veio derrubar outra panela em Bella?

—Há Há, muito engraçada. –Ironizei. –Por mais que eu quisesse fazer isso, ainda quero o emprego.

—Olha ele todo sensato.

—Claro, bebê. Porque está saindo tão cedo? Que mordomia em.

—Não estou me sentindo muito bem e Isabella vai me levar em casa.

—O que está sentindo? Quer que eu te leve para o hospital?

—Não precisa se preocupar, criança. Estou um pouco enjoada e tonta, apenas.

—Qualquer coisa você me liga viu.

—Tudo bem. –Ela disse e me deu um beijo na bochecha. –Voltou porque mesmo?

—Eu esqueci minha mochila no vestiário.

—Então é sua... Sinto lhe informar que está na sala de Bella.

—Droga. –Praguejei baixo e Kate riu

—Vai logo lá antes que ela tranque a sala e não deixe você pegar.

—Ok! Ok!

Fui até a sala dela cumprimentando o pessoal que conhecia pelo caminho. Dei dois toques na porta e ouvi um “entre” baixo. Abri a porta devagar e dei uma olhada na sala. Em todo esse tempo eu nunca tinha entrado na sala dela e era totalmente oposta ao que eu já havia imaginado. Era bem alegre totalmente oposto ao que Isabella se mostrava.

Tinha um sofá grande no canto que parecia bastante confortável e minha mochila estava em cima dele. Na parede tinham vários quadros e pude ver que em um em especifico tinha a reportagem de inauguração do La Luna, em outros tinha os prêmios que ela tinha ganhado. Na mesa tinha o computador aberto ainda e alguns quadros que não dava para ver o que tinha por estar virado.

—O que deseja, Cullen? –Isabella perguntou, a sobrancelha arqueada enquanto olhava para mim.

—Eu, hm... –Porque eu estava gaguejando? Respirei fundo. –A mochila que esqueceram, é minha.

—Além de lerdo, gago. –Ela disse baixo em um tom que imaginou que eu não iria ouvir.

—Mas é uma cretina mesmo. –Falei baixo, mas que ela ouvisse e entrei na sala totalmente e ela andou até mim.

—Não teste minha paciência, Cullen. –Ela falou em um tom ameaçador enquanto aproximava mais.

—Desculpe, o que dizia?

—Não faça eu me arrepender de pensar em começar a lhe tratar bem.

—Não tenho culpa se é uma cretina infeliz, filha de uma...

—Olha bem como você vai terminar essa frase, ainda sou sua chefa.

—Você é uma cretina, Isabella Swan. Precisa de um namorado pra largar do meu pé

—Ooh, o maldito bastardo acha que eu sinto algo por ele. Me supere e por sinal, me deve uma Dólmã nova.

Falávamos baixo. O rosto praticamente colado e eu podia sentir a respiração dela tocar em meu rosto por eu ter abaixado o rosto para olhar bem para ela.

—Vou te dar uma e mandar bordar “Isabella Cretina”.

—Muito engraçado, Cullen.

—Eu sei, as garotas costumam se apaixonar pelo meu incrível senso de humor. –Falei e me aproximei do ouvido dela sussurrando e vi ela se arrepiar. –Cuidado Isabella.

—Maldito bastardo.

—Cretina...

A porta abriu em um rompante e Isabella me empurrou de vez me fazendo tropeçar para trás e a alta gargalhada de Kate rompeu o silêncio.

—Estou vendo o ódio de vocês. Vocês podem, por favor, parar de transar um pouco? Eu ainda preciso ir para casa.

—Vai se foder, Kate. –Eu e Isabella falamos em uníssono e eu bufei de raiva pegando minha mochila e dirigindo rápido para casa.

Quando cheguei em casa tirei a roupa largando pelo caminho mesmo e me joguei na cama. A raiva queimando todo o meu corpo de uma forma completamente irracional.

Maldita Cretina

Na terça Sue me chamou na sua sala pra informar que eu tinha sido promovido, foi uma surpresa e tanto pra mim e o medo de ser demitido depois de tudo que aconteceu na segunda, quase passou totalmente. Isabella ainda me olhava como se fosse me esfaquear a qualquer segundo e Kate e Garrett ainda davam risada da gente a todo o momento. A semana passou mais rápido do que pude imaginar, as provocações a Isabella eram frequentes e na universidade Tanya me evitava mais que tudo. Assim com tudo ocorrendo ‘normalmente’, o sábado logo estava chegando.

Com a amada promoção eu trabalharia até mais tarde e nos sábados também e agradeci muito por já ter feito os trabalhos porque agora eu teria menos tempo ainda.

Assim que cheguei ao restaurante no sábado Kate pediu para eu não ficar no caminho da Swan hoje, parece que eventos dessa importância a deixa com os nervos à flor da pele e as cobranças triplicam.
Isabella dividiu os funcionários e mais da metade se dedicava apenas ao evento e os demais serviam aos clientes do restaurante. Claro que Isabella não confiou que eu ficasse preparando nada para o evento e tecnicamente, as 00h eu estaria liberado. Tecnicamente porque eu continuei lá ajudando Kate nos últimos pedidos e quando eram 03 da manhã o ultimo convidado ia embora. Ficaram apenas Isabella, Garrett, Kate e eu na cozinha, guardando as últimas coisas antes de enfim ir embora.

—Vamos, baby? –Garrett questionou na porta da pâtisserie

—Vamos. –Respondi rindo mesmo sabendo que ele falava com Kate e entrelacei minha mão na dele.

—Não era pra ela saber do nosso lance. –Ele falou divertido e Kate apenas ria.

—Oh, desculpa. Eu posso pegar os dois, ai fica meio que quite. –Falei piscando pra Kate que gargalhou.

—Vamos logo embora, estou morta de cansaço e amanhã ainda trabalho. –Kate falou e fomos andando para saída encontrando Isabella na porta.

—Tchau, Swan. –Me despedi dela com o deboche escorrendo por cada palavra.

—Não me provoca, Cullen. Sou capaz de jogar uma dessas panelas em você.

—Vai ser uma espécie de vingança. –Falei rindo e ela bufou alto fechando a porta com força logo depois que saímos da cozinha.

—Depois ela que não tem motivo pra brigar com você. –Garrett falou quando chegamos aos armários.

—Apenas entrei no jogo dela. –Peguei minha mochila no armário e minhas roupas, iria tomar banho em casa mesmo. –Até segunda.

—Ei, espera ai. –Kate me chamou. –Vamos fazer um jantar amanhã lá em casa e não aceito um ‘não’ como resposta.

—Eu pretendia estudar amanhã, mas tudo bem. Que horas devo dá a honra da minha ilustre presença?

—Esteja lá às 8h e mais gostoso que o normal.

Eu gargalhei, mandei um beijo para ela, dei um aperto de mão em Garrett e fui para casa. Quando cheguei em casa só consegui tomar um banho desabei na cama tomado pelo sono e cansaço. Acordei no outro dia um pouco mais tarde, não tinha muito o que fazer já que havia concluído e revisado os trabalhos. Por isso mandei mensagem para alguns amigos da universidade e resolvi assistir algum filme antes de dá a hora de ir para a casa de Kate.