Já estávamos na merda, certo? Certo. Então qual o problema de aproveitar logo? Com esse pensamento eu aprofundei ainda mais o beijo. Mas logo senti braços fortes nos rodeando e pulinhos.

Emmett

Me afastei um pouco de Bella e ela ria dos pulos que Emmett dava nos abraçando. Atrás dele Rose estava balançando a cabeça em negação.

—Vocês estão se assumindo. –Ele começou a gritar. –Que fofinhos.

—Emmett, pelo amor de Deus, para com isso. –Resmunguei e ele parou de pular, mas ainda nos abraçava e sorria.

—Então até Emmett sabia que você saia com Edward e eu sou a última a saber? –Rosalie questionou séria e Emmett nos soltou já com um sorriso amarelo preso no rosto. –E você, porque não me contou?

—Então ursinha... Eu não podia te contar porque não era um segredo meu, não podia trair a confiança deles assim. –Emm se justificou. –Além do mais acho que nem Bella sabia que eu sabia.

—Edward me contou essa semana. –Bella falou e se aproximou de Rosalie que ainda estava com cara fechada. –Eu sei que devo uma explicação sobre isso a todos, mas primeiro eu tinha que conversar com Edward e... O que temos não é nem um namoro, estamos apenas tentando.

—Eu vou relevar hoje, mas ainda vou querer explicações, sendo namoro ou não. -Rosalie seguiu com Emmett para um canto do espaço.

—Esperava que ela fosse gritar comigo por não ter contado a ela ou que minha mãe visse o beijo e meio que surtasse. -Bella confessou.

—Se minha mãe estivesse aqui com certeza ela estaria meio surtando. -Falei e rimos imaginando a cena.

—Amanhã todos estarão sabendo, sendo um beijo ou dois. -Bella falou enlaçando meu pescoço com seus braços. Minhas mãos foram para sua cintura e nossos rostos foram se aproximando lentamente até nossos lábios ficarem em um leve roçar.

Não sei se mais alguém da minha família ou de Bella havia visto nosso beijo na pista de dança, mas isso foi facilmente resolvido com nossos constantes beijos pelo resto da festa.

Em algum momento da festa Bella se juntou com Emmett em uma competição para ver quem bebia mais doses de tequila. Não é preciso ser um gênio para prevê que eles acabaram completamente bêbados e dançando fora de ritmo na pista de dança. Pelo menos nos rendeu algumas risadas.

—Acho que está na hora de você levar Bella pra casa e eu levar o Emm. -Rosalie disse olhando a mesa onde Emmett estava dançando ainda e Bella já estava dormindo na mesa. A cena era um tanto cômica.

—Boa sorte pra levar o cabeção pra casa. -Desejei a Rose rindo, ela fez um muxoxo e fomos buscar os dois.

A festa já estava quase no fim e os poucos convidados que ainda permaneciam estavam na mesma situação de Emmett ou de Bella enquanto alguém tentava leva-los para suas respectivas casas. Alguns funcionários riam das situações enquanto outros tentavam ajudar. Aquele final de festa estava um caos tremendo e cômico.

—Não ursinha, ainda quero ficar aqui. A Belinha vai acordar logo e vamos fazer outra rodada de tequila. -Emmett protestou alto, como uma criança conversando com a mãe.

—Emmett para com isso, a festa já acabou. -Rose pegou as coisas deles e tentou puxar Emmett pela mão. -E Bella já vai pra casa também.

—Aah ursinha, eu não quero ir. -Emm sentou na cadeira de uma forma desengonçada e quase caiu o que me fez rir alto. -A festa ainda não acabou.

Enquanto Emmett saia correndo da melhor forma que o nível de álcool no seu corpo permitia e Rose gritava pra ele voltar e ir pra casa, eu encostei em Bella pra tentar acorda-la. Algumas tentativas depois eu desisti apenas pegando as coisas dela em uma mão e colocando ela no meu ombro com a ajuda de um garçom. A essa altura Emmett já havia desabado no meio da pista de dança e três garçons tentavam levantar meu pequeno irmão de quase 2 metros.

Acabei decidindo ir ajudar Rose e coloquei Bella quase deitada em uma mesa próxima a entrada e fui ajudar os rapazes a levantar ou despertar Emmett. Depois de tentar várias vezes e me lembrando de todas as vezes que já fiz isso, apenas peguei um cubo de gelo e joguei em sua blusa fazendo ele acordar assustado e com um pouco de ajuda logo ficou em pé.

Bella ainda estava dormindo desajeitadamente na cadeira com a cabeça sobre a mesa. Coloquei Bella no ombro de novo e com cuidado fui a entrada do espaço, um táxi já nos esperava na porta. Coloquei Bella deitada no banco traseiro do carro, sentei no banco da frente e passei o endereço da casa da mãe de Bella.

Acabei pegando outro táxi para minha casa, já que ninguém abriu a porta na casa de Bella, ela estava sem as chaves e não acordava de forma alguma. Garrett me ajudou a subir com ela para o meu quarto e agora ela está deitada na ponta da cama. Eu queria muito deixar apenas ela dormir, mas seu vestido exalava tequila e eu provavelmente não conseguiria dormir com esse cheiro forte impregnado em tudo, por isso fiquei apenas com a calça e fui tentar tirar o vestido dela e colocar uma blusa larga minha.

 Antes de eu conseguir entender o que estava acontecendo, Bella virou com o rosto para fora da cama e o vômito começou a sair livremente. Dei graças a Deus de não ser na cama. Quando ela parou levei-a até o banheiro e a deixei sentada embaixo do chuveiro ligado.

Limpei a bagunça que estava o quarto e peguei um pouco de água e alguns remédios para ressaca. Quando voltei para o banheiro Bella já estava de pé, pelada e lavando o cabelo indo de frente para trás por não conseguir manter o equilíbrio.

—Porque está lavando o cabelo agora Bell? -Questionei enquanto pegava uma toalha e uma escova de dente para ela.

—Porque? Não sei. -Respondeu em uma voz confusa e embolada. -Pode me ajudar né? -Como que para comprovar que ela não conseguiria terminar sozinha, seu corpo foi para a frente pela falta de equilíbrio e reflexo por conta da bebida e seu rosto foi de encontro com o vidro do box deixando seu nariz vermelho instantaneamente.

—Meu Deus Bell. Tá doendo? -Questionei preocupado e já próximo a ela, porém ela ria da situação como se fosse a mais comum.

—Tira essa roupa, vem me ajudar. -Repetiu o pedido e para não correr o risco dela se machucar de forma mais grave, tirei a roupa e lhe ajudei a tomar banho e lavar o cabelo, e até tomei o meu banho.

No final do banho Bella já aparentava estar mais desperta. Lhe ajudei a secar o cabelo enquanto escovava os dentes, lhe entreguei uma blusa para vestir e um pouco de água. Depois deixei ela deitada na cama enquanto fui vestir uma calça pra dormir e apagar as luzes. Já começava a sentir os sinais do cansaço.

—Você é muito fofo sabia? -Bella falou com uma voz ainda levemente alterada pelo álcool. -Muito gostoso também.

—Você também é muito gostosa. -Lhe elogiei rindo. -Você é incrível, Bell. Agora descansa.

—Não estou com sono Edinho. -Resmungou. -Você me deu um apelido, eu deveria lhe dar um também.

—Edinho é um apelido horrível, já basta Emmett me chamando assim.

—Tenho que pensar em um então... Ed, Ward, Eddy. -Começou a listar os possíveis apelidos enquanto eu ria.

—Bella, você pode me chamar só de Edward ou de Ed.

—Não. Todo mundo te chama de Ed.

—Não tem problema nisso, Bell. –Bella bufou e deitou de lado em minha direção.

—Quando a gente acordar todos vão ter a reação de Rose ou até pior. –Ela começou a declarar. –E na verdade eu não queria todo esse enxame sem necessidade, nem temos nada sério.

—Sim. –Concordei. Alguma coisa me dizia que entrar naquele assunto não seria a melhor opção naquele momento, mas em contrapartida uma parte minha queria entender mais sobre Isabella Swan e tudo o que ela passou.

—Você tem certeza que quer entrar nisso? Quer dizer, eu prometi que iria tentar e tudo mais, mas não posso te prometer nada.

—Você está desistindo de ter algo? -Respirei fundo tentando organizar a frase que gritava em minha mente. -Se você não quiser tudo bem e... o que aconteceu com você? Sabe, que lhe fez desacreditar em relacionamentos. -A pergunta saiu sem querer e eu me arrependi imediatamente. Ela deveria me contar se quisesse e não por um capricho da minha curiosidade.

—Talvez para outras pessoas aquilo não foi nada. -Ela contou depois de um tempo e seu tom de voz dava a entender que aquela resposta era mais do que pra mim, talvez pra ela mesma. -Eu me questiono isso sempre, se ele não foi só mais um babaca e minha mente transformou tudo aquilo em algo... terrivelmente doloroso. Ou, e aí entra um grande e doloroso “ou”, tudo aquilo foi tão real e forte quanto eu me lembro. Se aquilo foi devastador não só pra mim, como seria para muitas pessoas.

“Talvez seja o álcool me dando coragem para falar tão abertamente sobre isso e peço que acredite sinceramente em tudo que digo. A única certeza que tenho de toda essa confusão é que algo de bom aconteceu depois que... “me recuperei”, eu fiquei muito mais determinada e me tornei alguém. Alguém que é muito boa em tudo o que se compromete a fazer, mas em contrapartida em relacionamento eu sou um fiasco.

—Olha Bell, eu não quero te forçar a nada. O que quer que tenha acontecido realmente foi sério, principalmente porque vejo que te marcou. Você é uma mulher muito forte, determinada... Você é incrível, então não seria qualquer besteira que iria te machucar assim.

—Que bom que pensa assim e não, não estou desistindo, mas entenderia se você amanhã não quisesse mais nada comigo. Eu estou tentando não só por gostar de você, mas por mim também. É como fazer as pazes comigo e tentar viver.

—Isso é realmente muito bom.

O silêncio se instaurou no quarto e percebi que Bella havia dormido, então me arrumei na cama pra tentar dormir também, cai no sono tão rápido quanto, mas antes algo brilhou em minha mente.

Ela gosta de mim.

Pov. Bella

Tic tac. Tic tac

O som de um relógio nunca foi tão irritante e alto.

Abri os olhos lentamente e agradeci mentalmente pela janela está fechada. Reconheci o antigo quarto de Edward, quadros e pôsteres espalhados pelas paredes em um clima muito adolescente.

A cabeça martelou fortemente me lembrando dos deslizes da noite passada. Tentei ser mais calma possível em ir ao banheiro, mas até menção ao movimento fazia minha cabeça doer mais. Depois de fazer minha higiene voltei pra cama.

—Acho bom você não dormir de novo. – A voz rouca de Edward soou mais alta do que provavelmente estaria. -Rosalie ligou a pouco tempo dizendo que sua mãe já está lhe procurando.

—Ah não. -Gemi pela dor de cabeça e pela novidade.

—Rosalie está vindo com uma roupa sua, já que seu vestido está em desuso, seria bom que fosse tomar um banho então.

—Você é muito mandão, Cullen.

—E você é uma bêbada muito engraçada. -Ele zombou e automaticamente tentei bater nele, mas a cabeça doeu mais. -Esses comprimidos perto do copo são pra você.

—Muito obrigada, Cullen. Faça um favor pra mim, me lembre de não beber mais. Eu digo isso todo ano, mas dessa vez é sério.

—Claro que não, o melhor da festa foi você e Emmett puxando um trenzinho na música eletrônica e uma rodinha de conga.

—Ah não, eu te odeio.

—Tenho até um vídeo, se quiser vê. -A cada comentário Edward ria mais.

—Juro que se minha cabeça não doesse tanto, eu estaria tentando te matar agora.

—Gravei nas melhores intenções e você não tentaria me matar, sou seu melhor funcionário e o cara mais gostoso que você já pensou em pegar.

—O mais humilde também ne.

—Definitivamente o mais humilde. –Edward estava sentando na ponta da cama e eu em pé próxima a ele. Suas mãos seguram minha cintura e me puxaram para mais perto, automaticamente meu corpo se inclinou em direção ao seu rosto

Os dedos de Edward apertaram minha cintura e por alguns segundos esqueci a dor insistente na cabeça. O sorriso preso em seus lábios e o cabelo ainda mais bagunçados lhe deixavam com um ar ainda mais sexy e ele sabia disso. Ele foi deitando lentamente e me levando com ele, seus lábios capturam os meus em um beijo cheio de luxúria. O beijo estava dominado pelo tesão que rodava no ar e nos comandava. Suas mãos foram para minha bunda onde deu um forte aperto.

—Filho vamos nos atrasar para o... -Esme abriu a porta do quarto de uma vez e logo saltei de cima de Edward pra cama e me cobri o melhor que podia.

Eu queria sumir nesse momento. Ser um avestruz e enfiar minha cara no chão seria uma ótima ideia.

—Mãe, será que você poderia dar licença? -Edward questionou. Eu queria vê-lo com a vergonha que sua voz estava transmitindo, mas tenho certeza que eu deveria está pior.

—Mas você... quer dizer... Edward? Isabella?

—Mãe, sai. -Edward foi até a porta e foi fechando-a lentamente até não ser mais capaz de vê-la. Posso apostar que meu rosto estava completamente vermelho pela vergonha.

—Eu nunca mais vou conseguir olhar para cara de Tia Esme sem ficar morta de vergonha. –Declarei.

—Me desculpe. –Edward deu um sorriso amarelo. –Acho melhor irmos tomar banho.

—Achei que tinha aprendido a não tentar seduzir mulheres no quarto com a porta destrancada enquanto os seus pais estão no andar de baixo

—Eu não estou tentando te seduzir de novo, Swan. A não ser que você queira ser seduzida, assim terei o maior prazer. –Edward deu um sorriso torto de arranca suspiros de adolescentes e como resposta arranquei a blusa que estava vestida, ficando completamente nua.

Uma transa e um banho depois estávamos sentados no quarto esperando Rosalie chegar com minha roupa. Minha barriga já roncava, mas eu não tinha a menor coragem de descer e dá de cara com Esme e Carlisle. Ok que mesmo ela quase pegando a gente no meio do sexo, ainda tivemos coragem de fazer depois, mas ela pegar o ato era diferente. Não tínhamos feito muito barulho.

—Liga pra Rose, por favor. Eu estou morrendo de fome. –Resmunguei e como resposta meu estomago roncou alto.

—Pra que ligar pra mim? –Rosalie respondeu entrando de uma vez no quarto. –Tenho uma pergunta importante. O que vocês estavam fazendo aqui? Porque tia Esme foi bem enfática para pedir que eu batesse na porta antes de entrar.

—E mesmo assim você não bateu.

—Eu ouvi você resmungando, então sabia que não estavam fazendo nada demais. –Peguei a bolsa que estava nas mãos de Rose e fui no banheiro me trocar enquanto ela perguntava a Edward o que a sua mãe tinha visto ou ouvido.

Não sei se Edward respondeu alguma coisa, mas logo descemos para ir para casa dos meus pais onde estava rolando um almoço. Dei graças a Deus por não ter ninguém em casa quando descemos e no carro Emmett estava com um moletom surrado, um boné e um óculos escuros encolhido no banco carona.

—Como conseguiu tirar ele da cama? –Edward questionou. –A ressaca de Emmett é a mais chata que já vi, se depender dele dorme o dia todo.

—Ameacei ele algumas vezes. –Rose respondeu e Edward riu.

Chegamos na casa dos meus pais rápido. Da sala da frente era possível ouvir os burburinhos das conversas do pessoal no fundo. O cheiro da massa ainda estava no ar e provavelmente todos estavam comendo nas mesas no quintal da casa. Depois de cumprimentar todos, recebendo um olhar acusatório de Esme e minha mãe, fui direto para cozinha pegar algo para comer e acabei sentando na mesa que dava para porta do quintal, sem realmente me juntar a todos. Alguns minutos depois Edward apareceu para comer também e comemos em silencio absoluto.

Terminei de comer e fiquei bebericando uma taça de vinho com Edward e logo vi minha mãe e Esme virem em direção a cozinha com caras nada simpáticas.

—O que vocês acham que estão fazendo? –Minha mãe questionou em um tom seco e ríspido e olhei para ela sem entender.

—Desculpe, oi? –Edward perguntou sem entender.

—Vocês dois me decepcionaram. –Esme declarou. –Eu não criei você para fazer essas coisas e tenho certeza que Reneé não criou Bella para isso.

—Se querem se pegar, transar ou seja lá o que pretendam, terminem seus respectivos namoros antes. –Minha mãe repreendeu. –Não criamos pessoas sem caráter... Traição Isabella? Eu não esperava isso de você

—Traição? Do que vocês duas estão falando? –Questionei ainda sem entender.

—Não se façam de desentendidos. Vocês dois trazem seus parceiros para Londres para cada um beber e pegar pessoas na festa. –Esme nos repreendeu. –Um papel ridículo de vocês.

—Espera, vocês estão achando que estamos saindo com outras pessoas? –Edward riu e tive que rir também.

—Se acalmem, vocês deduziram errado. Não existe outras pessoas. –Comecei a explicar. –A mulher que Edward está saindo sou eu e eu estou saindo com Edward.

—Sim, não existe outra pessoa. A pessoa que a senhora conversou no telefone é a Bella. –Edward explicou a mãe.

Os rostos delas passaram de raiva e decepção a incredulidade. Seus olhos iam de mim a Edward sem parar, como se tentassem entender ou saber se falávamos a verdade. Era uma cena cômica que ficava ainda mais engraçada por elas estarem tendo a mesma reação. Alguns segundos depois seus sorrisos se iluminaram e então começaram a comemorar o que me fez encolher na cadeira, pelos gritos e pela vergonha.