Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 28
Capítulo XXVIII


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Continuação do flashback

Ao chegar de volta ao castelo, o mago estava a minha espera, assim que me viu disse:

— Então, conseguiste minha filha?

— Sim. – tirei de dentro da mochila o grimório. – Aqui está. – entreguei a ele.

O velho mago o pegou, levou-o até a mesinha, mexeu em algumas coisas, arrumou-as em ordem e depois sentou-se, abriu o livro e começou a jogar em todas as páginas um líquido vermelho.

— Finalmente tudo terminará. – disse. – Eu só não imaginava que demoraria tantos séculos...

— Como assim? – perguntei.

— Fui designado para ser o guardião da ampulheta, pois ela poderia levar até este livro, mas infelizmente por causa desse bendito livro sua família sofreu por gerações – suspirou. – Eleanor é muito má, tentei reverter o que ela fez, mas apenas consegui adiar por alguns anos... – deu uma pausa. – Mas hoje será o fim, pois temos este livro em mãos, esta poção e ainda temos 2 horas antes da maldição ser dita.

O velho mago levantou da cadeira, pegou o mesmo líquido e jogou por cima dos objetos e outros livros que tinham no cômodo. Pegou um dos candelabros e colocou do lado do livro em cima da mesinha, olhou para mim e disse:

— Eu deixei com a sua família a ampulheta, pois sabia que estaria segura e que poderiam encontrar o grimório. – derrubou o candelabro em cima do livro. – Antes de ser dita o livro tem que estar destruído, dessa forma a maldição será quebrada.

As chamas se espalharam pela mesa e desceram pela cadeira, o queimar da madeira fazendo barulhos estralados. Em pouco tempo a chama se espalhou preguiçosamente até o rastro do líquido vermelho consumindo alguns livros.

— Vá! De pressa! Ainda tem tempo de salvar Hanna da fogueira, vá... – disse-me o mago.

Saí as pressas e quando o olho para trás vejo que as chamas estão mais brandas mas que as estantes daquela pequena biblioteca na torre desmoronam com o calor ardente. O mago vinha logo atrás derramando o líquido pelas escadas e derrubando as tochas no chão, assim que desceu todos os degraus jogou o resto do líquido com frasco e tudo em cima de uma cadeira e atirou uma das tochas, saindo a gritar e se escabelar:

— Fogo! Fogo! Fogo...

Usei a ampulheta para sair do castelo, do lado de fora dos muros, pude ver as chamas subir. Não fiquei muito tempo olhando, pois não sabia quanto tempo mais poderia tocar na ampulheta.

Ao chegar no local, avistei por entre as folhagens Hanna amarrada ao palanque, cercada por palha. Havia uma multidão em volta gritando palavras indefinidas, no entanto não chegaram a colocar fogo, pois antes disso surge um dos soldados dizendo que a fogueira iria acontecer em outro momento, já que precisam de toda ajuda possível para acabar com o fogo que se alastrava pelo castelo real. Logo a multidão de curiosos se dispersou, as tochas caíram no chão e o fogo se apagou, então aparece um soldado que solta Hanna, mas, ao invés de levá-la ao calabouço a leva mata a dentro, onde a esperava um cavalo selado e bom de montaria.

O soldado tira o capacete, revelando sua face, era seu irmão Lewis.

— Vá. – disse apontando para o cavalo. – Fuja.

— Mas e você? – pergunta.

— Eu ficarei bem, em breve nos encontraremos.

A garota sube no cavalo e segue em direção as montanhas, onde havia deixado escondida a sua pequena. Assim que chega no local não a encontra e entra em desespero, pois sabia que havia deixado a menina ali e agora sumira. De repente escuta o quebrar de galhos e folhas secas, ao olhar ao norte vê Joshua com a filha em seus braços, derrama lágrimas de alivio ao ver a cena. Corre até eles e pegando a garotinha em seus braços beija seus cabelos em meio as lágrimas de alegria. Joshua envolve as duas em um abraço, pois agora, finalmente, eram uma família.

Charlotte os observava entre as pedras do riacho, o trio se foi a trotes para o oeste, mesmo local em que, originalmente, Lewis e a pequena tinham fugido por causa da maldição, não estavam muito longe quando rompeu a galope pela mata Lewis, o mais velho os seguia conforme o combinado. Charlotte podia vê-los sumir ao longe. Estava feliz, mas ao mesmo tempo triste, queria estar de volta ao seu tempo logo, desejando fortemente sentiu seus olhos enchendo-se d'agua.

Repentinamente sentiu-se enfraquecer e sumir aos poucos, foi nesse momento que ampulheta escorregou de sua mão, mas antes que caísse sobre as pedras do riacho uma lágrima carregada de sentimentos alcançou-a, levando-a assim de volta para o presente. Charlotte não estava mais na mata quando a ampulheta se chocou contra as pedras, quebrando-se em vários pedaços, que foram espalhados pelas águas.

Fim do Flashback


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