Histórias Cruzadas escrita por Milena Corrêa, Ayhenyc


Capítulo 22
Capítulo XXII


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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— O... O senhor me conhece de onde? – indagou com a voz trêmula. – Como sabe meu nome? – completou desconfiada.

— Oh! – lamentou o velho. – Pobre jovem, está desmemoriada. – olhou-a com ternura. – Sou eu seu tio Lewis.

Charlotte caiu sentada no chão, não conseguia acreditar no que tinha escutado, “Seu tio Lewis”, ressoava em sua mente. Mas como poderia ser possível uma coisa dessas? Perguntava-se mentalmente. Harry aproximou-se de ambos, ajudando Charlotte a se levantar, a coitada estava um pouco pálida. Por fim perguntou desconfiado:

— Se o senhor é Lewis, como diz ser... – deu uma pausa. – Onde estamos?

— Em Londres, meu caro. – respondeu. – Mas, e você meu jovem, quem é?

— Sou Harry, senhor. – falou educadamente.

— Harry? – indagou. – Mas de onde vens? E o que fazes com minha sobrinha Charlotte?

O rapaz não teve tempo de responder as perguntas do senhor, pois Charlotte ainda incrédula murmurava:

— Seu nome é Lewis? – olhou para Harry atordoada. – Mas, como pode uma coisa dessas?

— Eu não sei ... – apenas disse.

O velho olha de um para o outro ainda mais desconfiado, estava a ponto de agarrar a faca que estava dentro de uma de suas botas, quando Harry lhe dirigiu as seguintes palavras:

— Senhor, não sei ao certo como tudo isso aconteceu, mas fomos parar em uma floresta e ali ficamos por dois dias perdidos até conseguirmos sair, encontrarmos esta casa e o senhor. – deu uma pausa. – Sei que é confuso e parece ser mais uma história da carochinha, mas é a verdade! – afirmou gentilmente antes de continuar a falar.

O velho apenas escutava, Charlotte já tinha roído boa parte das unhas, nervosa com tudo que estava acontecendo. Aquele velho, cujo nome era Lewis, permanecia calado, até que Harry mencionou a parte da maldição, então seus olhos pareciam que iriam sair de órbita e ele se exaltou partindo para cima de Harry e o segurando pelo colarinho, o rapaz nada fez sabia que ele estava exaltado afinal se ele estivesse chegado a conclusão certa, Charlotte era muito parecida com sua sobrinha.

— Oh! Solte-o! Solte-o! – pedia a garota com certo pavor.

Lewis aos poucos foi afrouxando o aperto e por fim o soltou, Charlotte sentou-se na cadeira respirando aliviada, Harry parecia inabalável, aquele rapaz tinha um controle emocional fora do comum.

— O que sabes sobre isso? – cuspiou as palavras. Lewis ainda se encontrava em pé na frente de Harry com uma carranca de dar medo.

— Muitas coisas. – respondeu altivo. – E se o senhor desejar saber, irei lhe contar tudo, mas primeiro precisa se acalmar. – falou sem desviar o olhar.

O velho franziu o cennho, travando o maxilar, estava visivelmente zangado, mas por fim sentou-se em seu assento e disse com rispidez:

— Pois bem, prossiga.

Harry contou-lhe que fora desiguinado para ajudar e proteger Charlotte desta maldição que assombra todas as moças desta família pelos acontecimentos vindos de séculos passados. Disse-lhe que ambos tinham que fazer algo para cessar esta maldição, mas não sabiam o que e muito menos como. A medida que o rapaz ia falando o velho ficava mais a vontade em seu lugar na cadeira, no entanto continuava demonstrando desconfiança.

O tempo foi passando, Lewis aparentava ser um senhor de meia idade, não era velho, mas possuía uma aparência meio desleixada. Ele preparou alguns alimentos para que os jovens comessem, arrumou um lugar para que pudessem passar a noite ali, no fundo queria acreditar naquele casal, mas ainda não sentia-se pronto para tomar uma decisão. Aquela moça era como se fosse uma cópia de sua sobrinha, mas ele sabia que não era, no entanto sentia que devia mante-los por perto, não podia simplimente descarta-los.

A noite chegou rápido e com ela o trio se acomodou para dormir. Na verdade fingir que estavam dormindo, naquele momento Harry e Lewis não queriam fechar os olhos e se entregar ao sono, pois temiam um ao outro.

O rapaz e a garota ficaram na cozinha deitados em um colchão de palha, cobertos por trapos, Harry podia ver nos olhos de Charlotte o medo crescente do que poderia surgir. Beijou-lhe a testa, mostrando-lhe que estava tudo bem, que estavam juntos nessa missão.

Lewis estava deitado em seus aposentos, fitava o nada em meio a escuridão, por fim fechou os olhos lembrando que tudo aquilo que havia aconteceido devido ao ciúme, a inveja e a ganância de Eleanor. Esta mulher destruiu as nossas vidas, pensava. Uma lágrima escorreu por sua bochecha em razão da mescla de sentimentos que o invadia, a raiva e a tristeza, principalmente. Lewis sentia-se culpado por não ter acreditado em Charlotte quando ela contou-lhe que havia indo parar em um lugar como um passe de mágica, tudo por causa de um objeto, que ele não lembra o nome já que não deu importância ao que a garota dizia. Não lebrava de muita coisa, mas Charlotte disse que encontrou um velho, vestido com roupas de linho fino, tinha uma barba branca e usava um gorro na cabeça, o qual lhe entregou um livro com algumas anotações, este livro ela o entregou em seu leito de morte, o livro era o mesmo que sua mãe havia comprado para dar a Hanna, sua irmã.

 


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