P.O.V. Lucy.

Eu nunca vou esquecer do dia em que a Melissa veio falar comigo pela primeira vez no jardim de infância. Ela foi a única pessoa no mundo todo que já me tratou bem por mim e não pelo interesse.

Admito, sou meio estressada e amedrontadora. Faço coleção de tesouras, adoro filmes de terror, especialmente a parte onde a patricinha metida é estraçalhada. Meus pais nunca ligaram pra mim, estão sempre trabalhando e são frios como um morto quando falam comigo.

Quantos dias eu não passei na Mansão Gracey, sempre me senti feliz lá, acolhida. A tia Caroline e a Melissa sempre me deram o carinho e o amor que meus pais me negaram.

P.O.V. Brian.

Eu achei a amiga da Melissa na sala de música. Estava tocando piano e cantando. Ela tinha uma voz linda e triste.

—Você não parece tão assustadora agora.

—Se você contar isso pra alguém... eu vou te apresentar a minha tesoura de jardinagem.

—Lucy. Sabia que ia te achar aqui. Você está bem?

—Estou. Nunca estive melhor.

—Lucy...

—Meus pais não vem para o meu aniversário na semana que vem. Eles cancelaram de última hora.

—Oh, eu sinto muito. Já sei! Vamos fazer compras.

—Tá. Mas, porque você não toca alguma coisa antes?

—Claro. Conheço a música perfeita. Pra você amiga. Feliz aniversário adiantado.

Logo havia uma multidão de gente em volta. A voz da Melissa era soprano, voz de cantora de ópera e ela era uma pianista incrível.

P.O.V. Lucy.

Foi a tia Caroline que pagou aulas de piano pra nós duas. Ninguém jamais esperaria que a Melissa fofinha e bonitinha tivesse uma voz dessa.

P.O.V. Alek.

Caramba! Ela tem uma voz... maravilhosa.

—Você é a irmã que eu nunca tive Lucy e eu te amo. Com tesouras e problemas de controle da raiva e tudo o que vem no pacote.

Elas se abraçaram.