Consulta Marcada escrita por Lola Royal


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!

Como prometido aqui está a continuação da saga Camisa 12. Para você que não sabe Consulta Marcada é a continuação de O Chefe, que por sua vez é a continuação de Camisa 12.

Ordem de leitura:

1º Camisa 12 https://fanfiction.com.br/historia/753991/Camisa_12

2º O Chefe https://fanfiction.com.br/historia/755240/O_Chefe/ e em

3º Consulta Marcada, que é essa história aqui.


No mais, espero que gostem e boa leitura ♥



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 A Consulta

Edward e eu estávamos deitados na minha cama, meu namorado por cima de mim. Nossas pernas entrelaçadas, enquanto ele se ocupava em beijar meu pescoço eu estar traçando desenhos desconexos na pele de suas costas, que estavam nuas uma vez que tinha tirado sua camisa.

— Renée — Edward falou em meu ouvido, fazendo com que eu o afastasse de mim na mesma hora.

Ele quase caiu da cama, mas conseguiu se firmar e sentou na beirada. Enquanto isso, eu me sentei contra a cabeceira.

— Você tá chamando o nome da minha mãe enquanto a gente se pega? — questionei sem entender aquilo.

— Eu não tava chamando o nome da sua mãe, Bella. Queria perguntar que horas ela ia voltar — resmungou. — Não tenho fantasias eróticas com sua mãe.

— Graças a Deus. — Suspirei. — Era só o que me faltava.

Era uma tarde de sábado, algumas semanas depois de nós dois voltarmos a namorar após toda a confusão que se deu por conta do idiota do Jacob Black. Edward estava lá em casa desde de antes da hora do almoço, já que eu estava o ajudando com trabalhos da aula de Francês e ele me ajudando com um questionário de Física.

Meu irmão passou a manhã na escola, já que ele ainda estava cumprindo suas detenções aos sábados por ter brigado com Jacob, depois foi direto para a casa de Rosalie. Meu pai, o Chefe como Edward ainda o chamava, estava de plantão na delegacia. E minha mãe tinha saído depois do almoço para fazer compras, o que me deixou sozinha com Edward.

— Sei lá, ela ainda deve demorar, sempre demora no supermercado — falei para Edward, me movendo na cama até mais perto dele.

Não consegui resistir, depositando um beijo em seu peito. Edward gemeu quando eu comecei a levar meus beijos até sua barriga definida, sua mão até agarrou meus cabelos.

Empurrei meu namorado para a cama, fazendo com que ele deitasse seu tronco contra o colchão, mas era alto demais e suas pernas ficaram de fora. Continuei beijando sua barriga, dando beijos demorados e até mesmo percorrendo minha língua por sua pele.

Naquelas semanas de namoro não tínhamos ido muito longe, principalmente por Edward estar se esforçando ao máximo para ser um bom garoto aos olhos do meu pai. O máximo de pegação que tínhamos era nós dois sem camisas, assim como mãos bobas, mas nada além disso.

— Porra, Bella! — Edward exclamou quando deslizei uma mão para seu pau, o tocando por cima da calça jeans, meu namorado já estava duro.

— Deixa eu te chupar? — pedi, sentindo meu rosto pegar fogo ao erguer meu olhar e encontrar com o de Edward. No entanto, não conseguia resistir, eu queria senti-lo.

— Porra, sim! — ele exclamou, parecia extasiado. — Faça o que quiser.

Mordi meu lábio em expectativa, levei minhas mãos até o botão de sua calça, estava prestes a abrir quando ouvi uma porta bater. Parei no mesmo instante, Edward e eu nos olhamos novamente, daquela vez nervosos.

— Bella, Edward, cheguei! — Era minha mãe. — Trouxe sorvete, desçam e venham tomar um pouco — falou.

Choraminguei, me afastando de Edward. Meu namorado não estava muito contente, ele escondeu seu rosto atrás de suas mãos, enquanto respirava fundo.

— Vem, vamos descer — eu disse para ele.

— Preciso de um minuto — sussurrou.

Ah, claro, ele estava duro.

— Ok, vou te esperar lá embaixo — falei, novamente vermelha como um tomate.

Sai da cama, peguei um elástico na mesinha ao lado e prendi meus cabelos em um coque bagunçado no topo da cabeça. Deixei meu quarto seguindo para o primeiro andar, indo encontrar mamãe na cozinha, ela estava desempacotando as compras e eu fui ajudá-la com aquilo.

— Cadê o Edward? — me perguntou.

— No banheiro — menti, guardando o leite na geladeira.

— Hum, sei — mamãe falou desconfiada. — Espero que vocês estejam usando camisinha!

— Mamãe!

— O quê? Não falei nada demais. — Ela piscou para mim. — Mas, vou falar — alertou. — Quando Edward for embora nós duas teremos uma conversinha, garota.

— Ai não — resmunguei.

— Ai sim — teimou.

— Tá, que seja — cedi, Edward entrou na cozinha naquele momento, completamente despenteado e para minha tristeza usando sua camisa novamente.

— Olá, Edward — mamãe falou com ele sorridente. — Venha tomar sorvete, trouxe o seu preferido.

— Obrigado, Renée — ele agradeceu animado, circulando pela cozinha de casa como se já fosse da família. O que tecnicamente já era, não por seu namorado, mas por ser melhor amigo de Emmett. Não que as coisas tenham voltado a serem exatamente as mesmas desde que reatamos, ele, por exemplo, já não podia dormir mais lá em casa, como sempre fazia antes de namorarmos, agora se sequer sonhássemos em dormir na mesma casa meu pai mataria Edward.

— O jogo de ontem foi fantástico — Renée disse para Edward, enquanto ele servia sorvete para nós dois. — Você está cada vez melhor, querido...

Eu me desliguei quando os dois começaram a falar sobre o futebol, tudo que sabia sobre o esporte era o quão gostoso Edward ficava jogando. Merda, ele ficava gostoso de qualquer forma. Precisava, desesperadamente, transar com meu namorado.

***

Mais tarde naquele dia, depois de Edward ir embora e antes do meu pai e irmão voltarem, Renée entrou no meu quarto com um ar decidido. Sentou diante de mim na minha cama — eu estava finalizando um trabalho de história — e sorriu, de forma meio ameaçadora.

— Você vai visitar a minha ginecologista — disse, sem enrolações.

— O quê?

— Isso mesmo que ouviu — falou, dando um tapinha em meu joelho. — Já está mais do que na hora disso, Bella — completou. — Você deveria estar se consultando com uma desde que transou com a primeira vez com Jacob.

Eca, eu odiava lembrar que já tinha transado com Jacob — três vezes no verão —, uma vez que o Black era um perfeito babaca. Ainda não tinha conseguido o perdoar por sair falando de mim e das nossas intimidades por ai, por mais que ele tenha apanhado do meu irmão e pelo o que eu descobri ao ouvir uma conversa de Emm e Charlie, ter sido ameaçado por eles dois e Edward. Nunca questionei nenhum dos três sobre isso, mas me sentia grata por eles terem feito aquilo.

— Devia ter levado você para uma consulta no dia que me contou — Renée continuou a falar. — Mas, agora que você e Edward estão namorando está na hora de se cuidar direitinho.

— Não transamos ainda, mas posso só usar camisinha — murmurei.

— Camisinhas falham, anticoncepcionais também, mas aliados os riscos diminuem. O importante é você cuidar da sua saúde, querida. Agora que tem uma vida sexual ativa não pode ficar enrolando. — Apertou minha bochecha. — Vou marcar a consulta para você, ok? Eu posso ir junto.

Neguei com um aceno de cabeça na mesma hora.

— Eu vou pedir para Alice ir comigo, ir com minha mãe ao médico não seria muito legal, já tenho dezessete anos.

Renée bufou, revirando os olhos.

— Sou uma mãe descolada, Bella.

— Falar que você é descolada não é nada descolado — ironizei, mas sorri para mamãe.

— Metida. — Mamãe apertou minha bochecha outra vez. — Estamos de acordo?

— Estamos.

***

Quatro dias depois, na quarta-feira, Alice e eu saímos da escola e fomos direto para o hospital da cidade onde seria minha consulta. Eu estava muito nervosa com aquilo, seria tão estranho uma desconhecida conversando comigo sobre sexo e fazendo exames mais... Arg, mais constrangedores ainda.

— Agora que eu estou solteira vou sair pegando todo mundo — Alice falou ao meu lado, ela tinha terminado com seu namorado mais velho.

— Isso porque um dia você quis ser freira — falei, fazendo com que ela risse, enquanto continuava a folhear a revista em suas mãos.

— Percebi que se eu me tornasse uma freira acabaria corrompendo um padre.

— Alice! — chamei a atenção dela, envergonhada, por sorte as outras mulheres, algumas gestantes, na sala de espera não estavam ligadas na nossa conversa.

— O quê? — Ela se fez de desentendida, ajustando os óculos em seu rosto.

— Senhorita Swan — a recepcionista se aproximou de mim. — Lamento informar, mas a sua médica não poderá lhe atender hoje, ela recebeu um chamado de emergência e está indo realizar um parto agora.

Um sorrisinho tomou conta dos meus lábios.

— Vou embora, então...

— Ai não, nem pensar! — Alice exclamou do meu lado. — A gente já tá esperando há tanto tempo, Bella — falou irritada. — Não vou sair daqui sem você ser consultada.

— Posso lhe encaixar na agenda de outro médico — a recepcionista falou para mim. — O Doutor Cullen pode lhe atender.

Arregalei os olhos ao ouvir o nome, o Doutor Cullen era o pai do meu namorado. Eu tinha esquecido que Carlisle era um ginecologista, puta que pariu.

— Ela vai querer — Alice respondeu por mim, enquanto eu continuava muda, a recepcionista assentiu e se afastou. — Você tá bem? — minha amiga me perguntou.

— Cullen — murmurei, ela me olhou confusa por um segundo, mas logo percebeu o que estava acontecendo.

— Oh merda! Cullen de Edward Cullen?

— Sim, merda! — reclamei. — O pai de Edward é ginecologista!

— Ai caralho — Alice xingou. — Vou falar com a recepcionista para não...

— Senhorita Swan — a recepcionista falou meu nome em um tom de voz alto, fazendo com que todos na sala de espera olhassem em sua direção. — Você pode entrar, consultório dois — anunciou.

— Alice, não posso fazer isso — choraminguei.

— Ok, me escute, isso vai ser indolor — minha amiga falou, me fazendo ficar de pé. — Ele é um médico, está acostumado a atender todo mundo, não vai ser estranho só por você ser namorada do filho dele.

— Isso vai ser muito estranho sim — teimei, mas deixei Alice me arrastar até o consultório.

Ela bateu na porta uma vez, após Carlisle lá de dentro liberar nossa entrada Alice me fez entrar. O pai do meu namorado estava sentado atrás de sua mesa, ocupado entre papéis, nem levantou o rosto até eu falar baixinho um oi.

— Bella! — Carlisle exclamou, arregalando os olhos a me ver, então olhou para seu computador. — Vo-Você marcou uma consulta comigo?

— Com a Doutora Hansen — contei, ainda falando baixinho, Alice me fez sentar em uma das cadeiras, sentando junto de mim. — Mas ela teve de ir atender uma emergência e a recepcionista me disse que eu poderia ser atendida por outro médico.

— Você, Doutor Cullen — Alice falou o óbvio, senti vontade de quebrar seus óculos.

— Tudo bem se eu lhe consultar, senhorita Swan? — Carlisle perguntou para mim, pelo modo como falou comigo já estava no modo médico. — Sei que isso pode parecer muito estranho, mas se você quiser posso lhe consultar sem problemas. Lembrando que eu sigo todas as normas de ética da minha profissão, nada do que conversaremos aqui deixará esse consultório, assim pode ficar menos preocupada.

Respirei fundo, eu tinha de ser madura, não? Carlisle podia ser pai do Edward, mas ainda era um médico, não podia criar uma tempestade em um copo de água sobre aquilo.

— Posso me consultar com você — falei, tomando minha decisão.

Carlisle assentiu, guardando os papeis de antes e pegando novos.

— Certo, senhorita Swan, vamos começar com algumas perguntas de praxe, peço que seja honesta nas respostas para que eu possa ter o seu real histórico.

— Ok.

— Com quantos anos teve sua primeira menstruação?

— Doze — respondi, minhas bochechas corando.

— Seu ciclo costuma ser regular?

— Sim, sempre em ordem — murmurei.

— Sua menstruação apresenta alguma alteração quanto ao fluxo? — Corei ainda mais, Alice junto de mim sufocou uma risada.

— Não, não sei, eu acho que é normal — sussurrei.

— Você já teve algum corrimento vaginal?

— Não!

— Você já teve relações sexuais?

— Já. — Eu olhava para minhas mãos em meu colo, evitando o olhar de Carlisle.

— Quando foi a primeira? Qual era a sua idade?

— Eu tinha dezesseis, foi no último verão.

— Teve mais relações após essa?

— Mais duas vezes, com o mesmo cara — me apressei em falar, temendo que ele achasse que eu estava por ai fodendo com todo mundo. — Sempre usei camisinha, juro!

Alice sufocou uma nova risada.

— Sentiu algum sintoma estranho após as relações sexuais? — ele me perguntou, mantendo seu tom formal.

— Não, não, tudo normal.

— Já fez uso de alguma pílula do dia seguinte? Ou de algum outro contraceptivo fora a camisinha?

— Não.

— Certo. — Eu ousei a erguer o olhar para ele. — Você tem intenção de usar algum anticoncepcional?

— Minha mãe acha que isso é mais seguro que só confiar na camisinha. — Engoli em seco.

Carlisle suspirou.

— É, dois métodos contraceptivos aliados diminuem as chances de falhas. Mas, se você não quiser...

— Não, não, eu quero — o interrompi. Edward e eu éramos novos demais para nos depararmos com uma gravidez, não queria correr esse risco, muito menos colocar em problemas nosso futuro.

— Ok, eu irei lhe pedir alguns exames laboratoriais de ultrassom, coleta de sangue, fezes e urina, mas também irei fazer alguns exames aqui, assim que você tiver todos os resultados irei prescrever seu anticoncepcional, certo?

Concordei com um aceno de cabeça.

— Você pode ir até o trocador tirar suas roupas e colocar a bata que encontrará lá, para que eu possa examiná-la. — Apontou para a outra porta no consultório sem ser a que levava para a saída.

Sem falar mais nada eu fui até lá. Tentei não ficar pensando muito sobre toda aquela situação estranha, apenas tirei minhas roupas, colocando a bata verde — que por sorte cobria meu corpo até pouco antes dos meus joelhos — e sai.

De volta ao consultório ouvi a conversa de Alice e Carlisle.

— Sim, é preciso muita lubrificação — ele falava para minha amiga. — E camisinha, não é por se tratar de sexo anal que a camisinha deve ser dispensada. — Carlisle pegou algumas camisinhas de uma gaveta e colocou diante Alice, ela animadamente as recolheu.

Aquilo era sério? Alice estava mesmo fazendo perguntas sobre sexo anal para o meu médico, por acaso o pai do meu namorado? Minha amiga não tinha limites.

— Ai está você, vamos lhe pesar! — Carlisle falou para mim, se levantando e me indicando a balança.

Eu subi lá, deixando com que ele mexesse em todos os apetrechos para conseguir meu peso. Quando o conseguiu Carlisle o anotou em minha ficha médica, depois mediu minha altura, também a catalogando.

— Bom, agora preciso examiná-la, senhorita Swan — Carlisle disse, pela forma séria como falou foi o suficiente para que eu entendesse que ele queria dizer que estava na hora de examinar minhas partes.

Puta merda!

Que vergonha, que vergonha, que vergonha!

Ele me guiou até atrás de uma cortina, Alice nos seguiu silenciosamente. Carlisle me instruiu a sentar na maca que tinha ali, enquanto eu pensava que nunca mais ia conseguir o encarar fora daquela sala.

Era isso, eu nunca mais olharia na cara do pai do meu namorado. Um dia esqueceria seu rosto, não o veria nem nas fotografias. Não veria nem as minhas fotos de casamento com Edward, onde o pai do noivo estaria. Quero dizer, se um dia o Camisa 12 e eu fossemos nos casar, talvez eu morresse de vergonha antes disso.

— Você me ouviu? — Olhei para Carlisle.

— Desculpe, não — murmurei.

— Eu perguntei se você já sentiu algum nódulo em seu seio.

Eu já tinha? Ai, sei lá, não era como se eu ficasse me apalpando atrás de nódulos. Talvez Edward soubesse responder melhor, ele sempre aproveitava as oportunidades de meter as mãos nos meus peitos.

— Não sei, acho que nunca senti nada demais — falei para Carlisle.

— Fique de olho nisso — Carlisle pediu, respirei aliviada, ele não ia tocar nos meus peitos. — Faça o autoexame em casa e qualquer alteração me comunique na próxima consulta, certo?

— Tudo bem.

— Agora preciso auscultar seu coração. — Ele preparou seu estetoscópio, colocando a outra parte sobre meu coração, por sorte por cima da bata, mas ainda era vergonhosa a forma como ele batia por conta da vergonha.

Carlisle não falou nada, depois moveu seu estetoscópio até meus pulmões, também os checando. Depois disso, o médico colocou um aparelho de pressão em meu braço.

Então, eu sabia que a parte inevitável estava chegando. Mamãe tinha me alertado sobre o Papanicolau, como eu já tinha uma vida sexual o médico precisaria saber se estava tudo certo... Lá embaixo.

Carlisle me fez deitar na posição certa na maca, fazendo com que eu ficasse com os pés sob um suporte, o que me deixava muito desconfortável. Alice ficou parada perto da minha cabeça, mexendo em meus cabelos.

Então, o médico já preparado, com luvas novas e usando mascara, sentou em uma cadeira entre minhas pernas. Era isso, Carlisle estava cara a cara com a vagina da namorada do seu filho. É, eu ia ter que terminar com Edward e fugir para o Alasca.

Fechei os olhos quando senti Carlisle me preparando para o exame, colocando um instrumento lá e enfim começando a coleta. Não foi nada legal, mas também não foi fora dos limites, eu não senti como se ele estivesse fazendo o que não devia. Sabia que isso não ocorreria, afinal conhecia os Cullen há anos e tinha conhecimento de como todos eles eram boas pessoas.

Passei a maior parte desse exame, que conscientemente eu sabia que só durou alguns minutos, não uma eternidade como me pareceu, pensando no teste de francês que eu faria na semana seguinte. Não queria de jeito nenhum ficar pensando em Carlisle mexendo... Lá... Ah Deus, eu estava pensando.

— Acabamos por aqui, senhorita Swan — Carlisle falou, eu abri meus olhos, ele tinha se afastado com a coleta do meu material para exame.

Rapidamente tirei meus pés dos suportes, fechando as pernas. Alice escondia um sorriso, quis quebrar os óculos dela novamente.

— Você pode ir trocar suas roupas agora.

Não esperei Carlisle falar mais nada, praticamente corri até o trocador, recolocando minhas roupas e me livrando da bata verde ridícula. Voltei ao consultório, onde Alice e Carlisle já estavam de volta aos seus lugares.

— Aqui as guias para os outros exames. — Carlisle me entregou toda a papelada. — O resultado do Papanicolau sai em duas semanas, é o tempo que você pode realizar os outros exames, nos vemos daqui duas semanas?

— Sim, sim! — concordei.

— Por hoje é só, senhorita Swan. — Ele se virou para Alice. — Não se esqueça de se cuidar.

— Eu vou, Doutor Cullen — prometeu.

— Você precisa de camisinhas? — Carlisle me perguntou, fiquei mais vermelha do que nunca.

— Não, não — neguei, me colocando de pé e fazendo com que Alice se levantasse. — Tô de boa, vamos, Alice! — A arrastei para fora.

***

Os meus problemas de vergonha não acabaram aquela hora, claro. Eu tinha marcado de ir jantar na casa dos Cullen, então eu não só teria que contar o que tinha feito de tarde para Edward, como teria de sentar a mesa com o pai dele e jantar como se nada tivesse acontecido.

Alice me desejou boa sorte quando me deixou na casa de Edward, já que Emmett estava com a caminhonete aquele dia. Eu não vi o carro do meu namorado, então deduzi que ele continuava no treino, mas o de Esme estava lá e eu toquei a campainha.

— Oi, Bella! — Esme me recepcionou com um doce sorriso no rosto. — Edward ainda não voltou do treino.

— Tudo bem — murmurei cabisbaixa, pensando que o marido dela tinha visto minhas partes pouco tempo antes.

— Tudo bem mesmo, querida? — perguntou confusa, me deixando entrar em sua casa.

— Sim, sim. Cadê a Clarisse?

— Vai passar a noite na casa de uma amiguinha hoje — contou. — Ela está crescendo — falou em um tom nostálgico. — Estou na cozinha preparando o jantar, me ajuda?

Concordei, a seguindo até lá. Ficamos cerca de meia hora sem falar nada, até que Esme pareceu cansar.

— Bella, eu posso sentir que algo aconteceu com você, pode desabafar comigo.

— Eufuiaoginecologistaeeraoseumarido — falei tão rápido que as palavras saíram todas juntas da minha boca.

— Desculpe, o que? Tente ser um pouquinho mais precisa.

Suspirei, largando a faca que eu usava para cortar legumes.

— Fui ao ginecologista hoje, o médico era Carlisle.

Esme primeiro ficou surpresa, depois deu um sorrisinho e tentou escondê-lo rapidamente.

— Isso não é um problema, querida — falou, pegando uma faca e cortando a carne que temperava. — Muito pelo contrário, é bom que esteja se cuidando, sabe? Eu odiaria ser avó cedo, então é muito, muito bom, que você e meu filho sejam bem responsáveis, ou estarão muito encrencados.

— Nós somos responsáveis, Esme — falei logo. — Juro!

Ela abriu um grande sorriso para mim.

— Excelente, querida, excelente.

***

Edward chegou alguns minutos depois, eu logo abandonei Esme na cozinha seguindo meu namorado até a sala de estar. O Camisa 12 queria me beijar, mas o freei e fiz com que ele sentasse ao meu lado no sofá.

— Tenho que te contar algo.

— O quê?

— Não sei por onde começar.

— É sobre Jacob? — Franziu o cenho.

— Com certeza não.

— Que bom, porque hoje no treino ele estava me tirando do sério, quase dei um soco na cara dele.

— O que ele falou?

— Não falou nada, só estava sendo uma lesma — Edward reclamou. — Mal vejo a hora de estar em um time profissional, jogar com gente...

— Tá, tá, tá — o cortei. — Tenho algo para contar, lembra?

— Sim, o que é?

Inspirei fundo, segurando em sua mão.

— Minha mãe me convenceu a ir a ginecologista, para que eu estivesse segura para...

— Para fazermos sexo?

— É.

— Ótimo! — Edward comemorou. — Quem sabe a gente não...

— Edward, me escuta — o interrompi de novo. — Eu fui para a consulta, mas a médica não pode me atender, ai quem me consultou foi seu pai.

Meu namorado ficou branco, mais do que o normal.

— E você sabe como essas consultas são, né?

— Tenho uma ideia — respondeu tão baixo que eu quase não ouvi.

— Desculpe, não devia ter me consultado com ele, isso vai ser tão...

— Estranho? Constrangedor? Meu Deus, ele te viu nua.

— É, tudo isso.

Edward estremeceu.

— Estou um pouco enjoado — confessou.

— Eu também.

A porta se abriu, vimos logo em seguida Carlisle surgindo na sala. Nos olhou por um segundo, pigarreou, desejou boa noite e foi direto para a cozinha.

— Não vamos convidar meu pai para nosso casamento.

Eu ri da fala de Edward, beijando sua bochecha.

— Crianças, venham jantar! — Esme gritou da cozinha.

— Ah não — Edward choramingou.

Eu choraminguei também, mas fiz Edward se levantar e seguimos até a cozinha. Esme terminava de arrumar a mesa, enquanto Carlisle lavava suas mãos.

Nós quatro nos sentamos em silêncio, nos servimos em silêncio e comemos em silêncio. Quer dizer, Edward e eu ficamos revirando a comida em nossos pratos.

Então, do nada, meu namorado começou a rir. O encarei, tentando entender porque ele estava gargalhando daquela forma, mas tudo que consegui fazer foi acabar rindo com ele. Escondi meu rosto em seu ombro, enquanto nós dois riamos. Eu sabia exatamente o motivo, a nossa situação embaraçosa graças a minha consulta daquela tarde.

— Ótimo, que bom que já estamos na parte das risadas — Carlisle falou, também rindo, eu ouvi Esme rir conosco.

— Pensando pelo lado positivo — Edward começou a falar. — Pelo menos Bella terá um bom médico para fazer o parto... — Meu namorado foi calado por sua mãe acertando um tapa em sua cabeça. — Ai, mãe! — ele protestou.

— Nada de bebês, Edward Cullen. — Ela se voltou para Carlisle. — Cuide bem da Isabella, não deixe-a ter bebês pelos próximos dez anos, eles são muito novos.

Ainda rindo Carlisle ergueu suas mãos para cima.

 — Sigilo profissional, Esme — disse. — Não posso falar nada sobre minha cliente.

— Graças a Deus — murmurei.

— Ai, se tornou estranho de novo — Edward protestou, se colocando de pé e pegando meu prato e o seu. — Vamos comer no quarto, Bella.

— Amém! — O segui, estávamos saindo da cozinha quando Esme gritou:

— Não fechem a porta!

***

Duas semanas depois — duas semanas que se dividiram entre constrangimento seguido de achar graça toda vez que via Carlisle — eu voltei ao consultório do ginecologista para minha consulta de retorno. Daquela vez sozinha, já que Alice estava ocupada e minha mãe — que tinha rido por uma hora inteira quando lhe contei quem me consultou — não seria mesmo uma boa acompanhante.

— Olá, senhorita Swan! — Carlisle saudou quando entrei no consultório.

— Oi. — Sentei em uma das cadeiras diante sua mesa. — Aqui. — Entreguei os exames para ele, Carlisle os leu atentamente, depois me repassou os resultados daqueles e do que tinha feito na outra consulta. — Você irá tomar esse anticoncepcional aqui — ele falou após conversarmos sobre os exames. — Aqui estão todas as instruções, qualquer coisa é só me perguntar. — Me entregou uma receita e uma caixa de amostra grátis do remédio.

— Ok.

— Mais alguma dúvida?

— Sim! — exclamei. — Eu vou querer aquelas camisinhas.

Carlisle conteve uma risada, ele pegou duas da gaveta e me entregou.

— Mais — pedi, ele arregalou os olhos, me entregando mais duas. — Doutor Cullen, mais!

Edward e eu ainda não tínhamos transado, estivemos nos últimos dias quase sem tempo até para nos vermos fora da escola e com a ação de graças. Mas, eu queria transar com ele, principalmente depois dos meus exames saírem. Ele até tinha feito exames também, todo limpo. Nós podíamos finalmente transar sem dor de cabeça.

Carlisle colocou mais uns dez pacotes de camisinha em minhas mãos, era disso que eu estava falando. Guardei tudo na minha bolsa, grata pelas amostras grátis.

— Obrigada, Doutor Cullen.

— Pelo amor de Deus, não use isso tudo em um dia — ele pediu, ainda chocado.

Apenas ri, saindo do seu consultório.

Dirigi até minha casa, correndo escada acima para meu quarto. Estava só lá, mamãe aparentemente tinha saído, meu irmão estava no treino e papai no trabalho.

Tirei todas as camisinhas da bolsa, as coloquei sobre a cama, iria fotografar tudo aquilo e mandar para Edward. Queria provocá-lo, queria o deixar no limite.

— Bella, nós vamos sair para... — Paralisei ao ouvir meu pai aparecendo no meu quarto, ele também calou a boca quando viu as camisinhas sobre a cama. — Meu Deus!

— Papai, eu posso explicar — falei nervosa.

— Não, eu não quero explicações — falou apreensivo, andando de costas para longe do meu quarto. — Meu Deus! — repetiu, antes de se afastar completamente.

Eu não sabia se ria ou se chorava naquele instante, mas pelo menos o Chefe não tinha feito um show. Já que tinha sido descoberta, não me importei em parar, tirar a foto e enviar para Edward.

Bella Swan: Você está pronto, Camisa 12?


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Notas finais do capítulo

Tenho a intenção de escrever mais duas histórias com esses personagens, sendo assim fiquem de olho no meu perfil para quaisquer novidades.

Beijos!

Lola Royal.

13.07.18



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