O Mundo dos Feiticeiros escrita por Jokerzinha


Capítulo 3
Emboscada - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, gente!!



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O mundo dos feiticeiros estava passando por um tempo de trevas, o clã das trevas, Serith, estava espalhando terror por todo lugar. Não se via mais pessoas nas ruas a noite, devido ao imenso medo que sentiam e o clã crescia cada vez mais. Todos os dias saíam notícias nos jornais sobre assassinatos cometidos pelos Serith, depois da divulgação de uma parte da profecia a situação só piorou, ataques a famílias que acabaram de dar a luz a crianças de cabelos escuros aconteciam todos os dias e muitas crianças estavam morrendo.

Era praticamente impossível localiza-los, pois eles estavam em constante movimento. O chefe do clã enfeitiçou a mansão em que eles ficavam e ela mudava de lugar todo dia, sendo que cada semana eles estariam em um bairro diferente pelo Brasil.

Na melhor das hipóteses, esse seria o momento mais difícil e sombrio da história dos feiticeiros. Na pior seria essa criança sucumbir ao lado das trevas, fazendo com que esse mundo não visse a luz por longos anos.

Santa Catarina – Junho de 2005

Um portal feito de água se abriu em uma rua perto do que parecia um parque. Uma mulher segurando um bebê junto a um menino de cabelos escuros saiu de dentro desse portal. Eles começaram a andar em direção ao parque e logo puderam ler o que dizia em uma placa “Parque Municipal da Lagoa do Peri”. A mulher então pode reconhecer onde estava e logo já sabia para onde ir. Ela seguiu em direção a uma ruazinha bem escondida, onde chegou em uma casa que demonstrava ser mais humilde que as demais. Logo eles entraram no local, sentindo o calor que estava lá dentro, livrando-os do frio que estava do lado de fora.

—Bruno, os nossos quartos ficam lá em cima, você e sua irmã irão dormir no mesmo quarto. Se quiser já pode tomar um banho e ir dormir – Maria disse enquanto fazia alguns gestos com a mão livre e se concentrava no feitiço em sua mente “Praesidium” que daria proteção aquela casa.

—Nós já estamos seguros aqui, tia Maria? – o menino perguntou, tentando procurar ficar mais tranquilo com a situação que estava passando.

—Estamos sim, meu filho – a mulher disse calma e com um sorriso no rosto – creio que aqui ficaremos seguros por um tempo – ela disse olhando em volta – agora vá tomar seu banho que já está na hora de dormir.

A casa em que estavam agora, é uma propriedade dos Velasques que ninguém sabe da existência, nem mesmo aparece que alguém mora ali. Mesmo sendo de total segredo, os pais de Luna e Bruno mantinham o lugar limpo, preservado e com suprimentos por já saberem que algo assim poderia acontecer a eles depois de suas últimas ações. O local era em um todo aconchegante, lembrava a antiga casa das crianças, mas um pouco menor.

O feitiço de proteção que a parteira tinha colocado na casa, fazia com que as pessoas que estavam do lado de fora, vissem a casa como se ninguém estivesse nela, com luzes apagadas e sem nenhum movimento do lado de dentro. Também não conseguiriam ouvir os sons emitidos ali.

Bruno saiu da sala indo em direção ao banheiro, seguindo as ordens de sua mais nova tutora.

Maria foi para o banheiro secundário, preparou a banheira de Luna e começou a dar banho na menina. Ela teria que ser o mais rápida possível, pois ainda tinha que avisar ao Clã Angeli (clã considerado a lei do mundo dos feiticeiros, podemos dizer que são os “policiais”) o que havia ocorrido aos Velasques.

Após alguns minutos Bruno aparece no quarto onde Maria já secava Luna e começava a vestir a menina. Ele já estava vestindo seu pijama e com meias nos pés.

—Maria, tô com fome, pode preparar alguma coisa? – o menino deitou na cama enquanto falava e se cobriu.

—Posso sim, pequeno. Espere só alguns minutos – a parteira colocou Luna dentro do berço e então saiu do quarto indo em direção ao escritório que tinha no andar de baixo.

O cômodo era pequeno, tinha apenas uma mesa, um computador e uma estante com alguns livros sobre feiticeiros, feitiços e poções. Maria sentou em frente ao computador e esperou alguns segundos até que ele ligasse. Ela ligou a webcam e começou a gravar.

—Meu nome é Maria Rezende e eu sou uma amiga próxima da família Velasques, assim como devem saber. Hoje foi o nascimento da filha do casal Elizabeth e Bryan Velasques, um grupo de 6 pessoas invadiu a mansão deles, resultando a morte do casal. Eu estou com os filhos deles agora em minha guarda, como diz um documento, deixado pelos próprios pais, que estou enviando a vocês. O clã Serith está atrás de nós nesse momento, peço que vocês nos dêem proteção.

Assim que acabou de gravar, abriu o e-mail e enviou o vídeo para o chefe do clã Angeli, o único em que eles poderiam realmente confiar. O vídeo tinha informações criptografadas contendo a localização deles.

Petrópolis, Rio de Janeiro – Junho de 2005

O Clã Angeli tinha o quartel localizado em baixo das ruas de Petrópolis, seu interior era todo tecnológico, com todos os tipos de salas imagináveis; desde sala de treino até salas de planejamento de ataques. Seus integrantes andavam com um colete preto com o símbolo do clã (asas com uma coroa no meio) em seu peito e uma capa branca que cobria todo seu corpo e novamente o símbolo do clã aparece atrás da capa em dourado. A cor de suas armas diferenciavam o elemento de cada um; branca, azul, vermelha ou marrom.

Em uma sala maior do que todas as outras, um homem com uma capa preta, com as bordas feitas com ouro, assim como o símbolo do clã, com as vestes igualmente pretas, sua arma que estava presa em sua cintura era um Mangual e a cor da base onde ele segurava era marrom, insinuando que seu elemento era terra. Ele estava sentado em uma enorme cadeira, em frente a uma mesa com seu Notebook. Ele acabara de receber um e-mail de muita importância.

Ricardo Sanches, o chefe do Clã Angeli, assistia ao vídeo que acabara de receber e se sentia confuso com a situação. O clã Serith agiu muito antes do que previram, ocasionando a morte de dois importantes capitães do clã. Ricardo iria ouvir o pedido de ajuda e entraria com proteção para os Velasques. Como sempre ele e os Velasques se comunicavam com muita frequência por e-mails sem sentido que só eles entendiam, o chefe já sabia como iria descobrir onde eles estavam escondidos, logo ele começou a ver se tinha algo escondido no vídeo.

Depois de alguns minutos ele foi capaz de encontrar o endereço escondido no vídeo. Seguiu em direção a sua mesa de tática e começou a trabalhar em um sistema de proteção e apreensão dessa guilda. Deixou sua sala e foi em direção a sua secretária.

—Convoque os capitães e diga para me encontrarem na sala de reuniões, recebemos um assunto sério que precisamos tratar com urgência – sua voz era grossa e imponente.

Antes que Susana, a secretária, pudesse sequer falar alguma coisa, Ricardo se retirou do local indo em direção a sala de reuniões onde daria início aos seus planos para dar um fim a esse clã que trazia tanto sofrimento ao seu mundo. Ele sabia que para isso não poderia confiar em todas as pessoas, pois ninguém pode afirmar que ali não teria nenhum espião do inimigo. Mesmo convocando os capitães, ele teria que trabalhar sozinho na maior parte de seu plano. 

Demorou alguns minutos, talvez meia hora, até que todos os 4 capitães restantes se reunissem na sala.

—Desculpa a demora, senhor. Eu estava do outro lado do quartel, treinando os novos soldados – Richard, o último capitão a chegar na sala, se desculpou com o chefe do clã.

—Sem problemas, Richard. De qualquer modo essa reunião foi marcada às pressas em cima da hora. Não culpo vocês por terem demorado alguns minutos – Ricardo estava sentado na ponta da mesa. Sua cadeira era a mais bela e confortável de todas – agora que todos já estão aqui, podemos começar.

—Senhor, sem querer interromper, mas ainda faltam Liza e Bryan – a capitã mais nova, Monique, se pronunciou, cautelosa para não faltar com respeito para com Ricardo. Ela era morena e seu cabelo negro era enorme, chegava até o seu quadril, e todo encaracolado.

— É realmente sobre isso que estamos aqui para falar – a expressão dele era de preocupação e um pouco dura – seus colegas de trabalho foram assassinados nessa noite pelos Serith, depois que Liza deu a luz a sua filha. Creio que esse ataque tenha a ver com a profecia que o oráculo nos disse, pois várias crianças de cabelos escuros que nasceram ontem foram assassinadas e pelo que podemos ver os ataques continuam hoje.

— Eu sabia que era perigoso divulgar essa profecia! Era certo do clã começar a agir – Monique esbravejou inconformada. Desde que ela havia assumido o posto de sexta capitã do clã, Liza teria se tornado uma grande amiga, ela não conseguia digerir a ideia de que agora sua boa amiga tinha falecido.

— Antes de tudo, nós tínhamos que achar a criança antes que os Serith achassem, mas parece que nosso trabalho foi em vão. Mesmo que tenhamos abrigado muitas crianças com cabelos escuros nascidas essa semana, não fazemos ideia se alguma delas é a criança da profecia – Ricardo voltou a se pronunciar, sua mente trabalhava a todo instante em busca de soluções para o problema.

— E os filhos deles? Como estão? O bebê conseguiu sair a salvo? – Luan perguntou um pouco preocupado. Sempre que Liza e Bryan tinham missões, eles levavam o filho para o quartel e Luan adorava o menino.

— Estão bem sim, graças a parteira, uma amiga da família, que estava na hora e fugiu com as crianças – o chefe observava a expressão de todos enquanto falava, ele precisava saber se ali tinha algum espião. Ele parou seu olhar sobre o terceiro capitão, Michael, que estava com uma leve expressão de raiva, parecia que ele estava decepcionado com o fato da criança nascida aquela tarde ter saído viva. Ricardo já sabia como armar a armadilha que daria fim ao clã Serith e seria por meio de Michael.

— E você sabe a localização das crianças? Só assim poderemos protege-las – o terceiro capitão se pronunciou depois algum tempo apenas observando os demais conversarem.

— No momento ainda não sabemos o paradeiro delas, mas vamos começar a investigar – o chefe mentiu, observando as expressões que Michael fazia, estudando-o um pouco mais – por enquanto o que quero que façam é montar uma equipe para cada. Quero os melhores soldados que vocês tiverem nessa missão, espero que não me decepcionem. Estão dispensados, menos você Monique, peço para que permaneça na sala – Ricardo sabia que poderia confiar nela, afinal de contas ela era sua filha.

Os dois permaneceram ali sentados até que os demais deixassem a sala, deixando a porta fechada. Ricardo tomou todo cuidado para que aquela informação não saísse dali naquele momento, estragando todo seu plano.

— Filha, eu e você precisamos trabalhar juntos, eu espero realmente poder confiar em você – a voz do homem era baixa e calma, não tinha outra pessoa no mundo que ele conhecesse mais que sua filha, porém ainda tinha que se precaver.

— Mas é claro que o senhor pode confiar em mim, afinal nunca trairia o senhor – Monique se sentiu um pouco ofendida diante da dúvida do pai, mas entendia a situação e não deixou que isso a afetasse.

— Eu sei sim qual o paradeiro das crianças, mas creio que haja um espião entre nossos capitães e não posso deixar que isso afete essa missão – ele levantou de sua cadeira e começou a andar pela sala.

—E o que iremos fazer? – ela o acompanhava com o olhar.

— Bem, meu plano é eu e você montarmos um plano junto ao esquadrão especial, já que são os soldados mais fortes e sabemos que neles a gente pode confiar – ele pega dois copos com água e volta para mesa, entregando um a sua filha.

— Realmente. Levando em consideração a quantidade de testes e exames que eles passam para fazer parte do esquadrão, não teria como um espião fazer parte desse meio. Até é usado poções da verdade – Monique bebe um pouco da água.

— Isso mesmo. Bem, aqui está o que iremos fazer; você vai contatar o esquadrão e passará a informação a eles e juntos vão montar uma tática. Quando tudo estiver pronto, falarei para cada capitão separadamente um local perto do endereço correto para que eles protejam e para aquele que eu tenho a desconfiança que seja o espião, darei a localização certa e será lá que nós estaremos esperando eles – Ricardo entrega um papel com o endereço da casa onde as crianças estavam para Monique – grave esse endereço e destrua esse papel.

Monique olha para o papel por alguns segundos, memorizando o endereço e depois cria uma chama na mão queimando o papel. Ela se levanta e anda em direção a porta e para antes de sair do cômodo.

— Estarei entrando em contato com eles agora e quando estiver tudo pronto, falarei com o senhor – ela deixa a sala e Ricardo sai logo em seguida. Seus pensamentos estavam a mil, eles não poderiam errar em um ponto sequer nessa missão.

Algumas semanas se passaram até que todo o plano estivesse montado. Monique convocou vinte pessoas do esquadrão especial e todos já sabiam o que fazer, juntamente com o chefe do clã. Todos se encontravam reunidos na sala de Ricardo, fazendo os últimos preparativos para começar a colocar o plano em ação.

—Bem, hoje eu irei comunicar ao resto dos capitães o local que irão proteger. Como não sabemos quando os Selith vão agir, teremos que ficar de guarda até que uma hora eles apareçam. Pode demorar algumas horas, alguns dias, semanas, meses e quem sabe até um ano. Eles sabem com quem estão lidando e sabem também que nós somos mais fortes que eles. Todos já estão liberados e podem ir para seus postos – antes que Monique pudesse sair da sala, Ricardo segurou o braço dela, fazendo com que ela permanecesse ali – tenha cuidado.

—Pode deixar – ela sorriu para o pai e deixou a sala, seguindo junto ao resto dos soldados até que se separou, indo encontrar seu esquadrão.

Monique não iria ficar de guarda junto ao esquadrão especial e a seu pai, ela precisava agir como se tivesse recebido as mesma ordens que os outros e proteger o local que lhe foi designado. Ela se juntou aos seus soldados e seguiram para o sul do Brasil em Santa Catarina, para um bairro bem próximo de onde toda a batalha iria acontecer.

Ricardo chamou cada capitão separadamente em sua sala e os designou para um bairro diferente perto da real localização. Michael foi o último a ser chamado.

— Como você já deve saber, achamos a localização das crianças. Como você é meu comandante de mais confiança, deixarei que você e seus soldados protejam essa área – o chefe se fazia como se acreditasse na lealdade de Michael, fazendo com que ele realmente caia em sua armadilha – você vai guardar o parque Municipal da Lagoa do Peri e suas ruas mais próximas. Eles estão em uma ruazinha atrás do parque, essa tem que estar bem protegida – Ricardo se sentia confiante em relação ao plano – está dispensado.

—Sim, senhor. Estarei a postos lá junto a meus soldados – logo ele saiu e foi contatar seus soldados.

Santa Catarina – Junho de 2005

Maria abriu um e-mail que tinha recebido, era do chefe dos Angeli. Ela sorriu aliviada, depois de algumas semanas sem resposta alguma, finalmente seu pedido de ajuda tinha sido atendido.

“Olá Maria, desculpe a demora para te dar alguma resposta, eu estava organizando um plano para sua proteção e das crianças.

Eis o que vamos fazer: Hoje, para ser mais exato daqui a uns minutos, um esquadrão vai chegar na sua casa. O comandante deles se chama Pietro e eles são confiáveis. Três deles vão ficar dentro de sua casa para protege-los caso algo aconteça.

Terei mais soldados protegendo o resto dos lugares próximos a onde você está, peço para que confie em mim e não se preocupe, tudo vai dar certo.”

Assim que ela terminou de ler o e-mail, ouviu o som de batidas na porta e seu coração gelou. Andou calmamente até a porta e olhou pelo olho mágico para ver quem era. Tinham três pessoas, dois homens e uma mulher, todos eles vestidos com o uniforme do clã Angeli.

A mulher era ruiva, com os olhos bem verdes e suas bochechas eram pintadas pelas sardas. Seu corpo era bem definido e ela tinha duas espadas vermelhas presas nas costas, formando um X. Seu olhar era firme e determinado assim como o dos homens que a acompanhavam.

Um dos homens era bem alto, com o corpo bem musculoso, seus olhos eram castanhos da cor da terra. Seu cabelo marrom preso em um rabo de cavalo chegava até sua cintura. Ele tinha um machado marrom preso em suas costas.

O outro homem era um pouco menor que o anterior, tinha os cabelos loiros arrepiados, era pálido e seus olhos eram de um azul quase cinza. Sua arma era um enorme leque branco que estava preso em suas costas.

— Meu nome é Gustavo – o homem mais alto se pronunciou – estamos aqui por ordens de nosso comandante Pietro – eles permaneceram parados do lado de fora esperando por alguma resposta.

Maria soltou o ar que estava prendendo, aliviada. Ela destrancou a porta e deixou que os três entrassem e logo voltou a fechar a porta novamente.

Bruno estava em seu quarto olhando pela janela. O céu estava limpo e a lua juntamente com as estrelas brilhavam, iluminando a cidade naquela noite. O menino sentia falta de se divertir na rua, desde o ocorrido com seus pais ele não pode mais ver o mundo do lado de fora daquela casa, ele mal poderia esperar que isso acabasse de uma vez.

— Eu prometo que me tornarei um feiticeiro forte e te protegerei - Ele andou até o berço onde sua irmã estava deitada e se debruçou sobre ele, olhando-a dormir. Ficou por ali alguns minutos e depois se deitou caindo logo no sono.

Os três especialistas mais a parteira estavam no andar de baixo.

—Como eu disse antes de entrar, meu nome é Gustavo, prazer – o especialista do elemento terra se apresenta novamente, apertando a mão de Maria – Ela se chama Alessandra – disse apontando para a mulher ruiva – e esse é o Héber – apontou para o homem pálido, especialista do ar – você já deve ter sido informada que faremos a proteção de vocês.

—Sim, acabei de ler um e-mail do Ricardo me comunicando – ela sorriu.

—Antes que eu me esqueça, o chefe mandou um anel mágico com mais alguns suprimentos para que possamos sobreviver até que tudo isso passe – ele disse entregando um anel aparentemente normal para a parteira – aí tem comida, roupa, itens de higiene entre outras coisas.

— Muito obrigada, estávamos realmente precisando – ela colocou o anel no dedo.

— Vamos começar com algumas explicações – Gustavo contou grande parte do plano, detalhe por detalhe, deixando tudo explicado para a mulher.

Depois de longos minutos conversando, os três especialistas se dividiram dentro da casa. A mulher ficou em frente a porta do quarto de Maria, o homem loiro ficou na porta do quarto das crianças e o outro homem ficou no andar de baixo.

Do lado de fora, os outros especialistas do esquadrão especial se dividiram. Eles estavam todos vestidos como impuros, se disfarçando no meio dos moradores do bairro. Por todo o bairro tinham soldados do Clã Angeli andando, fazendo rondas para proteger o local. O chefe dos Angelis estava disfarçado como padeiro em uma padaria em frente a rua onde as crianças estavam escondidas.

Algum lugar a Oeste do Brasil – 2005

Os capitães de alto escalão do clã Serith estavam todos reunidos na sala de reuniões junto ao chefe deles. A mesa tinha sete lugares e todos estavam ocupados.

— Acho que todos sabem o motivo de eu tê-los chamado. Hoje, nosso espião infiltrado no Clã Angeli nos deu uma informação muito valiosa, o paradeiro das crianças Velasques – o chefe falava com um sorriso no rosto, demostrando a felicidade que sentia por finalmente tê-los achado – mas o Ricardo já colocou seus soldados a postos por toda Santa Catarina para protege-los. Como ele não sabe que Michael é nosso informante, designou-o para proteger os arredores do lugar onde eles estão hospedados e é aí que nós já temos uma vantagem, pois ele colocou os soldados mais fracos em seu esquadrão para facilitar nosso trabalho. Darei a todos vocês no máximo um mês para se organizarem e trazerem aquele bebê até mim. Lembrem-se, eu quero o bebê vivo o outro vocês podem matar.

Todos ali presentes entraram em alvoroço, finalmente o objetivo deles seria cumprido. Estavam todos ansiosos pelo dia em que eles teriam aquela criança.

— O nosso primeiro capitão e meu sucessor será aquele que irá atrás do bebê dentro da casa, junto a mais cinco soldados de confiança, o resto de vocês podem fazer o que quiser do lado de fora. Agora que as instruções já foram passadas, vocês estão dispensados – o chefe dos Serith foi o primeiro a se levantar e sair da sala.

Os capitães começaram a se retirar, cada um estava indo juntar seus soldados para a guerra. Daqui a um mês eles teriam que estar preparados para conseguir aquela criança.

O mês foi passando devagar para todos. O clã Serith e Maria mal conseguiam dormir, a ansiedade pelo que estava para vir era maior. O esquadrão especial Angeli ensinava algumas técnicas de batalha para Maria, tentando deixá-la o menos desprotegida possível. Afinal, quanto mais pessoas para ajudar, melhor.

Santa Catarina - 2005

Já era noite e até agora tudo havia corrido muito bem, nenhuma presença dos Seriths. Bruno se preparava para dormir e Alessandra brincava com Luna em seu colo. Os outros dois especialistas estavam em seus postos.

Repentinamente, estrondos foram ouvidos do lado de fora. Gritos dos soldados Angeli enquanto eram mortos podiam ser ouvidos claramente. Gustavo encostou a mão no chão e começou enviar vibrações para o restante do esquadrão especial, incluindo Monique e Ricardo, alertando aqueles que poderiam estar desatentos. Alessandra entregou Luna para Maria e desembainhou as espadas e se colocou em sua posição em frente a porta de entrada..

—Maria preciso que vocês se escondam no porão que tem em baixo dessa sala – Héber abre uma passagem que havia no chão – entre que eu irei buscar o menino – assim que ele terminou de falar, barulhos de janelas sendo quebradas no andar de cima puderam ser ouvidos – anda, anda – ele largou a porta da passagem aberta e correu para o andar de cima.

Antes que pudesse entrar no quarto, o especialista loiro conseguia ouvir o choro do menino. Ele tirou o leque que estava nas costas e chutou a porta do quarto, entrando em seguida. Um homem vestindo um capuz preto, com as bordas vermelhas, segurava Bruno pelo braço enquanto fazia a água de dentro de um pote em sua cintura, começar a subir pelo nariz do menino.

— Largue o menino agora mesmo – Héber apoiava seu leque no chão e tirava o capuz da cabeça, revelando seus cabelos loiros e sua cor pálida. O Serith apenas soltou uma gargalhada, zombando da cara do Angeli.

— Quero que me obrigue. Pra exigir uma coisa dessas, tem que ser no mínimo melhor do que eu – ele jogou Bruno dentro do guarda roupa e lacrou o móvel com um pouco de gelo para que o menino não saísse de lá.

 


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Notas finais do capítulo

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