Maria escrita por Maria Lopes


Capítulo 3
CAPÍTulo 2




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— Acorda, acorda, acorda, acorda... - grita a Bia, enquanto me balança pelo ombro.

— Calma, já estou acordada. Não é natural acordar tão alegre. - reclamo.

— Para de ser rabugenta, e vai se arrumar. Hoje é seu primeiro dia - ela fala tão animada, que eu fico pensando que se eu não tivesse com sono, me animaria também. - Rápido Maria

Me levando naquela lentidão, vou no banheiro, tomo um banho rápido e depois vou me vestir, e quando finalmente fico pronta, me olho no enorme espelho que tem na porta do guarda-roupa. Vejo, a imagem de uma menina magricela, com as pernas a mostra, de saia preta preguiada que vai até a metade das coxas, de camisa branca, gravata preta, e um casaco (palitó, ou sei lá o quê) com o brasão da escola bordado(São Valentim), de coturno surrado, cabelos castanhos, longos e molhados, olhos cinza triste, um rosto sem expressão.

Dou mais uma olhada no espelho, e então desço.

— Bom dia, menina - Cida me cumprimenta ao me vê entrar na sala de jantar.

— Bom dia, Cida. Bom dia, Seu Marcos. Bom dia Babi.

— Senhora Babi - ela fala séria, então a olho sem entender. - não me olha com essa cara de assustada, Maria. Foi uma brincadeira.

Dou um risinho de canto.

— E eu não ganho bom dia? - Bia pergunta

— Não, você me acordou aos gritos.

— Se acostume - seu Marcos diz - ela e Babi são duas gasquitas.

Babi, olha pra ele com cara de ofendida, o que faz todos caírem na gargalhada.

Tomamos o café, e Babi nos leva ao colégio.

Estranho, não tinha parado para pensar. Novo colégio, novas pessoas. Eu não sou o tipo de menina popular, sempre fui considerada a estranha "sabi-tudo" no meu antigo colégio, mas pelo menos eu tinha o Manuel, que eu o chamava de Neco (e por falar no Neco, desde que tudo isso aconteceu eu não falei com ele, hoje assim que as aulas acabarem, vou lá).

Chegando na escola, Bia corre e abraça um magricela, alto e incrívelmente bonito, depois de um tempo eles olham em minha direção.

— Maria - Bia grita me chamando e chamando atenção de geral (onde eu encontro um buraco pra me esconder?)

Me aproximo

— Oi.

— Esse é - ela tenta me apresentar o cara, mas é interrompida pelo mesmo.

— Sou o Gabriel, mas pode me chamar de Biel, eu sou o amigo mais gato e estiloso que a pimentinha tem.

— Pimentinha? - pergunto, rindo.

— Não rir - Bia pede

— Tá bom - digo sem me conter.

— Vamos - O Biel chama - Vamos na secretaria atrás dos seus livros e da chave do seu armário.

— Tá bom.

Eles vão me mostrando uma parte do colégio, enquanto seguimos para a secretária. Chegando lá, eu peguei meus materiais, meu horário de aulas e minha chave e seguimos para o meu armário, guardo nele a tonelada de livros que recebi, e pego o livro da minha primeira aula, e graças a Deus tou na turma com a Bia e o Biel.

Aula de história. Não sou muito fã dessa matéria, mas a aula foi tranquila. Após a aula de Historia, tem a de química. Entrei e me sentei na ultima bancada, fiquei esperando a aula começar, Bia e Biel ficaram na bancada a minha frente.

— Bom dia, galerinha do mal. Como foi o final de semana de vocês? - O professor pergunta animadamente, e de repente para e me olha fixo - Vejo um rosto novo, nessa gangue. Como é seu nome, meliante?

Nisso entra um loiro na sala.

— Boa tarde, senhor Veiga.

— Bom dia, Dom.

— Boa tarde, né. Depois de um atraso desse. Vai meliante, senta ali com a nova meliante. E por falar nisso, seu nome meliantezinha.

— Ele não vai desistir, então diz seu nome - O loiro sussurra sentando ao meu lado.

— Maria - respondo encabulada

— Maria?

— Lopes

— Seja bem vinda, senhorita Lopes. Eu sou o professor Carlos, mas pode me chamar de Dom - diz me dando uma piscadela - Como você resolveu aparecer depois das aulas já terem começado terá que pegar a matéria dada com um colega. Você pode ajuda-la senhor Veiga.

— Sim, Dom. - Responde me olhando de canto de olho.

— Ótimo, vamos começar. A aulinha básica de hoje será sobre ... Tam tam tam... - Faz um suspense - Nossa amiga tabela, periódica.

A aula corre bem animada, vez ou outra o Veiga tenta puxar papo, mas não dou muita trela. Garotos como ele, não são amigos de garotas como eu. Ao final da aula, me levanto bem rápido, e saio as pressas, ele me alcança.

— Maria? - Olho pra ele um instante e continuo caminhando - Eu sou o Pedro.

No mesmo instante avisto o Biel e a Bia, e tento seguir, mas o Pedro me segura pela mão.

— É falta de educação deixar alguém falando sozinho.

— Mais falta de educação é agarrar alguém que você não conhece - digo puxando o meu braço, saio.

— Eita que a Maria não perde tempo, hein? - o Biel brinca, quando eu chego, o que me faz revirar os olhos. - É brincadeira menina.

— Vamos para o refeitório, tou morrendo de fome.

— E quando você não ta? Parece que tem um buraco negro dentro da barriga, tão pequena mas come que nem um batalhão. - Biel diz, me fazendo rir da careta que a Bia faz para ele.

Ao chegarmos ao refeitório, a Bia pega uma bandeja e coloca um pouco de tudo, o Biel pega um hamburg com fritas.

— Não vai comer? - Biel pergunta para mim, enquanto seguimos para uma mesa no canto do pátio.

— Eu tou sem fome.

— Eu tenho dinheiro, Maria. Tu pode comprar que eu pago. - Bia oferece.

— Não tou com fome. - desse de forma dura me sentando em seguida, o Biel percebe a tensão e tenta mudar de assunto.

— O que achou da aula de química?

— Legal, o professor é engraçado.

— O Dom realmente é hilário, um dos melhores professores. - A Bia comenta alegre. o que me faz rir. - próxima aula é de literatura, a professora é louquinha.

— E você a adora ela.

— Adoro mesmo - diz dando de ombro. E quando olho para a bandeja dela, ela ta quase acabando tudo. Fico espantada.

— Não se espante, é daí para pior. - Ela faz uma careta em resposta para o que o Biel disse, o que me faz rir. percebo que eles dois juntos são uma comedia.

O sinal toca e seguimos para a aula.

Depois das aulas de literatura, veio o almoço, e eu já estava azul de fome. Vamos para o refeitório novamente e eu vou direto para a mesa, o ruim de escolas particulares é que elas não dão lanche, a gente tem que pagar por eles. Fico na mesa, esperando pela Bia e o Biel, quando o pedro se senta na minha frente.

— Oi - diz sorrindo, olho para ele surpresa e em seguida desvio o olhar para onde ta o Biel e a Bia. - O Gato comeu sua língua? - O ignoro, até que ele toca meu rosto. Me viro para ele rapidamente, assombrada. Ele retira a mão - Tão linda e tão misteriosa. - Reviro os olhos.

— Você poderia me deixar em paz?

— Então você falar - Volto a ignora-lo - porque você não gosta de mim?

Volto a olhar para ele

— Nem te conheço.

— Não seja por isso - Ele me estende a mão, sorrindo - Sou o Pedro Veiga, o cara mais simpático, divertido, talentoso, melhor jogador do time do São Valentim e também o mais gato do Colégio.

— E o mais modesto também. - digo revirando os olhos

— Ainda bem que percebeu. - diz, o que me faz rir com o canto da boca. Enquanto isso, Bia e o Biel vem chegando.

— Se perdeu, Pedro? - O Biel pergunta. Me entregando uma bandeja de comida.

— Não precis... - Ele me interrompe.

— Come, não vai passar o dia de fome. E você Pedro, não me respondeu.

— Eu fiquei encantado com a beleza dessa morena - diz me olhando - E quando percebi ja estava aqui, a admirando. Mas já vou indo. Xau para vocês.

— Não caia na lábia dele - o Biel diz sério

— Não se preocupe - digo dando de ombros.

— Ele não para de olhar para cá - Bia diz olhando para a messa onde para onde ele foi - Alias, não só ele como o H também.

— H? - Digo olhando na mesma direção que ela tava olhando, vejo o Pedro em uma mesa com varias garotas e vários caras, quando ele me vê olhando, sorrir e pisca para mim. Desvio o olhar, e acabo encontrando o de um outro garoto. Ele é um pouco diferente do Pedro, este é loiro, cabelo desgrenhado, dos olhos verdes, sarado, alto, vive sorrindo. O Outro também é alto, parece ser sarado, moreno, com os cabelos bem alinhado, e me encara com um olhar serio, me da uma sensação estranha, aqueles olhos cinzas me encarando. Desvio novamente o olhar, e olho para o Biel.

— É o Henrique, desde a primeira série que os amigos dele o chama por H, acabou que todos começaram a chama-lo assim, que nem Hércules o semi Deus grego. - Bia diz

— Ah ta... E porque você não gosta do Pedro, Biel?

— Ele é um babaca, todos daquela turminha são. Mas ele e o H são os piores.

— Tem também a vacaranha da Maize, que se acha a bam bam bam, só porque é a capitã do time de volei.

— Do nada ela começou a humilhar a Bia na frente dos outros. - Biel diz

— Que idiota - digo.

— Todos são.

— É melhor mudarmos de assunto antes que eu me estresse - Bia diz.

E assim o almoço corre tranquilamente, depois vamos para a aula da tarde. O dia acaba bem, ao chegar em casa a o Bia diz a Babi que eu não queria comer devido a não ter dinheiro para isso. A partir daí, todos os dias ela me da dinheiro para almoçar no colégio. É chato depender tanto deles. Tento que arrumar um jeito de ganhar o meu próprio dinheiro. E dessa forma, arrumo um emprego em uma lanchonete no calçadão de Ponta Negra, chamada "Ao Sol", a dona é Marisol, uma senhora viúva, muito engraçada. Expliquei minha situação e ela me contratou na hora, trabalho na sexta, no sábado e no domingo. Ninguém sabe, mas meio que a Babi tá desconfiada.

O tempo vai passando e as coisas estão indo bem, me dou super bem com o pessoal da casa de Babi. A Bia e eu estamos cada vez mais próximas. Com o Biel, também. O colégio só tem riquinhos mimados, e os piores são os meninos do time de futebol e as meninas do vôlei, são extremamente INSUPORTÁVEIS. No trabalho tava bom, ate descobrir que é o ponto de encontro dos super atletas, que aproveitam para serem mais babacas do que o normal.


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Notas finais do capítulo

Eaê galera, tudo bem com vocês?!
Gostaria que vocês dissessem o que tão achando, e curtisse. Pois dessa forma me motiva a escrever com mais frequência. Bjs. Amo vocês.



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