30 Day OTP Challenge escrita por Sue2011


Capítulo 16
Capítulo 16 - Day after Day


Notas iniciais do capítulo

Dia 16 -During their morning ritual(s)
Gênero: Fluffy, Romance
Breve Descrição: Aquele em que o casal enfrenta a rotina depois de se tornarem pais de gêmeos.



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Emmett estava exausto, havia olheiras profundas em seus olhos e a barba estava por fazer, ele entrou no quarto pé ante pé com medo de acordar Rosalie que estava tão acabada quanto ele próprio. Tinham realizado o sonho de  ser pais, finalmente depois de dois anos em que se aproximaram ainda mais e procuraram um no outro o consolo para curar as feridas após a perda do primeiro bebê, com o tempo a dor diminuirá e eles se sentiram prontos para tentar novamente e foram duplamente abençoados. Pais de gêmeos.

É, parecia que a pior parte vinha agora. As noites insones, os breves cochilos durante o dia, o silêncio medroso para não acordar as crianças, tudo isso agora fazia parte da rotina.

Emmett não encarou o relógio, não precisava olhar para saber que eram exatamente 04:30 da manhã, todas as madrugadas, exatamente as quatro Richard acordava chorando o que por consequência acordava Emily e como Rosalie passava os dias com as crianças enquanto ele estava no trabalho ele não fazia mais do que obrigação ao se responsabilizar por elas durante as madrugadas. Levantava, esquentava as mamadeiras com leite materno que armazenavam na geladeira e depois esbarrava pelos corredores enquanto bêbado de sono tentava acertar o quarto dos dois bebês de quatro meses. Pegava-os no colo, primeiro um e depois o outro e os alimentava, em seguida os ninava até que eles por fim dormissem. Quando Emmett voltava ao quarto eram exatamente quatro e meia da manhã, ele deitava e apagava num sono sem sonhos.

As 06:30 o despertador tocou, Rosalie abriu os olhos e tentou se mover apenas para perceber mais uma vez que Emmett a mantinha presa com a mão em sua cintura e o corpo grande colado ao seu. Ela ria e se desvencilhava virando de frente para ele e o beijando.

—Bom dia, meu amor. É hora de levantar. -  O beijou novamente e Emmett retribui, logo depois puxou os lençóis sobre a cabeça indicando que ainda não queria levantar.

—Mais 10 minutinhos, ursinha. - Pediu com voz manhosa fazendo Rosalie rir e se levantar. Nada fora do normal, sabia que ainda demoraria pelo menos vinte minutos para que Emmett de fato levantasse.

Caminhou para o banheiro tirando a camisola e jogando no cesto de roupa suja.

— Você errou.- Ouviu a voz vinda da cama mesmo com os lençóis cobrindo sua cabeça, Emmett não precisava olhar para saber que ela tinha errado, ela sempre errava, tinha uma pontaria horrível. Rosalie bufou voltando para apanhar a camisola como fazia todas as manhãs.

—Erro de cálculo. - Se defendeu e entrou no banheiro.

Tomou seu tempo ensaboando o corpo e lavando os cabelos dentro do box, logo depois escovou os dentes e passou a mão no espelho do banheiro tentanto dispersar o vapor quando ouviu o som vindo da cama. Ela riu, Emmett ia reclamar que estava atrasado e ia entrar no banheiro correndo, bateria o dedo mindinho na quina da porta e então perguntaria porque ela não o tinha chamado mais cedo. Cinco segundos depois um alvoroçado Emmett entrou no banheiro.

— Estou atrasado! – Guinchou entrando correndo no banheiro, bateu o dedo na quina da porta e gemeu alto. – Aiii! Merda. Rosalie, porque não me chamou mais cedo? - Não havia raiva em sua voz, apenas lamentação.

Tirou a cueca e soltou de qualquer jeito no chão do banheiro no exato momento em que Rosalie terminava de pôr um vestido florido que chegava aos seus joelhos, ainda estava de licença maternidade então se ocupava de fazer o café da manhã para o marido atrasado depois de checar os filhos.  Rosalie riu divertida vendo Emmett se atrapalhar todo enquanto tentava se ensaboar e escovar os dentes ao mesmo tempo.

—Eu chamei, você disse mais dez minutinhos. - Se defendeu. – Vou fazer o café da manhã. – Avisou se dirigindo a cozinha, mas parou no meio do caminho para observar os bebês que dormiam como anjinhos. Mas não por muito tempo.

Rosalie abriu a geladeira pegando frutas frescas, queijo ricota e dois iogurtes, partiu as frutas e depois colocou tudo sobre a mesa posta para dois, sempre tomavam o café da manhã juntos.  Trabalha num silêncio confortável quebrado apenas pelos sons vindos do quarto enquanto Emmett procurava as roupas para se vestir. Rosalie já tinha lhe dito um milhão de vezes para deixar as roupas devidamente separadas pela noite, mas ele se recusava a escutá-la. Contou até três e então...

—Amor, você viu minha gravata? - Ela riu.

— No mesmo lugar que você deixou. – Respondeu colocando pão na torradeira e pegando um pote de requeijão light na geladeira, desde a gravidez havia feito o possível para mudar seus hábitos alimentares, queria um estilo de vida mais saudável e Emmett mesmo a contragosto embarcou com ela naquela aventura.

—Não seja má, Rose. Eu não sei onde eu deixei. – Ele falava num tom alto, porém tentando sussurrar para não acordar os bebês, Rosalie revirou os olhos.

—Está em cima da sua mesa no escritório, perto da maleta.

—Obrigado, eu amo você. – Ele disse e Rosalie ouviu o som dos seus chinelos de borracha barulhentos enquanto ele se afastava a passos rápidos pelo corredor.

A torradeira apitou e Rosalie tirou as torradas colocando-as sobre a mesa.

No minuto seguinte Emmett chegou e a beijou.

—Não tem bacon? - Perguntou fazendo biquinho e Rosalie lhe deu um tapa de brincadeira na cabeça.

—Hoje não é quarta, lembre-se do combinado, bacon e ovos nas quartas. Agora para de reclamar e coma, você está atrasado. - Ele riu e deu de ombros.

—Eu sempre estou atrasado. Não é nenhuma novidade. – Pegou uma torrada e passou o requeijão, serviu-se de café preto bem forte e começou a comer junto com a esposa. Adorava as manhãs ao lado de Rosalie, adorava cada minuto perto dela, cada mínimo momento ao seu lado, mesmo fazendo as coisas mais triviais.

Um choro cortou a cozinha e Emmett escondeu o rosto com as mãos, sentia que ele próprio estava prestes a chorar, Rosalie deu uma risadinha e escovou os dedos dela nos seus num gesto de conforto. Ele baixou as mãos e sorriu para ela. Tinha passado a noite inteira dando pequenos cochilos enquanto os filhos se alternavam em acordar, uma vez para trocar a fralda, outra por fome e outra simplesmente porque eram manhosos. Geralmente Emily acordava e chorava tão alto que até os vizinhos deveriam acordar o que não demorava para acordar Richard.

—É melhor eu ir antes que…- Rosalie disse e então o som de outro choro interrompeu sua declaração.

—Vamos, vamos lá. – Emmett a encorajou e seguiram pelo corredor de mãos dadas, não se importava se ficasse ainda mais atrasado, eram aqueles pequenos momentos que faziam suas manhãs valerem a pena. Empurrou a porta do quarto e se dirigiram para os berços encontrando seus dois pequenos anjos. Rosalie os observou com um sorriso agradecendo mais uma vez a Deus por ter tido filhos saudáveis e fortes e por ter um marido como Emmett ao seu lado que não era apenas um bom marido, mas um pai dedicado.

Emmett pegou a filha em seus braços acalentando a pequena de bochechas grandes e rosadas com grandes olhos verdes como os de Rosalie e cabelos escuros como os seus, assim que se sentiu aconchegada nos braços grandes do pai o choro cessou e ela abriu um babado sorriso sem dentes fazendo com que as covinhas ganhassem destaque.

—Era só manha não era? - Ele disse acariciando suas bochechas e depositando um cheiro suave naqueles cabelos sentindo o cheiro de bebê misturado a um odor bastante característico. – Ah! Emily, na hora do café do papai?- Reclamou levando a filha para o trocador enquanto observava Rosalie sentar numa poltrona confortável com o pequeno Richard nos braços que tinha as mesmas características da irmã. Emmett se embasbacou por um minuto observando a esposa baixar o vestido e dar de mamar ao pequeno bebê e havia tanto amor no gesto que ele pensou que poderia ficar horas ali parado absorvendo aquela aura de felicidade e amor verdadeiro apesar do cansaço que sentia. Todo cansaço, todas as incertezas e dificuldades sumiam quando ele encarava a família que tinha.

Emily claramente discordava pois deu um gritinho incomodado e puxou os cabelos do seu antebraço chutando com as perninhas pequenas.

—Impaciente como a mãe. – Ele disse em voz alta atraindo a atenção de Rosalie que semicerrou os olhos com diversão.

—Engraçado como sempre são parecidos comigo quando é alguma característica que te desagrada. – Ele deu de ombros e começou a trocar a fralda da pequena que se mexia inquieta.

—Obviamente eles puxaram as coisas boas de mim. Não poderia ser diferente, afinal só tenho coisas boas para oferecer. - Piscou divertido e voltou a se concentrar na tarefa.

Meia hora depois as crianças já estavam devidamente banhadas, trocadas e alimentadas sendo aninhadas por Rosalie no carrinho de bebê enquanto Emmett terminava de devorar o sanduíche que tinha deixado pela metade no prato. Olhou para o relógio de pulso arregalando os olhos ao ver que já eram quase oito.

—Cacete, eu to muito atrasado, tenho uma reunião as 08:15.- Rosalie riu enquanto ele corria desesperado pela cozinha lavando os pratos e guardando os alimentos que sabia que Rosalie não usaria.

—Se tivesse levantado na hora que eu chamei...- Deixou a frase no ar apenas para tortura-lo mais um pouco e o viu revirar os olhos e jogar as mãos para cima. – Seu papai é um bobo não é bebê? É um bobo sim, mas é o nosso bobinho.- Perguntou ela falando aos filhos.

Emmett correu da cozinha para o escritório pegando a mala e a gravata.

—Você quer que eu espere a Jane chegar para te ajudar antes que eu saia?- Perguntou se aproximando da esposa e depositando um beijo suave nos lábios dela. A maternidade só tinha feito de Rosalie ainda mais radiante.

—Emmett, nós vamos ficar bem, vai logo antes que você seja demitido. – Ela riu vendo-o se abaixar para se despedir dos filhos. E quando ele começou a caminhar em direção a porta Rosalie revirou os olhos vendo a rotina se repetir, todos os dias nesse exato momento ela se dava conta como o marido era desastrado e não conseguiu conter a gargalhada. Emmett usava sua roupa social com os chinelos de borracha, não tinha colocado os sapatos.

—Belos sapatos. - Ela disse quando ele já tinha chegado na porta. O marido baixou os olhos encarando os próprios pés e praguejou.

—Que bosta. - Ele riu e voltou correndo para o quarto. Saiu cinco minutos depois completamente vestido. – E agora? Mais alguma coisa errada, senhora Cullen?- Perguntou dando uma voltinha e Rosalie mordeu os lábios vendo como a calça social moldava bem o traseiro redondo e o terno assentava perfeitamente em seus ombros largos, ele todo gritava sensualidade.

—Não, senhor Cullen. Tudo certo. Pode ir. – Emmett mais uma vez se aproximou e a beijou.

—Tenha um bom dia, vejo você mais tarde. Eu amo você. Amo vocês também. – Disse aos filhos e então saiu batendo a porta.

Rosalie sentou no sofá e cruzou as pernas  olhando para a mesinha de centro com um sorriso de quem sabe o que vai acontecer em seguida, os bebês tinham dormido embalados pelo movimento do carrinho e agora ressonavam com tranquilidade. Ela contou de um até dez.

—Porra, eu esqueci a chave do carro.- Emmett abriu a porta da sala entrando. Passou as mãos nos cabelos nervosamente.

—De novo. – Rosalie disse condescendentemente.

Ele caminhou a passos duros até a mesa de centro e pegou a chave em mãos.

Pela terceira vez aquela manhã ele se despediu da esposa e dos filhos. E Rosalie voltou a se perguntar se Emmett era distraído ou se tudo aquilo não passava de sua relutância de sair para trabalhar quando claramente ele desejava  permanecer em casa com ela e os bebês.

X

A noite, Rosalie e Emmett estavam enroscados um no outro, respirando o mais baixo possível com medo que até um simples suspiro pudesse acordar os filhos. Emmett ressonava cansado e Rosalie refletia sobre tudo o que acontecia na vida deles como casal e como pais. Tinha a noção de que não poderia se sentir mais feliz com sua vida do que naquele momento. Claro que sentia falta de ter mais tempo para cuidar de si, para sair com as amigas e até de ter energia para desfrutar de uma noite de amor mais intensa com seu marido, sabia que não seria fácil e que a gravidez e os primeiros meses não seriam o sonho colorido que os livros, novelas e comerciais pintavam, mas ganhara coisas muito mais preciosas do que aquilo e sabia que não demoraria para que os bebês crescessem. Estava irradiando felicidade, mas as vezes se perguntava o que Emmett achava de todas aquelas mudanças, ele quase nunca reclamava e tentava fazer de tudo para agradá-la, porém Rosalie via o quanto estava cansado e que quase não saia mais com os amigos concentrando todos os seus esforços nela e nos bebês e também no trabalho. Acreditava que o marido estava feliz, entretanto depois de uma conversa com Jane aquela tarde as dúvidas começaram a maltratar seu coração.

Se mexeu inquieta na cama e Emmett a puxou para mais perto.

—Durma, Rose. Daqui a pouco está na hora de alimentar os bebês. – Ele murmurou sonolento e antes que Rosalie pudesse se conter as palavras escaparam de sua boca.

—Você está feliz, Emm ?- A pergunta o pegou desprevenido, mas mais do que isso, o que chamou sua atenção principalmente foi o tom de vulnerabilidade na voz da esposa. Ele abriu os olhos de uma vez e piscou tentando espantar o sono.

—Claro que eu estou feliz, Rose. Estamos vivendo tudo o que sempre sonhamos, eu tenho você e nossos filhos, um bom emprego e amigos que estão sempre ao meu lado.- Ele enumerou todos os motivos pelos quais se sentia grato e ainda seria capaz de dizer muito mais.- Por que a pergunta? Eu fiz algo que chateou você ou...

—Não, não, não é isso. – Ela disse por fim se aproximando mais do corpo dele e deixando as mãos tocarem o tórax musculoso e desnudo enquanto deitava a cabeça no braço, aspirou seu cheiro sentindo-se mais calma. – É que hoje eu... bem, é que... Jane estava comentando que muitos casais não conseguem superar o distanciamento que surge após o nascimento dos filhos. Ela disse que já viu muitos casais sucumbirem diante da rotina e hoje eu percebi que...Nossas manhãs são quase sempre iguais, então me perguntei se você estaria cansado disso.- Deixou que tudo escapulisse de uma vez, não tinha vergonha de se abrir com Emmett, procuravam ser sinceros sobre seus sentimentos um para com o outro.

Emmett passou uma das mãos pelas costas dela trazendo-a mais para perto e a beijou ternamente nos lábios então a encarou nos olhos.

—Rosalie, cada dia com você é especial. Ter você e nossos filhos por perto é a minha própria versão de paraíso, cada vez que entro por aquela porta e sinto seu cheiro, sinto sua presença é como se todo o resto sumisse, cada minuto, cada pequeno gesto repetido ao seu lado parece novo e ganha novas conotações pois a cada segundo o meu amor por você se renova.

Se beijaram novamente e então consumaram seu amor com gestos unindo seus corpos de mesmo modo que suas almas estavam unidas.

As 04 da manhã um choro soou no quarto e Emmett sorriu.

—Deixa que eu vou.- Disse a Rosalie se levantando. E ele percebeu que de fato, amava cada pedacinho da sua rotina.


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Notas finais do capítulo

Oiii pessoal
Ontem chegamos as 1000 visualizações e eu to bem feliz
Obrigada a cada um que está acompanhando e especialmente a Mack Lutz e a Regiane Helena que tem comentado os capítulos aqui, vocês são demais
Espero que tenham gostado desse capítulo. Ele pode ser considerado a continuação do capítulo do dia 08.
Beijinhos e até amanhã



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