50 Tons Depois do Felizes Para Sempre escrita por Carolina Muniz


Capítulo 9
7.


Notas iniciais do capítulo

Oii



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• Capítulo 7 •

Christian estava em sua sala, na Grey Enterprise, acabara de sair de uma reunião com alguns assessores de Nova York, Taylor havia acabado de lhe informar que Ana havia ido para casa, mas não disse o motivo. Ele não sabia se ligava, ou fazia Taylor fazer Sawyer arrancar o motivo dela.

Estava difícil nos últimos dias qualquer tipo de comunicação com Ana. Ele não a culpava, claro. Como poderia?

Ele não achava que algum dia - em anos e anos - não se culparia profundamente pelo que fez.

Perdeu o controle da pior maneira com a mulher que amava, se igualando àquele que mais odiou em toda sua vida.

Não que o cafetão amasse sua mãe.

Talvez aquilo só o fazia ser pior do que ele, pois Christian realmente amava Anastacia.

Numa decisão repentina, ele pegou o celular e ligou para a esposa.

A morena atendeu no terceiro toque.

— Christian - o som da voz dela ecoou por seu corpo.

— O que houve? Por que foi para casa? - questionou de imediato.

— Hã... Por nada. Eu só quis vir.

Só quis ir? Desde quando a garota que batia o pé para trabalhar, simplesmente ia embora antes das 11h?

Alguma coisa estava errada.

— Você está bem? - perguntou, perdendo o tom firme

Ele ouviu a garota respirando do outro lado, assim como o desenho que deveria estar passando na TV, os resmungos de Teddy...

— Eu estou bem, não se preocupe - ela respondeu finalmente.

— É impossível não me preocupar, Ana - disse sincero.

Houve quase um minuto inteiro de silêncio, a respiração dela sendo audível pela falta de palavras.

— Juro que estou bem - garantiu.

— Não aconteceu nada?

— Não, eu só fiquei com saudade do Teddy.

Aquela era uma ótima desculpa, e ele até acreditou por intermédio. Ana era a mãe mais colada no filho que o mundo já viu. Há pouco tempo ela conseguira sair sem Teddy sem que voltasse para casa uma hora depois, por estar sentindo falta dele. Ele sabia que ela ainda ligava de pelo menos duas em duas horas para escutar a voz do bebê, ou para vê-lo em uma ligação em vídeo.

— Tudo bem... Até depois.

— Ta'.

Ele encerrou a ligação.

Mas que porra, como eles chegaram àquilo?

Ele olhou mais uma vez para os papéis em sua mesa. Eles estavam lá quando ele chegou naquela manhã, Andréa deve ter os recebido. Não foi surpresa quando abriu e viu o que era. Ele já havia lido três vezes, e ainda não sabia o que fazer com aquilo.

— Sr. Grey, Ana está saindo com Teddy - Taylor informou alguns minutos mais tarde.

— Para onde ela está indo?

— Para uma consulta com a Dra. Greene, senhor.

Christian franze o cenho.

O que ela ia fazer lá? Ana havia ido numa consulta há poucos meses.

— Tudo bem, me avisa quando ela sair.

— Sim, Senhor.

Aquilo ficou em sua cabeça pelo resto da tarde, ainda mais a forma que a garota havia demorado no consultório.

Às 17h, Christian foi para casa, e ao contrário do costume, não encontrou Teddy na sala coma governanta.

— Cadê o meu filho, Gail? - questionou a mulher na cozinha.

— Ele está dormindo, senhor. Passou o dia brincando com a mãe, tomou uma mamadeira e capotou no berço há horas, estava muito cansado - informou ela. - Mas já deve estar prestes a acordar, com certeza.

Christian concordou com a cabeça e foi até o quarto do menino.

Teddy já estava acordado, e como sempre, nem barulho fazia se não estava com fome, apenas brincava com os mobiles acima.

— Hey, cara - Christian fez um carinho em sua barriga e o garoto se agitou ao ver o pai.

— Papai - gritou, levantando-se, ficando de pé no colchão, sorrindo com todos os dentinhos. - Mãozinho', mãozinho', papai - comemorou ele.

— O quê? - questionou Christian rindo pela empolgação do garoto.

— Mãozinho' aqui na mamãe - ele apertou a própria barriga. - Fez assim ó 'tum tum tum tum tum'.

Com uma criança de um ano e cinco meses esperto como Teddy, não era difícil entender quando ele gesticulava tão bem e ainda tinha em vista os acontecimentos recentes.

Ana havia se sentido mal ontem, mas hoje acordou muito bem - não era nenhuma virose, ela havia ido ao consultório da Dra Greene sem nenhum motivo aparente, e Teddy falava sobre um 'mãozinho' agora.

Christian inspirou o ar profundamente.

— Quando vai chegar, papai? - Teddy perguntou, tirando-o de seus pensamentos e o pequeno surto que estava tendo.

— Chegar o quê?

— O mãozinho'.

— Ah, eu... Eu não sei, amor.

— Pegunta' pa' mamãe - sugeriu.

— Eu vou perguntar, eu prometo.

Ele com certeza vai perguntar.

— O papai precisa de um banho agora, okay?

— Ta' - concordou o pequeno Teddy, esticando-se para ser pego no colo.

— O que você quer?

— Zenho'.

— Tudo bem, eu vou te levar para a sala e qualquer coisa você chama a tia Gail, ta'?

— Sim, papai.

Christian pegou o pequeno nos braços, levou-o até a sala e o colocou dentro do cercadinho e ligou a TV.

Ajoelhou-se de frente para ele e recebeu sua atenção.

— Se comporta - avisou ao menino, que balançou a cabeça e sorriu, beijando a bochecha do pai em seguida.

Deus, ele morreria por aquele garoto.

Ele beijou a cabeça do menino e se levantou.

— Gail, Teddy está na sala - avisou à governanta em voz alta para que ela escutasse da cozinha.

— Sim, sr. Grey - respondeu ela antes que o outro sumisse pelo corredor em direção às escadas.

Okay, ele tinha muito o pensar agora.

Mas antes, precisava ter uma conversa com Ana. Toda aquela situação estava num nível patético, eles precisavam conversar.

A garota ainda estava num dos quartos de hóspedes - o que ele achava um absurdo, mas fazia de tudo para não discutir com ela - e foi até lá.

Ana estava linda, como sempre. Sentada na cama, as pernas cruzadas, totalmente concentrada no livro que lia. A morena levantou a cabeça e levou os olhos à ele.

Os incríveis olhos azuis que ele parecia se apaixonar a cada dia mais.

— Ana...

Ele falou, falou tudo o que queria dizer nos últimos dias. Não ia começar com questão de gravidez, não iria pressioná-la logo de cara trazendo provavelmente uma discussão. Com Ana, Christian aprendeu que precisava ser lívido muitas vezes. Não podia chegar exigindo, não podia começar com suas questões, ele precisava expôr seus motivos primeiro, precisava fazê-la ver que estava tudo bem antes de tudo.

Não foi fácil, no começo eles apenas começavam uma briga. Mas com o tempo todo mundo aprende. Inclusive eles.

Mas a pergunta chegou, e chegou fazendo a garota entrar em choque. Ele foi cuidadoso, mas na situação em que estavam, nem mesmo se ele tivesse sido o mais gentil do mundo, faria Ana não entrar em pânico.

— Eu não estou com raiva, não estou irritado - disse logo.

Christian ao menos sabia o que estava sentindo com a possibilidade de ter um novo bebê, não sabia se sentia feliz ao certo. Mas ele sabia que grande parte da morena, pensava na primeira reação dele ao que ela contou sobre Teddy. Não importava as milhares de desculpas que ele já havia pedido, não era algo que se esquecia.

Ele observou Ana morder o lábio inferior, as lágrimas pararem de escorrer pelo rosto, deixando a ponta de seu nariz vermelha e seus olhos incrivelmente claros.

— Eu... Sim - disse ela, a voz tão baixa que ele só escutou por estar bem próximo.

O mesmo balançou a cabeça, passou a mão pelo cabelo e mirou a janela com as cortinas abertas.

— Eu ia te contar, só não sabia como ainda. E eu descobri hoje. Comecei a desconfiar por causa dos enjôos e tudo mais, e aí eu fiz um teste e deu positivo, mas achei melhor a Dra. Greene confirmar, então...

Uma coisa sobre Ana: quando ela estava nervosa, a garota desatava a falar sem ao menos respirar.

— Tudo bem, Ana - ele interrompeu. - Se acalma - foi puro reflexo que ele segurou a mão dela.

Era estranho, estarem tantos dias se se tocarem, e de repente um simples toque na mão, já parecia uma ebulição. Ao contrário do que imaginou, a garota não se retraiu, e não puxou de volta, apenas ficou olhando, como se ainda não houvesse decidido o que fazer.

Christian a apertou de leve e então a soltou, Ana o encarou.

— Eu não quero fazer isso - disse ela. - Sabe... O divórcio, eu não quero. E eu também não quero que isso - ela indicou os dois - continue. O problema é que eu não consigo confiar em você.

Ela abriu a gaveta no criado mudo e pegou um envelope.

— Eu não assinei - mostrou os papeis da petição. - Mas também não rasguei. O bebê... - ela pressionou uma das mãos contra a barriga - pode ser em péssima hora, mas eu quero tanto ele quanto o Teddy. E nenhum dos dois merecem ficar sem você.

Ela suspirou.

— Eu te amo - declarou. - Eu não poderia deixar de te amar nem se eu tentasse. Mas eu preciso de um tempo, Christian, eu preciso voltar a confiar em você, e vou precisar que você respeite isso.

Christian sorriu de lado, levantou-se e se aproximou da morena.

Tempo.

Ela queria tempo.

Como ele poderia negar aquilo depois de tudo? Não poderia, óbvio.

— Eu vou te dar tempo... Quanto você precisar - prometeu ele, beijou sua testa e saiu do quarto.

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Notas finais do capítulo

Ai Zeus



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