Back to Love escrita por Raykel


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal,
Eu passei hoje o dia inteiro em casa de molho, pois estava doente, por isso me senti inspirada e me adiantei escrevendo, então decidi trazer um pouco de felicidade, e o capitulo novo chegou bem antes do que o esperado

Boa leitura...



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1 Ano Depois

Tommy Merlyn

— Está pronto, filho? – Pergunto entrando no quarto de Peter.

— Quase – Ele corre pelo quarto colocando suas coisas na mochila – Papai, onde tá os meus óculos escuros?

— Qual deles? – Pergunto sorrindo e olhando em volta.

— O melhor de todos – Ele responde correndo para pegar a gravata do uniforme.

— Está na sala – Digo sabendo de qual ele está falando, ele estava usando aqueles óculos quando me encontrou no beco em Chicago – Deixa que eu te ajudo.

Pego sua gravata e começo a fazer o nó.

— Papai, o Jimmy vai ficar com você ou com a mamãe hoje?

— O Jimmy vai ficar comigo. Sua mãe precisa resolver uns assuntos no trabalho, e hoje é a minha folga – Ele assente – Peter, eu sei que já conversamos sobre isso – Termino de fazer o nó da gravata, e ele me encara esperando que eu continue – Mas você fica chateado por eu passar muito tempo com o Jimmy?

— Não, papai, porque?

— Eu não estive presente nos seus primeiros anos de vida, só nos conhecemos a um ano, e eu vou estar presente em toda a vida do Jimmy, você não se sente excluído?

— Não – Ele sorri – A melhor parte disso tudo, é que eu sempre vou me lembrar das primeiras coisas que eu e você fizemos juntos – Eu fico um pouco confuso, e ele parece perceber pois continua se explicando – Se eu fosse um bebê quando nos conhecemos, eu não me lembraria quando ficasse grande. Mas eu sempre vou me lembrar do momento que te encontrei, e da primeira coisa que falou pra mim.

Me emociono com o que ele diz. Dou um abraço apertado em Peter que retribui.

— Eu te amo, filho – Digo segurando seu rosto – Nunca duvide disso.

— Eu também te amo papai – Ele sorri e corre para pegar a mochila e vestir o blazer xadrez do uniforme escolar – Vamos, não posso me atrasar.

— Amor, eu volto logo – Digo a Caitlin, que está com Jimmy no colo, sentada no sofá da sala.

— Tchau, mamãe – Peter beija a bochecha de Caitlin – Tchauzinho, Jimmy – Ele faz um carinho na mãozinha de Jimmy, que sorri para o irmão.

— Boa aula, filho – Caitlin diz.

Peter pega os óculos que estavam na mesa de centro, e corre em direção a porta.

Quando já estamos dentro do carro, começo a me lembrar de tudo que passei nos últimos anos, principalmente em como minha vida mudou do ano passado pra cá.

Ricardo Diaz me obrigou a abandonar minha família, a seis anos atrás. Ele me deu provas de que os vigiava constantemente, afirmando que se eu saísse da linha, ou tentasse contata-los, ele os mataria um a um. Ele dizia que estava fazendo aquilo comigo por eu ser a única testemunha do assassinato de seu pai, e gostaria de saber quem o matou, mas lá no fundo, eu acredito que talvez ele já soubesse da verdade. Nem eu entendo o que o Sebastian tinha a ver com tudo aquilo, mas saber que ele morreu me tranquiliza um pouco, pois sei que ele nunca se aproximará da minha família.

Depois que toda aquela confusão foi resolvida, eu finalmente conheci o marido de Thea. Foi difícil acreditar que a minha irmãzinha tinha se casado, mais difícil ainda quando descobri que por dois anos ela esteve morando tão perto de mim, e nunca nos encontramos. Descobri que Roy é um cara legal, logo já conquistou minha confiança. Eu fiquei um pouco desconfiado no começo, quando me contaram que os dois se conheceram com ele roubando sua bolsa, mas minha irmã colocou aquele ladrãozinho na linha, e eu percebi que ela está feliz. Foi incrível saber que ela estava grávida. Hoje minha sobrinha, Alysson, está com seis meses de vida. Aquela fofa com certeza, vai conquistar muitos corações quando crescer, Roy que fique de olho.

Outra coisa difícil de acreditar, foi que finalmente eu estava de volta em casa, com minha esposa, a mulher mais maravilhosa de todo o universo. Caitlin esperou por mim, ela nunca perdeu as esperanças de que um dia eu voltaria. Ela contou de mim ao nosso filho, ele já me amava sem nem mesmo me conhecer, e bastou eu vê-lo, para ama-lo também. Nossa família se tornou mais completa ainda, quando descobrimos que Caitlin estava grávida. Hoje, nosso pequeno Jimmy tem três meses de vida. Eu faço de tudo para recuperar o tempo perdido com Peter, mas Jimmy merece uma atenção muito grande, por ainda ser tão pequeno. Mesmo assim, eu tenho os filhos mais incríveis que poderiam existir, fazendo de mim o homem mais sortudo do mundo.

Oliver e Felicity continuam sendo os meus melhores amigos. Acho que se não fosse por eles, talvez nunca tivéssemos nos encontrado. Os gêmeos, Mike e Molly, são quatro meses mais velhos que Peter, por causa da pouca diferença de idade, os três estudam na mesma classe. Então, revezamos, para levar as crianças para a escola.

Paro o carro em frente à casa, e buzino várias vezes bem alto, fazendo Peter rir no banco de trás. Felicity abre a porta e acena para nós. Eu desço do carro e abraço Molly que vem correndo na frente.

— Tio Tommy – Ela diz um pouco desesperada – Não podemos nos atrasar.

— Você tá até parecendo o Peter.

Ela ri de meu comentário, mesmo não o entendendo.

— Bom dia, Tommy – Felicity me abraça quando se aproxima.

— Bom dia – Dou um beijo em sua bochecha – E cadê o Oliver?

— Papai está vindo – Mike responde, batendo em minha mão que estendi para ele.

Vejo Oliver sair da casa carregando as duas cadeirinhas. Como os gêmeos já estão grandes, elas também são bem maiores, mas Oliver as carrega sem nenhuma dificuldade.

Posicionamos os acentos das crianças dentro do meu SUV de 7 lugares. Comprei um carro maior, já pensando que meu plano de encher a casa de crianças ainda está de pé.

Voltamos a estrada, agora em direção à Enchanted Kingdom School, e com três crianças conversando animadamente atrás de mim.

Quando voltei para Starling City, até que foi fácil trazer minha vida de volta pra cá. Consegui meu emprego de volta no Hospital Geral de Starling, mas agora não mais como residente, e sim como cirurgião cardiotorácico. Eu amo ser médico. Já estava fazendo faculdade desde que terminei o colegial, mas travei o curso quando meu pai morreu, e eu decidi assumir a presidência da Global Merlyn. Mas depois de um tempo, percebi que eu não levava jeito pra isso, diferente do Oliver, que se deu bem no cargo, e fez a empresa da família dele crescer mais e mais. Cansado de fazer algo que eu não gostava, decidi promover meu vice-presidente, que era o assistente do meu pai, e um dos meus melhores amigos, para que eu pudesse seguir com meu sonho de ser médico.

Assim, Barry Allen se tornou o presidente da Global Merlyn, e eu sei que a empresa está em boas mãos. Principalmente depois de toda essa situação e o meu retorno. Thea e Roy se mudaram de volta para Starling City, e minha irmã se tornou a vice-presidente e assistente executiva da empresa da família.

Por falar no Barry, ele agora está namorando a Laurel. Finalmente aqueles dois pararam de enrolação, como diz a Caitlin. Fiquei sabendo que nos últimos anos os dois perceberam que se gostavam, mas um tinha medo de ir falar com o outro. Mas agora eles estão bem, juntos e felizes.

Alguns meses depois que retornei, alguns médicos do Hospital Geral de Starling formaram uma equipe, e se demitiram para servir de voluntários na África. Com o grande desfalque de médicos, eu liguei para o Will e contei o ocorrido. O mais rápido possível, ele e Nat já estavam aqui pedindo uma vaga no mesmo hospital em que trabalho. Agora, Will, Natalie e o pequeno Owen, moram a algumas quadras da minha casa, e nós voltamos a trabalhar juntos. Eles se casaram a dois meses, numa cerimônia simples no cartório, e um almoço na minha casa com as famílias e nossa galera.

— Olha a tia Sara – Ouço Molly dizer. Pelo retrovisor vejo ela apontando para fora.

Quando paro o carro no sinal vermelho, vejo Sara passar correndo na calçada, mais a frente vejo um homem de capuz preto, provavelmente fugindo dela. Sara voltou a trabalhar em campo, aquela ali não consegue ficar longe da ação. Soube, quando voltei, que ela estava namorando Ray Palmer, o gênio bilionário que abriu a sede da Palmer Tech aqui em Starling City. Aparentemente os dois se dão muito bem, afinal, já estão com a data do casamento marcado para daqui a cinco meses.

Paro o carro no estacionamento na escola.

— Chegamos – Digo soltando meu sinto.

Abro a porta de trás do carro e os três saltam para fora numa velocidade absurda.

— Não estão esquecendo nada? – Pergunto cruzando os braços e encarando os pequenos que me olham confusos.

— Ah desculpa, papai – Peter diz correndo em minha direção, ele pula em meus braços e me abraça apertado – Você que vem nos buscar?

— Sim, campeão – Digo o soltando – Eu estarei aqui às quatro.

— A gente pode tomar sorvete depois da escola? – Molly pergunta, fazendo a carinha mais fofa que existe.

— Isso depende, se vocês três se comportarem hoje na escola.

Os três começam a pular animados. Eu sei que eles vão se comportar, mas é sempre bom desafia-los a fazer o melhor possível. Ouvimos o primeiro sinal tocar dentro da escola.

— A gente tem que ir, papai – Peter me abraça mais uma vez.

— Tchau, tio Tommy – Molly me abraça também.

— Até mais tarde, tio Tommy – Mike estende a mão, e eu bato nela, depois ele também me abraça.

— Tenham um ótimo dia – Digo aos três que já estão se afastando – E aprendam a serem gênios como as mães de vocês.

Dirijo de volta para casa, depois de ter certeza que os pequenos entraram no prédio da escola.

— Que bom que você chegou – Caitlin diz andando apressadamente pela casa, assim que eu entro – Ray me ligou, eu pensei que só teria que assinar uns papeis, afinal eu ainda estou de licença, mas parece que algum idiota queimou a máquina mais importante do projeto. Não sei se vou conseguir resolver, provavelmente vou ter que chamar a Felicity pra me ajudar.

— Calma, amor – Digo segurando em seus braços, fazendo ela relaxar um pouco – Você vai conseguir resolver, seja lá o que for. Chame a Felicity, com vocês duas juntas, nada pode para-las – Dou um beijo em sua testa, e ela fica mais tranquila.

— Jimmy não quis dormir – Ela fala, agora mais calma – Ele está quietinho no berço. Deixei o leite dele na geladeira, você sabe como esquentar.

— Pode deixar comigo, amor – A puxo para mais perto, depositando um beijo em seus lábios – Relaxa, você está olhando para um mestre, vai ficar tudo bem – Digo depois que nos afastamos, e ela ri do meu tom sarcástico.

— Só mantenha nosso filho vivo – Ela diz pegando a bolsa – Eu não sei até que horas vou ficar na empresa, então não esqueça de ir buscar as crianças.

— Fica tranquila – Digo a guiando para a porta – Eu dou conta.

— Eu sei que dá – Ela me beija e abre a porta, acenando e mandando um beijo no ar antes de fecha-la.

Caitlin é a chefe do Departamento de Biotecnologia da Palmer Tech. Ela era médica quando nos conhecemos, mas expandiu seus conhecimentos para a bioengenharia. Tenho muito orgulho do que ela se tornou, como trabalhou duro para dar ao Peter uma ótima vida. Ela nunca ligou muito para o dinheiro, por isso ela não gostou muito de mim no começo, por eu ser um riquinho mimado. Mas graças a ela, eu percebi que o dinheiro não faz de mim quem eu sou.

Entro no quarto decorado com o tema do Superman. Jimmy está deitado no berço encarando o mobile da Liga da Justiça. Quando percebe minha presença, começa a balançar os pequenos bracinhos.

— Hoje seremos só eu e você, Jimmy – Digo pegando ele no meu colo – O que você quer fazer?

Ele emite um som com a boca, que resulta apenas em muita baba em sua roupa.

— Eu também acho que você precisa de um banho – Digo me dirigindo a sua cômoda, para pegar roupas limpas. Ele volta a fazer um som com a boca – Eu concordo, depois podemos assistir muitos desenhos.

 

Felicity Smoak Queen

— Quem era? – Oliver pergunta, quando eu volto para a cozinha desligando o celular.

— Caitlin – Respondo pegando minha xicara com café – Ela precisa da minha ajuda na Palmer Tech.

— Acha que consegue voltar pra empresa antes da reunião começar? Ou é melhor cancelar?

— Não cancele ainda – Termino de beber o café – Se até meio dia eu ainda estiver lá, te ligo, aí você cancela a reunião.

— Tudo bem – Ele diz se levantando e vestindo o terno.

Vou até nosso quarto para terminar de me arrumar. Sou a Diretora do Departamento de TI da Queen Consolidated. Oliver queria me dar um cargo maior quando nos casamos, mas eu recusei, amo meu trabalho. Hoje teremos uma reunião com o prefeito, sobre a implantação de um novo sistema nos semáforos da cidade, eu o criei já que o atual possui muitas falhas, causando diversos acidentes todos os dias.

Desço as escadas e encontro Oliver em pé perto da porta, digitando algo no celular. Pego minha bolsa, e ele me olha sorrindo. Ele fica lindo naquele terno, e mais lindo ainda quando sorri assim, pois sei que esse sorriso, ele só dá pra mim.

— Vamos – Ele guarda o celular no bolso – Eu te deixo na Palmer Tech.

— Não precisa, eu vou com meu carro.

— Felicity – Ele me encara com aquele olhar pidão – É o meu caminho. E o carro fica tão vazio quando você não está ao meu lado.

— Tudo bem – Não consigo resistir – Vamos.

Depois de alguns minutos no carro, meu celular toca.

Felicity – Sara diz do outro lado da linha, antes mesmo que eu diga “alô” – Vocês estarão ocupados essa noite?

— Oi pra você também, Sara – Oliver ri ao meu lado, sem tirar os olhos da rua – E não, não estaremos ocupados essa noite.

— Pois agora estarão – Ela declara convicta – Eu e Ray queremos dar um jantar essa noite. Já liguei pro Tommy e ele topou ir com Caitlin e os meninos. Vou só falar com a Thea se ela pode ir, porque sei que ela vai aceitar. E vou chamar o Will e a Nat também.

— Você não me deu muita escolha – Digo divertida e ouço o som de uma fechadura do outro lado da linha – Mas nós vamos sim.

— Você perdeu o direito de me pedir qualquer coisa, quando escolheu agredir meu parceiro – Sara parece irritada – Agora espere seu advogado, pois eu não quero ouvir sua voz de novo – Ela grita a última frase – Desculpa Fel, eu estava prendendo um maluco que escolheu assaltar a padaria onde eu e Jay estávamos comprando café.

— Fazendo péssimas escolhas, logo pela manhã – Digo quando Oliver estaciona perto da entrada da Palmer Tech – Que bom que você o prendeu.

Então vocês vão com as crianças né?

Vamos sim, Sara – Ouço ela comemorar – Eu preciso desligar, que horas podemos chegar?

A partir das 18hs pode ser?

— Está ótimo – Digo verificando minha bolsa, se peguei tudo que vou precisar – Até mais tarde então.

Até – Ela diz antes de desligar.

— Tudo bem? – Oliver pergunta quando guardo o celular na bolsa.

— Sim – Respondo olhando para ele – Jantar hoje às 18hs na casa da Sara. E ela prendeu mais um fora da lei que cruzou o caminho dela.

— Legal – Ele diz – Vou mais cedo pra casa então, pra arrumar as crianças quando chegarem da escola.

— Você não vai busca-los? – Pergunto confusa, pensei que hoje era o dia de Oliver buscar os pequenos.

— Hoje é o dia do Tommy, e ele está de folga.

— Entendi. Se eu terminar aqui cedo, você vem me buscar, se não, a Caitlin me dá uma carona.

— Certo.

Eu me aproximo dele para beija-lo. Ele segura em minha cintura, me impedindo de se afastar.

— Eu preciso ir – Digo quando ele finalmente me solta, pois precisamos de ar – Cait está me esperando.

— Tudo bem – Ele claramente está fingindo estar chateado – Se cuida, e me liga se terminar aqui mais cedo. Eu vou cancelar a reunião, melhor não fazer nada com pressa.

— Bom trabalho, amor – Digo abrindo a porta e saindo do carro – Te amo – Falo antes de fechar a porta do carro.

— Bom dia, Sra. Queen – A recepcionista diz quando entro no prédio.

— Bom dia, Kim – Respondo sorrindo.

— O Sr. Palmer pediu que a Senhora subisse até a sala dele quando chegasse, antes de ir se encontrar com a Sra. Merlyn – Ela diz me entregando o crachá de acesso.

Subo até o último andar do prédio. Quando saio do elevador, dou de cara com Ray sorrindo pra mim.

— Queria falar comigo? – Digo o cumprimentando, enquanto ele entra no elevador e me chama para entrar também.

— Na verdade, quero perguntar se já tem alguma coisa marcada pra hoje à noite – Ele diz enquanto aperta o botão do décimo andar, é onde a Caitlin trabalha.

— Nossa Ray – Digo colocando a mão no peito, fingindo estar chateada – Acabei de marcar um compromisso muito importante pra hoje à noite.

— Serio? – Ele abaixa o olhar, aprece triste.

— Na sua casa – Ele me olha confuso – Sara acabou de me ligar, e eu já aceitei.

— Não tem graça assim – Ele diz voltando a sorrir – Sara não deu tempo de eu convidar ninguém.

— Ela não mencionou ter chamado Barry e Laurel.

— Boa – Ele pega o celular no bolso – Vou ligar antes que a Sara também os convide.

As portas do elevador se abrem, e andamos juntos em direção a sala onde Caitlin faz suas pesquisas e projetos.

— Oi Barry – Ouço Ray dizer no telefone, ao meu lado – Por acaso a Sara falou com você ou com a Laurel nas últimas duas horas?... Ótimo, pois vocês estão convidados pra jantar na nossa casa essa noite... Sim, vai estar todo mundo lá... Isso... Estejam lá às 18hs... Se por acaso a Sara ligar diga que eu já os convidei... Até mais tarde, Barry.

— Feliz agora? – Pergunto quando entramos na sala, onde vemos Cait gritando com um funcionário.

— Sim – Ele fala ao pé do meu ouvido, antes de se aproximar e acalmar a situação.

Caitlin me explica o que aconteceu. Aparentemente alguém do turno da noite, que deveria estar cuidando da pesquisa, que estava dentro de uma das máquinas, passando por um processo químico da qual não entendo muito bem, acabou quebrando a tal máquina. O técnico que Ray contratou disse que é impossível de concertar, por isso a irritação de Caitlin, pois se a máquina não for concertada nas próximas 8 horas, ela terá que começar o projeto desde o começo. Creio que vamos demorar aqui, mas vamos dar um jeito de concertar.

 

Thea Queen Harper

Entro no elevador da Global Merlyn empurrando o carrinho de bebê. Depois que aperto o botão do andar da presidência, me agacho para verificar Aly, que está mordendo deu coelhinho azul.

Logo as portas se abrem, e eu saio do elevador. Quando estou chegando perto da sala de Barry, me deparo com Laurel arrumando seu cabelo e saindo da mesma.

— Bom dia, Laurel – Dou a ela um olhar malicioso.

— Oi, Thea – Ela sorri ficando vermelha, então se abaixa na altura do carrinho a minha frente – O que essa gracinha está fazendo aqui?

— A babá não apareceu, e Roy teve que ir trabalhar.

— Ele ainda trabalha naquele centro de ajuda aos jovens dos Glades?

— Sim, Roy se dedica muito a guiar jovens e adolescentes.

— Isso é muito bom. Eu vou indo, estou cuidando do caso de um homem sendo acusado de assassinato, mas ele é inocente.

— Espero que ele seja mesmo inocente, e se for, que você possa ajudá-lo.

Nos despedimos e ela entra no elevador. Sigo até a sala de Barry, bato na porta antes de entrar, e o vejo arrumando a gravata.

— Sua boca está suja de batom – Digo tirando Aly do carrinho e pegando no colo – Dentro da empresa, Barry? No horário de trabalho? – Digo o provocando enquanto me sento no sofá apoiando Aly em minhas pernas.

— Calada, Thea – Ele diz limpando o batom espalhado em seu rosto.

— Legal que vocês estão felizes – Digo sorrindo, me sentindo realmente feliz pelo meu amigo.

— Não estou reclamando, nem nada – Ele se apoia em sua mesa – Mas porque trouxe a Alysson?

— A babá não apareceu.

— Parece que está na hora de você contratar outra babá – Ele dá a volta na mesa e senta em sua cadeira – Já é a terceira vez em duas semanas que você precisa trazer a Aly pro trabalho.

— Eu sei – Me levanto com Aly nos braços, e ajeito seu vestido florido – Eu vou resolver isso.

— Tudo bem – Ele começa a mexer nos papeis em sua mesa – Não esquece que hoje temos a reunião com o conselho às 13 horas.

— Pode deixar, vou pedir pra Julia cuidar da Aly durante a reunião.

— Minha secretaria não vai se demitir pra assumir como sua babá.

— Se não aumentar o salário dela, eu posso fazer uma oferta melhor, afinal, ela é ótima com a Aly – Digo o provocando.

— Vai trabalhar, Thea – Ele se irrita, e eu vou em direção a porta com Aly e todas as suas coisas.

— Barry – Me viro antes de sair – Tem uma manchinha de batom na gola da sua camisa também – Não consigo evitar de rir auto ao ver seu desespero em tentar limpar a mancha que ele nem conseguia ver.

— Thea – Ele me chama quando já estou com a porta aberta – Ray me chamou pra um jantar na casa dele hoje, com Laurel e toda a galera. Vocês vão?

— Vamos sim. Sara me ligou quando eu estava chegando aqui.

Ele assente e eu saio da sala dele. Vou em direção a minha sala, que fica do outro lado do andar. Coloco Aly no cercadinho que montei perto da minha mesa, está realmente ficando muito frequente eu traze-la pro trabalho, preciso urgentemente de uma nova babá.

Ligo o computador, e checo meu e-mail, anotando em um bloquinho, a lista de coisas que preciso fazer hoje, antes e depois da reunião com o conselho. Dou uma olhada em Aly, ela está mais uma vez mordendo o coelhinho, seu primeiro dente está nascendo. Volto a encarar o trabalho, respirando fundo, desejando que o dia termine logo.

 

Oliver Queen

Acabo de voltar do meu almoço, que foi um hot-dog no carrinho do outro lado da rua às 13:30. Não tive muito tempo hoje, muita coisa pra fazer, relatórios para revisar, contratos para avaliar e assinar, e diversos departamentos para visitar e conferir. Consegui hoje, finalmente, adquirir provas o suficiente de que o chefe do departamento financeiro estava cometendo assédio sexual dentro da empresa, então tive que supervisionar a sua demissão por justa causa.

Felicity me ligou mais cedo, avisando que iria realmente demorar ajudando Caitlin na Palmer Tech. Como seu marido, e seu chefe, eu deveria estar irritado pela minha funcionária estar ajudando no projeto de outra empresa. Mas somos todos amigos, eu e Ray nos aproximamos muito depois que meu pai morreu. Ele se sentia culpado, afinal, foi numa viajem para assinar um contrato com ele que meu pai morreu. Mas isso ficou no passado, pois ele me ajudou muito quando eu assumi a presidência da empresa, continuando com a parceria em projetos sociais pela cidade, envolvendo a Queen Consolidated, a Palmer Tech e a Global Merlyn.

Entro na minha sala, já pensando nos diversos papeis em minha mesa que precisam da minha assinatura. Assim que sento na minha cadeira, meu celular toca, e não reconheço o número.

— Alô?

Senhor Queen? – uma voz feminina diz do outro lado da linha.

— Sim – Respondo com um pouco de receio sobre quem pode ser.

Meu nome é Lyla Diggle, eu sou a coordenadora da Enchanted Kingdom School, é sobre seu filho – A moça diz com a voz calma.

— Aconteceu alguma coisa com o Mike? – Pergunto ficando de pé, já pegando a chave do carro em cima da mesa e indo em direção a porta.

Mike não está se sentindo bem, recomendamos que o Sr. venha busca-lo.

— Eu já estou indo.

Tudo bem, aguardaremos o Sr. na secretaria.

Dirijo o mais rápido possível, em direção a escola dos meus filhos. Provavelmente recebi algumas multas por excesso de velocidade, e tenho quase certeza que ultrapassei uns dois sinais vermelhos, mas quando se trata da minha família, eu faço qualquer coisa.

Quando entro pelo portão que dá acesso a secretaria da escola, vejo um homem parado na porta, reconheço ele, é o diretor da escola.

— Senhor Queen? – O homem pergunta me estendendo a mão.

— Isso – Respondo o cumprimentando – Você é John Diggle, o diretor, certo?

O homem assente e me guia para a entrada.

— Eu já vi muito disso nas crianças, creio que o senhor terá que leva-lo ao médico imediatamente. Ele já teve algo no apêndice?

— Não, mas a irmã dele retirou o apêndice a um ano.

— Provável que seja isso.

Eu assinto, me lembrando de Tommy dizendo para ficarmos de olho, pois Mike poderia sentir os sintomas, depois que Molly fez a cirurgia.

Entramos na sala do diretor, e vejo Mike vomitando dentro de um balde de lixo, a mulher, creio que é a coordenadora esposa do diretor, está segurando o balde e alisando as costas do meu filho. Molly está ao lado do irmão, segurando na mão dele, e me lembro dele segurando a mão dela assim no hospital em Chicago.

— Oi, filho – Ele me olha com os olhos vermelhos, estava chorando, Lyla entrega a ele um lenço para limpar a boca – Como se sente?

— Está doendo aqui – Ele aponta para uma região perto da barriga – E eu não consegui comer nada, só vomitei.

— Ele também está com um pouco de febre – Lyla diz, lhe entregando um copo de água.

— Vamos ao hospital – Digo pegando a mochila de Mike que estava no chão, perto dele – Você mocinha – Aponto para Molly – Precisa voltar para a aula.

— Não, papai, eu quero ficar com o Mike, ele sempre fica comigo quando eu estou doente.

— Molly se recusou a voltar para a sala sem o irmão – John responde, em pé perto da porta – Foi um sacrifício fazer Peter Merlyn ir para a sala de aula sem os amigos.

— Tudo bem – Digo me voltando para John e Lyla – Eu vou levar a Molly também.

— Papai – Molly puxa a barra do meu terno – E o Peter?

— Por favor – Digo a Lyla – Pode avisar Peter Merlyn que eu levei as crianças? – Ela assente sorrindo – Tommy Merlyn, viria buscar as crianças, pode avisa-lo também, por favor? – Ela assente novamente – Molly, me ajuda a levar as coisas do seu irmão.

Pego Mike no colo. Ele está crescendo e ficando pesado, mas fica mais fácil quando ele se agarra ao meu corpo, seguro sua mochila na mão livre. Molly pega sua mochila, e leva seu blazer xadrez vermelho e o cinza de Mike.

Quando já estamos dentro do carro, entrego meu celular a Molly antes de começar a dirigir.

— Molly, lembra quando a mamãe te ensinou a ligar para alguém?

— Sim, só preciso procurar a pessoa na lista.

— Isso, preciso que você ligue para a tia Nat, e tente colocar no viva voz.

Depois de alguns segundos, ouço a voz de Nat do outro lado da linha, vindo do banco de trás.

Alô?

— Nat, é o Oliver, preciso que se prepare porque eu estou chegando no hospital com o Mike.

— Está tudo bem?

— Ele não está bem, acabei de busca-lo na escola.

— Certo, eu estou arrumando um leito na emergência, estarei esperando na entrada.

— Obrigado, logo estaremos aí – Ela desliga o telefone – Agora, Molly, preciso que ligue para a mamãe.

Oliver? – Ela atende depois de dois toques.

— Amor, preciso que fique calma, e não se desespere.

Fala o que aconteceu – Não funcionou, ela já parece desesperada.

— Me ligaram da escola, Mike está passando mal, estou chegando no hospital com ele, e Molly também veio, mas ela está bem.

Ai meu Deus, eu estou indo agora – Ouço a voz de Caitlin ao fundo perguntando o que aconteceu – Mike passou mal na escola e Oliver está levando ele pro hospital. Oliver, eu estou indo, Caitlin pode terminar aqui sozinha.

Tudo bem, nós chegamos aqui agora, me encontre na emergência.

Ela desliga o telefone, eu desço para ajudar Mike a sair do carro. Nat vem ao nosso encontro, e eu coloco Mike na maca, verificando se Molly continua andando ao meu lado.

Nat conversa com a equipe de enfermeiras, enquanto faz vários procedimentos. Mike começa a gritar de dor, e a chorar desesperadamente. Molly segura minha mão, posso ver que ela está com medo pelo irmão.

— Oliver – Nat se aproxima de mim – O apêndice dele acabou de estourar, precisa de cirurgia, você autoriza?

— Claro que sim – Digo o mais rápido possível.

Vejo Mike ser levado por Nat e outros médicos para longe de mim. E a mesma cena da emergência de Chicago se repete, mas agora com Mike e não Molly, e Felicity ainda não chegou para me ajudar a ficar mais tranquilo.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Acho que eu tava mais ansiosa do que vocês pra continuar a postar.
Espero que tenham gostado, a ideia desse capitulo foi de mostrar como a vida deles estão no momento, e explicar tudo que aconteceu no ultimo ano.
O capitulo ficou enorme, mas é porque eu precisava mesmo contar tudo que aconteceu, pra que não ficasse nenhuma duvida sobre algum dos personagens.
E se alguém não entendeu, o Jay também se mudou pra Starling City e é o parceiro da Sara.
Agora sim, o próximo capítulo sai na semana que vem.
Bjs e até a próxima.



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