Erosão escrita por CandleLove


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

NA/ A capa não tem quase nada a ver com o texto se alguem encontrar uma melhor fico feliz



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/76391/chapter/1

O dia começou como sempre. Acordei por volta das 6:30 mesmo que os oficiais acordassem as crianças às sete. Eu gostava do pouco tempo que me permitia tomar banho e estar sozinho sem outros para perturbarem o silêncio.

Mais tarde nessa manhã, fui para baixo tomar o pequeno-almoço sozinho - como sempre fazia. Todos os outros gostavam de se sentar com os amigos, e falar sobre coisas sem sentido. Mas eu preferia o solitário silêncio onde eu podia pensar sobre o que eu queria e planear o resto do dia.

As interações humanas eram uma coisa interessante para mim. Era algo que podia ser facilmente observada, mas que eu sabia que eu nunca pertenciria lá. Mas mesmo assim, por vezes, haviam coisas sobre isso que eu não compreendia.

Enquanto estava lá sentado e observava as pessoas falarem sobre coisas alheias e sem sentido, eu sabia que aquela era a parte que eu não entendia.

Como é que aquelas pessoas podiam contar umas com as outras daquela forma? Como é que elas geravam a confiança com uma outra pessoa a ponto de lhe contar, e apenas a ela, certas coisas? Eles não sabiam o quanto era facil para os outros trairem essa confiança?

Sinceramente, para mim parecia que guardar toda a informação importante seria a mais segura e melhor opção.

Mas enquanto observava as raparigas de uma mesa não muito distante da minha, falarem sobre o que uma outra rapariga tinha falado no dia anterior. Eu percebi que nunca iria entender.

As pessoas podem ser tão confusas.

Enquanto fazia o meu caminho para a cozinha para deixar o meu prato, Mello abordou-me e eu sabia o que ele queria.

"Estudas-te para o teste de Matemática de hoje?" Ele perguntou-me mas eu sabia que ele não se importava com a resposta apenas queria um pretexto para o ataque que eu sabia que viria a seguir.

"Não" respondi simplesmente, passando por ele como que o desprezando. Eu sabia que ele odiava ser ignorado. Normalmente, eu era educado com as pessoas, mas quando se trata do Mello não conseguia evitar a alimentar mais o fogo da sua raiva. "A matéria é simples; não senti necessidade."

Quando me virei em ordem de sair da cozinha, observei o modo como ele cerrava os seus punhos. Mello tinha provavelmente virado a noite a estudar. E estava provavelmente a controlar-se para não me bater - Se não estivessem ali tantas pessoas ele faria-o.

"Bom..." ele lutou pelas palavras "Ainda assim vou ganhar-te!" Ele disse quase gritando enquanto eu me afastava. Fiquei um pouco surpreso por ele me deixar ir assim.

Não lhe disse nada de volta, mas mentalmente pensava no que eu teria dito, eu queria que ele perdesse o controlo e me atacasse "Sim tenho a certeza que vais. Porque ambos sabemos como isso resultou no passado." Mordi a minha lingua - seria fácil de mais.

Caminhei da sala de jantar para o corredor mais próximo onde a nossa sala se situava. Tal como em qualquer outro dia, eu fui o primeiro a chegar à sala.

Sentei-me na minha mesa e abri o livro de matemática. Os meus olhos digitalizaram tudo, mas a minha mente - por alguma razão - disse-me que eu não entendia o que estava a ver, mas eu sabia que entendia.

Era trigonometria básica. Para mim era tão fácil como 2 mais 2 é para uma criança. Matemática era simples - uma série de pequenos passos que levam a uma certa solução. O que eu não entendia era como as pessoas ficavam confusas, e erravam.

Os meus olhos digitalizavam a página como se estivesse a ler outro livro qualquer, e a minha mente tentava arranjava depressa respostas para os problemas que apareciam.

Mas quando eu tentava isso, por alguma razão a minha mente parecia desenhar um vazio quando eu chegava a meio de um problema.

'O que é que se passa?' Perguntei a mim mesmo, ao olhar para os problemas exemplares que mostravam como fazer cada um. Eu entendia... eu sabia. Cada coisa fazia sentido... Mas por alguma razão não conseguia segurar o conhecimento que fugia de mim como areia nos meus dedos.

A professora tinha ensinado isto à apenas uns dias então não havia razão para eu ter esquecido tudo. E mesmo que eu tivesse, não havia motivo para eu não conseguir aprender tudo agora que olho para o livro.

O que é que se passa comigo?

Saltei quando tocou o toque de entrada o que fez com as crianças começassem a preencher a sala - o olhar nas suas faces, reparei, era uma mistura de sono, cansaço e preocupação com o teste iminente.

Olhei novamente para o livro e comecei a tentar  entender os problemas novamente. Eu tinha que entender isto... eu tinha.

De repente, a professora entrou dentro da sala. A mulher estava sempre muito calma; lidava muito bem com as crianças e era acima de tudo uma optima professora. Mas... Por alguma razão não me lembrava do nome dela.

"Muito bem, turma, tirem um pedaço de papel e um lápis. Como todos sabem, temos um teste hoje." Ela disse, carregando um amontoado de folhas que eu calculei como sendo os testes.

Fiz como me tinha sido dito, retirei os materiais necessarios e fechei o livro. Já não estava confiante em relação à minha habilidade em fazer este teste e ter positiva. Mesmo que eu pensasse sobre isso, e tentasse me lembrar dos exemplos - As respostas simplesmente não apareciam.

A professora passou o teste e eu olhei para ele de uma vez.

Subitamente senti-me nervoso em relação em como isto iria resultar. Não havia maneira de saber, e quando eu tentava analisar a situação e ponderar as minhas opções, a minha mente preenchia-se de um nevoeiro e eu não conseguia pensar. Enquanto olhava para os problemas, eu sabia que devia saber as respostas e que tudo parecia simples demais.

Mas quando a minha mão, que segurava firmemente o lápis, começou a fazer os problemas eu soube instantaneamente que não tinha ideia do que estava a fazer.

As coisas começaram a parecer diferentes no papel e nesse momento era como se eu estivesse a tentar ler uma lingua da qual desconheço. Não conseguia compreender nada do que estava a escrever. E se ficasse a olhar por algum tempo para o teste, os números pareciam mexer-se para diferentes partes do papel. Porque é que eles não ficavam quietos para me deixar pensar?

O meu coração acelarou e eu simplesmente não sabia o que pensar. A minha mão continuou a escrever como se tivesse vida própria. Bom... Agora que penso nisso é bem provavel ter mente propria visto que a minha está branca.

Se não tivesse notado nada estranho antes certamente notaria agora que o Mello se levantou para entregar o teste. Isto não está certo! Eu sempre fui o primeiro a entregar o teste!

Conseguia sentir o meu coração a apertar com o sentimento que me dizia que eu tinha falhado em algo. Eu não tinha feito o teste rápido o suficiente e além disso tinha perdido para o Mello.

Após outro momento de escrita, eu finalmente acabei o que eu conseguia. Eu sabia que estava tudo errado só de olhar para ele... Mas aquilo era o meu máximo.

Andei até à professora e coloquei lá o meu teste bem como a folha de rascunho inutilizada - o meu olhar era de de desapontamento e vergonha.

Os olhos dela tentaram encontrar os meus "Bom, Near, como é que achas que correu?" Ela perguntou naquele quieto, calmo tom de voz que sempre tinha. Ela sempre perguntava o mesmo e eu sempre respondia o mesmo.

Mas porque é que não conseguia me lembrar do que era?

"Bem" Menti, e depois voltei para a minha secretária sem lhe dar uma hipótese de resposta.

Ao estar de volta olhei para a madeira da mesa pensando em tudo o que estava a acontecer. Não fazia sentido. Eu nunca estive assim - Nunca. Então... Porque agora?

Eu sabia que assim que saisse da sala a primeira coisa que faria seria ir à biblioteca e investigar.

Decidi ver isto como outro coisa qualquer. Então... eu era o meu novo puzzle. Era apenas isso. Um...Um jogo. Mas o problema é que eu não sei se o quero resolver


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!