Um Triângulo Eletrizante escrita por ShiroiChou


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoinhas.

Eu sei, o shipp é inusitado, a fic toi feita para um projeto e estou postando aqui também, mas o final eu deixei em aberto então o casal final ficará por conta da preferência de vocês. Espero que gostem.

Boa leitura!



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Lucy acordou animada naquela manhã. Fazia algumas semanas que tinha ouvido boatos de um festival na cidade de Crocus, como todos seus amigos estavam em missões, ela decidiu que iria sozinha, afinal que mal tinha? Sua mala já estava arrumada, então apenas fez sua higiene matinal e seguiu para a cidade sem pensar duas vezes, sua alegria não a deixou pensar em nada além de seu objetivo.

A viagem em si não demorou muito, ou talvez ela quem já estava acostumada e não percebeu o tempo passando. Assim que o trem parou, a loira já conseguiu ver as ruas decoradas com bandeiras coloridas, balões e serpentinas.

Quando saiu, a sua surpresa foi maior ainda, o chão também estava decorado com várias cores diferentes, assim como algumas casas isoladas. Realmente o festival prometia ser um evento de grandes proporções e isso deixava sua cabeça “em chamas”.

Por conta do tempo da viagem, a tarde já estava quase no seu final e os primeiros indícios da noite começaram a surgir no céu. A maga não perdeu tempo com esses detalhes, antes mesmo de escurecer ela já tinha achado uma pousada, guardado suas coisas, tomado banho e vestido a roupa escolhida que não passava de um simples vestido amarelo com flores vermelhas, além de uma sapatilha.

Invocou Plue, pegou sua bolsa e saiu feliz da pousada, pronta para explorar o festival com toda a atenção que ele merecia. O primeiro passo foi conhecer as barracas e isso era o que mais tinha.

Barracas de comidas, jogos, barraca do beijo, tenda de videntes. Parecia uma mistura de várias festas em uma só, desde a junina até o natal. Com toda certeza alguém dificilmente ficaria entediado.

— Olha, Plue. Naquela barraca vende bolo, vamos lá — andou apressada até o lugar sem esperar resposta, sentando em um banquinho e fazendo seu pedido de um bolo de chocolate. — A Erza adoraria vir aqui...

— Olha só, você por aqui. Tem algum motivo para estar tão longe de casa, Loirinha? — perguntou uma voz atrás de si.

— Hã? Ah, Laxus. Estou apenas passeando, e você?

— Missão — levantou uma das mãos, revelando uma pequena sacola de pano. — Tive que caçar uns bichos estranhos e perigosos para pegar alguns cogumelos que cresciam em suas cabeças.

— Parece ter sido trabalhoso...

— Um pouco, mas não tanto. Bom, vou entregar isso para o cliente. Nos vemos por aí, Loirinha — despediu-se.

— Até! — sorriu. — Ele está ficando cada dia mais amigável, não acha, Plue? — perguntou vendo o espírito concordar. — Já faz alguns meses que ele se tornou um grande amigo... Bem, agora vamos aproveitar nosso bolo, antes que eu devore ele só com os olhos!

O sabor do bolo fez com que ela se sentisse nas nuvens, sentir o gosto do chocolate elevou seu humor ao máximo. O pequeno espírito entendeu bem essa sensação, tanto que não vez cerimônia e pegou o bolo com as patas mesmo.

Ao mesmo tempo em que eles deliciavam-se, alguém os observava de longe com olhos atentos e um sorriso brincalhão nos lábios. Esse alguém era ninguém mais, ninguém menos do que Orga.

O esverdeado foi o escolhido para ficar na barraca do beijo naquele festival e, para sua felicidade, ninguém tinha parado ali até aquele momento, fora o tédio que consumia sua paciência aos poucos. Observar Lucy de longe acabou sendo um bônus muito agradável.

Ele gostava dela, não sabia até que nível, mesmo assim estava disposto a aproximar-se mais da loira. Sempre que tinha oportunidade ele tomava coragem para começar alguma conversa, mas quando as coisas pareciam estar dando certo, algo aparecia e frustrava suas expectativas. Dessa vez ele queria que fosse diferente e seria, tinha certeza disso, apenas precisava descobrir como.

Várias ideias surgiram em sua mente, mas nenhuma parecia convincente o suficiente para ele fugir daquela barraca e se aproximar, afinal dar uma desculpa esfarrapada para Minerva, que o vigiava sem dó nem piedade, não parecia algo muito agradável para sua própria saúde.

A morena sabia o que ele estava pensando, na verdade todos sabiam. Orga parecia muito convencido de que ninguém tinha percebido suas constantes aproximações da maga celestial, algo bem inocente da sua parte. Claro que a maga não deixaria essa informação passar batido, por isso antes que ele percebesse seu sorriso travesso, mudou

— Hum, talvez eu devesse ir falar com ela — Minerva desencostou-se da parede e olhou para a loira.

— O que está pensando em fazer? — perguntou desconfiado.

— Nada. Apenas que conversar com uma amiga, não posso?

— Eu sei que tem algo por trás, sempre tem.

— Nossa, que desconfiança, criatura. É apenas uma conversa amigável — deu de ombros. — Bem, vou ir até lá. Nem pense em dar uma de espertinho e sair daqui enquanto eu não estiver olhando.

— Não quero sair daqui — mentiu.

— É bom mesmo — sorriu antes de se afastar.

Quando Minerva olhou na direção o de Lucy estava, ela já tinha sumido. Olhou para os lados procurando um ponto amarelo no meio das pessoas e não encontrou.

— Droga, por que me distrai com aquele idiota? Agora meu plano foi para o ralo.

— Que plano, Minerva? — perguntou Yukino aproximando-se com um prato de macarrão nas mãos.

— YUKINO! Vem comigo, precisamos bancar as cupidos — puxou a albina que acabou derrubando o prato devido à surpresa. 

— Meu macarrão... — resmungou triste ao ver todos aqueles “parafusos” caídos.

— Eu compro outro para você no caminho, temos algo para fazer!

—— // ——

Lucy, depois de sair da barraca de bolos, começou a andar pelo festival sozinha já que Plue precisou voltar para seu mundo. Participar de um festival sem uma companhia parecia meio solitário, mas negava-se a chamar algum outro espírito apenas para isso, embora achasse que eles fossem gostar disso.

A ideia martelou um pouco na sua cabeça, só que algo chamou sua atenção rapidamente. Uma barraca de bugigangas destacava-se das demais por completamente branca, enquanto o resto tinha as mais diversas cores. Lucy não perdeu tempo, adorava comprar coisas aleatórias, ainda mais se fosse para presentear seus amigos como ela queria.

A barraca por dentro resumia-se em um paraíso de objetos variados. Tinha pingente, chaveiro, peso de porta, livrinhos, sapatos, enfeites, roupas, quadros e até tapetes. A loira não sabia nem por onde começar, estava tão perdida que queria apenas pegar um de cada para levar para casa. Com certeza procurar por presentes legais seria uma tarefa árdua.

Olhou atentamente para cada item, guardando na memória onde cada item estava para pegá-los depois, mas sua busca foi interrompida por um grito fino vindo da entrada da barraca.

— LUCY! — Minerva fingiu surpresa ao ver a loira. — Você perdida por aqui?

— Olá, Lucy-san — cumprimentou Yukino.

— Minerva? Yukino? As vezes eu esqueço que a Saber fica em Crocus — sorriu envergonhada.

— Que menina esquecida. Veio sozinha? — perguntou a morena já sabendo a resposta. 

— Sim, todos estavam em missão e eu não tinha o que fazer, por isso eu vim.

— Isso é ótimo, podemos nos divertir todas juntas então — sorriu animada.

— Nos divertir? Como?

— Com uma aposta, óbvio.

— Minerva...

— Ah, Lucy. Pode ser divertido. Certo, Yukino?

— O que tem eu? — perguntou entretida com os enfeites da parede.

— Apostas.

— Ah, tem um bingo no final da rua. Fiquei sabendo que os prêmios são sempre uma surpresa diferente — explicou inocentemente.

— Não o bingo... Estou falando daquela aposta que nós estávamos falando antes de encontrarmos a Lucy.

— Qual?

— Pelo amor de Deus, Yukino. Você não lembra de nada?

— Eu lembro do macarrão que você comprou para mim no meio do caminho...

— Qual a aposta? — perguntou a loira curiosa com aquela conversa.

— Simples. O festival domina quase a cidade toda, então nós pensamos em montar uma lista de itens para comprar. Quem não conseguir chegar no tempo estipulado com todos os itens na frente da Barraca do Beijo, tem que beijar quem estiver lá.

— Parece divertido, mas não sei se uma boa ideia...

— Como não? É uma ideia incrível!

— Mas...

— Mas nada, estamos em três e por coincidência eu tenho três papéis com os mesmos itens.

— Eu nem conheço festival...

— Estamos na mesma, minha amiga. O festival muda todos os anos.

— E porque você já tinha três papéis? — perguntou desconfiada.

— Eu estava procurando o Sting para participar, mas ele sumiu...

— Entendo...

— Então, vai participar?

— Tenho escolha?

— Não — sorriu entregando o papel para a loira. — Nós temos uma hora, é proibido usar magia.

— Não vou perder tempo então, vejo vocês na guilda — despediu-se antes de se afastar correndo.

— Você acha que foi uma boa ideia, Minerva? — perguntou Yukino.

— Claro, sua atuação de “pessoa perdida” funcionou perfeitamente, a curiosidade dela falou mais alto e agora só precisamos pegar logo os itens antes dela. Meu plano será um sucesso.

— Tomara...

—— // ——

Aposta do beijo.
• 1 filtro dos sonhos.
• 2 sapinhos decorativos.
• 1 carrinho de brinquedo na cor azul.
• 2 esmaltes na cor vermelha.
• 1 batata.

A maga leu a lista com uma interrogação na cabeça, os itens não tinham nenhuma relação uns com os outros, dificultando que fossem encontrados em uma única barraca.

Uma ora não parecia ser tempo suficiente para achar tudo, principalmente a barraca. Lucy sabia onde ela ficava, mas com todo o festival as ruas estavam decoradas e ela se sentia perdida. Infelizmente usar magia não era permitido, então invocar Pyxis estava fora de questão.

No momento em que viu uma barraca de brinquedos, parou de andar e logo entrou no lugar. Os carrinhos ficavam expostos em prateleiras de acordo com a cor, então achar um azul foi a tarefa mais fácil de todas. A sua sorte foi maior ainda quando olhou para o chão e viu várias decorações.

Na lista não dizia se os sapinhos precisavam ser pequenos ou grandes, então ela escolheu um casal de sapos do tamanho de um polegar e seguiu para onde estava o dono da barraca, pagou e saiu.

Assim que pôs os pés para fora, uma lojinha do outro lado chamou sua atenção por ser um mini mercado, e que lugar melhor do que um mercadinho para achar comida e itens de beleza? Por isso ela não perdeu tempo, entrou e vasculhou o lugar inteiro procurando a batata. Achou depois de alguns segundos, mas se viu presa no lugar quando abriu sua bolsa.

O dinheiro que tinha levado não era suficiente para comprar todos os itens, teria que voltar para o hotel se não quisesse perder a aposta. Pagou a batata e correu pela rua, pedindo desculpa para quem ela esbarrava no caminho.

— Espero que a sorte esteja do meu lado — sussurrou olhando a hora em um relógio. — Não vou perder essa aposta!

—— // ——

Trinta minutos depois.

— Ainda estou na dúvida se o que fizemos foi certo — Yukino olhava cabisbaixa para as sacolas em sua mão.

— Deixa disso, é por uma boa causa — Minerva sorria orgulhosa, aproximando-se da barraca.

— O que vocês duas estão aprontando? — Orga olhava para as sacolas tentando entender o que acontecia. — Vocês estão paradas ai já faz bastante tempo.

— Nós? Estamos apenas tentando te ajudar?

— Ah, vocês vão ficar na barraca para eu poder aproveitar o festival? — perguntou inocente.

— Óbvio que não, isso seria muito fácil. Nós fizemos algo melhor ainda!

— Compraram comida para mim?

— O quê? Você as vezes é muito idiota, sabia?

— A Lucy-san está demorando muito, será que ela achou todos os itens? — Yukino olhava ao redor procurando a loira.

— Lucy? Ela está no festival? — Orga olhou curioso ao redor.

— Não se finja de desentendido. Sabemos muito bem onde seus olhos estavam focados minutos atrás — a morena aproveitou para alfinetar.

— Eu? Como se desse para ver alguma coisa daqui — virou o rosto envergonhado.

— Claro, se você diz, quem sou eu para discordar?

— Devem estar malucas... — sussurrou.

— O QUE VOCÊ DISSE?

— Nada, Minervinha. Eu estou caladinho aqui!

— Acho bom mesmo — afastou-se nervosa.

— As vezes eu acho que você gosta de brincar com fogo, Orga — Yukino segurou a risada.

— Nem me fale...

—— // ——

Uma maratona teria sido mais fácil, disso Lucy tinha absoluta certeza.

Depois de voltar para a pousada e pegar mais dinheiro, a loira não perdeu tempo e correu o mais rápido possível atrás dos outros itens, achando-os facilmente. O problema foi se locomover no meio de tantas pessoas, parecia que a cidade inteira tinha decidido impedir sua passagem pelas ruas.

Os caminhos por onde passava não faziam sentido para si, sentia-se em um labirinto super colorido e abarrotado de pessoas vestindo roupas igualmente decoradas. Parecia um novo mundo, mas era apenas Crocus em um de seus típicos festivais.

Andar em círculos não adiantava, por isso Lucy parou e sentou-se em um banquinho de madeira, no meio de uma praça. 

— O que eu faço agora? Eu deveria começar a comprar os mapas de cada cidade por onde eu passo...

— Perdida, Loirinha?

— Laxus? Graças a Deus, alguém conhecido. Você pode me ajudar a voltar para aquela barraca de bolo que eu estava quando nos encontramos mais cedo?

— Você não vai precisar nem fazer esforço para chegar até lá, fica bem ali — apontou para o outro lado da rua.

— É brincadeira, né? Estava na minha frente o tempo todo...

— É difícil encontrar os lugares no meio dessa bagunça, mas uma hora você se acostuma.

— Entendo... Muito obrigada, você me ajudou muito — sorriu, ficando na ponta dos pés para depositar um beijo na bochecha do loiro.

— Por nada — sorriu envergonhado.

— Bem, agora tenho que ir — despediu-se voltando a correr.

Lucy viu a Barraca do Beijo e sorriu animada, ficava perto da do bolo, pelo menos isso ela acertou. A melhor parte foi que não viu nenhuma das meninas ali, o que queria dizer que ainda tinha chance.

— CHEGUEI — sorriu animada, pulando no lugar.

— Chegou, mas está atrasada — Minerva sorriu vitoriosa, sentada em um banco dentro da barraca.

— Oh, Lucy-san. Finalmente você chegou.

— Minerva? Yukino? Espera, se vocês já estão aqui e só estávamos nós três apostando... Eu perdi?

— Meio óbvio, não?

— Não acredito que corri feito uma maluca para perder... Muito bem, vamos acabar logo com isso.

— Olha só que determinação. Orga, vem cá!

— O que tem eu? — Orga apareceu na parte de trás da barraca, ele estava agachado procurando algo em uma caixa. — Ah, Lucy. Olá!

— Orga! Fico feliz em vê-lo aqui.

— Vou ser bem direta, já podem se beijar — a morena sorriu macabra.

— Hã? Espera, eu tenho que beijar o Orga?

— Foi o combinado, ué.

— Beijar... Minerva! — Orga olhou surpreso para a morena.

— O que foi? Uma aposta é uma aposta, independente das consequências — defendeu-se.

— Não tem jeito... Vem cá, Orga.

— Lucy, não precisa fazer nada se não quiser.

— Mas, Orga...

— Ah, pelo amor de Deus! É só um beijinho inocente, a barraca serve pra isso afinal. Agora de vocês quiserem aumentar o nível da aposta e irem para um lugar mais reservado, já não é comigo — sorriu maliciosa.

— Um lugar... mais reservado? — Lucy começou a ficar vermelha.

— É, duas pessoas, um quarto de pousada e fogo, se é que vocês me entendem — fingiu-se de desentendida. — Querem mais detalhes? Eu não me importo de detalhar mais um pouquinho...

— Melhor não, tá ficando meio...

— Picante? Quente? Atrevido?

— MINERVA! — gritou envergonhada.

— Do que vocês estão falando? — perguntou Orga perdido, pois não tinha prestado atenção na conversa.

— Nós estamos falando sobre vocês dois irem para...

— NADA. Não estamos falando sobre nada — Lucy sorriu nervosa.

— Ah, tudo bem então... — o esverdeado deu de ombros.

— Então, vocês querem que eu empurre vocês? Não tenho a noite toda, sabe...

— Ah, que agonia. Vem logo aqui, homem.

— Eu? O que a gente ia fazer mesmo?

— ORGA, EU VOU TE MATAR!!! — Minerva perdeu a paciência e partiu para cima.

— Minerva-san — Yukino, que até então estava quieta, tentou segurar a maga.

— Isso tá ficando perigoso, melhor pararmos de enrolar — Lucy tentou manter-se firme.

— Ok, eu me rendo — ergueu os braços e aproximou-se calmamente da loira.

Orga sentia que poderia cair para trás a qualquer momento, maldita hora em que acreditou em Minerva e aceitou ficar naquela barraca em específico, era óbvio que ela tinha algum truque escondido nas mangas. Porém agora não poderia recuar, o olhar da morena queimava em suas costas e entre beijar a loira e encarar a fera, ele não tinha dúvidas do que escolher.

Lucy por outro lado parecia tranquila, mas só parecia. Achava que só a Erza era maluca ao ponto de fazer apostas estranhas, agora percebeu o quanto estava enganada.

Os dois foram aproximando-se aos poucos, sob os olhares atentos das magas dentro da barraca. Quando estavam cara a cara, prestes a completar a bendita aposta, algo surgiu no meio.

Laxus estava atento à toda aquela cena e não pode deixar de ficar incomodado. Aproveitou o momento certo para intervir e assim o fez, puxando a loira com delicadeza para trás e se colocando entre ela e Orga, impedindo que avançassem mais.

— Posso saber o que raios está acontecendo aqui? — perguntou raivoso.

— Ah, não. Era só o que me faltava — Minerva olhava intrigada para o loiro. — Olha aqui, tomada ambulante, dá para sair da frente? Está atrapalhando o meu plano, sabe?

— Não vou sair de canto nenhum, pode ir jogando seu planinho desgraçado no lixo. Vamos embora, Lucy — virou-se pronto para levar a loira embora.

— Espera ai, amigão. Você não pode simplesmente mandar ela sair daqui — Orga começou a ficar irritado.

— E você pode mandar ela ficar? — olhou-o com raiva.

— Quem tem que decidir é ela, não acha?

— Como se eu fosse permitir ela participar dessa palhaçada!

— Palhaçada? O que você quer dizer com palhaçada? — perguntou já ativando sua magia.

— Exatamente o que você entendeu — respondeu com o corpo rodeado de raios.

— Epa, nada de brigas aqui! — Minerva tentou impedir uma confusão.

— Hum, então quer dizer que precisa ser defendido pela amiga — disse o loiro afiado.

— Não preciso de ninguém para me defender, diferente de você que fica bancando o poderoso por ai, mas não passa de um rato elétrico!

— Ora, seu...

— Pessoal, cadê a Lucy? — Yukino interrompeu a briga instantaneamente.

No mesmo instante todos começaram a procurar a loira em todos os lugares, ficaram tão entretidos com a briga que se instalou que sequer perceberam quando Lucy esgueirou-se pelo lado da barraca e saiu calmamente dali, deixando que se resolvessem sozinhos.

— Culpa sua que ela foi embora — o esverdeado não conseguiu ficar calado.

— Você quem assustou ela!

— Francamente, eu achava que meu plano fosse sair tão perfeito — Minerva olhava triste para cima, ignorando a discussão ao seu lado.

— Nem tudo dá certo, afinal. Agora o que eu quero mesmo saber é para onde a Lucy-san foi...

— Uma hora ou outra a gente descobre... Quer sair daqui para comer alguma coisa?

— E vamos deixar eles aqui? — perguntou já sendo arrastada para longe da confusão.

— Claro, por que não? — sorriu maldosa. 

— Só você mesmo...

—— // ——

A maga chegou no seu quarto da pousada calmamente, queria apenas esquecer tudo o que tinha acontecido e dormir em paz, deixando todo e qualquer problema. E que problema.

Quando pensaria que se meteria em uma confusão dessas apenas por decidir aproveitar um simples festival?

Deixou esse pensamento de lado, por enquanto, e seguiu para o banheiro onde tomou um banho relaxante, vestindo seu pijama logo em seguida. Voltou para o quarto e deitou na cama, tentando dormir e, infelizmente, continuou apenas na tentativa, pois não conseguiu.

A lácrima de comunicação tocava incansavelmente, era Laxus. Pedrinhas batiam na janela do seu quarto, era Orga. Ambos foram ignorados com sucesso, mas uma pessoa conseguiu passar por sua “barreia”: Minerva.

— Com licença, estou entrando — Minerva passou pela janela com elegância.

— Está de brincadeira que até em uma pousada eu tenho meu quarto invadido...

— Realmente, se eu fosse você procuraria um sistema mágico de segurança, não foi muito difícil entrar aqui.

— O que aconteceu para você ter vindo até aqui?

— Seus dois namorados brigando já estavam me irritando.

— Eles não são nada meus...

— Parecem. Enfim, vim apenas entregar esses bilhetes que eles mandaram e dizer que acho vocês um triângulo amoroso muito fofo. 

— Não somos um triângulo amoroso, de onde você tirou isso?

— Você tem razão — ignorou a pergunta feita. — Está mais para um triângulo elétrico... 

— Minerva...

— Ok, não está mais aqui quem falou, embora você não possa negar que tenho razão. — disse com as mão para cima em sinal de rendição. — Agora eu vou embora, boa noite. Durma bem e sonhe com seus dois príncipes elétricos.

— MINERVA — gritou, mas já estava sozinha. — Francamente...

Lucy sabia que a morena tinha razão, porém ela mesma não queria acreditar no que estava bem diante de seus olhos. Abriu os dois bilhetes e leu tendo mais certeza de sua teoria, estava presa e não tinha escapatória.

— Bem, não tem jeito mesmo — suspirou cansada. — Um triangulo, né? Então é melhor eu tomar cuidado para não acabar levando um belo choque — riu de seu próprio trocadilho, mesmo temendo que ele realmente acontecesse.

A loira não sabia, mas no corredor onde ficava seu quarto, dois magos tentavam utilizar sua audição apurada para ouvir através da porta e talvez obter alguma pista sobre o que ela faria a seguir.

O choque que ela temia chegaria uma hora ou outra, seja em forma de uma boa surpresa ou, no pior dos casos, de algo ruim, mas essa já é outra história. História essa que nem eles sabiam o final, mas tinham certeza de uma coisa: ela seria eletrizante. Combinando perfeitamente com o triângulo que involuntariamente formavam, um belo e agitado triângulo eletrizante.


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Notas finais do capítulo

Nos vemos na próxima o/



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