Os segredos de Eva escrita por calivillas


Capítulo 25
Encontros inesperados




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Nos dias que seguiram, Caroline e a família ficaram sitiados no apartamento, pois, no instante que colocavam o nariz para fora, eram imediatamente abordados por repórteres e curiosos, ansiosos para saber mais a respeito da incrível história da moça pobre que se transformou em uma herdeira milionária de uma famosa atriz. Aflita, a garota ansiava que alguma nova notícia bombástica desviasse a atenção dela ou que a novidade virasse passado e a deixassem em paz, na esperança de retomar sua vida de antes, enquanto isso, passava a maior parte do tempo no seu quarto, quase como entorpecida, como se presa em um pesadelo sem fim. Ao menos, esse tempo de isolamento a permitia tentar curar seu coração tão machucado pela desilusão, havia insistido, várias vezes, em falar com Tom, desejando se explicar, desculpar o indesculpável, porém inutilmente, ele não atendia suas ligações, assim, desistiu, resignada.

Como sua amiga Lia foi mais fácil, quando ela ligou para dar uma bronca, ofendida por não ter confiado nela.

— Não posso acreditar, que você era a filha perdida de Eva Montserrat, o tempo todo, sentada bem aqui do meu lado, e eu sem saber de nada! — Lia falava, de um jeito indignado.

— Eu não podia contar para ninguém até estar tudo resolvido, precisava esperar. Mas, não deu tempo, tudo desabou com uma avalanche, me soterrando.

— Como você está?

— Mal, principalmente, com esse mar de mentira onde me afundei.

— Quer que vá até aí para conversarmos?

— Eu não sei...

— Talvez, fosse bom você falar com alguém.

— É, talvez, fosse.

— Me passa o endereço.

Em pouco tempo, Lia estava sentada na cama de Caroline, reparando o novo quarto da amiga.

— Caroline, que lugar! É demais!

— Obrigada. O doutor Lutz achou melhor mudarmos para aqui, por enquanto, quase ninguém sabe do nosso endereço novo.

— Quem é doutor Lutz?

— O advogado, testamenteiro de Eva.

— Eva. Você fala com tanta intimidade — Lia falou em um tom sonhar.

— Eu tenho ouvido esse nome quase todo momento, mas ela ainda é uma estranha para mim, mesmo depois de tudo que eu ouvi.

— No entanto, Eva é sua mãe, deixou tudo isso para você!

— Sim, eu sei, talvez ela quisesse apaziguar sua culpa por ter me abandonado no hospital, Lia.

— Só não entendo o porquê de todo esse drama, todo esse segredo.

— É complicado.

— E quem você acha que revelou a imprensa a sua identidade?

— Não sei. Talvez, Haikai.

— Quem?

— O filho adotivo de Eva. Ele deduziu quem eu era ainda na ilha.

— Você acha que ele faria algo assim.

— Primeiro, eu achei que não, mas, agora, não sei. Será que como ele, outra pessoa não chegou a mesma conclusão?

— Alguém fez isso para prejudicar você, mas por quê?

— Eu não sei, talvez, por vingança ou inveja.

 Quando Lia se foi, Caroline ficou novamente sozinha, presa entre aquelas quatro paredes, deitada na cama, quando as últimas luzes do dia já findavam, ouvindo a distância o som da TV, que vinha do quarto dos pais, imaginando como eles deviam estar se sentindo agora, como prisioneiros em uma gaiola de ouro, só esperava que esse tempo passasse depressa e eles pudessem se adaptar a sua nova vida, enquanto ela não tinha ideia quando deixaria de amar Tom e esquecer. Talvez, nunca.

Levou um susto, quando seu telefone tocou, na tela, um número desconhecido, seria melhor ignorar, não atender, já que, poderia ser um jornalista ou algum stalker, assim, recusou a chamada, mas, do outro lado, a pessoa insistiu, ela não resiste, seria melhor acabar com tudo isso agora.

— Alô — Seu tom foi rude.

— Caroline, aqui é Haikai — Ouviu a voz melodiosa do rapaz.

— Haikai?

— Sim, eu precisava falar com você, soube o que aconteceu. Não fui eu, Caroline, nunca disse nada a ninguém.

— Como descobriu?

— Eu vi os comentários nas redes sociais. Consegui seu número no escritório do advogado, queria muito falar com você, para lhe dizer que não quebrei a minha promessa.

— Sim, eu suspeitei de você.

— Não fui eu, para falar a verdade, não estava pensando muito nesse assunto, pois quando voltei da ilha, me enchi de coragem e procurarei pelo meu pai.

O pai de Haikai havia sido casado com Eva, mas não suportou viver à sombra de uma grande estrela, assim, viveram às turras, ele começou a beber e desapareceu após o divórcio, deixando o filho com a ex-mulher, que o havia adotado, desde então o rapaz nunca mais o viu.

— E você o encontrou?

— Depois de algum tempo, eu o encontrei, em um lugar decrépito, vivendo de pequenos trabalhos temporários, quando não estava bêbado.

Caroline sentiu o coração pesar, pois, já havia visto a atuação de pai de Haikai e sabia que ele era um grande ator.

— Eu lamento tanto, Haikai.

— Sim, foi lamentável o encontrar assim, no entanto, eu o resgatei, ele ficou tão feliz ao me ver, tanto que prometeu parar de beber. Juntos, voltamos para a nossa casa no Japão, estamos em Tóquio, agora, revivendo o tempo, quando éramos só nós dois.

— Fico feliz por vocês dois.

— Eu gostaria de ajudá-la, Caroline, mas não sei como. Só posso aconselhar você a não confiar em ninguém.

— Você viu o livro sobre Eva?

— Sim, mas não quero que meu pai veja, por causa da forma em que ele foi retratado.

— Eu sei.

No livro, o pai de Haikai havia sido descrito como um homem fraco e deprimido, que não estava à altura da grande estrela.

— Caroline, quem mais sabia sobre você?

— Só os meus pais e o doutor Lutz. Será que poderia ser alguém do escritório dele?

— É uma possibilidade. Não sei como poderia ajudá-la, Caroline.

— Nem eu, mas, se acaso precisar, entrarei em contato, já que tenho o seu número.

Foi bom falar com Haikai, depois dessa conversa, estava certa que ele não devia ter nada com essa história sinistra, ao mesmo tempo que ele teve uma boa ideia, sobre o possível envolvimento de alguém do escritório de advocacia, contudo, nunca poderia descobrir.

Toda aquela conversa desviou um pouca a atenção dela, afastando os seus pensamentos por alguns momentos de Tom, contudo, logo que sua mente ficou livre, a imagem dele lhe veio à cabeça e o seu coração afundou na tristeza, sem conseguir enxergar nenhuma solução para reconquistar a confiança dele.

Nesse instante, ouviu batida na sua porta.

— Caroline, está acordada? — sua mãe indagou do outro lado.

— Sim, estou

Assim, Laurita entreabriu a porta e meteu a cabeça pela fresta.

— Você tem visita, minha filha.

— Visita? Quem é?

— É melhor você vê com seus próprios olhos.


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