Un regalo escrita por Brru


Capítulo 5
pétala lll




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Aurélio ficara sem entender onde Julieta o leva-vá, já haviam passado de seu escritório, no entanto, quando estavam próximos a cozinha, ela parou, soltou sua mão e atrás de jarro de flores buscou uma chave. Aurélio se deu conta que eles estavam parados frente a uma porta que ele nunca teve curiosidade  de saber o que havia por trás da mesma. Ela abriu a grande porta revelando uma biblioteca ampla, e lotada de livros por suas quatro paredes.

 

— Entre.. - ela disse.

 

Ele ainda olhava para aquele espaço com admiração e encantamento. Parecia ter saido de algum quadro, não sabia ao certo; era bem conservado, livre.. lindo.

— Gostou? - ela perguntou deixando a chave em cima de uma poltrona.

— Como eu nunca soube deste lugar? - pergunto-a.

— Só eu e Camilo sabemos.. - disse tímida. - Eu nunca trouxe ninguém aqui.

— E por que não?

— Porque aqui... - ela fechou os olhos e respirou fundo. - Aqui é um lugar que me traz paz, aqui aguardo boas lembranças dos meus pais.. - olhou para Aurélio. - Há uma caixa cheia de cartas que papai escrevia para mamãe.. quando a cortejava. - ele sorriu.

— Entendo.. - se aproximou dela.

— Eu sei que parece apenas uma simples biblioteca. Mas era onde Camilo sentava-se para ler sempre que vinha visitar-me.. Eu fingia estar lendo também, porque não sabia o que dizer para o meu filho, mas na verdade, estava decorando seus traços, vendo o quão ele havia crescido..

Aurélio percebeu sua voz embargada, então segurou em suas mãos a dando conforto.

 

— Quase não se dar para ouvir o que está acontecendo la fora.. Achei que seria melhor conversarmos aqui.

— Nós realmente precisamos de um pouco de paz.. - sorriu.

— Sim.. - o correspondeu. - E começamos por onde?

— Por Susana.

— Ah.. - virou os olhos. - Não quero que acredite em nada do que foi dito por essa mulher!

— Na verdade, esse seria o meu pedido a você..

— É o que ela acha.. - Julieta disse se aproximando mais dele.

— E você?

— Eu só sei sentir o contrário disso. Só sinto seus cuidados, e nenhuma ganância.. Seus toques e nenhum repúdio.. - suspirou. - O que sinto não pode ser mentira, porque.. - o olhou tímida. - Sinto meu corpo queimar e arrepiar-se apenas com o tom da tua voz.. Ninguém nunca tivera tanto poder sobre minhas emoções.. Jamais haveria de ser mentira, Aurélio...

— Jamais, meu amor.. - disse segurando ainda mais forte suas mãos. - Hoje eu acordo todos os dias por você. Tento lhe dar o meu melhor porque, por mais que não me digas sei que carregas um peso enorme, e espero que um dia consiga dividi-lo comigo.

— Não me agrada em nada lhe contar sobre meu passado, Aurélio. Não quero ninguém tomando minhas dores. A vida, é pra ser bonita.

— Podemos molda-lá juntos, até que se torne tão bela quanto desejas..

— Consegue imaginar o que é viver ao lado de uma mulher dura e ferida como eu, Aurélio? Há consequências..

— E que casal es perfeito nesse mundo de imperfeições, Julieta? Só quero que acredite que juntos, podemos.. - sorriu. - Não há nada de "dura", em você.. Te defendes como podes, essa é sua armadura, mas ontem, naquela triste ocasião que ocorrera entres nós... você me disse algo..

 

Julieta buscou em sua memória, até que se lembrara das palavras exatamente ditas. Havia se declarado para ele, do seu modo meio torto e reprimido, mas houvera conseguido. Era mais um passo dado, ele, mais uma vez conseguira aniquilar uma de suas feridas. Nunca a demonstrado sentimentos por ninguém, nem sequer para seu próprio filho..e agora, estava com um sorriso no rosto sentindo-se tímida, porém livre.. Aquele homem a permitia ser ela mesma, não a antiga Julieta, nem uma atual, mas uma nova, a que ele estava construindo com seu afeto e paciência.. e ela estava radiante, sentia que finalmente o recomeço em sua vida estava próximo.

— Sim, disse.. E não disse da boca para fora, Aurélio. Eu realmente tenho fortes sentimentos por você.

— Irritação ainda está na lista? - sorriu.

— Depente.. - ela o correspondeu, e o abraçou, logo tomando seu rosto em suas mãos e seguidamente seus lábios. Matava a saudade da noite passada onde por diversas vezes pensara em ir até o cortiço e atirar-se em seus braços. Nada do que foi dito por Susana fizera diferença, ou a afetara em alguma coisa, já sabia perfeitamente que Susana vivía para provocar a discordia e a vontade de vingança, Julieta experimentou da sua agora indesejável companhia, e jamais se daria ao desfrute de crer novamente naquela mulher.

— Então.. - murmurou.

—Então, você está aqui de volta, comigo.. E é isso que eu mais desejo..

— Desejo tê-la em minha vida até meu último suspiro, Julieta.. - acariciou seu rosto.

— Eu também, eu também.. - Julieta encostou suas testas e o abraçou pela cintura. Sentia apenas sua respiração, seu cheiro e o calor do seu corpo. Mesmo que lá fora o barulho estivesse invadindo a biblioteca, ela ainda assim sentia e imaginava ouvir seu coração em disparado. Estava dos pés a cabeça tomada por sentimentos que ela jamais conhecera. Seu corpo estranhava seus arrepios agora de emoção e não mais de medo e irritação, suas mãos agora gélidas por amar alguém além do que ela já amou em sua vida.. Corpo cheio de energia, vivo, ansioso, e mais que tudo, pronto para mais..

 

Parados ali, diante de tanta compreensão, quase não perceberam que seus corpos começaram a seguir o balaço da música que era cantada por uma voz masculina. Julieta, ouviu sussurros saindo da boca de Aurélio, e só então perecera que ele cantarolava a mesma. Ela abriu seus olhos, e sorriu ainda vendo-o cantarolar, quando percebara que estava sendo observado, Aurélio parou a cantoria, e sorriu.. E por coincidência juntos disseram o último verso da música.

"Por ser exato, o amor não cabe em si.. Por ser encantado, o amor revela-se.. Por ser amor.. Invade.. E fim!..."

 

Ele de imediato franziu o cenho surpreso. Encantou-se, como a voz de Julieta se pôs ainda mais suave quando a mesma cantava, e não diria agora, mas futuramente a pediria para o presenteá-lo, e cantar, para que ele pudesse desfrutar e se deliciar com o som da sua voz com calma, com detalhes...

— Conhece? - ele perguntou se referindo a música.

— Sim.. - desviou seu olhar. - A ouvi apenas uma noite quando estava sozinha em casa.. Camilo estava dormindo e eu olhava pela Janela.. - sorriu ao se lembrar, fora uma noite que Osório fizera o favor de beber tanto que, nem ao menos conseguia segurar-se em pé.. Naquela noite Julieta teve algumas horas de paz.

— E..? - ele perguntou quando a percebeu distraída.

— Oh, sim.. - despertou-se de seu devaneio. - Havia muitos bares onde morávamos, bom, em nossa primeira casa. - resumiu. - E um dia, em uma noite de paz que tive.. Consegui ouvir alguém cantando-a.. O homem quase a declamava, parecia tão ferido. - Aurélio observava suas expressões, Julieta parecia estava revivendo tudo o que dizia. - Tanto que ele cantara essa música por vezes, eu acabei por anotar sua letra, e a decorei..

Ele sorriu, e a deu um beijo rápido.

— Nunca disse isso a ninguém.. - ela completou.

— Há coisas que não precisam ser ditas, algumas pessoas não saberiam dar o devido valor.

— Nada me tocava naquela época, mas essa música me fez pensar tanto..

— E qual é a sua parte preferida?

— Quando ela sempre recomeça.. E eu escuto; 'oh, meu amor..'. Imagina? - indagou depois de sorrir abertamente. - Ser o "meu amor" de alguém..

 

Ele imaginava, pois o seu estava ali, sorrindo como a coisa mais rara e preciosa do mundo. Suas bochechas avermelhadas de emoção por ouvir algo que a tocava;sua confissão.

— Imagina? - ela o perguntou novamente, e ele assentiu.

—"Quanto mais desejo um beijo, um beijo seu.. Muito mais eu vejo gosto em viver".. - Aurélio disse segurando suas mãos.. - Essa é minha parte preferida... - suspirou. - Olhar pra você me faz querer viver.. Viver eternamente.

— Aurélio.. - ela murmurou seu nome, e sem pressa Aurélio beijo-a. Abraçou seu corpo ao dela como se dependesse apenas daquele abraço para viver. Ouvia os estalos sutis de seus lábios, e só sentia vontade de mais, e mais. Os doces lábios dela deslizavam pelos seus em um perfeito encaixe.. sorte daquele que encontrás seu encaixe perfeito.. E ele havia achado o seu.

 

Continuariam se beijado a noite toda se não fosse por duas batidas na porta. Se afastaram e só então perceberam a situação que estavam. Julieta estava com seu coque quase desfeito, e Aurélio, com sua gravata frouxa e com sua camisa aberta... ele fechara o máximo de botões que pôde até que a porta fora aberta.

 

— Me desculpe incomoda-los.. - Ema disse ficando ao lado da porta.

— Tudo bem.. - Julieta assentiu sentindo suas bochechas queimarem.

— Bom, a festa já estava em seu fim.. - ela andou até ambos. - Trouxe um pedaço de bolo para o senhor papai.

— Muito obrigado, minha filha.. - disse segurando um pequeno prato recheado por um pedaço de bolo aparentemente delicioso.

— Vejo que não irá mais comigo.. - Ema disse.

— Não, eu e Julieta conversamos.. E..

— Fico muito feliz que tenham se entendido, torço por vocês! - disse a baronesinha sorridente, beijou o rosto de seu pai, e logo o de julieta, e saira saltitante fechando a porta.

— O que foi isso? - Julieta perguntou sorrindo.

— Ela está no nosso time. - ele piscou. - Temos uma torcida enorme ao nosso favor, meu amor.

— Esta tão evidente? - Aurélio virou os olhos, a fazendo ri mais.

— Como a água mais cristalina que já existira no mundo. - afirmou convicto. - Meus olhos ao vê-la me denunciam..

— Os meus talvez ainda não digam nada, mas.. - o olhou atentamente. -  Quero dar todos os passos do amor com você..

— Eu não poderia ouvir nada mais sinfônico e perfeito essa noite. - suspirou com seu peito vibrante.

— Bom... Eu gostaria de saber se esse bolo está realmente gostoso como aparenta.. - disse pegando a pequena colher e levando um pedaço de bolo a boca. Aurélio apenas a observou, logo, seus instintos mais provocativos foram acionados quando no canto da boca de Julieta ficara uma pequena quantidade de cobertura. - Você não quer? - ela perguntou observando seus olhos atentos a sua boca.. Ele assentiu. E de repente, puxo-a pela nuca e tratou de desfrutar do bolo de outra forma.. O beijo era realmente doce, surpreso, e por que não gostoso?

Ele se distanciou apenas alguns centímetros dela passando a língua sobre os lábios.

— É realmente muito bom... - disse. - Me atrevo a dizer que esse fora o bolo mais delicioso que já experimentei em toda minha vida; sutil, doce.. - olhou-a de lado. - Molhado..

— Confesso que não conhecia esses métodos de prova de bolo..- comentou vendo a luxúria nos olhos do seu amado. 

— Te interessas?

— Se for apenas com você.. Me encanta. - confessou. - Durma comigo hoje..

Ele assentiu. ....


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