Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira


Capítulo 45
Os nomes




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Freddie não respondeu à Carly de pronto. Antes, introduziu:

— Meus primeiros netos são frutos do amor de uma Benson com um Shay. Não é a primeira história de amor envolvendo ambas as famílias. A deles pôde ser vivida plenamente, apesar dos entraves que tiveram que enfrentar, nada foi capaz de separá-los, ao contrário de seus avós. Eu cresci pensando que meu pai havia sido um grande pai de família, morto tragicamente num acidente, muitos anos depois, descobri a verdadeira história por minha mãe. Meu pai havia nos abandonado para fugir com a mãe da Carly.

Carly interrompeu:

— É um momento feliz para os Bensons Shays, pra quê desenterrar essa história que tanta dor causou a nós? Passei anos sem nem poder falar o nome da minha mãe...

— Não quero desenterrar tristeza, Carly, mas transformá-la em alegria, ou melhor, olhar de um jeito novo para os fatos. E o fato é que após o fim trágico de Alana Shay e Leonard Benson, eu, Freddie Benson, tive por primeiro amor justamente Carly Shay.

Foi a vez de Sam se manifestar:

— Agora sou eu que digo: pra quê desenterrar isso agora. Tá arrependido de ser o meu marido há 25 anos?

Gibby fez coro:

— Vem falar nesse momento, na minha cara, que foi apaixonado por minha mulher?

— Isso não é novidade para ninguém. Eu fui, não sou mais! Amo a minha Samantha mais que a minha própria vida e essa marrentinha linda sabe muito bem disso – abraçando a esposa - Mas, pela segunda vez, houve uma tentativa de relacionamento entre Shay e Benson fadado ao fracasso.

Isabelle falou:

— E finalmente Shay e Benson estão juntos e felizes, numa história de amor que vingou e deu frutos.

— Graças a Deus – completou Cris, sorrindo para a amada, que lhe retribuiu.

— Por isso mesmo, o nome que vou sugerir ao meu neto não é uma provocação a ninguém, mas, uma oportunidade de perdão e de redenção – explicou Freddie.

— Fala logo, bebê. Todo mundo está ansioso – pediu Sam ao marido.

— O meu neto, por ter a minha filha prometido me deixar fazer a escolha do nome, o que contou com a concordância do meu genro, por ser um Benson Shay, vai se chamar Leonard, como o bisavô, o primeiro Benson a amar uma Shay.

— Ufa, ao menos não vai dar um nome extravagante para o nosso neto, como tentou fazer com os nossos filhos – observou Sam.

— Tenho que concordar que Leonard é um bonito nome, vamos chamá-lo de Leo – falou Gibby.

Carly continuou quieta e Freddie ficou preocupado:

— Eu magoei você com a escolha do nome, Carly?

— Não, Freddie. Não posso negar que mexeu com sentimentos adormecidos. Passei a vida magoada com uma mãe que mal conheci, sentia como se ela tivesse me trocado pelo seu pai. Preferia nem tocar no nome dela. A princípio pelo meu pai e pelo Spencer, para não magoá-los. Depois, entendi que o nome dela fazia mal a mim mesma. Por isso, eu louvo a sua coragem de espantar velhos fantasmas, agora que nossas famílias foram definitivamente unidas pelo amor de nossos filhos. Por isso, se o meu Cris permitir, eu mesma gostaria de sugerir o nome da minha neta.

Cris consentiu:

— Claro, mãe. Eu tenho tantos nomes de menina em mente, fiquei pensando tanto esses meses todos, que nem consegui me decidir. Seria bom contar com a sua ajuda.

— Ótimo. Se podemos amar um Leonard, também podemos amar uma Alana. Assim, enterraremos definitivamente os nossos fantasmas do passado. Nomes que nos causavam dor, agora nos farão transbordar amor, porque pertencerão aos nossos netos.

Isabelle vertendo lágrimas, disse:

— Meus filhos não poderiam ter nomes mais lindos, até me emociona.

Cris aproximou-se dos filhos nos braços da amada e falou:

— Bem-vindos à família: Leonard Benson Shay e Alana Benson Shay – depositando um beijo na cabecinha de cada um.

Todos saíram do quarto, com exceção de Cris, para que Isabelle pudesse amamentar os gêmeos. Ela sentia muita dor a cada sugada dos pequenos, mas entre pequenos gemidos, sorria satisfeita.

Mais tarde, Mabel levou Ellie para conhecer os irmãos. A menina olhou para os pequenos, encantada.

Perguntou:

— Posso pegar os meus irmãozinhos no colo?

Cris sentou a pequena no sofá. Primeiro pegou Alana e colocou no colo de Ellie, que elogiou:

— Ela é mais bonita que as minhas bonecas.

Depois, Cris devolveu a pequena ao berço e colocou Leonard no colo da irmã mais velha, que comentou:

— Ele é tão bonito quanto você, papai.

— Obrigado pelo elogio. Mas, são tão pequenos e prematuros que ainda é difícil dizer com quem se parecem. De qualquer forma, são lindos.

Ellie indagou:

— Com quem eu me pareço?

— Você é tão linda quanto à sua mãe!

Mabel sorriu diante do elogio do ex-marido.

Ellie prosseguiu:

— E no que eu me pareço com você, papai?

Foi a vez de Mabel:

— Você herdou o grande coração do seu pai.

Isabelle também sorriu. Seus filhos haviam estreado no mundo e sua família parecia completa com Cris e Mabel voltando às boas, trazendo Ellie de volta ao convívio de todos.

Ellie perguntou:

— Eu posso voltar a morar com o papai e a tia Belinha agora, mamãe? Eu quero brincar o tempo todo com os meus irmãozinhos.

— Querida, o papai e a Belinha precisam dedicar um tempinho maior para os bebês agora, sem contar que a mamãe vai sentir muita saudade sua se me deixar. Mas, tenho certeza de que o tio Rick vai concordar e vamos voltar a morar em Seattle, bem pertinho deles, o que acha?

— Eu acho ótimo! Vamos todos viver bem pertinho?

— Bem pertinho! Do que depender de mim, até no mesmo bairro.

Cris mal podia acreditar nas palavras da ex-mulher:

— Eu não acredito que no mesmo dia em que ganho dois filhos, tenho de volta a minha primeira filha também! É alegria demais para um pai! Não tenho palavras para te agradecer, Mabel.

— Não precisa me agradecer, na verdade, eu é que tenho que me desculpar. O que eu fiz com você foi péssimo, foi horrível. Hoje me arrependo muito. Quase fiz muito mal para você e para Ellie, quase a impedi de ter o melhor pai desse mundo. Será que você é capaz de me perdoar?

— É claro que sim. Eu fico muito feliz de te ver nesse estágio avançado de consciência, por você e por nossa filha. Mas, o que aconteceu para você atingi-lo?

— É uma longa história. Eu estava indo contá-la ontem, quando a Belinha entrou em trabalho de parto.

— Graças a Deus que Mabel estava lá – interveio Isabelle – Sou muito grata a você, prima.

— Imagina, depois de tudo o que eu fiz para atrapalhar a vida de vocês, era o mínimo.

Cris estava curioso:

— Pode nos contar a história agora?

— Bem que eu gostaria, mas, cheguei à conclusão de que tenho que contá-la ao principal interessado primeiro...

Mais tarde, Gibby saía do banho quando Carly entrou:

— Mozão, melhor se apressar. Sua filha Mabel está lá embaixo lhe esperando e disse que o assunto é sério e inadiável.


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