Celle, o retorno escrita por Nany Nogueira


Capítulo 4
Preparativos para o casamento




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Cris estava preso no trânsito, depois de um longo dia de trabalho, tentando chegar ao seu lar. De repente, parado diante de uma conhecida loja de alta costura, destinada a vestidos de noiva e de festas, viu Isabelle e Sam entrarem.

Sentiu um impulso incontrolável de aproveitar a oportunidade para falar com Isabelle e não se conteve. Estacionou o carro na primeira vaga que encontrou e entrou na loja, onde a vendedora logo se aproximou:

— Posso ajudar o senhor?

— Eu vi a minha amiga entrando aqui com a mãe. As duas são loiras. O nome dela é Isabelle.

— Sei quem é. A moça que veio escolher um vestido de noiva. Espero que não seja você o noivo. Ver a noiva antes do casamento dá azar.

— Sei disso. Mas, pode ficar tranquila. Como eu disse, não sou o noivo, mas apenas um velho amigo. Gostaria de dar uma palavrinha com ela. Vai ser rápido.

— Ela entrou no provador. Mas, você pode aguardar na sala do lado de fora, destinada aos familiares e amigos. Tem chá, café, biscoitos, revistas, televisão e wi-fi lá.

— Muito obrigado. Farei isso.

Cris dirigiu-se ao local indicado pela vendedora e se sentou, pegando uma revista. Ouviu a voz de Sam aproximando-se, falando com uma vendedora:

— Aquele vestido é realmente bonito, mas quero que minha filha tenha mais opções, para que esteja certa na escolha. Pode me mostrar os melhores vestidos desse lugar! O pai dela paga!

Cris levantou a revista de forma a tampar o rosto. Sam passou com a vendedora sem reparar nele.

O rapaz aproveitou a oportunidade e entrou no provador a procura de Isabelle. Apenas ela estava no local e não foi difícil localizá-la dentro de uma das cabines. Ele a abriu e a moça, trajando um belo vestido de noiva, assustou-se ao ver o reflexo dele no espelho, dizendo:

— O que faz aqui, Cristopher? Saía imediatamente! Estou provando o meu vestido de noiva! Quem te deixou entrar em aqui? Eu vou chamar a segurança!

Cris estava alheio às reclamações de Isabelle, só conseguia reparar naquela bela visão. Ele disse:

— Uau! Você está mais do que linda! Está divina! Eu nunca vi uma noiva tão linda em toda a minha vida.

— Não deveria dizer isso, considerando que já teve a sua própria noiva. Mabel, com certeza, ficaria muito ofendida se ouvisse as suas palavras.

A referência à Mabel fez Cris voltar à realidade:

— Eu não quis ser desrespeitoso. Nem com você, que eu sei que é noiva de outro, nem com a Mabel, que é minha esposa.

— Ah, claro. Você entende muito de respeito mesmo, já que me traiu com a minha própria prima.

— Eu não vim aqui discutir o passado, Belle.

— Então veio fazer o quê aqui? Até agora eu não entendi! Que assunto você tem para invadir a minha prova de vestido de noiva?

— Eu te vi entrando aqui com a sua mãe e tive vontade de vir cumprimentá-la. Perdoe-me se fui invasivo.

— Foi muito invasivo mesmo! Já cumprimentou. Agora pode ir embora.

— Sim, claro.

Quando Cris se virou para se retirar deu cara com Sam e com a vendedora, as quais retornavam ao provador com diferentes vestidos de noiva nos cabides.

Sam perguntou:

— O que faz aqui, Cristopher?

A vendedora também se manifestou:

— Não são permitidos homens nos provadores femininos. O senhor, por favor, retire-se.

Ele respondeu simplesmente:

— Já estou de saída – deixando o local sem maiores explicações.

Naquela noite, Cris não conseguiu mais tirar a visão de Isabelle vestida de noiva da sua cabeça. Quando foi se deitar, Mabel percebeu o marido com os pensamentos distantes e tentou assuntar:

— Cris, estou te achando diferente hoje, como se estivesse distante, com o pensamento longe. Aconteceu alguma coisa no trabalho?

— Só estou cansado, Bel. Talvez um pouco estressado. Você sabe, meu trabalho é de grande responsabilidade.

— Eu sei. Mas, eu conheço uma maneira ótima de acabar com o estresse – aproximando-se o marido e dando um beijo molhado no pescoço dele.

Cris sentiu um arrepio, mas afastou a esposa, dizendo:

— Eu prefiro dormir. Desculpe-me, mas preciso descansar.

— Está bem – concordou ela, frustrada, deitando-se no seu lado da cama, dando as costas para o marido, cobrindo-se e fechando os olhos.

Cris apagou a luz e deitou-se também, sem abraçar a esposa, como de costume.

Enquanto isso, no apartamento do décimo terceiro andar, Richard e Isabelle assistiam a um filme, a sós, na sala. Freddie e Sam já haviam se recolhido aos seus aposentos.

Richard começou a beijar Isabelle nos lábios, começando a aprofundar o beijo, mas a moça o afastou, dizendo:

— Vamos ver o filme, assim a gente não presta atenção. Tá na melhor parte.

Rick pausou o filme e prosseguiu o que estava fazendo, voltando a beijar a noiva e enfiando uma das mãos por baixo da blusa dela, tocando a barriga e subindo até os seios dela, por dentro do sutiã, já levantando a blusa de Isabelle.

A moça puxou a mão dele, dizendo:

— Aqui não, Rick!

— Seus pais já foram dormir, amor. Que mal tem? Você parecia gostar das nossas sessões de amassos durante os filmes no nosso apartamento em Nova York.

— Mas, terminavam em sexo no sofá ou no tapete e eu já te disse que não vai rolar na casa dos meus pais.

— Podemos ir para o seu quarto, sem fazer barulho, rapidinho...

— Não, Rick! Eu não vou conseguir relaxar sabendo que meus pais estão no quarto ao lado.

— Então quer dizer que agora vamos esperar até o casamento, mesmo!

— Isso aí – falou Isabelle, pegando o controle das mãos de Richard, e dando play no filme.

Na manhã seguinte, Isabelle teve uma surpresa no café da manhã. Ao entrar na cozinha, além dos pais e do noivo, encontrou Alison sentada à mesa.

— Acho que ainda estou sonhando – falou a loira, esfregando os olhos – Ali, aqui!

Alison levantou-se e foi abraçar a amiga, dizendo em seguida:

— Você me convidou para ser a sua madrinha, pensou que eu não viria?

— Se você não viesse, perderia o posto de minha melhor amiga, de forma irrevogável – rindo – Só pensei que você viesse mais perto da data, já que está trabalhando como estilista de uma grife em Paris.

— Consegui tirar férias e me mandei! Até porque o Greg estava ansioso para rever a família.

— Como ele está?

— Muito bem. Ainda não conseguiu uma boa colocação na área dele em Paris, mas é um ótimo dono de casa.

— Vocês não vão oficializar a união como eu e Rick?

— Pra quê formalidades? Já vivemos juntos mesmo!

Freddie se manifestou:

— Seus pais poderiam ficar muito felizes com a oficialização da união.

Alison respondeu:

— Eles nem ligam! Meu pai já era divorciado quando se casou com a minha mãe. Até firmaram o compromisso no cartório, para resguardar os direitos da minha mãe, mas pouco se importam com a família tradicional. Caso se importassem, evitariam um casamento inter-racial num País altamente preconceituoso.

Freddie ia rebater, mas Sam o chutou por baixo da mesa, fazendo-o se calar.

Sam desconversou, oferecendo comida:

— Quem quer panquecas com Nutella?

Todos se sentaram novamente à mesa, ansiosos pelas panquecas.

No final da tarde, Richard e Isabelle receberam os convites de casamento, vindo da gráfica. Era hora de pegar a lista de convidados para iniciar o endereçamento e envio.

Já era tarde da noite e os noivos ainda fechavam os envelopes. Poucos convites haviam sobrado sem destinatário. Mandaram fazer com sobra, caso se dessem conta de que alguém fora esquecido.

Richard falou:

— Tô cansado, com sono – bocejando – Acho que já terminamos aqui. Vamos dormir?

Isabelle respondeu:

— Pode ir, amor. Vou conferir a lista mais uma vez. Ainda não estou com sono.

— Está bem – concordou ele, aproximando-se da noiva, beijando-lhe os lábios e indo para o quarto dos cunhados Eddie e Nick, onde estava hospedado.

Isabelle tomou um convite nas mãos e perguntou para si própria se deveria encaminhá-lo para Cris e Mabel. Pegou a caneta e começou a girá-la com a ponta fechada sobre este, já dentro de um envelope.


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