-Sangue, agora. - Eu pensava, enquanto minha garganta ardia fortemente, e a sede me dominava. Eu não queria nada fácil. Muito ao contrario. Queria um alvo difícil, eu queria que ele viesse à luta, que ele tentasse sobreviver. É claro que é impossível, mas eu deixaria algumas brechas, antes de cravar meus dentes em seu pescoço e sugar o seu sangue.

 Corri o mais rápido que pude, para chegar a ele. Talvez um urso. ”Perfeito” pensei comigo mesma. Eu queria tirar toda aquela raiva de mim, toda a raiva que sentia por ser um monstro, eternamente um monstro. Muitas agradeceriam a Carlisle por aquilo, por ficar perfeita para sempre. Mas eu não. Eu já era feliz, e eu tinha um futuro, e mesmo que não desse certo com Royce, eu conseguiria alguém que me amasse.

“Royce,o motivo da fúria,aquele com que eu aparentemente teria o que eu queria,uma família invejável, e feliz”. E, no entanto, eu estava à procura de sangue. Eu já podia sentir os aromas do bando, uma família de ursos, que iria acabar.

 Foi quando eu os vi. Fiquei, por um momento, paralisada com a cena diante de mim.  Não pensei muito, corri para o urso que em poucos segundos iria matar o garoto a alguns metros dele. O meu desejo de luta desapareceu e eu o ataquei logo em seu pescoço, sugando seu sangue, paralisando-o, ate seu coração parar de bater.

 O garoto me fitava incrédulo, estava com muito medo do que acabara de presenciar.

Eu não podia ter feito aquilo, mas agora já era tarde. Parei, e fitei o garoto, lindo, com covinhas, e um cabelo tão... Ele me lembrava o filho de minha amiga.

 -Não tenha medo. – Eu disse a ele. É claro que ele se afastou de mim, mas eu o alcancei.

-Rosalie. – Eu disse. Ele demorou algum tempo a me responder:

-E... Emmet. – Ele estava gaguejando. Eu não tive escolha, peguei-o e comecei a correr de volta para casa. Eu não devia, não podia fazer aquilo, era tão estúpido, tão... Egoísta. Muito egoísta. Mas eu precisava dele. Eu necessitava mais do que nunca. Eu pedia desculpas a ele enquanto levava-o para Carlisle, somente me desculpava, e explicava que tudo iria ficar bem. Eu não esperava que ele me respondesse, estaria assustado de mais.

  Chegamos em casa,eu entrei com ele, Edward e Carlisle já nos esperavam.Claro.

  -Por favor, Carlisle, por favor, eu preciso.

  -Tem certeza Rose? Eu apenas acenei com a cabeça. Não acreditava que estava sendo egoísta a tal ponto. Carlisle o pegou e levou ele para o meu quarto. Eu os segui.

  Então, La dentro, Carlisle já se preparava, eu dei um suspiro, com raiva de mim mesma. Mas já era tarde, e eu me arrependi logo que o vi. Eu desejava me matar por ter feito aquilo. Agora Emmet estava deitado, gemendo, da mais absurda dor que já sentira em sua vida, Eu fui mais perto dele, peguei sua mão, e comecei a falar com ele, tentando tranqüilizá-lo, explicando tudo o que eu podia e o que sabia, desde o começo, pedindo para que não ficasse com raiva de mim, enquanto ele, muito provavelmente, desejava que eu o tivesse matado ao invés de ter provocado a ele aquela dor insuportável.