Sunshine in a football jersey. escrita por Lillac


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa é a minha primeira vez escrevendo Jercy, o que não faz nenhum sentido, porque eu amo esse casal desde o terceiro livro. Enfim, espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/763509/chapter/1

A primeira coisa que Percy viu quando emergiu foram duas írises multicoloridas o encarando duramente.

— Ei — ele cantarolou, apoiando-se na borda da piscina para sair da água, e pegou a toalha que havia deixado ali perto para enxugar o rosto —, o que foi?

Piper respondeu com um pontapé bem no ombro dele.

— Você disse vinte minutos — ela grunhiu — não acredito que eu ainda caí nessa.

Rindo, Percy correu a toalha pelo cabelo ensopando, bagunçando-o em todas as direções possíveis.

— Drew foi embora com o carro — Piper suspirou, apoiando o queixo em uma das mãos — parabéns por nos fazer perder a carona, idiota.

Ele espreguiçou-se, aproveitando a sensação que se espalhava pelo seu corpo sempre que tomava um bom e longo mergulho. A piscina da escola pública não era nada comparada com o resort do pai, no qual passava as férias, e na piscina olímpica que ele havia construído para que Percy pudesse treinar para as nacionais — dois meses antes do garoto lhe contar que ele pretendia competir como surfista, e não como nadador. Céus, ele daria tudo para ver Poseidon repetir aquela expressão —, mas água era água, e Percy estava feliz com qualquer mergulho.

— Relaxa, é só a gente ir lá para casa, nem é tão longe — ele deu de ombros.

Piper abriu a boca para retrucar, mas provavelmente chegou à conclusão de que não valia a pena. Ela lhe direcionou um dedo do meio levantado como resposta enquanto Percy pegava a própria mochila e seguia para o vestiário. Ele sabia que ela provavelmente levaria o maior sermão da governanta da mansão quando Drew chegasse em casa e a dedurasse, mas também sabia que Piper não dava a mínima. Na verdade, aquela seria só mais uma desculpa para que Tristan telefonasse, lívido, e Piper tivesse a oportunidade de falar com o pai pelo celular por pelo menos alguns minutos.

Depois de um banho e de vestir-se novamente em seus jeans de grife e moletom caro — um presente de Piper que era mais chacota do que presente, porque ela sabia que Sally jamais o deixaria fazer a desfeita de não usá-los e que Percy parecia um modelo saído direto da capa de uma revista para uma escola particular de crianças ricas quando se vestia daquele modo — ele a reencontrou na área de espera da piscina, concentrada no mais novo jogo violento e cheio de sangue que havia comprado no celular.

E estaria tudo completamente bem e dentro do comum.

Se não fosse pelo fato de que ela não estava sozinha.

E a julgar pelo levantar sorrateiro de sobrancelhas e o sorrisinho no canto dos lábios dela, Piper sabia perfeitamente o que havia feito.

— Ah... ei, Jason — ele cumprimentou, de repente muito consciente do fato de que o cabelo dele parecia ter acabado de sair de um furacão e que suas calças eram mais skinny do que jeans.

Jason ajeitou os óculos no rosto, abrindo um sorriso de comercial de pasta-de-dentes, e Percy quis pular de volta na piscina, roupa e tudo.

— Percy! Que bom, eu estava realmente procurando por você.

— No lugar certo, obviamente — Piper comentou com uma risadinha, mas Jason não pareceu ouvir.

— Então, eu estava falando com a Pipes sobre esse fim de semana — ele continuou soando animado, e Percy não pôde deixar de notar em como os olhos dele ficavam absurdamente bonitos quando ele falava assim — Thalia quer dar uma festa pós-jogo, e nós estamos querendo uma ajuda com a organização.

— Que bom saber que vocês estão tão confiantes — Percy comentou, e quis estapear a si próprio no mesmo momento. Estúpido, estúpido.

Novamente, Jason não vacilou.

— Bem, nós treinamos bastante — ele respondeu — temos o maior número de vitórias consecutivas e estamos na liderança da chave por quase vinte pontos. Sem falar que, com a temporada de futebol feminino só começando no final do ano, Reyna vêm ajudando a gente com estratégias de campo. Eu diria que temos uma chance bem grande de ganhar.

Percy concordou com a cabeça, agradecendo a todos os deuses por Jason não ter levado o comentário como impertinente. Tudo o que ele não queria era Jason Grace, capitão das Águias do Colégio Júpiter pensando que ele não acreditava que eles podiam ganhar aquele jogo.

— Eu disse a ele que por mim tudo bem — Piper respondeu, sem tirar os olhos da tela do celular.

— Ah, é, por mim também — Percy respondeu, tentando soar como se não estivesse muito aí quando na verdade ele estava bastante, completamente aí — quando?

— O jogo é sexta à noite, e eu e os outros garotos vamos passar o dia ocupados, então quinta depois da aula estaria ok para vocês?

— Com certeza! — Percy exclamou, talvez um pouco alto demais, enquanto Piper simplesmente resmungou:

— Pode ser.

— Ótimo — Jason sorriu novamente — vejo vocês então.

Ele recolheu a própria mochila que havia colocado no chão e passou as alças pelos ombros, acentuando, mesmo sem intenção, a forma como a jaqueta roxa e prateada do time de futebol abraçava seus músculos dos braços. Jason saiu da área da piscina, ainda acenando, e Percy o encarou indo embora.

— Ei, Percy? — Piper chamou.

— Uhum?

— Você já pode parar de olhar para a bunda dele agora.

Percy jogou a própria mochila na garota, que apenas riu, enquanto ele sentia o rosto ficando vermelho.

 

 

— Uau, eu não sabia que a minha casa tinha de repente virado ponto turístico.

Percy — Sally o repreendeu — comporte-se.

— É Percy — Leo repetiu, de onde estava sentado à mesa de jantar devorando um prato de macarronada — comporte-se.

Rolando os olhos, Percy atirou a própria mochila no sofá da sala e deixou-se cair ao lado dela, suspirando. Piper colocou a dela cuidadosamente aos pés de uma poltrona, mas só porque da última vez que ela manchara uma das bolsas de grife que Afrodite lhe dera, a mãe a deixara de castigo por quase dois meses. O que era ao menos irônico, considerando que Piper não pegara nem metade da sentença quando fora mandada para a detenção por substituir o giz da professora de matemática por massinha de modelar.

Ela então deitou-se no sofá também, pernas por cima das dele. Sally aproximou-se e deixou um prato encima da mesinha de centro.

— Obrigada, tia Sally — a garota agradeceu, com o tom educado que ela literalmente só usava com a mãe de Percy, e estendeu um braço para pegar um pedaço de bolo vegetariano.

— E como foi a aula hoje, Percy? — Sally questionou, sentando-se na poltrona dela e o observando, como se soubesse que alguma coisa havia acontecido.

— O Leo já contou para a senhora, não foi?

— Annabeth, na verdade — ela respondeu, com um sorriso complacente.

Percy ergueu um pouco o tronco, virando a cabeça para fuzilar com o olhar a garota que também estava sentada à mesa, lendo um livro que era ao menos duas vezes a grossura dos livros deles da escola. Annabeth ergueu uma sobrancelha para ele, e ele moveu os lábios, formando: traidora.

— Em defesa dela — Reyna pronunciou-se — qualquer um consegue perceber. Você não fica vermelho com muita coisa, e, quando fica, demora umas sete horas para voltar ao normal.

Calipso, que estava calmamente bebendo seu suco de pêssego, cuspiu tudo no namorado, que reclamou com um grito agudo.

— Tem uma camiseta sua na primeira gaveta do Percy, Leo — Sally informou, sem sequer virar o rosto — acho que ficou aqui da última vez que vocês foram para aquela festa semana passada.

Enquanto Leo erguia-se da mesa para invadir sua privacidade, Percy virou-se para a mãe mais uma vez.

— Não foi nada demais — ele deu de ombros — Jason só me convidou para ajudar a arrumar a casa deles para a festa depois do jogo, que aliás, eu ainda nem pedi permissão para ir.

Ele tinha um olhar meio esperançoso no rosto, como se dependesse de Sally para ter uma desculpa para evitar mais um momento constrangedor na frente do outro rapaz.

— Oh, está tudo bem — ela despedaçou seus sonhos —, e na verdade, a festa é na casa da Reyna. A sra. Grace nunca ia deixar os filhos fazerem uma festa naquela mansão, Percy.

Percy virou-se mais uma vez, e Reyna o respondeu com um sinal de paz e amor, o que teria sido hilário, porque a expressão dela continuou completamente neutra. Piper o chutou na coxa, dizendo-o para parar de se mover tanto.

Considerando que Reyna e Hylla eram legalmente emancipadas desde que a mais velha tinha catorze anos, Percy perguntou-se como não havia pensado nisso antes. E também como Reyna havia permitido aquilo... —

— Ah, não.

— Ah, sim — ela respondeu, da mesa.

— Reyna!

— Percy — foi Annabeth quem respondeu. E, com a expressão mais séria do mundo, continuou: — você vai dar uns amassos naquele superman loiro nem que seja a última coisa que eu faça nessa vida.

Reyna e Calipso concordaram com acenos de cabeça, e Leo gritou lá do quarto:

— Isso mesmo!

Mas Piper sentiu-se na obrigação de completar:

— Falem por si mesmos. A última coisa que eu vou fazer é gravar esses amassos.

Quando nem Sally fez o esforço de suprimir a própria risada, Percy chegou à conclusão de que os deuses haviam, de fato, o traído.

 

 

Quinta-feira chegou, e com ela a súbita necessidade de Percy de dar o fora dali. Piper o encontrou antes, no entanto, tentando pegar o skate que ele sempre colocava no próprio armário antes da aula, e chutou a porta com tanta força que ela automaticamente travou.

Percy apoiou as costas no armário e fez uma careta de choro.

Ele havia acabado de sobrevier à um período inteiro de Geografia, no qual Jason fazia parte do grupo apresentando o seminário da semana, com Annabeth e Reyna lhe lançando olhares toda vez que o pegavam encarando o loiro. Percy não achava que ia aguentar muito mais do que aquilo preso no mesmo ambiente que ele.

— Claro que vai — Leo surgiu ao lado dele, apoiando um ombro no armário — e, sim, você disse isso em voz alta.

Ele e Calipso estavam vestidos em seus uniformes de líderes de torcida, prontos para o treinamento depois da aula, e Percy amaldiçoou o dia que decidiu sair da equipe no segundo ano para se dedicar à natação. Ao menos ele ainda teria uma desculpa para ficar na escola.

— Percy — Calipso chamou sua atenção, soando muito séria — deixa de ser fresco.

— É fácil para você dizer — Percy estreitou o olhar — seu namorado não é o garoto mais popular da escola.

— Uh — Annabeth abriu um sorriso — vocês estão vendo, ele já está se referindo ao Jason como namorado.

Os outros riram, e Percy cobriu o próprio rosto com as mãos.

— Vocês são todos absolutamente horríveis — Percy concluiu — cadê o Nico? Eu preciso de um conselho gay.

— Oi? — Piper pestanejou — A única hetero nesse grupo é a Calipso, e isso ainda é questionável.

— Eu preciso do conselho de alguém que sabe o que é estar afim de literalmente um raio de sol popular e atlético.

— O Will não é atlético — Leo o lembrou.

— Nem popular — Reyna completou.

Percy grunhiu, derrotado.

No carro de Reyna, espremido entre Rachel e Nico, o conselho brilhante que o garoto o deu foi:

— Só deixa de ser medroso.

— Uau, Nico, muito obrigado.

— Eu estou falando sério — Nico insistiu —, quando eu conheci o Will no primeiro ano, eu tive tanto medo de falar com ele que precisei que todo mundo trabalhasse junto para nos aproximar. Se não fosse por isso, Will poderia ser meu namorado há muito mais tempo.

Reyna ergueu uma sobrancelha para ele pelo espelho retrovisor.

— Por trabalhar junto você quer dizer o Frank te carregar até a sala da banda porque o Will estava com medo de que você não fosse aparecer?

Nico estalou a língua.

— Exato. Meu ponto é: ou você enfrenta isso como um homem, ou você está fadado a passar o resto do ensino médio correndo atrás do Jason como um cachorrinho apaixonado.

Percy deitou a cabeça no ombro de Rachel e ficou em silêncio pelo resto da viagem.

 

 

Percy amava os amigos, de verdade. Suas melhores amigas, Rachel, Annabeth e Piper eram literalmente as melhores pessoas que ele poderia conhecer, Hazel era basicamente uma irmã mais nova e Reyna era, aparentemente, sua irmã gêmea com olhos de outra cor que ele nunca soubera que precisava até tê-la e perceber que os dois eram como dois lados de uma mesma moeda.

Grover, seu melhor amigo, confidente e parceiro de enchiladas era o garoto mais legal e de bom coração do mundo, Nico, apesar do mau-humor que já era como uma segunda pele, era honesto e sempre pronto para ajudar, Frank era a alma mais doce do mundo e Leo, apesar dos pesares, era como um complemento perfeito para o humor sarcástico dele.

E ele amava Thalia e Luke também... —

— Percy! — Luke o envolveu com um braço, bagunçando o cabelo dele com uma mão — E aí, já conseguiu dar uns amassos no meu pupilo?

— Luke — Thalia disse — o que eu te contei? Jason nem faz ideia que o Percy baba por ele.

... às vezes. E às vezes, como agora, ele só queria que os dois se casassem logo e se mudassem.

— Existe alguém nessa cidade que não sabe sobre a minha vida amorosa?

— Falta de vida amorosa, você quer dizer — Hylla comentou, de onde estava sentada no topo da escada —, e, respondendo à pergunta, provavelmente não.

Enquanto Percy reclamava da sua vida completamente injusta, Reyna retornou com algumas latinhas de refrigerante, ao mesmo tempo em que a campainha tocou. Rachel levantou-se para atender, estalando um selinho na boca da mais alta no caminho e deixando-a meio congelada no meio do corredor.

— Pelo lado bom — Annabeth comentou — ao menos por enquanto você só tem uma queda pelo Jason. Imagina quando vocês começarem a namorar e você ficar tão bobo quanto a Reyna? Será que algum de nós está pronto para esse desastre?

Reyna fez uma careta para ela, e trombou no ombro da loira enquanto passava, quase derrubando Hazel, que estava sentada nos ombros dela para alcançar o topo da parede, onde estava colocando as luzinhas de natal que Leo configurara para parecerem lâmpadas de festa. Hazel soltou um som tão fofinho e agudo que Percy quis apertar as bochechas dela.

— Oi, oi — uma voz conhecida cumprimentou, e qualquer outro pensamento de Percy escapou direto pelas orelhas dela — foi mal pelo atrasado, Leo quis passar em casa no caminho para pegar uma caixa de ferramentas.

E então Jason, Frank, Leo, Calipso e Drew entraram na casa. Os últimos três ainda estavam vestidos com seus uniformes de líderes de torcida, mas Jason e Frank haviam provavelmente deixado as jaquetas no carro.

O que, é claro, não fez nada bem ao coração de Percy. Jason entrou carregando duas caixas de papelão, músculos definidos nos braços pálidos e bermuda de treino deixando as panturrilhas fortes descobertas. O cabelo dele estava molhado, pós-banho, e os óculos escorregando pelo nariz.

Ele começou a fazer o caminho para a escadaria, onde provavelmente discutiria com Hylla onde colocar cada apetrecho, e, quando passou por Percy, lhe cumprimentou com um sorriso um pouco menor, mais de igual efeito, que deixou o outro garoto meio tonto e perdido no meio da sala.

Leo, é claro, não controlou a própria risada.

Céus, aquela seria uma longa tarde.

Após decorar todos os centímetros da casa — exceto os quartos das garotas —, posicionar as caixas de som e limpar o quintal, não era exagero dizer que os adolescentes estavam completamente exaustos. Hylla havia saído para seu treino noturno de muay thai, e Thalia e Luke voltado para o apartamento que dividiam do outro lado da cidade. Rachel havia pagado por uma quantidade monstruosa de pizzas, comida japonesa e hambúrgueres e Leo havia cozinhado alguns tacos vegetarianos para Piper.

Resumindo, ninguém estava muito afim de levantar daquele sofá.

Mas Percy não era nada senão um bom filho, e Sally Jackson puxaria sua orelha até a próxima geração se soubesse que ele havia comido na casa de outra pessoa e não ajudado a limpar.

Por esse motivo, levantou-se preguiçosamente e começou a juntar as embalagens descartáveis em uma pilha. Os outros começaram a limpar também, mas Percy já havia juntado a maior quantidade.

Quando tentou levantar-se, no entanto, quase deixou as caixas de pizza caírem.

— Opa! — Jason surgiu em frente a ele, segurando a pilha do outro lado — Deixa eu te ajudar com isso.

Percy podia jurar que conseguiu ouvir os amigos trocando olhares maldosos. E, é claro, muito convenientemente, ninguém terminou de limpar ao mesmo tempo, e Percy foi obrigado a seguir sozinho com Jason para a parte detrás, onde ficavam as lixeiras. Depois de desfazerem-se no lixo, no entanto, antes que ele pudesse dizer algo, Jason ergueu ambos os indicadores e pediu:

— Fica aqui?

Percy meio que não conseguiu fazer nada além de assentir.

Jason retornou pouco depois com duas latinhas de refrigerante. Eles sentaram-se nos degraus que davam acesso ao quintal e Percy percebeu, só então, como já havia escurecido lá fora, a lua brilhando cheia no céu. Ele deu um generoso gole em seu refrigerante quando Percy se aproximou.

— O que foi?

— Eu só... — o outro garoto inclinou a cabeça, coçando a nuca — eu só queria saber se está tudo bem. Entre a gente. Você anda me evitando.

Ó, céus. Ó, céus.

— Jason! Não, eu... —

— É porque eu “saí do armário”? Isso te deixa desconfortável? — Jason não deixou ele terminar. — Você reagiu tão bem ao Nico, eu não imaginei que...

— Não, Jason, não é nada disso — Percy o interrompeu de pronto —, caramba, nem perto.

— O que é então?

Percy engoliu em seco. Jason o olhou com os olhos azuis cintilantes, e Percy perdeu todas as palavras na garganta.

— Eu... eu...

— Vamos fazer assim — ele propôs — você vai ao jogo amanhã. E, se eu ganhar, você me diz o que é. Acordo?

Percy realmente não deveria aceitar. Porque era óbvio que Jason iria ganhar, e então ele seria obrigado a admitir aquela queda absurdamente enorme que ele tinha por ele.

Ainda assim, ele encontrou a si mesmo respondendo:

— Acordo.

 

 

Por esse motivo, quando sexta à noite chegou e as Águias do Colégio Júpiter não surpreendentemente ganharam, Percy decidiu que era agora ou nunca.

A arquibancada vibrou quando Jason marcou o último ponto, e Leo até desfez a formação das líderes de torcida para correr até Calipso e erguê-la do chão, girando-a. Frank ergueu Jason nos ombros ao som dos urros dos demais jogadores, e caminhou com ele até a arquibancada, mas ao chegar lá foi capturado em um beijo por Hazel, distraindo-se o suficiente para deixar Jason ser agarrado em um abraço por Reyna, que estava pulando de alegria, e Jason deixou-se levar, sorrindo de orelha a orelha. Piper pulou nos ombros dele, enlaçando o pescoço do capitão com os braços, e Jason riu.

E então Jason encontrou os olhos dele, dois degraus abaixo. Percy achou injusto que Jason, que já era mais alto do que normalmente, estivesse ainda mais.

Porém, esse pensamento foi jogado de lado quando Nico e Annabeth o empurraram nas costas e o fizeram dar um passo à frente.

— E então? — Jason perguntou, meio sem fôlego.

Percy respirou fundo.

Agora ou nunca.

Em um só impulso, pegou o rosto do garoto nas mãos e plantou um beijo na boca dele.

Jason pareceu surpreso por um momento, ficando completamente parado. Mas no segundo seguinte ele retribuiu, colocando as mãos nos ombros de Percy e abrindo a boca para aprofundar o beijo.

Percy nunca soube qual foi a reação do restante da plateia — e nem poderia, porque o som dos amigos dele gritando e comemorando era tão alto que ele não conseguia ouvir mais nada.

Quando eles se separaram, Percy percebeu que ele havia espalhado a tinta nas bochechas de Jason, mas o garoto não pareceu se importar. Ele deixou mais um selinho na boca dele e sorriu.

— Ei, espera um pouco — Jason franziu as sobrancelhas — todo mundo já tinha percebido?

Piper, que, aliás, ainda estava nos ombros dele, grunhiu.

Alguma coisa dizia a Percy que ele realmente, realmente ia gostar daquela festa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, comentários são sempre apreciados!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sunshine in a football jersey." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.