A Caixa de Pandora escrita por Max Lake


Capítulo 7
No caminho certo


Notas iniciais do capítulo

7° tema, 7° round

"The artist - The best Uggie moments - The Weinstein Company", vídeo que compila 4 cenas de um cachorrinho deste filme "O Artista". Eu escolhi a última situação, o cachorro fugindo do guarda/policial. Tive que fazer adaptações na cena.



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Pandora encostou a bicicleta perto da trave de ferro à direita e se aproximou de Leo. Sentiu a barriga borbulhar de nervosismo. Sorrindo, encostou ao lado do garoto e evitou contato visual, olhou apenas para sua própria sombra.

—Oi - disse ele, sorrindo.

—Oi. - Ela manteve a cabeça baixa, sem demonstrar que estava nervosa. - Tudo bem?

—Sim. E você?

—É. Também - respondeu mais no automático do que com sinceridade.

“O que estou fazendo?”, pensou. “Por que estou fazendo isso?”. Respirou fundo, então ficou em silêncio. Leo também não falava, estranho como ele era diferente da irmã valentona. Ele era simpático, sorridente, gentil, gostava de esportes mesmo sendo péssimo em educação física.

—Então… - Pandora retomou a fala. - A festa é hoje.

—Sim, estou ansioso - respondeu.

—Sua irmã falou comigo ontem. Ela não pareceu feliz por eu ir à festa.

Pandora ficou paralisada ao sentir o toque de Leo em seu ombro. O rapaz olhou para ela, exibindo um sorriso tranquilizante.

—Aí. Sou o anfitrião também, você é mais do que bem-vinda.

Pandora corou e tentou disfarçar a vergonha, mas decidiu, enfim, encarar Leo. Sorriu. “Ele é muito fofo”. Gostaria de abraçá-lo e de beijá-lo naquele momento. Ela gostava dele como nunca gostou de alguém antes. “Uma boba paixão adolescente”.

—Obrigada - disse, sorrindo. - Essa bola...

—É de um amigo, Ulisses. Vamos cobrar pênaltis, só para divertir mesmo - explicou. - Eu sou péssimo chutando a bola.

—Entendi. Acho que vou indo.

—Certo. Juliete foi fazer o cabelo, pintar as unhas. Acho que fará o mesmo, não é?

—É, quase isso - respondeu, pegando sua bicicleta e saindo da quadra. - Até mais tarde.

—Até.

O coração palpitava com velocidade, talvez fosse possível ouvir do outro lado da rua. Encontrá-lo fez bem para Pandora. Pedalando ao lado da calçada sem um rumo definido, a menina sentia a felicidade crescendo de novo. Pelo menos momentaneamente. Eis que virando a esquina, encontrou um cachorro sentado na curva. Freou, tem a impressão que ele lhe encarava. Pequeno, de pelo branco e rosto e orelha pretos, parecia perdido. Ele deitou no chão como se quisesse carinho. Pandora caminhou até ele. O animal pulou sobre ela, latiu e pegou as chaves de casa em sua cintura.

—Ei!

Ele fugiu como um raio. Pandora foi atrás e abandonou a bicicleta.

O cachorro atravessou a rua e quase foi atropelado. Pandora correu o mesmo risco, mas não desistiu. Perseguia-o como se sua vida dependesse disso. E dependia. “Se meu pai descobre que perdi minha chave, ele me mata”, era o que passava na cabeça da adolescente.

Virando à direita, o cachorro atravessou mais uma vez a rua e sumiu de vista ao passar por um beco, porém ele largou a chave por algum motivo no meio do asfalto. Ofegante, agachou-se e pegou, então retornou para a calçada e descansou por alguns segundos. Olhando mais à frente, o beco parecia estranhamente familiar. “Será que…?”

“É ali”, seu instinto dizia isso. O beco onde deveria ir naquela noite. Era estreito como no sonho, tem uma porta de madeira e uma grade. Não possui maçaneta. “Como era a batida?”, tentou se lembrar. Tocou com a palma da mão na porta, conseguiu ter a mesma sensação de quando estava dormindo.

Recuou dois passos. “É aqui”, pensou. A missão lhe chamou.

Para sua sorte, a bicicleta permaneceu intocada no chão. “Obrigada, pessoas”. Poderia perder a chave e perder a bicicleta. Seria terrível. Memorizou o caminho para o beco, só podia esperar a noite cair para cumprir a tal missão. “Por que eu farei isso? Tenho uma festa pra ir”, questionou-se.

Pandora pegou o celular e encontrou várias mensagens de Ingrid, eram convites para irem juntas à festa. Claro, o anfitrião não poderá buscá-la. “Sim”, digitou, enviou e guardou o aparelho no bolso da bermuda. Hora de voltar para casa.


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Notas finais do capítulo

Então é isso. Estamos na reta final da história e do desafio... Vai ser divertido saber como vou concluir isso...

PS: Catioros são fofos.



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