Deus Salve Catarina! escrita por LilyEdelPotter


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Queridos Leitores,
Não me matem!!! Sei que demorei a atualizar a fic, mas antes tarde do que nunca, a verdade é que com a novela continuando e o Afonso ficando com a chata da Amália, fiquei sem muita vontade de continuar a fic, mas hoje voltei a ler minhas fics para atualizá-las e essa ganhou prioridade. Li todos os comentários de vocês e amei receber cada um, muito obrigada!
E me desculpem qualquer erro de ortografia!



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Tudo ainda estava escuro e quando abriu os olhos se deparou com uma claridade inesperada, fechou-os novamente para aos poucos abri-los. E quando o fez deparou-se com algumas pessoas ao seu redor. Seu marido, Selena, Capitão Romero, Gregório e Doutor Lupércio estavam lá, observando-a. Notou também que estava nos braços de Afonso e por melhor que aquilo lhe parecesse tratou de levantar-se logo, fraqueza era a ultima das coisas pela qual queria ser reconhecida.

O que gerou uma grande tontura nela e se não fosse por seu marido de novo, tornaria a cair. Mas tentou novamente e conseguiu se aprumar. Olhou ao redor e todos pareciam bem preocupados com ela, quis sorrir mas ainda não era hora. Se apoiou em Afonso e ele passou os braços ao redor dela e ficaram assim por algum tempo até que ela se desvencilhou dele e disse:

—Povo de Montemor, tenho de anunciar a vós e ao meu marido que tenho um motivo muito plausível para ter desmaiado.

E logo um burburinho tomou conta, as pessoas comentavam entre si surpresas os motivos, e observou o rei trocando olhares com Gregório mas logo alguns pediram silencio e então a rainha continuou a se pronunciar.

—Eu já tinha tomado consciência do meu estado há algum tempo, mas decidi mantê-lo em segredo de meu marido e de vocês até o dia de hoje, porque quis que hoje fosse um dia memorável para Montemor e também para Artena. Hoje é o dia em que Montemor dá os primeiros passos a se restabelecer assim como Artena. É chegado um novo tempo, um outro começo e é com imensa felicidade que tenho de anunciar que esse novo começo inclui a chegada do herdeiro de Montemor e Artena.

Por um momento todos estavam chocados com o discurso da rainha e no outro estavam comemorando aos gritos:

—Deus Salve o Rei!

—Deus Salve a Rainha!

—Deus Salve o Herdeiro!

Catarina então pela primeira vez decidiu dirigir seu olhar a Afonso e ele parecia perdido, sorriu então para si mesma, era justamente esse o efeito que queria causar. Após muitos aldeões virem lhe felicitar pessoalmente, o que odiara, já que foi obrigada a apertar mão daqueles plebeus sujos, uma parte de seu ser não poderia estar mais feliz, teria um filho do homem que amava, teria um herdeiro que unificaria os dois reinos e ainda tinha o apoio de seu povo. O que mais poderia querer?

E essa era justamente a outra parte que lhe incomodava, ela queria o amor de Afonso, queria ser amada por seu rei. Tristeza e raiva tomaram conta de si quando pensou nisso, mas mesmo assim continuou a sorrir e cumprimentar seus súditos.

Notou também que Afonso assim como ela cumprimentava seus súditos enquanto recebia felicitações mas ao contrario dela ele parecia muito longe dali. Provavelmente pensando na Plebeia, pensou e foi então que se lembrou que ela estava ali e tinha ouvido tudo, estava tudo saindo como planejado. Até arriscou-se a procura-la com o olhar mas em meio ao tumulto não a encontrou.

Após as felicitações ambos entraram na mina seguidos de soldados para contemplar a reabertura desta. Após alguns minutos caminhando, voltaram para a entrada e seguiram ambos na carruagem para o castelo.

Catarina até arriscou alguns olhares ao rei mas esse parecia imerso em pensamentos. Bufou de raiva, maldito fosse aquele homem fraco com quem se casara e maldita fosse ela mesma por ter se apaixonado por ele.

Quando chegaram ao castelo, fez questão de ser a primeira a saltar da carruagem e se dirigiu a seus aposentos em passos largos, queria sair da presença dele o mais rápido possível e queria chorar ao mesmo tempo por ele nem ter esboçado sentimentos. Achou que ele ao menos ficaria feliz com a noticia, mas se ficou ela não poderia saber já que nada demonstrou.

Maldito fosse.

Quando entrou em seu quarto encontrou Lucíola com uma jarra de agua, ao ver sua majestade lhe fez a reverência e perguntou animada:

—Já preparei vosso banho majestade, mas me conte como foi a revelação, que cara esboçou o rei e a plebeia?

—Saia – disse a rainha.

— Mas majestade o que acon..

—Saia, eu já disse, não me faça repetir Lucíola.

Mesmo confusa a criada a obedeceu e saiu do quarto, Catarina não queria ver ninguém, nem encarar ninguém nesse momento. Tirou suas roupas o melhor que pôde, era trabalhoso e não estava acostumada a despir-se sem ajuda. Mesmo assim o fez rápido, queria livrar-se logo daquele cheiro que exalava da mina.

Entrou em sua banheira e se pôs a tentar relaxar. E por alguns momentos conseguiu mas logo sua paz acabou quando ouviu a porta se abrindo, nem se deu ao trabalho de virar e disse:

—Já disse que quero ficar só Lucíola.

E por um momento obteve silencio como resposta. Para logo depois ouvir:

—Precisamos conversar, Catarina.

Virou-se e levantou-se abruptamente quando identificou que aquela voz era de Afonso.

— O que quer? – disse da forma mais questionadora possível, embora sentiu-se gaguejar por um momento.

Afonso a olhou nos olhos para logo então baixar o seu olhar para o corpo dela, e ao vê-la nua, ficou paralisado por um momento. Catarina então ao perceber isso, começou a sair da banheira e andar em direção a ele.

—Vai me dizer o que veio fazer aqui Vossa Majestade? – indagou a rainha que continuou caminhando em direção a ele em passos lentos.

— E-eu, primeiro de tudo eu gostaria que você se vest...

Mas não pôde completar a frase porque quando a rainha chegou perto dele, fingiu escorregar e logo foi socorrida por seu amado, que logo depois de socorre-la sentiu seus braços envoltos em seu pescoço.

—Desculpe. – disse ela no tom mais inocente que conseguiu. – Não deveria ter saído assim tão molhada.

Ele logo abaixou o olhar para o corpo dela e vendo que ele ia terminar de manda-la se vestir, logo emendou:

—Veio falar sobre nosso filho? Ou filha? Me desculpe não ter te contado antes, queria te fazer uma surpresa, queria que o dia de hoje fosse um marco tanto para você quanto para o nosso reino.

—Mesmo assim você deveria ter me dito antes, eu sou seu rei e o pai dessa criança e foi muito perigoso, se você tivesse me dito que estava gravida eu teria colocado mais homens na nossa proteção hoje e não teria deixado você nem entrar na mina, quantos riscos você correu?

—Muitos Afonso, admito, mas mesmo assim quis arcar com todos eles.

—Catarina, Montemor não está em tempo de se arriscar, seja prudente.

Ficou furiosa ao ouvir essas palavras se separou de Afonso, levantou então sem pensar, disse:

—Quem é você para me falar de prudência? Logo você que abdicou do seu reino para ficar com uma plebeia imunda, se a situação do reino está assim hoje a culpa é toda sua.

—Eu não permito que você fale comigo nesse tom Catarina, exijo respeito para comigo e Amália.

—Como quer que eu tenha respeito pela sua amante? E nem tente negar, eu sei que você se encontra com ela.

—Nosso casamento é apenas uma aliança, não esqueça, então se eu me encontro com Amália ou não, não deveria ser problema seu.

Catarina começou a andar em direção a cama, pegou sua toalha, se enrolou e começou a caminhar em direção a porta quando Afonso disse:

—Onde pensa que vai assim?

—Ora, nosso casamento é apenas um acordo, se você pode ter uma amante, eu também posso então vou sair agora para conseguir um. – concluiu Catarina com a mão na maçaneta.

Afonso então se dirigiu para a porta o mais rápido que pôde e segurou a mão de Catarina.

—Nem pense nisso. – disse ele em fúria.

E então para a surpresa do governante de Montemor, Catarina começou a chorar enquanto se deixava cair pela porta. Ficou estático, em um momento estava com ódio mortal de sua rainha e no momento seguinte estava petrificado. Jamais vira Catarina chorar, o máximo talvez fora lacrimejar, mas nunca a vira derramando lágrimas especialmente tantas de uma vez.

—E-eu, me desculpe Afonso, eu não estou em mim, estou cansada e ando tendo alterações de humor, acho que deve ser por conta da gravidez, pelo menos foi isso que disse Doutor Lupércio.

Ele ainda queria gritar e discutir com ela, por diversos motivos, mas como ela não parava de chorar e estava naquele chão frio, ele a pegou nos braços e a depositou na cama. E sem olhar para trás se dirigiu em direção a porta e antes de sair disse:

—Continuaremos essa conversa amanhã, Catarina.

Após algum tempo da saída de Afonso, Lucíola entrou no quarto e logo perguntou:

—Como a senhora está Majestade, eu e todo o castelo ouvimos os gritos.

Catarina levantou-se da cama e indicou a Lucíola sua camisola para que esta a pusesse e enquanto ela fazia isso lhe disse:

—Estou melhor que nunca, meus planos estão saindo melhores do que o esperado, até essa demonstração torpe de raiva e tristeza saiu bem, confesso que senti certo desprezo ao fingir estar muito triste e tive de me esforçar muito para chorar, mas valeu a pena.

—Não entendo Majestade, o que tudo isso muda na sua relação com o rei?

—O que muda é que ele sabe o que eu quero, desconfio que sempre soube mas agora ele realmente sabe que quero e esse filho será o laço que nos unirá para sempre. E mesmo tendo discutido agora ele pensa que possuo sentimentos, desconfio que ele pensasse o contrário, tinha que ver a cara dele quando me viu chorar, nem soube o que fazer. E mais ainda dei a entender que estou com sentimentos confusos por causa da gravidez, então tudo que eu disser ou fizer agora será relevado, pelo menos em partes, então ainda tenho que ter cuidado. Mas é assim que se ganha a guerra Lucíola, uma batalha de cada vez. Agora não fique aí parada, peça a Delano que siga o rei esta noite.

—Esta noite, o rei sairá essa noite?

—Tenho certeza que sim, ele irá encontrar aquela feirante imunda e tentar se explicar, diga a ele para tentar ouvir a conversa e depois se reportar a mim.

—Claro, Majestade, com licença. – disse a criada ao reverenciar-se a rainha.

Depois que ela saiu, Catarina finalmente deitou-se em sua cama mas embora feliz com o sucesso de seu plano ela somente pôs-se novamente a chorar. E após algum tempo simplesmente adormeceu.


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Notas finais do capítulo

E então gostaram?
Não deixem de comentar, é muito importante para mim, pois são os comentários de vocês que me animam a continuar a escrever e como estou de férias pretendo postar outro capitulo em breve!
Bjinhuz!