Talk to Me escrita por AliM


Capítulo 3
Capítulo III - O apartamento laranja


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Boa leitura!



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Quando se é mãe ou pai, parece que você é forçado a fazer um pacto de paranoia eterna, ao qual você deve jurar atormentar seus filhos com as mais absurdas notícias trágicas, vigilância constante e desconfiança disfarçada, que, posteriormente, é repassado para os netos pelos filhos, mantendo um ciclo. Considerando a maneira como eu surgi na vida de meus pais, eu ainda achava-os pouco paranoicos. Mesmo assim, meus pais nunca deixaram de me instruir quanto aos riscos que o mundo oferecia a quem estivesse vivo, como qualquer outro casal de pais que se importava com a cria. E, mesmo considerando todo o trabalho que eles tiveram para me fazer entender a importância de sua preocupação, lá estava eu quebrando anos e anos de ensinamentos.

Eu tinha dormido na casa de um quase estranho, que, além de um quase estranho, era homem. Além de um quase estranho homem, eu havia bebido com ele. Além de um quase estranho homem com o qual eu tinha bebido, eu havia me deixado ser levada para a sua casa bêbada. E, por mais machista e retrógrado que isso soasse, eu tinha quase certeza que era o que meus pais estariam berrando para mim se pudessem me ver naquele exato momento.

Mesmo assim, lá estava eu. Deitada sobre um colchão absurdamente macio, apreciando um teto abarrotado de pôsteres e cartazes de lambe, envolvida por uma luz alaranjada – efeito causado pela cortina de mesmo tom. Além disso, o som abafado de uma respiração profunda ao meu lado quebrava o silêncio daquele momento.

— Ei – chamei, cutucando-o. – Thomas? Thomas!

Todo o charme do momento se dissipou, quando, de súbito, Thomas se ergueu, tossindo como se estivesse engasgado.

— Meu avô costumava acordar assim quando estava perto de morrer – brinquei, sentando-me na cama.

— Isso acontece quando alguém me acorda – respondeu, deitando-se novamente.

Apanhei meu celular que estava no criado-mudo ao lado da cama para checar as horas. Ainda eram cinco da manhã, Rosalice já tinha me ligado sessenta vezes e, antes que eu pudesse pensar em retornar, foi a vez da 61ª.

— Oi, Rosa! – se eu agisse normalmente, talvez ela ignorasse a minha falta de responsabilidade.

— “Oi, Rosa”? Garota, você sabe que horas são? – sua voz soou estridente. Thomas, ao meu lado, tentou disfarçar o riso cobrindo-se com o lençol. – Sabe o medo que eu tive quando acordei e não encontrei você? Como eu iria explicar aos seus pais que havia deixado você ir sozinha a um encontro com um desconhecido quando eles encontrassem o seu corpo?

— Rosa, eu estou bem – tranquilizei-a, o que não foi muito efetivo. – Na verdade, a pessoa não é uma estranha, você inclusive a conhece.

— Eu não quero saber, Annelise! – ela berrou. Eu quase conseguia vê-la em minha frente, falando tudo aquilo enquanto apertava a ponte do nariz. – Estou com tanto ódio de você que seria capaz de a socar se pudesse. Não me apareça aqui com aquela sua cara de desconfiada me pedindo desculpas – ela expirou com raiva, quase como se um búfalo estivesse do outro lado da linha. – Aliás, aproveite seu encontro para se encostar por aí, porque eu não quero vê-la tão cedo!

Um pé na bunda teria sido menos humilhante que aquilo.

— Parece que alguém foi expulsa de casa – a voz de Thomas soou abafada pelo lençol. Ele estava encolhido em seu lado da cama, coberto como um casulo pelo lençol e apenas seus olhos eram visíveis.

— Rosa é apenas dramática. Ela vai me ligar quando passar a raiva, você vai ver – disse. Após isso, um silêncio constrangedor se instalou entre nós. Era como se fôssemos dois pré-adolescentes constrangidos por um quase beijo. – Nós não... né? – perguntei, tentando quebrar o gelo.

— Não... acho que o resquício de vontade se dissipou quando eu vi você vomitando na minha samambaia.

Eu ri. Thomas não era tão ridículo como eu sempre imaginei que fosse. Talvez ele tivesse amadurecido durante os quase dois anos que passamos sem lembrar um da existência do outro, o que fez dele uma pessoa de humor suportável e personalidade intrigante.

— Então você está me dizendo que havia vontade? – questionei.

— Sim – ele respondeu, sem nem ao menos pensar, mas logo se arrependeu e prosseguiu: – Quando eu achava que você não era... você.

— Você está mentindo – provoquei, levantando-me da cama e caminhando até o banheiro do quarto.

Eu estava destruída. Meus cachos estavam embaraçados, formando um único grande cacho; havia resquícios da maquiagem dos meus olhos próximos à minha boca e meu bafo estava além de horrível. Fora isso, minha “aventura” estava arruinada e eu havia saído de casa à toa. Além disso, eu queria poder dizer que Rosa estava com raiva de mim, mas que pelo menos era por uma boa causa, no entanto, eu havia sido xingada em vão.

Diante do pequeno cenário de caos que envolvia o meu rosto, minha libido e a confiança de Rosalice em mim, a única na qual eu conseguia focar meu pensamento era em retornar com uma aparência no mínimo aceitável para aquele quarto, afim de fingir plenitude quando, na verdade, a preocupação começava a despontar no meu estômago. Sendo assim, tirei os restos de maquiagem do meu rosto e passei alguns bons minutos com ele dentro d’água. Depois, quando estava prestes a passar pela humilhação de escovar os dentes com o dedo, notei que Thomas havia deixado um pacote ainda fechado com uma escova de dentes. Se aquilo não fosse uma coincidência tremenda, ele realmente estava evoluindo como ser humano.

— Annelise – ele bateu à porta.

— Rim? — perguntei, abrindo a porta, a boca cheia de pasta.

— Hum... Tony ligou algumas vezes e agora está mandando mensagens. Parece querer falar com você urgentemente – Thomas disse, parecendo um tanto desconfortável.

— Ercreva arrim: — instruí, após colocar minha digital para desbloquear o celular. Thomas abriu a conversa com Tony, parecendo ainda mais desconfortável por estar fazendo aquilo. – Não enche — falei, cuspindo a pasta, mentalizando que a pia era, na verdade, a cara de Anthony Amarino. – Nós só conversaremos quando eu tiver vontade.

Thomas digitou rapidamente, quase como se o celular estivesse pegando fogo e ele precisasse daquela mensagem para se salvar, e devolveu o aparelho para mim. Eu sabia que ele estava curioso a respeito daquela situação, mas não queria parecer invasivo.

— Então... vocês ainda namoram? – perguntou, fingindo desinteresse.

— Sim – respondi, sentando-me novamente na cama. Thomas assentiu com a cabeça e se virou em direção ao banheiro.

Com a cabeça um pouco menos pesada, pude finalmente reparar no resto do ambiente. O quarto, na verdade, era todo o apartamento e havia uma grande estante dupla dividindo o deveria ser a sala e a cozinha e o quarto. As paredes eram quase que completamente preenchidas de pôsteres e cartazes de lambe – assim como o teto. No canto perto da porta do banheiro, pequeno cãozinho schnouzer dormia despreocupadamente.

— Essa é a Bambina – Thomas falou, despertando-me. Ele estava parado na porta do banheiro encarando o cão, as mãos na cintura. Parecia um pai admirando orgulhoso a sua cria. – Ela veio junto com a herança do meu pai.

— Sinto muito, o seu pai...?

— Sim, mas isso já faz quase um ano, não se preocupe – ele voltou a deitar na cama, encarando o teto.

— Você não tem vergonha de ficar deitado comigo aqui? – a minha pergunta era sincera. Thomas me odiava e isso era um fato, no entanto, dentro de algumas horas a ideia que eu havia criado da sua pessoa em minha mente dissipou-se totalmente, o que fazia com eu me perguntasse se ele estava realmente desconfortável com a minha presença.

— Não – ele de ombros. – A cama é minha, você é quem deveria estar.

— Pois eu também não estou – rebati, imitando a sua posição.

Nós passamos algum tempo em silêncio, o que comprovava que, sim, nós estávamos desconfortáveis com a presença proximidade um do outro. Nós não ousávamos nos mexer sobre o colchão, pois o medo de invadir o espaço do outro era maior que qualquer desconforto.

— Então – foi a sua vez de quebrar o gelo, porém, ele pareceu ponderar se deveria ou não prosseguir, abrindo e fechando a boca diversas vezes. – ... Tony... Tony é a sua frustração? – encarei-o repentinamente. Eu realmente não esperava aquela pergunta. – Me desculpe, eu não consigo ser muito indireto.

Eu ri. Thomas parecia realmente envergonhado com o questionamento, coisa que, até onde eu o conhecia, não era muito do seu feitio, já que sempre fora bastante cara de pau. Mesmo quando era ele a passar uma vergonha, conseguia segurar a cena dignamente. Além disso, aquele rubor de vergonha, além de ser uma novidade, era encantador.

— Sim – respondi, e segui afirmando com a cabeça. “Talvez até mais do que eu pensava”, completei mentalmente.

— Posso perguntar o porquê? – eu ri novamente, sacudindo a cabeça. – Não? Ok.

— Não, não é isso – expliquei. – Na verdade, eu me imaginei falando e soou bastante idiota na mente – eu ri novamente. Thomas arqueou a sobrancelha, como se pedindo para que eu continuasse. – Bom, é que... ele não... Tony não queria, ou  melhor, não quer transar comigo.

Thomas mordeu o lábio, segurando o riso.

— Você acha engraçado? É porque você não sabe o que é ser desprezado pela pessoa que você julga ser o amor da sua vida.

— É, não sei... – ele ironizou, como se respondesse só para si.

— E você?

Thomas iniciou o seu relato. Ele havia conhecido uma garota há alguns meses, por quem ele se apaixonou cegamente e com quem passou belos cinco meses. Um dia, ela o disse que precisava acabar tudo, pois iria embora para outro país. Thomas aceitou tudo aquilo, mesmo que se sentisse destruído pelo fim do namoro, era o sonho dela estudar em outro país. Um semana após sua partida, eles descobriu que era tudo mentira e que, na verdade, ela havia-o deixado pois estava noiva há um ano de outra pessoa e eles decidiram ir morar no país de seu futuro marido.

— ... Eu já vi algumas fotos deles lá – seu coração parecia carregado de mágoa. – Ela viva como uma princesa e, inclusive, já espera o primeiro filho.

Passei alguns minutos sem saber o que dizer. A sua história parecia fazer da minha uma briga de casal adolescente. Nunca iria imaginar que, ainda tão novo, Thomas já havia passado por algo do tipo e, mesmo assim, mantivesse aquele humor.

— É muito triste que o primeiro grande amor da sua vida tenha lhe feito isso – comentei, ele apenas acenos com a cabeça.

— Se quiser tomar banho, tem toalha limpa embaixo da pia e você pode pegar alguma roupa minha no armário – disse, mudando de assunto. – Vou fazer algo para comer, já que você vai ter que passar um bom tempo aqui.

Eu agradeci, indo até o banheiro. Meu vestido estava manchado, provavelmente eu havia feito o estrago enquanto estávamos bebendo no Last Kiss. Larguei-o em um canto ao lado da pia e entrei embaixo do chuveiro, a água fria me faria ficar mais esperta. Após o banho, caminhei até o armário, procurando algo aceitável.

— Então? – perguntei, surgindo na sala e desfilando até o balcão da cozinha.

— Nota oito – ele respondeu, derretendo dois pedaços de queijo sobre duas fatias de pão. – Dez pela boa escolha de filme – disse, apontando com a espátula para sua camiseta de Pulp Fiction. – Mas menos dois por ser você usando.

— Thomas – chamei, sentando-me em um banco atrás dele. – Por que você me odeia exatamente? Quer dizer, não consigo lembrar nenhum acontecimento específico para isso.

— Annelise – iniciou, colocando um prato com dois mistos sobre o balcão, sentando-se ao meu lado em seguida. – Eu só odeio dois tipos de pessoas: as preconceituosas e as pessoas que ficam fazendo disputa de sitcoms.

— Então por que você fazia parecer que me odiava?

Thomas apenas deu de ombros, focando-se em seu lanche e nós continuamos a comer em silêncio. Continuei me perguntando o real motivo daquilo, afinal, mesmo quando já tínhamos uma certa maturidade, ele continuava a agir como quando nos conhecemos aos onze anos. Agora, mesmo com todo o seu amadurecimento pós-ensino médio, ele insistia em piadinhas ao meu respeito.

Terminamos de comer e ele me chamou para assistir a um filme na sala e eu aceitei. A sala tinha poucos móveis, apenas a estante/divisória, que deste lado era lotada de porta-retratos e miniaturas de carros e personagens, e um grande sofá em “L”. A parede da TV era, provavelmente, a coisa mais incrível que eu já tinha visto em um apartamento: uma estante embutida praticamente completa de cima a baixo por DVDs. Do lado esquerdo, os filmes, e do lado direito, as séries. Tudo isso organizado por ordem alfabética.

— O que acontece se eu, sem querer, colocar Cães de Aluguel ao lado de O Império Contra-ataca?

— Você morre – disparou. – Sério.

Passamos alguns minutos procurando um filme que fosse do nosso interesse e, nesse tempo, Thomas acabou revelando que estudava Cinema e que queria ser diretor um dia. Depois de longos quinze minutos, optamos por As Patricinhas de Bervely Hills, já que ainda estava muito cedo para queimar a cabeça com filmes sérios.

— Você sabia que é inspirado em Emma, um livro de Jane Austen? – perguntei, sentando-me ao seu lado no sofá.

— Não – respondeu, encarando-me. – Talvez a professora estivesse se referindo a isso quando disse que faltava algo no meu trabalho.

Vinte minutos de filme se passaram e nenhum de nós parecia estar verdadeiramente prestando atenção. No meu caso, eu já havia assistido aquele filme algumas dezenas de vezes e assisti-lo ali, enquanto a minha curiosidade a respeito de Thomas só crescia, apenas fazia com que o tempo demorasse mais a passar.

— Eu sempre achei que você me odiasse por nós sempre estarmos disputando a liderança na classificação geral da escola. Não era uma coisa com a qual eu me importava, mas eu achava que você, sim.

 – Você quer realmente saber o motivo? – ele perguntou, pausando o filme. Acenei afirmativamente com a cabeça. – Eu, sinceramente, não sentia raiva e muito menos ódio de você.

— Então porque você agia daquela maneira? – perguntei e Thomas suspirou, finalmente me olhando.

— Você lembra aquele evento de dia dos pais que a escola organizou e convidou alguns pais para uma roda de conversa? – acenei afirmativamente. Lembro muito bem do meu pai desfilando pela casa, orgulhoso por ser um dos três convidados. – Ele contou que você havia sido adotada, o que não era surpresa para ninguém, mas acabou revelando alguns detalhes do motivo que te levou a ser adotada. Algumas crianças fizeram uma pesquisa rápida e descobriram tudo por trás disso.

Eu pisquei, tentando afastar a euforia que aquela história causava em mim.

Minha avó adotiva estava doente e acabou tendo que vir da Holanda para cá para ser cuidada pela minha tia Viv. Alguns meses depois, além da sua piora, minha tia teve que procurar um novo emprego, pois a empresa onde trabalhava havia falido. Sem condições de leva-la de volta por causa da sua doença, meus pais decidiram também vir embora da Holanda e os três, meus pais e minha avó, se instalaram na casa em que nós moramos na praia. Meses depois, eles conheceram os Rúbeo e Agnes, um jovem casal de 25 anos, pais de duas meninas, Anne, de cinco anos, e outra que estava prestes a nascer, eu. Os quatro logo se tornaram amigos.

Dois meses depois, na noite do mesmo dia em que eu nasci, um grupo de três homens invadiu a casa dos meus pais biológicos, matando eles e a minha irmã enquanto dormiam. Por sorte, talvez eles não tivessem visto um bebê na cama, entre o casal morto, e por isso eu tivesse sobrevivido. Após a tragédia, Benoit e Áurea me adotaram e me deram o nome Annelise em homenagem a minha irmã, Anne, e minha avó adotiva, Elise, ambas falecidas.

 – Eles descobriram que os seus pais eram, na verdade, um casal de traficantes procurado pela polícia e, não sei de onde, acharam que seria uma boa ideia brincar com aquilo – prosseguiu. – Eu descobri e, não me leve a mal, mas eles iriam implicar com você de um jeito ou de outro – justificou-se. – Eu pensei que fosse melhor se eles implicassem com você por um boato idiota, do que por uma verdade que pudesse a vir te machucar – Thomas se referiu ao boato que ele havia inventado sobre mim e que deu início à nossa rixa, algo envolvendo um grande fluxo de menstruação. – Depois disso, você passou a não ir com a minha cara, mas eu tinha que fazer algo sempre que o assunto dos seus pais voltava à tona entre eles, por isso eu pegava tanto no seu pé.

— Como eu nunca soube? – eu estava incrédula.

— Rosa me ajudou – respondeu. – Um dia, quando já tínhamos treze anos, ela literalmente me colocou contra a parede e eu fui obrigado a contar tudo. Vocês sempre foram as mais isoladas de todos, por isso, Rosa apenas deixava se aproximar quem ela sabia que jamais tentaria te afetar com essa história. Infelizmente, poucos eram os que tinham essa maturidade, e Rosa teve que assustá-los para mantê-los longe de você.

Eu entrei em choque. Rosa poderia ter sido cercada de amigos durante a escola, afinal, ela sempre foi bastante simpática e comunicativa, mas preferiu me proteger. Ainda assim, não podia evitar sentir um pouco de raiva por ter sido resguardada daquela forma a minha vida inteira, primeiro pelos meus pais, depois por eles. Mesmo assim, engoli aquela ponta de orgulho.

— Eu nunca imaginaria isso – disse, sem conseguir pensar em mais nada para falar.

— Sei que foi uma atitude infantil, e por vezes eu isso passava pela minha cabeça. Eu entendi que aquilo poderia se tornar algo insustentável, que você já tinha idade suficiente para encarar isso, mas eu preferi te proteger. Eu não sabia de que forma as piadas que as pessoas faziam pelas suas costas poderiam te afetar – justificou-se, os olhos brilhando enquanto falava. – Eu nunca odiei você, pelo contrário. A minha reação ontem foi apenas impulso de manter o personagem.  No caminho para cá foi quando eu percebi que nós não estávamos mais na escola e que não fazia mais sentido manter o personagem.

Sem pensar duas vezes, eu me atirei sobre ele, surpreendendo-o com um beijo. E, de maneira igualmente surpreendente, ele retribuiu.


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Notas finais do capítulo

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