EU GOSTO DE VOCÊ, MAS... – CAPÍTULO ÚNICO

“É MELHOR VOCÊ MUDAR”.

“Eu gosto de você, mas...”.

Já ouvi essa frase tantas vezes a ponto de questionar que tipo de pessoa eu sou e por quê tão desagradável.

Eu sei que pensar assim me faz mal e que pode me deixar doente – apesar de que já estou –, e que devo ser eu mesma, sem me preocupar com a opinião alheia e blá, blá, blá; mas a minha realidade é bem diferente e complicada.

Não importa o que eu faça, eu irrito as pessoas, mesmo as que dizem me amar desse meu “jeitinho” complicado e inseguro. Dizem sempre coisas como: “Você é uma boa pessoa, mas tem certas coisas em você que precisam ser mudadas”.

Eu sou sensível demais, me irrito com facilidade, sou muito rancorosa e me sinto inferior a todos.

Serei sincera, não sou 100% feita de defeitos, mas sinto que eles se manifestam tanto a ponto de anular as minhas qualidades. E eu tento mudar, não por mim, por outros, pois acredito que só terei paz se agradá-los.

Quase sempre levo brincadeiras a sério, ajo como se fosse engraçado, mas no fundo machuca, mas não posso reclamar, ou alimentarei a minha má fama. A menina com o coração de papel molhado que se desmancha com uma simples gota.

Quando falam das minhas notas escolares, se gabam que são superiores a mim porque nunca discussão eu estou sempre errada e não sei me defender. Às vezes parece que sou egoísta, mas a verdade é que sou a minha pior inimiga.

Eu me odeio com todas as forças, desejo morrer todos os dias, porque cada vez que alguém me lembra de quem sou, isso me mata por dentro.

Entretanto, de tanto refletir, acabei descobrindo do porquê tento mudar e não consigo. Porque não é sobre mudar, e sim me adaptar a uma nova personalidade pelos outros e agir como alguém que eu não sou. Forte, bondosa e que não fere o coração dos outros.