Black & White escrita por Ginty Mcfeatherfluffy


Capítulo 4
Capítulo 4




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White

Com um tanto de dificuldade, meus olhos se abrem e se esforçam para se ajustar à escuridão total, estava habituada à luz do sol ao acordar, sim... Por incrível que possa parecer, não gosto da escuridão. Faço um esforço maior ainda para me sentar na... Aparente cama - nem um pouco confortável, por sinal - e me recordar onde estou e, como vim parar aqui; Um súbito pavor toma conta de mim enquanto imagens da minha conversa anterior com Sherlock começam a surgir na minha cabeça, que agora mais parecia uma roda gigante. Ele sabia de tudo, ele conhece meu verdadeiro nome... Sendo um detetive, com certeza vai me entregar. Resumindo, estou ferrada.

Não adianta mais negar que faço parte da família Penbroke e me orgulhava disto até um ano atrás, quando comecei a suspeitar de Berenice e as amigas que ela trazia pra casa, todas elas pálidas, com lábios e olhos arroxeados, como se fossem mortas-vivas. Infelizmente, quanto a elas eu não podia fazer nada, mas poderia denunciar minha irmã e mãe anonimamente e, foi o que fiz, antes de assumir uma nova identidade e me mudar pra Londres. A que ponto cheguei, pensei, dando um riso amargo e esfregando os olhos com os dedos trêmulos e ainda quentes. Meus pensamentos voaram para o doutor Watson, havíamos construído uma amizade tão gostosa que não tem mais a mínima chance se Holmes me delatou, e eu acredito que ele o fez.

Fatigada de me lamentar pelo passado, saio da cama e procuro por um banheiro e assim que o encontro, dou um jeito em meu cabelo e rosto, e sigo para sala de estar, antecipando os olhares hostis de Holmes e Watson. Os olhares de Watson, eu não suportaria, no entanto, os do detetive não deveria me afetar. "Ah, senhorita Penbroke, felizmente acordou. Não estava com a mínima vontade de ir chamá-la."

"Onde está John? Você contou pra ele, Holmes?" Fiz questão de ignorar seu comentário venenoso.

"John está em um encontro, ainda não tivemos uma conversa decente. Mas eu não contarei a ele, de qualquer forma. Você contará." Ah, então será assim, Sherlock Holmes, seu desgraçado? Ótimo. Com todas as forças, mantenho meu rosto imóvel, me recuso a demonstrar qualquer emoção, respiro fundo sonoramente.

"Como você pode, sua desprezível arrogante imitação de ser humano?"

"Diz a mocinha que não faz nada a não ser fugir e mentir." Tenho consciência que o que ele falava era verdade, fugi minha vida inteira; Mas, reconhecer isto é uma coisa, um completo estúpido praticamente estranho jogar na sua cara, é outra bem diferente. "Por que, White? Penbroke? Seja lá qual for a droga do seu nome... Por que?"

“Não pense nem por um segundo que minha intenção ao vir para cá foi atingir John, ou você... Apenas quis recomeçar! Não imaginava, porém, que um detetive funcional consultor sociopata faria uma investigação sobre mim! Que droga, Holmes.”

Não tirava os olhos daquele homem, embora a vergonha me tentava a olhar a qualquer ponto do ambiente bagunçado do apartamento, e notava que o dito homem sustentava meu olhar. A vermelhidão de meu rosto era um misto de raiva e constrangimento e contrastava com a palidez do rosto do detetive. Seus lábios estavam separados e ele levantou-se da poltrona habitual, eu não esperava que aqueles lábios encontrassem os meus.


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