Fruto Proibido - Renesmee Jacob escrita por Nicolee


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi gnte
Essa é a primeira vez que eu estou postando nesse site, espero que gostem
Eu estou reescrevendo a Fic, mais não postei ela como estava anteriormente.
Enfim, espero que gostem.
Boa leitura



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CAPITULO 1

 

Iria fazer dois anos que eu não via ninguém da minha família, o meu único contato com eles era por linhas telefônicas, e ainda sim não era o bastante. Mais eu não ia voltar atrás na promessa que fiz a mim mesma no dia em que eu sai de casa. Eu nunca mais iria aceitar meu pai mandando em mim como se eu fosse um bebe, uma criança, me impondo ordens que não eram necessárias. Não o culpo, acho que nenhum pai quer que seus filhos vão embora, sejam eles grandes ou não, e foi isso que aconteceu comigo. Talvez eu fosse rebelde de mais para aceitar regras, mas sinceramente, eu nunca acreditei muito nessa hipótese, eu segui elas a minha vida inteira, então provavelmente, não era o meu caso.

Desde que saíra de Forks, a vida sempre pregou-me peças interessantes e confusas, até que eu decidi prega-las nela mesma, mas ultimamente, ela jogou pesado, tentando fazer-me quebrar a minha promessa e voltar para a barra da saia da minha mãe em qualquer lugar que ela esteja agora, mas ela não vai me vencer assim tão facilmente. Minha suposta existência estava ótima, eu não precisava me sentir covarde apenas por uma lembrança que vivia a girar em minha mente como se fosse um aviso, e acredite ou não, ela as vezes me dava um sensação estranha, como se eu estivesse sendo vigiada por algo ou alguém, ou, minha cabeça estava a mil por causa das provas finais.

É, agora eu estava na faculdade. Parecia ironia depois de toda a vida 'secreta' que eu tive, e hoje, havia se tornado a pura e indescritível realidade que eu fazia parte agora. Era fácil, e mais simples se misturar com humanos quando se era igual a mim, minhas 'diferenças' para eles se tornavam uma grande vantagem em um mundo paralelo ao que eu conhecia, me tornando mais perspicaz com a pratica que eu adquirira agora.

- Hey Nessie, quando é que você vai liberar o computador? - perguntou Hilary, saindo do banheiro com um roupão azul e a boca cheia de pasta de dente.

Hilary era um das minhas amigas de faculdade, tinha cabelos ondulados e castanhos, que lhe caiam até a cintura, seus olhos eram azuis acinzentados - o qual fazia um lindo contraste com a sua pelo tão branca quanto a minha - tinha um corpo magro e esguio, sendo mais alto do que eu.

Eu ri.

- Já estou saindo, só vou terminar de responder os meus emails e você pode entrar em seus sites impróprios.

- Hey! - resmungou – Eu não entro em sites impróprios, - apontou-me a escova de dentes - isso é coisa de garoto! - virou-se e foi para o banheiro.

Eu gostava de cheretar o meu email, principalmente a minha caixa de entrada, fazer isso, matava um quarto da saudade que eu tinha da minha família, e tornava minha vida um pouco mais complexa. Por isso eu tinha dois emails, um para vampiros e outros para humanos.

Digitei minha senha no primeiro email e cliquei no ENTER. Assim como esperado, abriu instantaneamente na caixa de entrada. Eu não precisei procurar muito para saber onde é que estavam as mensagens que realmente importavam, pois os famosos nomes dos contatos chamavam mais atenção em negrito do que se estivessem dez vezes maiores escritos em um placa de neon bem na minha frente.

Alice como sempre era a primeira.

 

Oi querida, tudo bem?

Eu gostaria de saber onde você está agora, como sempre, mais sei que sua resposta vai ser a negativa, então esquece.

Eu e Jazz fomos visitar seus pais essa semana, e para variar eles não mudaram nada (risos). Na verdade, sua mãe está louca querendo saber onde você está, e está revoltada por não conseguir te achar nesses dois anos - tenho que confessar que você é muito boa em esconder rastros, e isso com certeza você não puxou do seu pai.

Nós nem sabemos como você está agora! Nem um foto você manda! Edward já está ficando impaciente com essa sua 'rebeldia' e diz que isso não é coisa que uma adulta faça. Tenho certeza que ele disse isso da boca para fora, pude ver isso em seus olhos, ele apenas sente saudade, assim como todos aqui – tente entender não te vemos a dois anos.

O único sinal que temos que você está viva, são esses benditos emails, e tem mais uma coisa, ando 'vendo coisas' que não estão me agradando. Você precisa voltar Nessie, o mais rápido possível, por mais que você esteja em pé de guerra com o seu pai, ainda existe o resto da família.

Beijo, titia Alice.

 

Esse email era diferente dos outros, e alegria que eu geralmente sentia não veio depois de termina-lo de ler, apenas uma faísca de raiva. Eu não vou voltar. Pensei comigo mesma. Ergui-me da cadeira e fui até a porta do banheiro. Hilary estava dentro do box, embaixo d'água e o vapor vinha quente em meu rosto, cantarolava alguma musica que eu não decifrei.

- Hilary, estou indo tá? - disse colocando a cabeça para dentro do comodo.

- O que? - disse ela parando sua canção – Mais você não ia me esperar e ir na festa comigo? - abriu o box e começou a me encarar.

- Er, acho que eu não vou mais não. - disse rápido.

Era a festa do famoso playboy Tom Wisley, o líder do time de futebol americano da faculdade, por isso iria bombar e provavelmente todos os 'gatinhos' iriam estar lá, inclusive o pretendente de Hilary. Perder essa festa – e oportunidade - para ela estava fora de cogitação.

- Ah não! - disse desligando o chuveiro e pegando uma toalha. - Mancada – choramingou.

- É que... - pensei em uma desculpa – Está tendo alguns problemas em casa, e eu não estou no clima.

Ela me analisou, eu nunca falava de família, e isso com certeza levantou suspeitas.

- Tudo bem então – decidiu por fim. - Amanhã eu te conto tudo, principalmente se o Mase tomar a iniciativa – vibrou ela. - deseje-me boa sorte.

- Boa Sorte! - ela sorriu

- Bom, agora chispa que eu vou me trocar – expulsou-me do banheiro.

- Okay, tchau então.

Fechei a porta assim que sai. Não tinha mais aula hoje, então fui para casa.

Eu não me hospedava no campus como a maioria dos alunos, eu era um dos casos raros de estudantes que tinham suas casas.

Desci as escadas cumprimentando alguns conhecidos pelo caminho. Eu adorava esses momentos e quisera te-los antigamente. Atravessei a rua e entrei no meu carro, ganhara ele aos dezesseis, era um Porshe assim como o de Alice, mas na cor preta, o que o tornava mais discreto. Girei a chave na ignição e dei partida. Um pensamento me veio a cabeça: Hoje é sábado não vou ter que trabalhar, sorri, dia de folga.

Meu vô me deu uma quantia boa em dinheiro quando descobriu que eu ia sair de casa, como se ele já o preverá. Fiquei feliz apesar de estar indo embora, pois isso era sinal que apesar de tudo ela confiava em mim.

Eu tinha comprado um pequeno apartamento perto do campus, ele tinha as paredes na cor salmão e as bordas das janelas e portas eram marrons. O quarto era gentilmente grande para um apartamento daquele porte, e por isso cabia um estante vantajosa com livros de todos os tipos. A cozinha era de um tamanho bom para uma pessoa só, tinha um freezer pequeno e uma geladeira que cabia perfeitamente em um dos vãos da parede, e o que eu mais gostava era o piso, de uma gravura estranha mais que chamava a atenção de um jeito bom. A sala era a menor parte da casa eu abusaria até a descreve-la como 'miudinha', a única coisa que tinha nela era uma teve embutida na parede e um sofá mais pequeno que a maioria, e para fim, um tapete felpudo. Extremamente aconchegante.

Hoje o dia tinha sido relativamente calmo – tirando os 'pitis' de Hilary por causa de Mase – mas mesmo assim eu me sentia cansada, fraca e com... fome.

Estacionei o carro em frente ao prédio branco e azul – desbotado – e comecei a subir as escadas na maior força de vontade que pude.

O apartamento estava da mesma maneira que deixara na minha saída, nem bagunçado, mais muito menos arrumado. Fui para a cozinha a abri o armário em busca de alguma comida rápida ou instantânea de preferencia, comecei a fuçar por entre pacotes de bolachas, latas de leite condensado e salgadinhos, enfim achei um pacote de macarrão. Peguei água e pus para ferver, pelo menos seria rápido.

Enquanto a água fervia, decidi me trocar, minhas roupas estavam sujas, eu estava cheirando a suor que só podia ter resultado da minha subida de escada. Meus planos foram cancelados assim que olhei de relance para o espelho, meus olhos estavam mais escuros – o macarrão não ia matar a minha fome hoje. Mesmo assim troquei-me e coloquei algo mais esportivo – uma calça preta de moletom, uma regata branca por cima, um casaco com um tênis de caminhada – perfeito para o meu programa dessa noite.

Passei pela casa desligando as luzes que acendera e apagando a boca do fogão acessa. Tranquei a casa e enfiei as chaves no bolso.

- Boa Noite senhorita Cullen – disse a senhora do andar de cima do meu – que eu não lembrava o nome.

- Boa Noite – respondi dando-lhe um aceno com a cabeça.

Ela sorriu, - o canto de seus olhos formando pequenas rugas – e partiu.

Sai de dentro do prédio e uma leve brisa gelada soprou por meus cabelos. Ergui o capuz da blusa e comecei a correr, eu sempre fazia isso antes das minhas caçadas, me deixava mais veloz, caso contrario, eu odiava fazê-lo.

Estava em duvida de como conseguiria sangue hoje, normalmente, quando era fim de semana eu caçava, mas quando era no meio da semana, com aulas e vida social, eu dava um escapada e roubava sangue em hospitais diferentes, - por mais egoísta que isso parecesse. Mas eu procurava pegar o que tipo que tinha mais estocado.

Hoje no entanto eu estava evitando coisas que me lembrassem a minha vida antiga, e isso envolvia a caça e extintos que afloravam com ela. Optei então pelo hospital, e corri procurando pelo mais próximo.

Assim que achei, nada dificultou a minha ação – nem o muro. Segui para a parte de trás e escalei depressa e facilmente a parece que tinha pequenos tijolos intercalados que facilitavam ainda mais o processo. Quando cheguei a janela, espiei por entre a cortina para ver se tinha alguém na sala branca, refrigerada e cheia de geladeiras – nada. Mexi na janela, que como sempre estava aberta, claro. Quem roubaria sangue? Ninguém ia pensar na possibilidade de uma mestiça dando uma de homem-aranha. Entrei e procurei um dos sacos que eles mantinham ali para lixo, não foi difícil achar, estavam em uma das gavetas de um gabinete de pia, uma mulher devia ter organizado. Abri a porta de uma das geladeiras e derrubei com as mãos o sacos de sangue que estavam em maior volume, nem me importei com que tipo era – minha boca se encheu de água. Peguei só uma pequena quantidade.

Pulei a janela com o saco em mãos e fiz o mesmo com o muro, começando a correr de um jeito desajeitado em direção ao bosque que tinha perto dali

Chegando lá, rasguei-os com os dentes sentindo minha boca salivar novamente com o aroma, e imaginando o gosto que eles teriam assim que chegassem a meus lábios, e quando o fiz, o êxtase foi absoluto, e minha fome – sede – aos poucos foi cessando.

Cheguei em casa em uma hora com a leve culpa que normalmente me vinha. É melhor que mata-los pensei. Joguei-me no sofá, mais estava mais ativa do que nunca, o recente fato recomporá as minhas energias, cogitei até ir a festa de Tom, mais talvez não fosse a melhor opção embebedar-se em uma festa de adolescentes.

Tirando-me de meus devaneios, meu celular tocou com o toque de uma das musicas mais barulhentas que eu conhecia. Mas que seria? Hilary que me ligava direto estava com certeza bebendo essa hora, e eu não esperava uma ligação.

Olhei o identificador de chamadas e para minha irritação estava escrito (Privado), ou em outro caso, sem o bendito número de quem estava ligando. Minha única solução era atender.

- Alô – disse eu

- Oi querida como vai? - quase enfartei quando reconheci a voz do outro lado da linha.

- Como você conseguiu esse número? - perguntei sem um pingo de educação.

- Hey! Isso é modos de tratar a sua tia? - disse ela do outro lado do telefone.

- Ah merda, me responda agora Alice se não eu juro por tudo que é mais sagrado que eu quebro esse telefone e você não vai ter mais como falar comigo.

Meu Deus eles tinham me achado! Não, não, não! Se Alice tinha meu número, era porque eles estavam me procurando! Okay, isso era obvio, claro que meu pai iria me procurar, mais eu sempre escondi muito bem meus rastros! Como eu tinha deixado isso acontecer? Eu tinha deixado algo para trás? Eu ia ter que me mudar imediatamente!

- Eu vi. - disse Alice tirando-me de meu 'piti' interno

- Como assim viu? Você não pode me ver! - soei um pouco histérica – patético.

- Na verdade eu vi você de relance com uma garota de olhos azuis, e ela por acaso tomou a decisão de passar o seu número de celular para alguém, e como eu tenho menos dificuldade em ver humanos, ela sem perceber, passou pra mim! - disse alegremente, e eu podia até ver o seu sorriso de esperteza por furar o meu boqueio do outro lado do telefone.

Se ela conseguia vem Hilary, ela sabia onde eu estava. Isso não era bom.

- Você sabe onde estou?

- Não. Você não entendeu a parte das entrelinhas que diz que eu ainda tenho dificuldades em ver humanos? - perguntou irônica.

- Hm, pena, acho que com o tempo você está ficando cega. - minha ironia. Alice odiava se sentir incapaz de algo, mesmo que não fosse culpa dela.

- Não estou não, isso é só uma questão de tempo. - mais sei que você está na faculdade. Que orgulho!

- Por isso que estou me mudando imediatamente.

- O que?

- O que você esperava ligando e me dizendo isso?

Ela ficou quieta por um instante, e me senti vitoriosa.

- Mude-se, você não vai conseguir se isolar do mundo ou da ficha de matricula.

- Eu já fiz isso antes.

- Mais eu não sabia o que você pretendia e agora eu sei. – riu do outro lado – e eu posso ver alguns relances de você como eu disse, isso basta para te achar.

Grunhi.

- O que você quer? - perguntei – Fale logo.

- Volte Nessie – disse com uma voz doce e angustiada.

- EU NÃO VOU VOLTAR!

- Nessie, vai dizer que não está com saudades de ninguém aqui?

- Não interessa.

- Ah é?

- E quer saber de uma coisa? Eu não vou me mudar, eu já sou de maior e ninguém pode me tirar de onde estou, seja vampiro ou não, ainda mais se eu não quiser.

- Nessie...

- Tchau Alice.

Desliguei o telefone batendo com força no gancho.

Se o mundo girasse ao meu favor eu estava ferrada!

O telefone tocou novamente e eu tentei ignorar o toque que pareceu estressantemente irritante, até que eu tirei o fio da linha telefônica.

Olhei em volta examinando o apartamento. Tinha que fazer alguma coisa até que minha mente estivesse calma o suficiente para pensar em um plano. Tirei os lençóis da cama puxando-os com brusquidão e arranquei as fronhas dos travesseiros que estavam começando a cheirar ao meu suor que eu não descobria de onde que vinha tanto. Joguei-os na maquina de lavar e coloquei para bater junto com a minha roupa suja.

Olhei novamente ao redor. Eu tinha feito tudo na higiene da casa ontem, tudo estava extremamente limpo.

Fui para o meu notebook. E por hábito fui a minha caixa de email. - como costumava fazer.

Desta vez o de humanos. A maioria eram convites de festas que eu na maioria das vezes mandava direto para a lixeira, mais entre esses, um deles me chamou a atenção. Era um nome diferente, mais que me parecia bastante familiar: Volturi.

Então lembrei-me da noite da clareira quando eu era pequena, e um calafrio percorreu meu corpo. Não podia ser. Hesitei em abrir o email e ler o que estava escrito. Sera que hoje era meu dia de puro azar? Mais tinha que ser feito, eu não podia adiar, quanto mas cedo melhor.

Cliquei bem em cima do nome. O email abriu em questão de segundos.

 

Renesmee,

Quanto tempo não é mesmo querida. Quantos anos desde que nós vimos da ultima vez? Hm, muito não é? Hoje eu estou aqui escrevendo esse email pessoalmente, e com toda a sinceridade, eu espero que você leia-o o mais rápido possível. Esse é simples e singelo recado, um ato de até mesmo saudades que nunca teve chance de ser manifestada. Mais ainda há tempo! Sempre há tempo! E as opções existem. Sempre existem! E eu espero que você faça a certa, para você e sua família, para você & os Cullens.

Breve nos veremos...

Beijo criança,

Aro Volturi.

 

O calafrio que eu sentia se tornou uma dor de cabeça fuzilante. Eu podia ler as linha – e como dissera Alice – as entrelinhas que Aro descreveu e escreveu no bilhete, inclusive a ameaça imposta no final do mesmo.

Eu podia ouvi-lo recitar o texto escrito para mim como se sussurrasse com a sua voz amigável, fria e gentil, as palavras em meu ouvido, e fazendo as pausas das virgulas como eu me lembrava vagamente que ele fazia quando falava, seus olhos rubi me cegando, suas mãos uma encostada na outra, os dedos entrelaçados com era de sua mania faze-lo, e no final, para selar o fim, ele dava a sua gargalhada de vitória e posse.

Virei-me em direção ao calendário e marquei bem o dia, a data, o mês e até mesmo o ano. Estava confirmado, hoje era simplesmente o meu dia! O meu maior e mais improvável dia de sorte!

O que esse email significava? Com certeza não era que os vampiros também pode ter acesso a 'net'. Talvez uma ameaça? Um aviso? Claro!

As letras do email ficavam se focando em minha visão e um voz cantava em minha orelha.

Breve nos veremos...

Breve nos veremos...

Breve nos veremos...

Senti os pelinhos do meu corpo arrepiarem-se.

Não! Eu não ia deixar ninguém colocar medo em mim. Eu tinha deixado de ser a menininhas que os pais tomavam conta a muito tempo.

Mais pensando bem, talvez fosse hora de ver a minha família. - Indiretamente.

Disquei o número conhecido do meu vô, ele era a única pessoa que sabia onde eu estava, nunca foi contra minha atitude, e disse que isso só podia ser a teimosia de minha mãe misturada com o gênio do meu pai.

- Vovô? - perguntei assim que terminei de discar os números de telefone do meu avô.

- Nessie? Renesmee? - perguntou ele.

- Sim.

- Oh querida, quanto tempo! - disse com a voz empolgada.

- Sim, desculpe por não ligar antes. - desculpei-me.

- Tudo bem, o importante é que você ligou.

- Como está minha vó?

- Está ótima, e querendo tomar o telefone da minha mão – disse com um sorriso na voz – Vou passar para ela.

- Tá.

- Oh Querida, que saudades de você! Está tudo bem? Você anda se alimentando direito não é? - perguntou. - Porque...

- Oh, sim – ri. - Eu estou bem, e aposto que bem gordinha.

- Ah que bom – deve ter sorrido aliviada. - Eu queria estar ai – onde quer que você esteja - só para lhe fiscalizar.

Eu ri.

- Imagino que sim.

- Vou passar para Carlisle. - disse ela. - Estou com saudades.

- Tá. Eu também estou vó.

- Nessie? - era a voz do meu vô.

- Sim?

- Anda falando com os seus pais? Perguntou.

- Não.

Ficamos em silêncio por um tempo. Cogitei em fingir que estava passando por um túnel e fazer alguns ruídos com a boca, mas um vampiro, ainda por cima meu vô, conhecia as minhas artimanhas.

- Devia – disse ele, em um tom pouco autoritário.

- Não devia não. - teimei.

- Porque? - perguntou retoricamente – Eu sei que Edward é cabeça dura mais você devia pensar pelo menos em Bella, sua mãe.

- Fale para ela que eu liguei está bem? - sugeri. - Porque eu não vou ligar.

- Nessie... mas...

- Sem mas... Em que lugar vocês estão morando?

- Na casa do Texas, lembra?

- Lembro. - pausei – Vou desligar.

- Nessie, pense no que lhe disse.

- Okay. Mande um beijo para minha vó.

- Mando sim.

- Beijo.

Desliguei o telefone.

Texas? Hm, não era um lugar ruim, e fazia sentido já que o clã dos Cullens estava separados.

Veio-me uma ideia em mente. Não tive tempo de pensar, a saudade falo mais alto.

Peguei duas malas debaixo da cama e joguei-as em cima da mesma, abri-a com velocidade e arreganhei as portas do guarda-roupa tirando as roupas do cabide e depositando dentro da mala. Fiz em questão de minutos.

Tranquei a casa e segui para a faculdade, tranquei minha matricula, pedi para enviarem um recado a Hilary falando que iria resolver os 'tais' problemas familiares, e deixei em uma sacolinha uma blusa roxa minha que ele adorava.

Voltei ao carro e dirigi por cerca de horas. Quando o cansaço me alcançou parei em um motel de beira de estrada e passei a noite. A cama era dura e os lençóis cheios de bolinhas, mas era melhor do que acordar com o corpo duro por dormir no banco do carro, sem contar que eu não queria dar uma surra em um bandidinho de beira de estrada.

Deitei-me na cama, e comecei a pensar. Eu estava fazendo o certo? Não importava, eu não voltaria mais atras de jeito nenhum, mais eu podia deixar o meu plano mais concreto. Eu estava indo para a casa do meu vô, ele com toda a certeza avisaria meus pais que eu estava lá... a não ser que eu avisasse primeiro.

Levantei da cama e peguei o celular indo na agenda de telefones até que encontrei o que queria. Mãe. Apertei o botão SEND.

O telefone tocou uma vez, duas...

- Alô? - pai?

Hesitei. O que meu pai fazia com o celular da minha mãe? Era ele, sua voz era a mesma. Hoje era meu dia de sorte, também pudera! O dia nem dia acabado, dez para meia-noite.

Sua respiração fazia barulho do outro lado da linha.

- Edward? - eu não o chamei de pai.

- Nessie? - chamou ele.

- Quero falar com a minha mãe – exigi.

- Onde você esta mocinha? - perguntou-me como se eu fosse uma criança.

- Não lhe interessa, e não me trate como se eu ainda fosse uma criança.

- Você pensa que é dona do seu próprio nariz? - disse ele. - Você só é mais uma adolescente que acha que sabe como o mundo gira e que sabe comandar o que quer que você chame de vida, você não sabe o que está ai fora, principalmente como pessoas igual a você.

- Se eu não conseguisse cuidar da minha vida, eu não tinha sobrevivido até hoje. - disse com repugnância. - Eu nunca devia ter acreditado em uma palavra do que Alice dissera, você é muito arrogante para sentir saudade de alguém, espero que se afogue nela se possível, e se eu sou assim, a culpa é sua!

- Olha eu...

- Diga a minha mãe que ligo alguma hora. - e desliguei. Não iria prolongar uma discussão em vão.

Afundei minha cabeça no travesseiro e abafei um grito de raiva.

Fiquei olhando o teto, e foi assim que cai na inconsciência.

(…)

Viajei por mais alguns dias, parando em algumas lanchonetes e bares para comer e passando em alguns hotéis para as minhas necessidades higiênicas. As estradas eram longas e bem asfaltadas, eu não olhava muito a paisagem, não me interessava, a única coisa que eu fazia questão de olhar era as placas.

Comecei a reparar que as estradas iam ficando mais secas e havia menos arvores pelo caminho e logo veio a placa:

Bem-Vindo ao Texas

Suspirei.

- Graças a Deus – essa viagem já tava me cansando.

Depois foi fácil achar a casa do meu avô, as lembranças fluíam em minha cabeça, e com elas o caminho.

Estacionei o carro em um das vagas da casa que era enorme - como todas as outras propriedades dos Cullens – apesar de só estar sendo habitada por duas pessoas.

Sai do carro e fui em direção a porta, imaginando qual seria a reação dos meus avôs ao me verem, sorri torto – o maldito sorriso que minha mãe vivia dizendo que eu tinha roubado do meu pai. - e segui até a porta.

Não precisei bater, minha vó apareceu na entrada com o rosto pálido no formato de coração e com os seus belos cabelos caramelos. Parecia não acreditar ao certo que era eu que estava parada em sua frente.

- Oi vovó – sorri e Esme também, ela adorava quando eu usava o 'vovó'

Meu vô apareceu atrás dela. Ele estava como eu me lembrava, seus cabelos loiros comportados em um antigo-moderno penteado para trás, com uma roupa branca o qual eu supus que ele tinha chegado de um hospital ou estava prestes a partir.

- Oi vovô – disse eu sorridente. Porque eles me encaravam com tanta surpresa?

- Nessie? - perguntou minha avó, com alegria misturada com surpresa.

- Porque estão me olhando desse jeito?

Minha avó riu e me encachou em um abraço, logo senti que meu vô se juntou a nós. Era tão familiar! E por mais que a pele de vampiros fossem geladas, eu me sentia muito quente. Ficamos assim por alguns minutos e logo nos soltamos.

- Oh! - disse minha vó medindo-me da cabeça aos pés. - Como você está grande! - girou-me como se estivéssemos dançando – E muito mudada.

Sorri.

- Eu não mudei tanto assim. - disse ainda sorrindo.

- Não vamos ficar aqui fora sim? - disse vovô – Entre entre! - disse empurrando-me para dentro.

- Claro.

Conversamos por um longo tempo, fizeram-me contar-lhes tudo que fiz enquanto estivera longe, detalhando cada situação e descrevendo cada gesto, perguntando-me se eu realmente me adaptei com humanos e como eu fazia para dribla-los e me alimentar – vovô quase me chingou por roubar sangue.

- Você conseguiu acompanhar os outros alunos? - perguntou vovô.

- Sim, porque não?

- Sua educação foi diferente.

- Mais eu tive ótimos professores – sorri, talvez devesse ter dito: Ótimos professores vampiros.

Ele riu, e passado alguns segundos, seu sorriso desmanchou-se. Não era nada bom vindo de Carlisle.

- Seus pais sabem que você está aqui?


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Notas finais do capítulo

Estão esperando o que?
Perguntem, critiquem, mandem sugestões!
Beijo, N. Nascimento