Nothing escrita por Nathy R


Capítulo 1
Capítulo Unico


Notas iniciais do capítulo

As conversas aqui apresentadas são conversas em chat. Então, está escrito em seus quirks cannons.



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Mituna acordou naquela manhã... De uma forma típica ele não se sentia muito bem, aquelas confusões mentais que sempre lhe atordoavam, aquela sensação de que todos iam deixá-lo para trás por conta dos seus surtos repentinos, ou porque ele tem sentimentos que ninguém entendia ou fingia não entender, mas ele encarava o teto naquela manhã ele se sentia muito mais vazio que o normal.

 Era como se algo fosse ficar pior e com ele isso era totalmente possível, mas resolveu fingir que nada disso era seu e foi para seu computador como sempre fazia. Aquele pequeno porto seguro que podia achar pessoas que, mesmo que fosse temporariamente, iram protegê-lo.

Entrou no chat e via seu moirail online, ele acabou dando um sorriso sutil com aquilo e logo o chamou, mas tentava não parecer muito pra baixo, acho que era a maior razão de sempre usar capslock.

MITUNA: 341 C4R4.
KURLOZ: SINGNS < OI TUNA. >
MITUNA: 0 QU3 M4ND4 D3 80M?
KURLOZ: SIGNS < ABSOLUTAMENTE NADA PARA SER SINCERO, APENAS MAIS UM PEQUENO PROBLEMA COM A MEULIN... NADA QUE DEVA SE PREOCUPAR.>
MITUNA: 0H... 0K4Y C4R4! 80R4 S41R 4M4NH4?
KURLOZ: Signs < CLARO, ME DE UM INSTANTE. JÁ RETORNO.>

O Captor suspirou de forma densa na frente do computador, Kurloz apesar de ser seu moirail quase nunca falava sobre o que sentia ou sobre o que acontecia com ele... E por experiência, medo de incomodar o amigo, Mituna não pergunta nada sobre os assuntos dele.

O de sangue amarelo se encolheu na cadeira que estava sentado e deixou algumas lágrimas correrem pelo sentimento que lhe percorria naquele instante, ele sentia-se fraco por não ter um psicológico forte o suficiente para poder ajudar ou compreender o mais velho. Sentia-se infantil por achar que deveria ajudar... Mas é o que os amigos fazem não é? Mas amigos também entendem quando o outro não precisa dele para aquilo...

Era confuso de mais para sua mente, mas preferia assim, mesmo que sentisse que poderia fazer algo para deixar tudo melhor... Era melhor deixar assim, porque alguém como ele sempre acabaria falando as palavras erradas e deixaria tudo pior.

KURLOZ: Signs
MITUNA: 01! 01!
KURLOZ: Signs < NÃO ME DISSE A HORA>
MITUNA: 13H 70P4?
KURLOZ: Signs < CLARO! >
MITUNA:  <>
KURLOZ: <>

E o Captor sorriu com aquilo, era bobo, mas ele gostava de ver as pessoas lhe tratando bem, lhe dando carinho e um conforto que elas nem imaginavam que davam a ele.
Era estranho, sempre se sentia estranho, mas naquela situação era um estranho bom, era um estranho agradável.

MITUNA: QU3R J0G4R D3P015?
KURLOZ: SIGNS < O QUE?>
MITUNA: QU4LQU3R C0154! P0D3 53R 473 DR355 UP
KURLOZ: SIGNS < TA COM TEDIO EM? LOL. PARTIU PASSAR A MANHA JOGANDO.> 
MITUNA: D4 M314 H0R4 PR4 3U M3 PR3P4R4R!
KURLOZ: SIGNS < VAI LA> 

Ele estava com o humor recuperado ali, passaria o dia fazendo a coisa que ele mais adorava e com a pessoa que ele mais adorava.  Mas no fundo... Ele ainda estava ali, aquele sentimento ruim. Mituna não sabia bem o que fazer apenas se distrair seria o suficiente ou ao menos deveria, porém não era. O aperto no seu peito era constante... O medo de estar pressionando de mais, o medo de novamente ouvir aquelas palavras brutas que já tinha ouvido antes. O medo lhe cercava de tantas maneiras que ele não sabia mais o que fazer.

Foi até a cozinha de sua casa e acabou por trombar com seu pai, era o mesmo de sempre, eles mal se falavam e quando se falavam geralmente o Helms pedia para o menor fazer algo, que ele possivelmente não queria, ou falava de algo que lhe incomodava... O Captor tinha bastante problema com seu pai, ele era legal às vezes, mas havia certas coisas que doíam tanto em suas palavras que superava as coisas legais.

Mituna apenas ignorou e voltou para o quarto com os mantimentos para a jogatina com o seu amigo, mas ele ainda tinha um tempo sobrando... Ele continuava pensando sobre si mesmo, coisas que ele achava estúpida.

Era simples, sempre se sentia culpado, sentia-se o pior em tudo que fazia e sempre tinha a ideia de que devia fazer melhor, porque as pessoas gostam do melhor, do alegre, algo que no fundo não era... Para ele tudo podia e ia dar errado, sempre tomava o máximo de cuidado com tudo, mas dava errado. Ele se sentia idiota, um perfeito retardado por ter sentimentos confusos e inexplicáveis. O mais novo se martirizava pelos próprios sentimentos por ter ouvido diversas e diversas vezes que aquilo era frescura, que aquilo era drama, que aquilo simplesmente o tornava fraco. Por ter ouvido que era um retardado que só queria chamar a atenção...

Talvez fosse, mas era o que ele sentia de fato. Todos aqueles sentimentos de desespero, medo de ser abandonado, ficar magoado com coisas que às vezes nem era pra machucar, ele era assim, ele era daquela forma turva... Mas todos e tudo a sua volta fazia ele se sentir mais... Idiota.

Estranho, passar o dia inteiro sorrindo e quando chegar de noite desabar com todos esses sentimentos, mas ele não podia. Ele simplesmente não podia contar a ninguém.

MITUNA: V0L731 8R0.
KURLOZ: SIGNS < TA, JÁ TE CHAMO. >
MITUNA: KURL0Z?
KURLOZ: SIGNS < SIM?>

Ele parou pro um breve estante e recordou-se das vezes que tentou dizer o que sentia para o outro e se encolheu um pouco ali na frente do teclado.

MITUNA: V0U N0 84NH31R0!
KURLOZ: SIGNS < JÁ DEVERIA TER IDO! VAI LOGO ENQUANTO EU ABRO AQUI.>

Na verdade, ele não levantou apenas deixou uns minutos passarem e logo voltou a falar com o Makara, iniciaram o jogo e ficaram ali por toda manhã. Claro, aquele peso todo diminuiu com a diversão. Um máximo poder ficar assim o dia inteiro pode sorrir, pode deixar o mundo inteiro de lado. Era a melhor sensação de todas. E ele deixava aquilo levar ao seu limite, mesmo depois do jogo os dois continuavam conversando, claro, às vezes Tuna tomava o cuidado de deixar um espaço para o outro, deixava-o respirar de si. E neste meio tempo ele buscava se distrair com qualquer coisa. Ficava até um tempo com seu pai.

Às vezes preferia até mesmo ficar em grupo para não incomodar tanto o outro, mas ver a relação dele com os outros lhe dava... Ciúmes. Via que a relação de Kurloz e Porrim estava ótima e ao contrario do que era com ele, Kurloz parecia se abrir mais com ela e até mesmo, e de maneira esquisita, com Kankri e Cronus.

Fazia o Captor pensar... Se realmente era bom amigo, às vezes em suas conversas com a Latula, percebia que na sempre falava do que ele sentia e ela sempre o ajudava, mas quando era ao contrario, ele sentia-se inútil pra ela também, tentava ajudar ao máximo... Parecia sempre inútil por mais que ela dissesse que ajudou.

O tempo ia passando a noite chegava e Mituna apenas não queria dormir. Seus pesadelos sempre lhe incomodavam e quando estava mal era sempre pior... Isso quando não passava a noite chorando por esta se sentindo mal. Preferia ficar com os amigos, aqueles que sempre lhe confortavam mesmo que suas paranoias dissessem que nada daquilo era verdadeiro.

O pior da noite era todas aquelas lembranças que lhe cercavam, o Captor odiava aquilo, ele queria um modo de esquecer tudo aquilo pra sempre, toda aquela dor ir embora como se fosse um passe de mágica. Seria ótimo...

Depois de uma longa conversa com seu moirail, que simplesmente só tentava esconder dele o quão mal se sentia de tudo e vice-versa, ele deu boa noite e esperou pela resposta do outro... Quando o mesmo respondeu, ele sorriu. Como sempre bobo por está lendo aquilo... Como era idiota, não importava o quando Kurloz o feria às vezes ele sempre perdoava e quando o Makara lhe tratava com carinho era como se fosse um paraíso. Ele só não entendi o porquê. O porquê de sempre ficar tão animado com aquilo, varias pessoas lhe tratavam bem, com carinho, mas não era nada comparado quando seu moirail fazia...

Ele se encolheu na cama de baixo da coberta se sentindo culpado por não sentir-se tão feliz com o gesto de carinho dos outros. Ele só queria parar de ser tão idiota...

Fechou os olhos, agora quase se forçando a dormir já que não queria pensar em nada daquilo e demorou um pouco até finalmente conseguir encerrar aquele dia, apenas na esperança do dia seguinte ser bem melhor.

E acabou acordando cedo de mais, queria ter acordado pelo menos 2 horas antes de ir encontrar o Makara, porém ele havia acordado entorno das 8 da manhã. Levantou-se da cama e foi fazendo tudo que tinha de fazer e é claro, vendo a cara feia do seu pai porque ele ia sair de casa.

Ele se arrumava pensando se deveria contar tudo àquilo que sentia para o seu amigo... Eles eram amigos não é? Ele ia entender não ia? Ele ia entender que não tinha concerto também? Entender que ele não consiga mudar e toda vez que ele tentava ele se sentia pior?

Era tantas perguntas e novamente se sentia cercado pelo medo... Se perguntando também o que ele tinha feito para se tornar alguém assim. Ele se sentia como um boneco quebrado que quando as pessoas reparecem nas suas pequenas rachaduras o deixaram pra trás.

Seu corpo tremia durante todo banho e não era um mero frio, era suas lagrimam contidas tentando sair com toda força. Ele só queria ter a forma certa de mudar aquilo... Ele só queria não machucar ninguém e parar de se machucar. Ele só queria parar de chorar só... Mas era sempre assim, sempre tinha algo que o feria e cada vez que se feria, mas tolo ele se sentia. E quando mais triste ele se sentia mais ele tinha medo de mostrar que queria alguém do seu lado para lhe confortar.

O Captor continuava ali de baixo da água esperando que ela levasse tudo com ela, que o lavasse não só por fora como por dentro, ele queria sentir sua alma limpa de novo, sua mente limpa só mais uma vez.

Ele desligou o chuveiro e começou a ouvir seu pai lhe importunando por estar demorando no banheiro, mais uma vez tentou ignorar as palavras podres e ofensivas dele por nada e saiu vestido para o encontro e assim foi até o shopping mais próximo onde sempre se encontravam.

Estava sendo um dia ótimo, até mesmo animador para o Captor e ver seu amigo sorrindo e brincando também era ótimo. Se importava de mais em ver o sorriso do outro, vê-lo alegre. Se senti meio bobo por aquilo.

Mas como sempre para ele, nem tudo é um mar de rosas... Kurloz falava algumas coisas e aquilo começava a desagradar Mituna, ele apenas fingia ir na onda dele e ficava quieto, mas por dentro se sentia mal com aquilo.

Foi naquele instante que o mais novo viu que simplesmente tinha que guardar pra ele. O Makara mesmo lhe disse uma vez: “Ninguém gosta de gente triste por perto”, então porque dizer, porque mostrar que estava triste não é? Por que mostras que as coisas lhe incomodavam? Por quê?

O menor deixou o dia correr, preferiu deixar aquilo, não comentar aquilo, guardar pra si aquilo... Só rezando para não ter nenhum daqueles surtos repentinos.

Pensando que talvez devesse ouvir seu pai pelo menos uma vez na vida, não é...? Aquela vontade ia e voltava e sempre que voltava parecia mais forte e mais intensa...

Do que adiantava ficar se perguntando tudo aquilo... Se nada ia mudar e ele simplesmente não conseguia mudar? Do que adiantava ele desabafar com a Latula... Se aquilo nunca passava? Do que adiantava tudo aquilo...? Ele era só um retardado não é? Era só isso que ele era... Alguém que se desaparecesse ninguém ia sentir falta... Aquele que conseguia ficar totalmente invisível em meio aos outros.

Ele era só um nada... Ele era só mais um nada escuro, um abismo que guardava tudo de ruim que poderia haver no mundo.

Era isso que ele era... E era isso que ele ia ser pra sempre.


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