Entrelinhas escrita por AllBlueSeeker


Capítulo 1
Os Joestars na América




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Os recém-casados Erina e Jonathan partiram há pouco mais de uma semana de sua terra natal, a Grã-Bretanha, em direção aos Estados Unidos. Essa ex-colônia havia prosperado muito desde que se tornou independente, e os dois chegaram à conclusão de que lá poderiam começar uma nova vida juntos. A viagem ainda duraria mais alguns meses, mesmo sendo no navio mais rápido para aquela época. Numa noite de jantar de gala, Jonathan admirava a esposa olhando o mar:

  -Você me parece perdida, Erina. O que a incomoda? -ele sorriu, acariciando o dorso da mão de sua esposa com seu polegar

  -Não estou incomodada. Só estou feliz, e tentando situar a minha cabeça de tudo o que aconteceu e está acontecendo. 

  -É sobre o Dio, não é? Bom, ele está morto. Esqueça toda a maldade que ele fez, e agora você tem a mim e meu Hamon. Ele não se atreveria a tocar seu belo e gentil rosto.

Ela sorriu e virou seus olhos na direção do marido, que estendeu a taça de vinho incitando um brinde pela nova vida. Ela aceitou o brinde e os dois esperaram seus pratos chegarem. Para passar o tempo, Jonathan incitou em assobios uma música que a garota adorava e sempre quis ver a apresentação orquestral da mesma. Jantaram com calma, conversando em meio às garfadas:

  -E então, Erina, você já pensou sobre a minha proposta?

  -Sobre o nosso filho? George, em homenagem ao seu pai.

  -George Joestar II. Será que o apelido de JoJo também vai pegar nele?

  -Para isso, eu sugiro Jorge. Com J.

  -Ah, a grafia latina do nome? -o rapaz sorriu - Por um momento, vi seus olhos brilharem ao dizer esse nome. Seu coração deseja dessa forma?

  -Ah, eu, é que... -Erina perdeu a postura - Não, eu prefiro homenagear seu pai.

  -Erina... -mais uma vez ele sorriu

  -E-eu estou sendo sincera, meu amado Jonathan.

  -Não é o que seus olhos me dizem. Então façamos o seguinte: Vou registrá-lo como George Joestar II, mas entre a família vamos chamá-lo de Jorge. Assim, satisfaremos o meu e o seu desejo.

Seu sorriso de satisfação brotou após as palavras daquele homem. Terminaram de jantar e logo receberam a sobremesa: um belo manjar com calda de framboesa. Mais tarde, caminharam pelo convés admirando o céu e as estrelas. Num dado momento, Jonathan apontou para um aglomerado de estrelas. Erina, curiosa, atentou-se para o evento, porém nada aconteceu:

  -O que é, o que é?

  -Não consegue ver?

  -Não... É algo incrível? -ela sorria fitando os céus

Do bolso de seu colete, ele sacou um espelhinho e virou na direção da amada:

  -Dê outa olhada. Aposto que agora você consegue ver.

Os olhos da jovem encontraram sua imagem sorridente refletida no espelho e, mais acima, o olhar amável do marido:

  -São belas como o seu sorriso. E para provar minha razão, possibilito seus olhos a ver o que eu vejo.

Ali mesmo se beijaram. Um beijo doce e sentimental, de um casal doce e sentimental. Seu primeiro beijo, infelizmente, fora tomado por Dio Brando. Mas beijo algum equipararia-se ao que Jonathan conseguia dar. Sugeriu então que fossem para o quarto, pois já passava das vinte e uma horas e começou a esfriar. Antes de retornarem ao quarto, a atenção do casal se voltou para um cômodo semiaberto de onde vinha o choro incessante de uma criança. Estranhando a cena, Jonathan pôs a cabeça no vão da porta e observou o interior pelo reflexo do espelho: Um cesto de pão com bracinhos que se gladiavam sem parar:

  -O que há?

  -Parece ser um bebê. E está num cômodo vazio.

Erina o afastou da porta e, instintivamente, tomou a criança nos braços. Esta cessou o berreiro e parou de se debater. Por sorte, o olhar aprimorado de Jonathan o fez perceber uma presença sobre a cabeça da esposa e, com seu Hamon, a lançou pela janela:

  -Sunlight Yellow Overdrive!

  -O que aconteceu?

  -Algo ruim estava sobre você. Eu só... agi por impulso. A criança está bem?

  -Parece que sim. É uma menina. O que faremos?

Ele não respondeu. Talvez porque quisesse a resposta de Erina antes de dizer sua própria. A garotinha reagiu aos dois, sorridente, e apertava as mãozinhas em direção ao mais alto:

  -Elizabeth.

  -Perdão?

  -Elizabeth Joestar. Será seu nome, e vamos cuidar dessa criança.

  -Mas e se seus pais biológicos estiverem à sua procura?

  -Se estivessem, ela estaria num quarto sozinha? Devemos cuidar dela. -Erina soou séria e decidida

Atendendo aos pedidos da criança, Jonathan a tomou nos braços e ela brincou de apertar sua bochecha. Ela se deliciava com aquela brincadeira, o que rendeu um olhar admirador de Erina para aquela cena. Acolheram a menina e levaram para seu quarto. Porém, não havia berço para a pobrezinha dormir. Habilmente, Erina pediu para que Jonathan tirasse uma das gavetas da cômoda do quarto e a dispusesse no chão. Do armário, saiu uma colcha grossa que serviu para forrar o berço improvisado e Elizabeth foi posta lá. Mais tranquila, logo adormeceu chupando o dedo:

  -Estou impressionado com o seu instinto materno, Erina. -ele fez coro à ação da jovem

  -Obrigada. Eu só... Agi. Não pensei muito nisso.

  -Você é uma ótima mãe. Jorge é um garoto sortudo. Gostaria eu de ter tido uma mãe tão incrível.

A garota corou e abraçou o marido. Tiveram o seu momento de união e depois adormeçeram.

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Finalmente o navio aportou na costa norte-americana. Nova York fora escolhida pelo casal para começar a nova vida. A agora grávida senhora Joestar andava apoiada no corrimão da passarela até o cais. Tomaram uma carruagem até o endereço que havia sido anotado por Jonathan. Com o dinheiro da fortuna Joestar, ele ergueu um pequeno edifício na parte mais nobre da cidade. Aparentemente, a obra havia sido concluída há pouco tempo, e tudo saiu dentro do planejado. O cocheiro ajudou a descarregar as malas e partiu de volta ao cais. Enchendo os pulmões de ar, o jovem abriu os braços e gritou:

  -Vida nova, num lar novo.

  -É uma bela casa, querido.

  -E é só nossa. Preciso procurar médicos nessa cidade, eles vão tomar conta de você.

  -Não se preocupe. Jorge nascerá um garoto saudável, e um Joestar tão honrado quanto o próprio pai.

Apesar de ainda ter muito da fortuna de sua família, Jonathan Joestar começou a trabalhar no porto da cidade. Não ganhava muito e, mesmo que não fizesse diferença, ele gostava de exercer sua função de descarregador. Erina Joestar resolveu gastar seu tempo tricotando e vendendo todo tipo de suéter, touca, luvas e cachecóis que conseguia criar. Entre uma costura e outra, ela cuidava da pequena Elizabeth.


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