The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 28
Problems in Paradise




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De volta ao serviço, mais descansado do que nunca, disposto e feliz, essa era a situação de Oliver no início daquela semana. Ele chegou na empresa com um sorriso de orelha a orelha, diferente de todos os dias, quando apenas cumprimentava as pessoas por educação. Ele não teve contato com Roy desde o ocorrido na sexta-feira, pois seus celulares desapareceram misteriosamente, mas sabia que o garoto não tinha se arrependido, e sabia também que aquilo não tinha sido em vão, significou algo para os dois.

Ele chegou no andar e cumprimentou todos, que perguntavam sempre as mesmas coisas. Assim que chegou à mesa de Felicity, conseguiu pegar seus aparelhos telefônicos de volta e então seguiu para a mesa de Roy.

— Bom dia, bonitão. – Roy sussurrou e sequer olhou para Oliver.

— Eu gosto de contato visual quando sou cumprimentado, garoto. – Oliver parou na frente da mesa de Roy.

— Se eu olhar para você agora, tenho medo de não me controlar e beijar sua boca na frente de todo mundo. – o garoto continuou falando em sussurros e mexendo em alguns papéis.

— Nunca fiquei tão feliz em ser cumprimentado sem contato visual. – Oliver gargalhou e fez Roy rir também. – Depois preciso ser atualizado sobre tudo. Pode vir a minha sala? – perguntou.

— É melhor que Felicity vá, pelos motivos que já citei. – num movimento involuntário, Roy ergueu o rosto e fitou Oliver. Ele parecia mais bonito do que nunca, sua pele parecia melhor, seus olhos pareciam mais claros, sua boca parecia chama-lo para um beijo de bom dia. – Por favor, saia daqui antes que eu pule em você. – Roy segurou firme na mesa, tinha medo do que poderia fazer.

— Saindo! – Oliver apressou o passo e entrou na sala dele com rapidez.

— Roy! – Felicity se aproximou da mesa do garoto e teve a atenção dele tomada para si. – Você contou a ele? – perguntou.

— Claro que não. Ele acabou de chegar depois de uma semana, isso não é uma notícia para se dar logo no início do dia. – o garoto sabia do que ela falava.

— Vai esperar ele descobrir sozinho, então? Você sabe que quando ele descobre algo por conta própria, não tem abraço que o acalme. Muito menos beijo... – ela colocou a mão na frente da boca para esconder o riso e percebeu Roy corar. – Desculpe, não resisti. – ela saiu de lá antes de falar mais alguma coisa.

Notícias boas sempre eram as últimas a chegar, porém as notícias ruins corriam soltas, e parecia que todos tinham acesso mais rápido do que o normal. Com Oliver não era diferente, assim que ele abriu sua caixa de e-mails, viu a centena de coisas que haviam chegado na semana em que esteve fora, grande parte resolvida por Roy e Felicity, mas algumas outras pareciam confidenciais que nem mesmo os dois tinham conhecimento.

O telefone da mesa de Felicity tocou e ela atendeu de prontidão. – Consolidações Queen, bom... – era Oliver do outro lado. – Estou indo. – finalizou. Ela levantou e observou de longe o mais velho dentro da sala, seu rosto mostrava insatisfação, provavelmente a notícia que não contaram finalmente havia vindo à tona.

Roy percebeu o caminhado apressado de Felicity na direção da sala de Oliver. – O que houve? – ele perguntou, mas logo viu o semblante sério do chefe do outro lado do vidro da sala. – Boa sorte. – desejou antes de Felicity entrar no ambiente.

O garoto não conseguiu se concentrar no seu trabalho depois que viu o que aconteceu, ele tentou ouvir a conversa dos dois dentro da sala, mas pareciam falar em sussurros. Por mais que depois ele saberia de tudo, queria ouvir cada palavra dita lá dentro, pois uma história vivida é muito melhor do que uma contada.

Longos minutos passaram e Felicity continuava lá dentro conversado com Oliver. Por vezes apontava para a tela do computador, ou para papéis em cima da mesa. Usava a calculadora de Oliver em outros momentos, ou anotava algo no papel e mostrava a ele, que em momento algum sorriu ou mudou o semblante insatisfeito que mostrava desde o momento em que ligou para Felicity.

Roy estava agoniado com a situação, até conseguir ouvir claramente Oliver gritar e bater na mesa. Ele direcionou o olhar para a sala imediatamente e viu que Felicity estava de cabeça baixa enquanto Oliver falava algo em voz alta, mas nada que o garoto entendesse. Ele levantou da sua cadeira e caminhou rapidamente para dentro da sala de Oliver, entrando ali sem bater na porta.

— O que está acontecendo aqui? – perguntou o garoto, chamando a atenção dos dois no recinto.

— Eu que te pergunto. O que está acontecendo aqui?! – Oliver olhava sério para Roy.

— Primeiramente. – Roy caminhou até Felicity. – Isso não é a forma correta de tratar uma mulher. Use um tom mais adequado, Oliver. – ele também olhava sério para o mais velho.

— Essa não é a hora de discutirmos tom de voz, garoto! – agora Oliver parecia inquieto.

— E quando será a hora? Quando alguém ver o que está acontecendo aqui, filmar e mostrar pro mundo inteiro? Vamos, me fale o que está acontecendo? – ele continuou em pé e se apoiou na mesa de Oliver.

— Roy, deixe que eu resolvo. – Felicity tentou acalmar o garoto.

— Não, Felicity. Se ele quer gritar com alguém, que seja comigo. – o olhar fuzilante de Roy estava de volta, ele parecia encarar Oliver como se o desafiasse para um duelo.

— Eu não quero fazer isso, Roy. Por favor, não com você. – Oliver respirou fundo e tentou se controlar.

— Felicity, por favor, volte para sua mesa. Eu dou conta a partir de agora. – ele olhou para a garota, que o olhou de volta. – Desculpe pelo tom que ele usou com você. – ele sorriu de canto para ela.

Oliver escondeu o rosto nas mãos como se estivesse tentando se controlar de todas as formas. – Sim, Felicity. Pode se retirar, eu me resolvo com o Roy a partir de agora. – ele olhou para a garota. – Me desculpe pela forma como me expressei. – embora sem graça, seu sorriso no rosto era sincero, ele realmente estava sem jeito.

— Sem problemas. – ela levantou e saiu da sala como se nada tivesse acontecido.

— Você está assim pelo que estou imaginando? – Roy sentou na cadeira que Felicity havia saído e fitou fixamente o rosto de Oliver.

— Eu não leio pensamentos, mas se está se referindo a crise que está acontecendo, sim! – Oliver também olhava para o garoto agora.

— Nós vamos resolver isso, Oliver. Isso acontece e você não precisa ficar desse jeito. – Roy tinha a voz mais calma, ele sabia como conversar com Oliver.

— Resolver? Roy, isso nunca deveria ter acontecido, não existe essa de resolver. Vocês deveriam ter me contado que muitos dos investidores retiraram suas ações da empresa, investidores esses que eram os maiores daqui, como vamos recuperar tudo? – Oliver parecia buscar uma solução em algum lugar, mas não encontrava.

— Sabe que podemos transformar essa situação toda, se necessário, nós ficaremos até mais tarde, trabalharemos nos finais de semana, mas não vamos deixar você na mão nesse momento. – Roy segurou firme na mão de Oliver que estava trêmula de nervoso em cima da mesa.

Oliver sentiu o toque do garoto e apertou sua mão. – Porque vocês não me contaram sobre isso? Sabe que poderiam me falar a qualquer momento, mas decidiram simplesmente esconder isso de mim. – o rosto de Oliver parecia esconder uma mágoa que só ele sentia.

— Oliver... – Roy respirou fundo antes de voltar a falar. – Não fizemos isso porque gostamos de você. Se falássemos algo, sua recuperação não teria sido tão boa quanto foi, você poderia ter piorado, tudo iria desandar e era capaz até de você não estar vivo hoje aqui conosco. Fizemos isso por amor a você, Oliver. – ele apertou com mais força a mão do mais velho.

— Essa é a empresa que leva o nome da minha família, que meus pais construíram com tanto esforço, tanto trabalho, e eu simplesmente vou leva-la a falência por um descuido bobo. Isso não pode estar acontecendo. – Oliver queria simplesmente ir embora dali, fingir que aquilo nunca havia sido problema seu.

— Escuta aqui. – Roy estendeu o braço e tocou o rosto de Oliver, tomando a atenção dele. – Eu não vou deixar que nada de ruim aconteça com você. Estamos juntos nessa, entendeu? Não importa o que aconteça, eu quero estar do seu lado nos piores momentos também, e tornar esses melhores do que podem ser. – Roy sorriu de forma radiante, ele não sabia que podia ser tão gentil e romântico com as palavras.

Oliver olhava diretamente nos olhos de Roy, aquele garoto sabia exatamente o que fazer para ter o mais velho na palma da sua mão, sabia conquista-lo de uma maneira indescritível, e podia acalma-lo como ninguém já havia feito.

— Roy, você quer... – Oliver foi interrompido pelo garoto.

— Isso não é hora para pedidos de namoro, bonitão. Vamos resolver a situação da empresa e depois pensamos nisso, certo? – ele acariciou a barba de Oliver brevemente antes de se afastar.

— Tudo bem. – Oliver sorriu, finalmente havia se acalmado por completo.


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