The Coffee Boy escrita por Ivy Harper


Capítulo 11
Sweet Dreams




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Roy saiu da empresa mais tarde do que imaginou. Por sorte conseguiu mandar uma mensagem a tempo para que Cindy não esperasse por ele, mas aquele tempo no trabalho não foi de tudo ruim. Ele ficou mais próximo do patrão, e agora poderia chama-lo pelo primeiro nome com a permissão do próprio. Ambos deram boas risadas juntos enquanto liam algumas das propostas de negócio e alguns dos resumos de Roy também. Oliver até havia oferecido uma carona para Roy, já que os motoristas da empresa haviam ido embora, mas ele preferiu pegar o transporte coletivo, se sentiria mais a vontade no mesmo, então tratou de inventar uma desculpa para que Oliver não o perturbasse muito com o assunto.

O garoto chegou em casa cansado, mas naquele dia não levou trabalho pra casa, o que foi um alívio para ele. Saber que tinha todo o final de semana livre, sem precisar pensar em trabalho ou qualquer outra coisa relacionada à empresa era extraordinário. Ele apenas entrou em casa e foi direto para a cama, com a cabeça completamente pesada. Nem pensou em tomar um banho, queria apenas dormir e só acordar na segunda-feira, quando a rotina se repetiria mais uma vez. Mas antes que o garoto tivesse a mordomia de simplesmente fechar os olhos e dormir, seu telefone tocou.

— Que não seja o Oliver, que não seja o Oliver, que não seja o Oliver. – desejou em voz alta antes de tirar o celular do bolso. Por sorte, era Felicity. Ele atendeu.

— Roy? Ainda está na empresa? – Perguntou sem esperar o garoto falar.

— Boa noite pra você também, Felicity. – Ele riu. – Não, acabei de chegar em casa, aliás. – Respondeu com a voz cansada.

— Que ótimo! Oliver puxou muito de você ou deu alguma bronca? Se ele fez algo que não deveria e você ficou amedrontado e sem ação, pode me falar que eu ligarei pra ele assim que acabar de falar com você. – Advertiu ela preocupada com o que Oliver poderia ter feito.

— Não, Oliver não fez nada de mais, foi até divertido. Nós rimos um pouco, conversamos bastante e resolvemos todas as pendências que tinham para ser resolvidas. – Respondeu com um bom humor na voz.

— Oliver? O que aconteceu com o “Sr. Queen”? – Perguntou curiosa.

— Ele me deixou chama-lo de Oliver... – Roy não terminou a frase, nem tinha com o que terminar.

— Você sabe o quanto eu demorei pra conquistar isso? Na verdade, não foi muito. Ele já conhecia o meu trabalho antes mesmo de eu começar a trabalhar diretamente com ele, então, no primeiro dia que ele me chamou para trabalhar, já disse que não eram necessárias formalidades quando não estivéssemos em público, mas eu não sabia o valor disso até perceber que ninguém na empresa o chamava pelo primeiro nome. Foi incrível, eu me senti bem importante. – Por mais que não fosse sua intenção, Felicity se vangloriava daquele feito sempre que podia.

— Felicity, não leve a mal, mas eu queria descansar um pouco. – Proferiu em meio a um bocejo.

— Ah sim. Me desculpe, não deveria ter te ligado a essa hora. Depois conversamos então. Tenha uma ótima noite. – Ela não esperou Roy se despedir e desligou o celular.

Roy só precisou virar para o lado da cama e fechar os olhos, foi o suficiente para cair no sono como uma rocha. Se uma ventania destruísse todo o Glades, Roy não acordaria.

▪▪▪

A cama era como um santuário para Roy, nada podia perturbá-lo quando estava nela, mas aquela noite em particular parecia mais inquieta que o normal. O garoto abriu os olhos no meio da noite, seu corpo estava gelado. Mesmo nos dias mais frios no Glades, a casa de Roy não costumava mudar o clima interno, a não ser que ele deixasse alguma janela aberta, mas nenhuma parecia estar. A porta! Pensou ele. O garoto levantou o tronco e virou o rosto para a porta, a mesma estava aberta, mas não era só isso, tinha alguém de pé ao lado da porta segurando a maçaneta e observando Roy enquanto ainda estava na cama.

— Quem é você? Eu vou chamar a polícia! – Roy tocou os bolsos, o celular não estava lá. – Merda! – Murmurou baixo.

— Roy. – A silhueta se aproximou do garoto, deixando a luz do lado de fora entrar e revelar quem estava ali.

Roy engoliu a seco, não conseguia acreditar em quem estava ali. – O que você está fazendo aqui, Oliver? – Perguntou com certo receio.

Oliver se aproximou um pouco mais, a temperatura do ambiente parecia ter voltado ao normal, ou até esquentado ainda mais. – Você sabe o que estou fazendo aqui. – Respondeu com a voz mansa.

— Mas... Deveria ter me ligado antes, eu poderia ter me arrumado para... – a fala de Roy foi interrompida quando ele viu Oliver apoiar um joelho na cama.

— Não fala nada. – Oliver colocou o dedo indicador nos lábios de Roy como se pedisse silêncio, e sem forçar muito, utilizou o mesmo dedo para guiar o corpo do garoto até que caísse no colchão.

— Oliver... – A voz de Roy parecia fugir dele a cada centímetro que Oliver se aproximava.

— Eu sei que você quer. – Oliver deitou quase que seu corpo inteiro por cima de Roy e agarrou a nuca do garoto com força, sem deixar chance alguma de ele escapar.

Roy ficou em silêncio, tinha medo de qualquer coisa que pudesse fazer ali, mas a situação não era das piores. Antes que Roy pudesse pensar em algo, teve seus lábios beijados por Oliver, e sua boca penetrada pela língua quente e nervosa dele. A calmaria e o silêncio deram lugar a batimentos cardíacos acelerados e um beijo desajeitado se formava. Aquilo era extremamente estranho, mas o garoto não queria parar. Seu corpo parecia agir de forma contrária aos seus pensamentos. Suas mãos apertavam com força o tecido grosso do blazer cinza de Oliver, como se quisessem arrancar aquela peça de roupa fora, ou até mesmo rasga-la. Suas pernas se abriram e cruzaram logo acima do cós da calça de Oliver por trás, dando espaço para o maior encaixar-se ali.

— Nós não podemos fazer isso, Oliver. – Ele sussurrou sem jeito, com a boca ainda sendo beijada pelo mais velho.

Oliver continuou beijando o garoto sem respondê-lo, parecia ser incentivado cada vez mais.

— Oliver... – Roy gemeu de forma contida e sua boca parou de ser beijada – Nós não podemos. – Ele continuou, e o corpo de Oliver já não pesava mais sobre o dele. – Oliver... – Roy agora segurava os lençóis da cama com força, como se sentisse falta do blazer do patrão. Não demorou muito para que Roy abrisse os olhos mais uma vez, mas agora de verdade.

— Que merda! O que foi isso? – Roy ergueu seu tronco e percebeu que havia sonhado com toda a situação. O sol já invadia o quarto do garoto, era definitivamente hora de acordar.


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