Confronto do Passado escrita por Knight Beast X


Capítulo 1
Capítulo 1




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Mais um dia de trabalho finalizado, pensa Kyle Broflovski, enquanto afrouxa sua gravata verde. Um homem com seus vinte e sete anos, magro não sendo muito atlético, cabelos ruivos, com feições firmes, olhos amarelados com alguns tons de verde, cabelos ruivos sociais e estatura média. Vestindo um terno cinza, sapatos pretos, camisa social azul, gravata verde e um cipa verde que caracteriza muito bem sua religião. Características atuais que difere muito daquela criança de cabelo redpower, frágil e que morava em uma cidade pequena montanhosa em Colorado para um advogado firme que mora em Flórida.

Curioso para pensar que de tantas escolhas de sua vida escolheu justamente a mesma do seu pai: advocacia. Lembra que era muito conhecido com seus discursos politicamente corretos que tinha objetivo de conscientizar as pessoas e aquele ar de interferir em uma situação injusta foi elementos que lhe prepararam para sua escolha de profissão. Por fim virou um advogado relativamente bem sucedido que está morando na Flórida.

Pilotando um Toyota Camry 2016 de cor branca nas ruas comerciais de Palatka onde dirige para um bar que costuma ir de tempos em tempos para consumir alguma cerveja, bebida que pegou uma preferência depois dos seus 18 anos. Cheyenne Sallon é um local pouco distante de sua moradia, mas o judeu gosta do ambiente retrô de beira de estrada parecendo aqueles bar de cidade pequena do interior dos E.U.A. Sua logo um cara barbudo com chapéu de caubói com calça jeans, camisa social, terno cinza que está com a mão no peito. Uma moto personalizada atrás junto com a bandeira do país junto com o nome do estabelecimento com fontes retrô.

Não está com pressa de chegar em casa por ainda ser solteiro, mantendo ainda o espírito politicamente correto vai pegar um uber para voltar para casa e pedir para alguém trazer seu carro para sua residência. Motivo de ainda não se casou, porque queria justamente uma liberdade de morar sozinho, já que foi criado por muitos anos por uma família bem conservadora e controladora, apesar de não faltar candidatas, mas nenhuma até hoje chamou sua atenção.

Quando adentra do bar pode ver que o lugar está com seu movimento tradicional de sempre misturando pessoas que frequentam com frequência e visitantes. Nada em especial, mas por algum motivo seus olhos vão para um homem que está no canto do bar sozinho fumando um cigarro com um copo de whisky perto. Se Kyle classifica-se esse homem diria que é um visitante, porém esse homem desconhecido tem um ar estranhamente… familiar.

Um homem com sua mesma idade, cabelos castanhos, bom porte atlético, mas com uma pequena barriguinha saliente, um homem alto, queixo quadrado com um furo natural e olhos bicolores (um de cor castanha e outro de cor azul). Ele parece que tem um porte que sabe muito bem conversar ou pelo menos é a impressão que isso dá. Está usando um terno preto, camisa social vermelha com uma gravata amarela. Estando acostumado com modelos de ternos dá para saber que é um dos bem caros, diferente do seu que é modesto.

Por algum motivo esse homem sozinho no seu canto está lhe chamando atenção, mas Kyle não está sabendo do porquê disso. Não é uma atração física, não que seja contra a desejos homossexuais, mas o judeu nunca teve esses sentimentos do passado, apesar das alegações que faziam nele por causa dos seus dois amigos do passado. Também não lhe trás um sentimento de medo, porque não se sente intimidado. Mas parece que é um sentimento de… raiva?

Justamente Kyle sentir raiva de alguém sem motivo. Isso é impossível. A única pessoa que sentia raiva era…

Um nome veio na sua mente como um soco no estômago, não acreditando que esse misterioso homem seja aquela pessoa. Com passos acelerados vai em direção do homem.

— Eric Cartman? - Kyle diz na frente do homem de terno que coloca o cigarro que estava fumando no isqueiro e logo cruza as pernas e olha para o judeu com curiosidade sem reconhecê-lo.

— Sim, esse meu nome. E você seria?

— O que anda fazendo aqui?

— Estou em viagem junto com minha esposa, enquanto ela está no banheiro estou bebendo - levanta uma sobrancelha em sinal de desconfiança e desafio para o homem desconhecido que está abordando - ah espera um pouco! Tô te reconhecendo, você é Kahl?

— Todos esses anos e você não consegue falar meu nome direito - disse Kyle de modo sério.

— Vejo que o ruivinho cresceu - disse com um sorriso acolhedor - sente comigo, o que anda fazendo aqui?

— Moro aqui perto - de alguma forma o ruivo senta perto do ex-amigo e rival - costumo frequentar aqui de tempos em tempos - ele se repreende por está sendo amigável com Cartman.

— Mundo pequeno, enquanto estou apenas de passagem. Eu estou morando em San Miguel em Colorado, mas viajo muito nos E.U.A e mundo por causa do meu trabalho - Cartman faz uma reflexão do dia que encontrou um adulto que diz que era sua versão do futuro que falou que era um agente de viagem bem sucedido.

Irônico pensar que isso se realizou mesmo dizendo para o adulto que iria consumir drogas e bebidas alcoólicas à vontade. De certa forma manteve a palavra, mas não chegou usar drogas, afinal não queria usar que hippies e pessoas em situações deploráveis usam e bebidas alcoólicas tinha que ser bebidas de valor superior… do preço da casa do Kenny, ou seja, ficou mais entre vinho e whisky.

— E o que você trabalha - as palavras do Kyle suaviza por está muito mais curioso sobre o destino do seu amigo de infância do que a raiva inexplicável que estava sentindo momentos atrás.

— Eu montei minha própria agência de viagens depois que formei no ensino médio graças a economia que tinha guardado…

— Não quer dizer do dinheiro que sua mãe te deu? - interrompe Kyle.

— Ué? Por que diz isso?

— Porque bem me lembro que quando você queria alguma coisa sempre infernizava sua mãe até conseguir o que quer.

— Olha eu reconheço que era mimado e minha mãe sempre fazia questão de me mimar, mas isso não me impediu de realizar meu próprio capital.

— Difícil de acreditar da sua palavra.

— Não lembra entre a terceira série e quarta dos inúmeros negócios que fazia? Tipo uma agência para punir os pais de outras crianças, aquele lance que a gente vendia hambúrguer, aquele parque de diversões que administrei por um tempo, da venda de joias pela televisão, de postagem de vídeo de bebês viciados em crack e uma infinidade de negócios que fiz só nessa época. Eu fui mimado, eu não nego meus defeitos do passado, mas sempre desenvolvia meu espírito empreendedor.

— Então vive como agência de viagens de uma empresa?

— Não. Eu sou dono da minha própria empresa. Possuo minha empresa em diversos estados, mas e você, o que fez faz na vida?

— Me formei em direito e trabalho em um escritório de advocacia.

— Direito. Interessante.

— Por que a surpresa? Pensava que eu iria fazer contabilidade?

— Se me perguntasse anos atrás o que você iria fazer eu diria isso, mas relaxa eu não tenho mais motivos para ficar de brincadeiras com sua fé. Eu mudei nesse quesito.

— Difícil de acreditar que alguém tão antissemita vai deixar de ser um.

— Ao longo de minha vida não conseguir ter um amigo judeu, então não tinha graça de zombar mais do judaismo e particulamente eu não era tão ruim assim.

— Não? Você quase mobilizou os fãs de Mel Gilson para se revoltar contra os judeus, controlou Cthuthu para destruir diversas sinagogas quando você era criança. Inventa outro.

— Eu fiz isso? Nem me lembrava. Eu admito minha culpa, mas veja pelo lado bom, eu pelo menos zombava sua religião diretamente, diferente os outros caipiras da nossa cidade natal.

— Como assim?

— Olha Kyle. Não lembra que muitos ficava com esse papo mole que a palestina era injustiçada e que os judeus em Israel tinha que ceder para eles?

— Bem… Isso acontece… mas nada que era perto que você fazia comigo e com minha família.

— Com seu irmão nunca atormentei por ser judeu, seu pai raramente falava alguma coisa dele, seu primo era útil quando precisava de serviços de contabilidade, agora a sua mãe, essa sim tinha uma raiva, porque ela era uma moralista quando lhe convém, fazia de tudo para estragar as brincadeiras das crianças.

— Bem isso é verdade…

— Lembra do dia quando vieram judeus de Israel para South Park? Eles falavam inglês fluente e mesmo assim te tiraram da aula para você entrar comunicação com eles. Não foi antissemitismo? Posso te zombado você muitas vezes por ser judeu, mas pelo menos não ficava com esse falso moralismo, porque a gente era amigo. A gente brigava sim, isso não nego, mas a gente andava muitas vezes juntos.

— Mas mesmo assim achava um saco essas piadinhas da minha religião que você fazia.

— Era a única coisa que você ficava ofendido, mas não ressentido, porque se falasse de sua aparência do passado, você já ficava deprimido como naquela vez que te fizeram o último da lista dos garotos mais bonitos da quarta série. Até esqueceu que tinha garotos que nem foi citado. Hoje imagino que você seja mais seguro de sua aparência, não é?

— Sim - Kyle diz com segurança fazendo algo que odiava em fazer no passado: concordar com Cartman. Tem algumas coisas que não gosta de sua anatomia como a falta de altura, a pele não negra, o nariz torto e o cabelo nada liso, mas com sua evolução de maturidade consegue.

Kyle aproveita para pedir uma cerveja e Cartman retorna a fumar.

— Quando pegou o hábito de fumar? - pergunta Kyle.

— Quando comecei a namorar com minha esposa. Pode parecer ruim, mas ajuda a relaxar e pensar - disse dando uma longa tragada.

— Preciso alertar todos os malefícios do cigarro?

— Olha até pode, mas vou ignorar. Só que deixo uma reflexão: por que será que os cigarros comuns são tão demonizados e as drogas ilícitas como maconha são tão valorizadas?

 

— Nunca parei pra pensar isso, mas as pessoas comuns mesmo já não veem o hábito de fumar com bons olhos. Para você que sempre foi do contra imagino que isso é mais um incentivo.

— Com toda certeza - Cartman ri.

— Tenho que admitir vê-lo bem sucedido é um pouco frustrante, já que você nunca foi de estudar e nem nada. É como se tivesse feito todos meus anos de faculdades não valerem a pena - disse Kyle com  sinceridade.

— Eu entendo isso, mas as pessoas esquecem se quer ser rico mesmo só no empreendedorismo que é possível, mas permita mostrar o outro lado. Quando se abre uma empresa demora muito para até ela mesmo se pagar seus gastos e quando consegue demora muito para ter realmente lucros. Posso está com ternos caros, ter um patrimônio que muitas pessoas não vão chegar a ter, mas isso é fruto das noites maus dormidas, dos gastos pessoais que tive que economizar, das variações do mercado e das crises que vem de tempos em tempos. Posso hoje está nos tempos que posso ter algumas regalias, mas isso não é estável, já que fico com o cu na mão diariamente vendo as bolsas de ações - apaga o cigarro que estava fumando no isqueiro.

— Sabe Cartman. Eu posso lidar com sua felicidade tranquilo, afinal não sou mais aquela criança imatura do passado - dá um gole na sua garrafa de cerveja - só ainda tem um parte de mim que te odeia demais.

— Por que isso?

— Porque quando paro para pensar nas nossas interações penso que você era bastante abusivo comigo.

— Abusivo? - Cartman fecha os olhos e logo abre - entendo, antes de falar meu ponto de vista eu admito uma coisa: muitas vezes eu fui um filho da puta. Sei que aprontei muito com muita gente ao ponto de até causar mortes e muitas coisas me arrependo. Agora sobre nossa antiga amizade tenho alguns pontos pra dizer que também achei você não era o inocente no nosso meio.

— Como assim?

— Tipo eu te mais te provocava, porque sabia que você tinha capacidade de se defender de tudo que eu falava respondendo a altura. Eu tinha admiração muito por você que era esperto suficiente para frustrar meus piores planos e até achava divertido muito nossas discussões, ou seja, eu brigava com você, porque te achava que era uma ótima amizade que fazia contraponto com minha personalidade e tinha a mesma capacidade de reagir e digo que até tinha mais recursos do que tinha do passado.

— Recursos.

— Sim. Você era mais influente com os outros do que minha pessoa e se não fosse uma força contrária a sua era bem provável que seja um Butters ou até pior que aquele francês loiro que morreu na quarta série.

— Você que mais praticava bullying com os outros como você seria a vítima.

— Em parte praticava bullying por um puro prazer sádico, mas em outras era seguir a filosofia ‘combater ódio com mais ódio’. Você sabe que eu era o gordinho da sala e normalmente os gordinhos são os mais provocados, se eu não reagisse como fazia, com certeza seria o mais pisado.

Cartman toma seu copo de whisky com um gole e continua:

 

— Você mesmo foi muitas vezes o mentor de todas as provocações. Mesmo quando chegava de boa já tinha uma provocação da sua parte ou mesmo xingamento. E no nosso quarteto você sempre tentava colocar os outros contra mim, claro que não tempo todo, mas quando tinha nossas disputas pessoais já queria colocar os outros para tomar partido. Com Stan conseguia sempre, mas Kenny até conseguia ficar imune já que você muito raro trocava palavras com ele.

— Você sempre nos colocava em confusão.

— Não nego isso, mas todo mundo sempre queria envolver os outros com seus planos. Só o Kenny mor… digo, se acidentava - Cartman oculta que sabe das mortes do seu melhor amigo - e você com Stan quando eram pegos faziam aqueles discursos que estavam arrependidos e não iria aprontar. Se bem que você fazia mais que o Stan, ele com o tempo deixou de usar isso - Cartman levanta a mão para pedir uma lata de refrigerante que rapidamente é atendido e continua a falar:

— Acho que o mais bizarro disso tudo é que sempre quando brigava com Stan você me procurava, isso se Stan não fizesse direito. O que é estranho, fala que odeia, mas quer ficar perto comigo. Eu admito que pra tirar sarro com você tinha uma obsessão bem… gay, mas se fosse gay imagino que seria correspondido, afinal isso era bem gay de sua parte também - Cartman rir.

— Nem me fale nisso, já cansava de ouvir que estava namorando às escondidas do Stan dos outros.

— Também falava que nossas brigas era apenas tensão sexual acumulada, mas em South Park quem não tinha uma reputação gay.

— Você mesmo tirou uma foto com o pau na boca do Butters.

— Nem me lembre disso. E você quer teve sua boca costurada em um ânus de um japonês.

— Nossa, que nojo. Ainda bem que meu pai conseguiu me tirar nessa, mas acho que no final os gays assumidos foram Craig e Tweek.

— Até foi, mas o namoro não foi muito pra frente, depois que eles saíram de South Park. Toda a cidade praticamente os estimulava a ficar juntos, inclusive minha pessoa.

— É bizarro pensar que com 10 anos a gente já pensava em namorar.

— Todos os namoros davam fracasso. Eles se mantinham se aparecesse alguém ou pra conciliar o casal ou para separá-los.

— Sim - Kyle coloca a mão direita na própria nuca - Cartman eu tenho que pedir desculpas.

— Ué? Por que?

— Porque eu me via inocente na história, mas agora vejo que também não foi bonzinho na história. Eu também aprontei muito.

— Não tem se desculpar. De todos em South Park fiz as maiores cagadas, isso reconheço. Nos nossos contatos a gente se tratava como igual. A gente se xingava, brigava, aprontava um para outro e pronto. Parece que minha esposa está me esperando - Cartman se levanta e coloca a mão no bolso - se quiser manter contato pegue meu telefone - entrega um cartão de visita.

— Obrigado pela conversa, Eric. Ajudou a esclarecer o passado.

O agente de viagem é pego de surpresa por seu amigo finalmente chamá-lo pela primeira vez pelo primeiro nome. O mesmo retribui com um sorriso e vai em direção para sua esposa que está fora do bar fumando um cigarro. Kyle reconhece a esposa de Cartman e não fica surpreso que ela também veio de South Park, os cabelos curtos são inesquecíveis.

 

Dando outro gole de sua cerveja já relaxa e agora com sua consciência mais leve. Tinha essa mania de se inocentar por tudo e precisou de um amigo do passado para lhe mostrar que o judeu não é uma pessoa boa como ele pensava. Esse esclarecimento até ajudou a não guardar mais mágoa do Cartman, assim como também ajudou até na sua própria autoestima.  Porque no argumento que ele sofria um relacionamento de abuso pelo antissemita coloca na situação de inocente, mas ao mesmo tempo o rebaixa que não tinha capacidade de revidar e se defender.

Agora com o passado resolvido agora é pensar no futuro. Como abrir seu próprio escritório de advocacia. Pelo menos pode contar com seu amigo de infância em como expandir seu futuro escritório.

 

FIM

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

‘Kyle sofre em um relacionamento abusivo de Cartman’ escutei muito essa frase, inclusive com os argumentos contra o ship Kyman. Eu normalmente paro e penso: ué? Kyle consegue revidar as provocações do Cartman.

Com isso na cabeça tive uma onda de criatividade e criei essa história que foca muito na amizade dos dois. Não tenho muito que falar, já que abordei diversos pontos nessa história. Essa fic me lembrou da epoca que fiz Cartman ‘s Creed: https://fanfiction.com.br/historia/435782/Cartmans_Creed/ que foquei justamente de monstra que Kenny, Kyle e Stan também tem seus momentos de atitudes nada bondosas e teve uma continuação direta chamada Brotherhood que já tá concluída: https://fanfiction.com.br/historia/446395/Brotherhood/ que focava tanto na fase adolescência dos garotos como monstrava o passado dos personagens (claro que tive liberdade de transformar a história dos personagens mais séria e inventei muita coisa).



Obrigado por lerem essa história. Até a próxima!!!!!!!!!



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