Supernatural Academy escrita por JLem


Capítulo 5
Capítulo 5




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Capítulo 5

Visão da Lawrence

— Mas por que você odeia o Liam, Law? Particularmente eu ach— Izzy parou de falar repentinamente. Segui seu olhar e encontrei Nat e Michael, juntos, conversando amigavelmente sobre alguma coisa. Vi quando Michael piscou para ela, se despediram e saiu. Nat veio a nossa mesa.
— Acabei de reparar... O que é isso na sua bochecha, Law? — perguntou. Pela segunda vez no dia, uso a mesma desculpa:
— Ah, me machuquei em uma aula de caça.. — coloquei a mão em cima do pequeno corte. Quando Zayn me perguntou, preocupado sobre o machucado, tive de dizer a mesma coisa.
— Já volto — falou Izzy, levantando e se dirigindo a mesa dos meninos.
— Izzy e Niall... — Nat falou, baixo, como se experimentasse a combinação dos nomes.
— O que tem eles? — perguntei.
— Nada... Só acho que se deram muito bem. Talvez tenha ido lá para falar sobre o trabalho de Literatura — deu de ombros, mas ainda olhava para a mesa em que se encontravam.
— Qual o tema do trabalho? — perguntei, interessada. Nat e eu conversamos brevemente sobre o assunto e sobre os acontecimentos da aula, até a volta de Izzy. Nat a observava.
— Ué... Por que quase voou até aqui?— Nat perguntou.
— Queria ficar com vocês, já que eu falei tudo o que queria falar — disse, dando de ombros.
— Sei...— Nat respondeu, meio desconfiada.
Olho para a mesa dos meninos, simplesmente por olhar. Percebo que Liam tem seus olhos em mim, com uma sombrancelha levemente levantada, claramente confuso. Só não sei o motivo. Talvez por ter me visto na festa, mas não tenho certeza. Desvio o olhar; não quero ter muito contato com ele. É apenas um estranho olhando confuso para mim por não me conhecer.
— Por que não vai falar com ele?— Perguntou Izzy, cutucando meu braço.
— Porque não tenho nada para falar — e é verdade.
— Mas...— Nat começou.
O sinal bateu, interrompendo-a. Me levantei, ansiosa para fugir do assunto.
— Tenho Educação Física, vejo vocês mais tarde — me despedi, ouvindo um "tchau" das duas como resposta.
Me troquei no vestiário e fui ao ginásio. Começamos uma partida de basquete. Ao final do jogo, eu tinha feito duas cestas de três pontos e duas de dois. Ganhamos da equipe rival.
A última aula terminou, deixei o livro de Suspense que havia pegado no dia anterior na biblioteca e fui ao meu quarto. "Essa rotina está me matando". Tirando a festa e seus acontecimentos posteriores, tudo está igual. Nat e Izzy tem trabalho, então não posso passar o final da tarde com elas; Harry e Zayn tem algum jogo para ver... Me resta apenas fazer minhas tarefas e esperar a hora de dormir, para acordar em um dia que provavelmente será igual a esse, então farei as mesmas coisas de novo...

Visão Nat

Já eram cinco horas da tarde e eu estava pronta com o material de Literatura na bolsa. Estava esperando Michael para me levar para um passeio pela escola. Fui tirada dos meus pensamentos pela Izzy:
— Vai a onde vestida assim? — perguntou ela, curiosa.
— Fazer trabalho — respondi entediada.
— Tem certeza de que é só pra fazer trabalho? — perguntou ela desconfiada.
— Sim — menti — Por quê? — "Izzy está estranha, como se estivesse sabendo de algo..."
— Porque eu sei que o seu trabalho é com o Michael, e você está bonita demais para ele! — ela falou.
— Não existe essa coisa de ficar bonita para ele, amiga! O que eu posso fazer se eu sou muito diva? — eu perguntei, convencida.
—Okay, então tá...— ela foi interrompida pela batida na porta.
— Eu abro — ela disse.
— Oi Isabelle,a Natasha está? — era a voz do Michael.
—Oi Michael — falei chegando na porta, enquanto ele me media de cima a baixo.
— Vamos, madame? — ele perguntou, fazendo uma reverência.
— Claro, cavalheiro — devolvi em outra reverência.
"Okay... Por que ele está sendo tão cortês?”. Ele me estendeu o braço para eu segurar. Hesitei, mas acabei segurando.
— Tchau Izzy, até mais tarde — me despedi de uma Izzy pasma.
— T-Tchau...
— Tchau Isabelle — disse Michael.
— Tchau Michael — ela respondeu.
— Onde vamos primeiro, Mike? — perguntei mais aí percebi o que falei — Ah, eu não sou tão íntima para ter te chamado assim...
— Relaxa, tudo bem. Pode me chamar de Mike — ele sorriu para mim — Vem comigo — ele pediu, me puxando.

Visão da Izzy

Estava na minha cama folheando uma revista qualquer numa tentativa de me distrair quando Nat sai do banheiro.
— Vai a onde vestida assim?— perguntei curiosa, mesmo já sabendo onde iria.
— Fazer trabalho — Ela respondeu, sem expressão.
— Tem certeza de que é só pra fazer trabalho? — perguntei de forma desconfiada.
— Sim — ela respondeu — Por quê?— Nat perguntou.
— Porque eu sei que o seu trabalho é com o Michael, e você está bonita demais para ele! — respondi.
— Não existe essa coisa de ficar bonita para ele, amiga! O que eu posso fazer se eu sou muito diva?— Perguntou ela, convencida.
— Okay, então tá...- fui interrompida pela batida na porta.
— Eu abro — Disse quase correndo até a porta, mesmo sabendo quem era.
— Oi Isabelle, a Natasha está? — Michael perguntou.
— Oi Michael — Nat respondeu por mim
"Oi Isabelle"... ele sabe que eu odeio que me chamem de Isabelle, será que ele não se toca?
— Vamos, madame?— ele disse fazendo uma reverência. Que coisa mais cafona... Mas, espera... Ele fez uma reverência para a NAT!
— Claro, cavalheiro — Ela devolveu a reverência.
— Tchau Izzy, até mais tarde — Nat se despediu para uma Izzy extremamente surpresa. É agora que eu irei seguir aqueles dois, mesmo. Eles se fizeram uma reverência!
— T-Tchau — gaguejei, pasma.
— Tchau Isabelle — Michael disse.
— Tchau — respondi.
Eles saíram e Michael fechou a porta.
Corri pro meu armário, peguei um vestido estilo colete de zíper, uma bota de salto preta que ia até o joelho, um topper muito lindo e vesti. Deixei o zipper fechado até o tórax, passei um batom vermelho e soltei o cabelo, meio ondulado por causa do coque. Peguei meu telefone e mandei uma mensagem pro Niall:
“Me encontra no refeitório pra você me levar até a sala de música. Bjs.
— Izzy”
Saí do quarto e quase corri até o refeitório. No caminho, um braço me puxa e quase me faz cair, por conta da velocidade em que eu estava.
— Niall? — Perguntei.
— Desculpe te puxar assim, é que você não me ouviu. Percebi que você está muito ansiosa e.. a escada pro segundo andar é aqui — Niall explicou.
— Tudo bem, vamos logo então. Quero chegar antes deles, se possível — eu disse batendo o pé no chão.
— Vem comigo — ele disse começando a subir as escadas; fui atrás. Chegando no segundo andar, resolvi olhar para baixo e vi o jardim, e não só o isso, mas Michael e Nat andando por lá também.
—Izzy? — ouvi Nat perguntar olhando na minha direção. _Ah, droga. Ela me viu_
— Niall?— Michael perguntou vendo-o atrás de mim.
— Abaixa — disse Niall me puxando. O movimento foi rápido demais e meu salto escorregou e eu caí em cima dele. Só naquela hora prestei realmente atenção nele, no cabelo loiro, nos olhos azuis, na pele branca pálida como papel, a respiração suave, o hálito de menta, e...
— Tenho quase certeza de que era o Niall ali! — Ouvia Michael falando enquanto subia as escadas.
— Acho que não..— Respondeu Nat atrás dele, o barulho do salto estava mais alto, mais próximo.
— Rápido — sussurrei, levantando e puxando Niall pra uma sala qualquer o mais rápido que pude.
— Mas ele estava aqui... — Michael disse.
— Acho que não...— Nat repetiu. Ouvimos uma porta fechar.
— Pronto — eu disse, colocando a mão na maçaneta.
— Espera — Niall pediu, me segurando pela cintura. Também só agora percebi nossa proximidade. Estávamos parados lá, nossos corpos se encostando, naquela salinha minúscula repleta de produtos de limpeza.
— Pronto — Disse Niall soltando minha cintura, abri a porta e fui espiar a sala de música.
— Acho melhor irmos embora — Niall aconselhou.
— Pode ir se quiser, mas eu não saio daqui até descobrir o que está acontecendo — respondi, determinada.
— Então, se você não vai sair, eu também não vou.

Visão do Michael

Tinha quase certeza de que era o Niall no segundo andar espiando a gente, mas por que ele faria isso? A não ser... A não ser que estivesse com Isabelle. Claro, isso explicaria tudo.
Entramos na sala de música, coloquei minha mochila em cima da mesa e me virei pra Natasha, que estava muito quieta, inclusive.
Mas ela não estava quieta, ela estava maravilhada. Andava passando pelos instrumentos com uma atenção especial a cada um deles. Então chegou no microfone, colocou suas mãos ao redor e puxou. Curiosa, rodava o microfone na mão como se entendesse muito sobre ele.
— Gostou? — perguntei.
— Muito — ela respondeu com um brilho no olhar, e que olhar... Espera... Eu, Michael Clifford, admirando o olhar de Natasha Malik, a novata, que eu nem sei se é mesmo uma Malik? Não. Isso não está certo.
— Vamos logo começar esse trabalho, você pode brincar com o microfone depois — eu disse mexendo no cabelo.
— Tá — ela respondeu dando de ombros, ainda olhando a sala com atenção. Pigarreei, ela voltou sua atenção pra mim e sentou no chão, na minha frente, tirando o Notebook da mochila.
— Então, por onde vamos começar? Sabe, minha família é uma dessas que fez parte da história dos híbridos, como você deve ter percebido — Natasha começou a falar.
— Percebi — disse, pegando meu Notebook e abrindo um navegador.
Espiei Nat pesquisando alguma coisa, mordendo a pontinha do lápis, pensativa. Ela estava radiante; acho que por estar na sala de música, o que, sinceramente, não era nada demais.
Eu realmente havia mentido quando disse que ela não era bonita, ela é, e muito... Mas eu não posso achar isso. Por que eu estou agindo assim de repente? O que está acontecendo comigo?

Visão da Nat

— Não sabia que se interessava por Literatura...— revelei o que estava na minha cabeça faz um tempo.
— Tem muita coisa que você não sabe sobre mim, Natasha — ele respondeu voltando a ser um Michael idiota.
— O quê você acha sobre a guerra que houve no passado? Sinceramente falando. — Eu perguntei, ingnorando o fato de ele ter sido um pouco ignorante.
— Se ela não houvesse ocorrido, vampiros e lobisomens não seriam amigos; você não existiria, nem o resto da sua família...— ele respondeu, pensando.
— Porque você é assim, Michael? — Soltei a pergunta que rondava minha mente.
— Assim como?— me perguntou.
— Você é legal em uma hora e na outra é super grosso. E não é assim com mais ninguém, só comigo — eu disse, um pouco chateada.
— Vamos continuar o trabalho, estamos quase acabando — respondeu ele, desconversando.
— Tudo bem — eu disse, me dando por vencida.
— Finalmente terminamos — eu disse, me levantando e indo até o microfone. "Eu realmente me sinto em casa nessa sala”.
— Gosta de música, não é? — perguntou ele.
— Apaixonada — sorri.
— Eu também sou amante da música, para não dizer apaixonado — ele continuou. — Sempre venho aqui — ele disse, sorrindo.

Visão do Niall

Ainda estava com a Izzy no armário de limpeza. Tenho que admitir que ela estava linda.
— Você se preocupa muito com a Nat — eu disse.
— Ela é minha irmã de consideração,e eu gosto de proteger as pessoas importantes para mim — ela respondeu, sorrindo.
— Eu sei — prossegui — Já percebi isso em você. Tem todo esse jeito de ser protetora — disse enquanto sorria.
—Isso te... Incomoda?— me perguntou ela.
"É impressão minha ou ela está com receio?".
— Não, Izzy. Gosto disso em você. Na verdade gosto de tudo em você. — respondi sem me dar conta.
— Obrigada, Niall. — ela disse, corando — Niall? — ela chamou.
— Sim? — pedi para continuar.
— O que você acha do Mike com a Nat? — ela me perguntou.
— Olha, geralmente o Mike não trata ninguém mal, só a Nat. Porém...— comecei — Ele raramente fica sem gritar quando perde para alguém, o que nunca tinha acontecido até hoje de manhã...— eu continuei — Quando ele perdeu para você ele ficou chateado e tal, mas eu sinceramente acho que ele sente alguma coisa por ela — disse por fim.
— Como assim? — me perguntou ela.
— Na primeira vez em que eles lutaram ele ficou meio tonto.
— Acho que hoje ele também ficou meio zonzo, porque aceitou a derrota de boas... e ele não é assim — continuei.
— Ainda não entendi — Confessou.
— Você vai entender mais para frente. Ainda não viu isso, mas quando alguns lobisomens ou vampiros de linhagem mais antiga gostam de alguém ele fica meio zonzo, sabe? Eles herdaram isso de algum antepassado — tentei explicar — Eles não sabem o que é, são apenas os primeiros instintos. Geralmente não erram — respondi, por fim.
— Você já sentiu?
Demorei alguns segundos para responder.
— Não — menti.
— Hum — ela respondeu.
"Queria poder falar pra ela".

Visão da Lawrence

Ouço batidas na porta do meu quarto. Tiro um lado do fone que uso para ouvir música. Antes de abrir a porta por completo, percebo o rosto que está do outro lado e fecho novamente, trancando. Volto para minha cadeira e coloco o fone. Ouço de novo as batidas. Ignoro. De novo, mas dessa vez mais insistentes. Arranco o fone e chego perto da porta.
— Como conseguiu o número do meu quarto?! — grito para ele.
— Talvez com a ajuda de outra pessoa — responde outra voz. Abro a porta, dando de cara com Chris e a pessoa da noite passada, que não cheguei a descobrir o nome.
— O que significa isso? — pergunto para Chris.
— Ele vai te pedir desculpas.
— Isso é ridículo — Tento fechar a porta, mas ele coloca a mão. Rodo os olhos. Olho para o rosto moreno a minha frente, com um olho roxo. Reprimo um sorriso de satisfação. Queria eu ter sido a causadora dele. — Não temos mais nove anos, Chris. Cansei de olhar pra ele, se deixá-lo ir vou ficar te devendo uma.
— Mais uma, você quis dizer — Chris me corrige, deixando o covarde sair tão impaciente quanto eu.
— Por que o obrigou a vir?
— Pensei que gostaria de ver o resultado da briga de ontem.
— Quem você acha que eu sou? — perguntei, rindo.
— Uma sociopata manipuladora... — responde ele, com um sorriso — Ocupada?
— Entediada... Agora que já fez o que queria, por que ainda está na minha frente? — finjo impaciência. Gosto da sua companhia, afinal.
— Você que continuou o assunto — ele riu.
— É... — Ficamos em silêncio por um tempo. — Quer entrar? — perguntei. Uma parte de mim quer que ele aceite, e é o que faz.
— Espero não estar a incomodando. É que não vou ver o jogo de hoje, então acabei sozinho — ele se explica, encostando na minha escrivaninha.
— Não se preocupa. Pode se sentar, se preferir — ele arrasta um pouco a cadeira e se senta.
— Então... Como vai a sua família? — tenta puxar assunto, simpático.
— Minha família?... Acho que bem, seja lá onde eles estejam — respondo. Acho que percebe a pergunta que fez, porque me olha com uma cara culpada. Estou acostumada há tempos por não poder responder a essa e outras perguntas do jeito que queria — Não peça desculpas. Como vai o campeonato de Boxe? — Lembro-me de tê-lo mencionado mais de uma vez durante uma de nossas conversas.
— Perdi o último... Mas acho que estou me recuperando. Não quer participar? — sorrio antes de responder.
— Não mesmo.
Odeio ter dívidas com alguém. Chris me ajudou ontem sem ter a obrigação de fazê-lo.
— Como posso compensar o que fez por mim? — pergunto, mexendo no lápis em cima da mesinha que usara minutos atrás para fazer uma tarefa.
— Do jeito que você quiser — ele se levanta — Não me decepcione, Lawrence. Acho que vou agora — também me levanto. Ao chegarmos a porta, nos despedimos com um rápido abraço e ele sai. "Talvez o dia de hoje não tenha sido um completo desperdício".


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Até mais



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