Killunita: Na comédia, o nosso amor habita escrita por Jude Melody


Capítulo 1
Capítulo 1




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— Meu nome só tem um "tê", ok?

Killua afastou a lata de spray por um segundo e analisou o nome recém pichado na parede.

— A partir de agora, tem dois.

— Ah, certo — respondeu Anita. — Igual o duplo "ele" do seu nome, não é?

— Você às vezes parece que lê a minha mente.

— Ei! — gritou um homem. — Vocês dois aí.

— Eita, corre!

O garoto disparou pela rua, mas teve de voltar para socorrer Anita, que ficara plantada como uma tola. Pegou-a no colo e lá se foram os dois como um raio. A eletricidade ainda estalava quando Killua pôs sua amiga no chão.

— Eu disse que iam pegar a gente!

— Era um prédio abandonado! — ele rebateu. — E você é lerda pra caramba. Em vez de sair logo correndo... Nem parece que quer ser uma Hunter!

— Ah, cale a boca. Onde estão as latas de spray?

— Ué, deixei para trás. Eu só tenho dois braços, sabia? E você é imensa de gorda. Não dá para carregar.

— Que gorda o que, moleque?

— Gorda. Gorda e feia e burra.

Anita deu-lhe um soco no braço.

— Aiê!

— Eu. Sou. Linda!

— Linda? Você? Com essas gordurinhas todas? Nem na Grécia Antiga! E para de falar pausado assim. Parece que tem problema...

— O que vamos fazer agora?

— Não sei. Eu nem consegui tirar uma foto do tigre que estava desenhando.

Ela fez um barulho estranho, como se contivesse o riso.

— Aquilo era um tigre?! Eu achei que fosse um Minion adoentado!

— Um Minion! Olhe como fala! Respeite o meu tigre.

— Já sei, já sei! — Anita não parava de rir. — Era um Arcanine mexido em um liquidificador! Não, não. Era um personagem tosco de One-Punch Man!

Anita ria de se acabar. Killua cruzou os braços.

— Já terminou?

— Ah, já. — Ela secou uma lágrima. — Mas, sério, o que vamos fazer agora?

— Bom, eu...

Eles ouviram o som de passos. O homem de antes surgiu na esquina, ofegando muito. Pousou a mão na parede de um prédio para recuperar o fôlego.

— Vo-vocês aí...

— Eita, sujou — disse Killua.

— Quem é que fala "eita"? — repreendeu Anita.

— Cala a boca, Afrodite! Mete o pé!

Ele deu alguns passos para frente, mas a garota continuava lenta. Com um suspiro, Killua tomou-a nos braços e disparou como um raio mais uma vez. Abrigaram-se em um beco escuro.

— Afrodite? — murmurou Anita, afastando os cabelos negros do rosto.

Killua ficou vermelho como um Arcanine.

— Continua sendo gorda!

— Mas sou uma gorda bonita?

Ele desviou o rosto, e Anita começou a rir.


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