Killunita: Na comédia, o nosso amor habita escrita por Jude Melody
— Meu nome só tem um "tê", ok?
Killua afastou a lata de spray por um segundo e analisou o nome recém pichado na parede.
— A partir de agora, tem dois.
— Ah, certo — respondeu Anita. — Igual o duplo "ele" do seu nome, não é?
— Você às vezes parece que lê a minha mente.
— Ei! — gritou um homem. — Vocês dois aí.
— Eita, corre!
O garoto disparou pela rua, mas teve de voltar para socorrer Anita, que ficara plantada como uma tola. Pegou-a no colo e lá se foram os dois como um raio. A eletricidade ainda estalava quando Killua pôs sua amiga no chão.
— Eu disse que iam pegar a gente!
— Era um prédio abandonado! — ele rebateu. — E você é lerda pra caramba. Em vez de sair logo correndo... Nem parece que quer ser uma Hunter!
— Ah, cale a boca. Onde estão as latas de spray?
— Ué, deixei para trás. Eu só tenho dois braços, sabia? E você é imensa de gorda. Não dá para carregar.
— Que gorda o que, moleque?
— Gorda. Gorda e feia e burra.
Anita deu-lhe um soco no braço.
— Aiê!
— Eu. Sou. Linda!
— Linda? Você? Com essas gordurinhas todas? Nem na Grécia Antiga! E para de falar pausado assim. Parece que tem problema...
— O que vamos fazer agora?
— Não sei. Eu nem consegui tirar uma foto do tigre que estava desenhando.
Ela fez um barulho estranho, como se contivesse o riso.
— Aquilo era um tigre?! Eu achei que fosse um Minion adoentado!
— Um Minion! Olhe como fala! Respeite o meu tigre.
— Já sei, já sei! — Anita não parava de rir. — Era um Arcanine mexido em um liquidificador! Não, não. Era um personagem tosco de One-Punch Man!
Anita ria de se acabar. Killua cruzou os braços.
— Já terminou?
— Ah, já. — Ela secou uma lágrima. — Mas, sério, o que vamos fazer agora?
— Bom, eu...
Eles ouviram o som de passos. O homem de antes surgiu na esquina, ofegando muito. Pousou a mão na parede de um prédio para recuperar o fôlego.
— Vo-vocês aí...
— Eita, sujou — disse Killua.
— Quem é que fala "eita"? — repreendeu Anita.
— Cala a boca, Afrodite! Mete o pé!
Ele deu alguns passos para frente, mas a garota continuava lenta. Com um suspiro, Killua tomou-a nos braços e disparou como um raio mais uma vez. Abrigaram-se em um beco escuro.
— Afrodite? — murmurou Anita, afastando os cabelos negros do rosto.
Killua ficou vermelho como um Arcanine.
— Continua sendo gorda!
— Mas sou uma gorda bonita?
Ele desviou o rosto, e Anita começou a rir.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!