Hunt escrita por Ivy Harper


Capítulo 12
A wolf among us




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As corujas pareciam mais nervosas que o normal, o vento batia mais forte nas folhas, o barulho vindo de dentro da floresta era intenso, a natureza parecia feroz e com raiva, mas por sorte Stiles encontrou um lugar longe de qualquer coisa que pudesse entregar sua localização à criatura que o havia prendido momentos atrás.

O garoto chegou a um galpão abandonado junto de Derek, mas não demorou para jogá-lo no chão, como se estivesse se livrando de um peso morto, o que ele certamente seria caso não fosse servir de alguma ajuda para Stiles.

— Ei, eu ainda estou vivo. Pode me ajudar a sentar em algum lugar mais confortável? – Derek ficou observando enquanto Stiles pegava um caixote velho e trazia para perto.

— Já ajudei o suficiente te deixando vivo. – o garoto se aproximou de Derek e sentou-se no caixote que havia trazido. – Agora me fale, quem matou minha família? – ele não queria conversar, apenas queria uma resposta.

— Stiles, eu sei que assim que der a resposta que você precisa, vai tirar essa arma da cintura e atirar em mim sem pensar duas vezes. – o rapaz se ajeitou no chão e sentou. – Eu conheço vocês caçadores, passei a vida inteira fugindo de vocês, em busca desse mesmo lobisomem que você está caçando, para no fim receber o que? Uma bala de prata na cabeça ou no coração. Eu vou te ajudar, eu sou um homem de palavra, mas quero que me prometa que não vai atirar em mim pelas costas, no sentido literal e figurado. – Derek manteve o olhar fixo às expressões de Stiles, sabia que podia ser morto naquele momento, mas estava falando a verdade, e sabia que o garoto conseguia distinguir.

Stiles respirou fundo e pausou por alguns segundos. Definitivamente ele não sabia o que pensar, não sabia o que fazer, ele não sabia absolutamente nada. – O que era aquilo que me atacou? – o garoto precisava de um tempo para absorver toda a situação, e aquele tempo seria tomado por perguntas.

— Era uma dríade, uma ninfa, o espírito da floresta, como quiser chama-la. – respondeu Derek mais relaxado.

— E o que você fez para derrubá-la? – perguntou curioso.

— Dríades dão vida, e nada pode deixa-las mais fracas do que a morte. Um galho velho e um pouco de sangue de animal morto podem derrubar uma facilmente. – Derek deu uma olhada na ferida causada pelo tiro, a mesma não tinha buraco de saída, a bala ainda estava ali.

Stiles percebeu a preocupação de Derek quanto a ferida, por um momento pensou em ajuda-lo, mas não quis demonstrar preocupação. – Porque me salvou? – perguntou tomando a atenção de Derek mais uma vez.

— As dríades não matam, mas tem servos que fazem isso por elas, certamente ela iria chamar algum animal para devorá-lo vivo enquanto estivesse preso naquelas raízes, e você estava tão perto de encontrar o Nemeton, não poderia deixar morrer nas mãos daquela criatura. – Derek repousou a mão no ombro.

— Então fez isso por benefício próprio? Você também quer encontrar o Nemeton? – aquilo havia se transformado em um diálogo e Stiles sequer se deu conta.

— Você também me salvou por benefício próprio, acho que estamos quites. – Derek deu uma breve risada.

Stiles não percebeu, mas riu também. – Samantha! – ele lembrou da amiga. – Sabe para onde ela pode ter sido levada? – ele agora estava preocupado.

— Como falei, a dríade não mata, mas deve ter mandado ela para longe da floresta, talvez até da cidade. Tudo que ela faz é proteger o Nemeton de criaturas como ela, como eu, até mesmo os humanos como você. Desde que a dríade falhou com a proteção, ela não poupa esforços para não permitir que outra criatura se aproxime, e eu acredito que se conseguir me aproximar do Nemeton, posso descobrir se o lobisomem que matou sua família tem algo a ver com o despertar da força sobrenatural da árvore. – Derek levantou do chão com certa dificuldade.

— Onde você vai? – Stiles também levantou.

— Para casa. Você já sabe tudo o que queria saber, acho que não vai me matar, caso contrário, já teria feito. – ele começou a caminhar na direção da porta do galpão.

— Com essa bala no seu ombro, deve morrer daqui a alguns minutos. – Stiles acompanhou Derek. – Eu não devia fazer isso, mas me deixe ajudar. – aquilo não era a adrenalina, mas sim a consciência de Stiles lhe mandando fazer a coisa certa.

Derek não rejeitou a ajuda, apenas retornou para o lugar onde estava, mas dessa vez sentou-se onde Stiles estava antes. – Porque está me ajudando? – perguntou, ainda receoso.

— Você salvou minha vida, acho que estou te devendo uma. – ele sorriu.

— Levando em conta que você quase me matou também, acho que está me devendo mais de uma. – o rapaz sentiu o dedo de Stiles adentrar o buraco onde havia depositado a bala e gritou alto de dor.

— Estou te devendo uma. – Stiles alcançou a bala e a retirou do local, jogando-a no chão. – E agora não te devo mais nada. – ele limpou sua mão na camisa de Derek e sorriu com escárnio.

Derek respirou fundo após a remoção dolorosa da bala. – Tudo bem, você não me deve mais nada. – ele respirou aliviado.

Por mais que Stiles não se importasse muito com Derek, ele ainda precisava da ajuda dele, talvez nunca mais o visse depois do ocorrido, então precisaria usar dos seus dons para encontrar Samantha.

— Você vai me ajudar a encontrar Samantha, não vai? – o garoto sabia que a resposta poderia ser negativa, mas não custava tentar.

— A harpia caçadora? – Derek riu. – Deveria? – ele olhou para Stiles com desprezo.

— Eu deveria te deixar vivo? – Stiles também perguntou com desprezo.

Derek levantou e respirou fundo, como se não tivesse outra alternativa. – Vamos. – resmungou.

— Isso mesmo, totó. Bom garoto. – Stiles riu ao proferir a frase e viu que Derek não estava nem um pouco feliz com a situação.

— Você prometeu que não ia me matar. – Derek ainda resmungava.

— Você me ouviu dizer isso? Talvez depois de salvar Samantha, poderemos entrar em um consenso. Somente talvez. – o garoto estava com o humor afiado, e Derek era uma boa vítima para suas piadas infames.


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Notas finais do capítulo

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