Nacionalidades Amorosas... escrita por EPcraft


Capítulo 4
Corrida Matinal...




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Sábado...

O resto da semana tinha corrido bem. 

Hoje era sábado. Quando eu morava em Portugal, todos os fins de semana de manhã eu costumava ir fazer uma "maratona" correndo por um parque qualquer. Eu vestia a minha roupa desportiva e saía para ir correr.

E hoje não era um fim de semana diferente.

Levantei-me, vesti-mecalcei-me, amarrei meus cabelos longos em um rabo de cavalo e fui até o bar do Hotel.

Quando cheguei lá pedi o pequeno-almoço, comi e em seguida paguei para poder ir correr.

Saí para o lado de fora do Hotel e fui até a um parque que eu conhecia de lá.

Assim que cheguei ,coloquei o meu telemóvel no bolso das leggins clicando na playlist de Amy Winehouse que continha música Soul, R&B, e Jazz.

Pus os fones e em seguida fiz um pequeno aquecimento.

Agora era só começar a correr.

Enquanto corria via várias pessoas a passear os cães, a correr como eu, a conversar, a conviver.

Sentia o vento contra mim.

De repente alguém veio ter comigo. Era Nathaniel. Parei e tirei os fones pausando a música em seguida.

— Oi!-cumprimentou-me.

Ele estava com uma roupa desportiva. Tal como eu.

Será que ele também corre durante as manhãs de fim de semana?

— Olá!-devolvi o cumprimento.

— Então... Você também veio correr?- perguntou.

— Sim. Eu corro todas as manhãs de sábado e domingo. E tu? O que te faz aparecer aqui?-respondi fazendo outra pergunta em seguida.

— Final de semana sim, final de semana não eu costumo correr de manhã.- respondeu com simpatia.

— Fixe. Ao que parece temos algo em comum.- devolvi a simpatia.

— Por acaso até podemos ter mais.- disse.

— Então, vamos nos sentar ali para nos conhecer-mos melhor.- disse eu apontando para um banco vazio.

Fomos até e sentamo-nos.

— Então, Amy, porque você decidiu vir para o Brasil, logo agora no final do ano de escolaridade?- ele iniciou aquela conversa, ao que parece, querendo saber mais um pouco sobre mim.

— É o seguinte, eu já expliquei porque eu vim para o Brasil, mas existe outro motivo. É que eu soube que Night, a minha melhor amiga, vinha fazer a universidade para aqui, e eu , não me quis separar dela, então tomei uma decisão de vir para aqui com ela, para assim continuarmos juntas. Eu já a conheço desde os meus seis anos.-respondei o mais detalhadamente possível.

— E foi fácil você se separar de seu país?- Nathaniel ia-me fazendo perguntas para nos conhecermos melhor.

— Não foi muito. Tendo em conta que antes de vir para cá, eu pensei muito. Foi um pouco difícil deixar a minha família. E também eu tenho uma gata chamada Nina que me deram de presente desde os meus doze anos.- eu ia respondendo as suas perguntas .

— Eu também tenho uma gata sabia?

— A sério? Como se chama?

— Branca.

— Suponho que a sua pelagem seja preta!- brinquei.

Rimos os dois.

— Na verdade ela é uma gata da raça Birmanês. Não é completamente branca, mas , a maior parte da pelagem é.- respondeu.

— A minha é uma gata tigrada cinzenta. Na verdade quando ela veio era um gato. - disse eu.

— Como assim?

— Quando ela veio, todos nós pensamos que fosse um gato, afinal, foi o que nos disseram, mas de repente ela entrou no cio, e, então, nós conseguimos ver que o cio dela era de gata e não de gato. Ela é transsexual.

Rimos novamente.

Aquele momento de convívio foi bastante agradável.

Fui acabando por descobrir bastantes coisas sobre ele. Como por exemplo, ele tem uma irmã chamada Ambre que anda lá na escola, que , segundo ele, é dois minutos mais nova.

Que ele sofria maus tratos do pai e que , graças a uma amiga dele, isso tudo acabou.

Continuamos convivendo quando de repente um Cão preto passa pulando por cima do banco.

— DRAGON! DRAGON VOLTA AQUI!- ouvi uma voz familiar ecoar atrás de nós.

Era Castiel.

— Castiel! Tu realmente não tens jeito para nada!- outra voz reconhecida.

NIGHT! Espera, o que ela estava a fazer com Castiel?

De repente eles repararam que nós estávamos bem na frente deles.

— Amy?-perguntou Night.

— Night?-perguntei.

— Nath?-perguntou Castiel para Nathaniel.

— Castiel?- perguntou ele devolvendo a pergunta para o de cabelos vermelhos.

— AU!-ouvimos Dragon e nos viramos para ele.

— Dragon?-perguntamos todos ao mesmo tempo.

Em seguida Castiel colocou a coleira de volta no cão.

— O que vocês fazem aqui?-perguntou Night.

— Estamos a conversar. E tu?- devolvi a pergunta.

— Nada. Estava a andar por aqui e encontrei este palhaço no meio do caminho com o seu cão. Como ontem eu não lhe havia explicado o que era um Benfiquista nem um Salazarista aproveitei e expliquei. Depois o Dragon acabou por fugir e nós viemos atrás dele. Só isso.-respondeu a minha melhor amiga.

— Benfiquista? Salazarista?- perguntou Nath ouvindo aquelas duas palavras, para ele, desconhecidas.

— Sim. Um Benfiquista é o que nós, portugueses, chamamos a uma pessoa que apoia o Sport Lisboa Benfica. SLB. Mas, como nós somos Portistas, ou seja, apoiamos o Futebol Clube Do Porto, FCP, acabamos utilizando isso como um insulto. Mas, mesmo sendo Portistas, respeitamos quem apoie o SLB, ou o SCP.- respondi.

— E o que é o SCP?- Nathaniel ficava curioso sempre que ouvia uma nova palavra.

— É o Só Com Penaltis.- Night respondeu apenas na brincadeira.

Como Nath e Castiel não entenderam, apenas eu e Night rimos.

— Mentira. SCP significa Sporting Clube de Portugal. Este clube, ultimamente, tem passado por grades dificuldades, mas, ele não é o nosso maior inimigo. O nosso maior inimigo é o Benfica mesmo. Este ano o Porto foi Penta Campeão.- a cada pergunta de Nath eu ia explicando.

— E o tal de Salazarista?-ele fazia as perguntas com uma grande curiosidade.

— Então, em 1928 Óscar Carmona, convidou António de Oliveira Salazar para Ministro Das Finanças, este aceitou o cargo impondo poder controlar os gastos de todos os ministérios. Aumentou os impostos, e, reduziu os gastos.Em 1932, os militares portugueses nomearam-no para Presidente do Conselho de Ministros , ou seja, chefe de governo.Em 1933 foi aprovada uma Nova Constituição, iniciando um novo período Ditatorial: O Estado Novo. A Constituição reconhecia as liberdades dos cidadãos, mas, estas estavam dependentes de leis especiais. Como estas leis eram feitas de acordo com a vontade de Salazar, as liberdades não eram respeitadas, O chefe de Governo mandava em tudo e todos tinham de lhe obedecer. Assim Salazar reinou em Ditadura. Ele tinha muitos suportes. Mas ele era um governador que só pensava nele, e , por exemplo, não deixava as mulheres votar. Falsificou os votos várias vezes para poder continuar com o seu reinado. E quem apoiava esse Estado Novo era chamado de Salazarista, porque apoiava as vontades de Salazar. Eu e Night não gostamos dele,por isso, chamamos Salazarista a quam não gostamos.- acabei por contar as história toda.

— Resumindo ele era um "Ganda" filho de uma Puta,mas já acabou o "Momento Aula de História com a professora Amy"?-perguntou Night.

Todos rimos.

— Achei interessante. Vou pesquisar mais sobre o assunto.- disse Nathaniel.

— OK. Já chega de falar sobre Salazar. Eu reparei que vocês dois estão com uma roupa desportiva. Bota fazer uma corrida?- perguntou Night.

— Bota!-concordei.

— Bota?-desta vez foi Castiel quem perguntou.

— Sim. É uma outra forma de dizer "Bora".-explicou Night.

— Vocês Portugueses realmente são muito estranhos.-reclamou o moreno de cabelos vermelhos.

— Mas, então. Vamos fazer a corrida Nath?- chamei-o pelo apelido já que o mesmo me havia pedido que eu o chamasse assim.

— Porque não?-concordou com uma pergunta.

Colocamo-nos um ao lado do outro e esperamos o sinal de Night.

— VAI!- a minha melhor amiga deu sinal para que corressemos.

Assim começamos ganhando velocidade aos poucos.

De repente Dragon passa entre nós.

A sério Castiel? Tinhas mesmo de o soltar?

Chagamos até a "Meta" e quem ganhou foi quem? Exatamente. O cão do Castiel.

— É ISSO MESMO DRAGON!- Castiel apoiou o cão.

Passamos o resto do dia juntos. Ficamos ali até o final da tarde. Fazendo uma pausa para almoçar , claro.

Entretanto Castiel e Night foram embora. A sério aquilo vai dar namoro.

— Quer que eu te acompanha até o Hotel?- Nath fez-me esta inesperada pergunta.

— Se não te incomodar.-respondi.

Assim Nath levou-me até a porta do meu quarto de Hotel.

Paramos na frente dela antes de eu a abrir.

— Foi muito agradável este dia.-disse ele.

— Eu também achei isso.-concordei com ele.

— Estar com você foi muito agradável também.-o meu coração quase saltava pela boca quando ele disse aquilo.

— Estar contigo também é muito bom.-a sério que eu disse isto? Senti as minhas bochechas esquentarem.

Ficamos outra vez a encarar a cara um do outro em silêncio.

Eu ia me chegar perto da sua bochecha para lhe dar mais um beijo de despedida, mas, surpreendi-me quando ele fez o mesmo.

Quase dávamos um beijo na boca!

QUASE!

—D-desculpa.-ele pediu.

— N-não faz mal.-respondi.

Despedi-mo-nos com dois beijos na bochecha. Como um cumprimento sabem?

— Tchau.-despediu-se.

— Tchau.-devolvi a despedida.

Em seguida ele seguiu o seu caminho e eu entrei dentro do quarto.

Fiz a minha higiene e fui me deitar.

Não parava de pensar em como o dia de hoje havia sido perfeito.

 

CONTINUA...


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