olhei pro papel

só tinha eu.

olhei pras palavras

só tinha eu.

olhei pro poema todinho

só

tinha

eu!

ave, como podem suportar

esse besteirol que não paro de falar?

como aguentam eu jogar no ar

tantas ideias sem nada explicar?

como leem uma alma tão chata e emotiva como essa,

como conseguem ver isso tudo e não me censurar?

eu achava que era paciente,

mas agora pensando melhor

não sou nada!

vai entender

como alguém gosta tanto de ler

um monte de emoções confusas

e ainda amar aquele que escreve!

amar aquele que arma palavras,

que fala o que sente sem dizer exatamente,

que no fundo,

só está muito confuso,

e só quer um amigo pra falar.