Lost cats and lovely coffee escrita por Tel


Capítulo 1
Lost cats


Notas iniciais do capítulo

Oooi, pessoal. Faz um tempinho que eu escrevi essa fic, eu inicialmente postei no wattpadd e no spirit, mas resolvi postar aqui também. Espero que gostem



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Não é que Will não gostasse de gatos, de verdade, ele não tinha absolutamente nada contra nenhum animal- exceto patos, mas patos eram eram demônios e Will poderia provar- mas aquele gato o odiava, ou parecia querer deixar claro que simplesmente não admirava sua presença, o que o deixava um tanto frustrado e também curioso, pois Will Herondale não compreendia como ou porque uma criatura viva conseguia não estar feliz em sua presença, exceto, claro, Gabriel Lighwood, quem Will fazia questão de infernizar- e não, não era só pelo fato de ele estar namorando sua irmã mais nova.
É claro que, em circunstâncias normais, Will não voltaria de um longo dia de trabalho com um gato, mas quando ele estava voltando para seu apartamento, com a chuva batendo contra seu corpo, ouviu um miado, olhou para baixo e viu um gato, provavelmente perdido e com fome, ele o trouxe consigo, pois deixar animais indefesos na chuva não era algo que Will conseguiria fazer.
Acontece que, aparentemente, o gato não estava com fome, pois Will passara horas tentando alimentar o gato, que só grunhia e reclamava em resposta. Depois de um tempo, para o alívio de Will, o gato comera um pouco e tomara um pouco de leite antes de se enrolar em uma bola em um canto do sofá da sala de estar e dormir.
Isso fora há três dias.
Will mandara mensagens a todos que conhecia perguntando se alguém conhecia o dono ou dona do gato, mas não resultara em nada e Will estava começando a ficar mais desesperado do que gostaria de admitir.
* * *
Jem não sabia onde errou com o gato. Será que ele esteve muito negligente? Será que Church simplesmente se cansou dele? Ele se perguntava o que tinha feito de errado enquanto preparava seu chá, em uma tentativa tanto de se acalmar, quanto de ajudar sua recuperação do resfriado que apanhara há três dias, quando saíra pelas ruas de Londres à procura de seu gato, sem obter sucesso algum.
É claro que Church já havia passado noites fora, ele era um gato, afinal, mas ele sempre voltava de manhã para comer. Haviam, também, os dias em que Church resolvia sair de manhã, junto a Jem, e voltava no final da tarde, um pouco depois de Jem chegar em seu minúsculo apartamento após um turno em seu trabalho c um emprego em uma pequena cafeteria não muito distante de seu prédio.
Há três dias, no entanto, Church não retornara em seu horário normal. Jem disse a si mesmo que estava tudo bem, não havia motivo para preocupação, Churchy certamente voltaria em alguns momentos.
Foi quando começou a chuviscar que Jem se preocupou. Seu gatinho nunca ficara para fora de casa com chuva, então sem ao menos se preocupar em pegar um casaco ou guarda-chuva– grande erro,ele descobriu depois– Jem desceu as escadas de seu prédio correndo para procurar o gato.
Os minutos passaram, transformando o chuvisco em uma chuva cada vez mais forte, e ao virarem horas, Jem já sabia que graças à sua saúde frágil e à chuva fria, pegara um resfriado,mas ele não deixou de procurar Church, mantendo a esperança de que o gato estaria no próximo quarteirão,em algum beco ou debaixo de alguma entrada de loja. Foi apenas quando Jem tropeçara e caíra, fazendo suas mãos mãos e joelhos se arrastarem contra o chão e sangrarem, que ele resolveu voltar para o seu apartamento.
O que Jem não sabia era que se persistisse só mais um pouco na busca pelo seu gato, ele o encontraria com um estranho injustamente bonito que estava voltando do trabalho, a apenas uma rua de distância.
Olhando pra traz, de repente dia de não continuar a procurar por Church. O que eram uns machucados e um resfriado perto do que o Churchy poderia estar passando agora? Jem sentia seu estômago revirar ao pensar que seu gatinho estava sozinho nas pessoas horríveis que podiam o machucar.Perto do choro, gente brigou não pensar em ninguém maltratando Church, enquanto se lembrava da coleira que ele usava. O pensamento de alguém encontrando Church, vendo sua coleira, o telefone de Jem e entrando em contato o confortava, mas não muito.
Ao terminar seu chá, Jem se levantou e foi até os panfletos que imprimiu, em cima da mesa. A cada minuto que se passava, ele perdia um poucas esperanças, mas desistir não era uma opção, então ele pegou os papeis de “desaparecido“ com uma foto de Church e seu telefone para contato, colocou um sobretudo preto e foi às ruas, colando os cartazes em postes, paredes de becos e mostrando-os a pessoas nas ruas, que lhe davam um sorriso de pena e diziam que não, não tinham visto o gato.
Quando o tempo começou a fechar, Jem não parou, pelo contrário, ele passou a correr, checando cada lugar à procura de Church, colando os cartazes em cada poste que achava, até que ele viu uma figura estranhamente familiar- e peluda- e gritou.
* * *
Will não aguentava mais. Ele sempre se considerou um amigo dos animais- tinha uma boa relação com seu irmão Jace, afinal- mas aquele felino estava o testando, e até Jace concordara que o gato era metade demônio.
Ele pegou o bichano em seus braços, com cuidado para que ele não o arranhasse ou mordesse e saiu à procura do dono do felino. O gato era razoavelmente gordo e possuía uma boa aparência, o que fazia Will ter certeza de que tinha um dono, e como imaginava que o que o gato era das redondezas, ele começou a questionar moradores de casas próximas, donos de comércio e até pessoas nas ruas se sabiam quem era o dono do gato, mas não estava tendo sucesso.
Após alguns minutos, Will parou para descansar em um dos bancos de uma praça, com o gato ainda em seus braços, surpreendentemente calmo.
“Eu me pergunto o seu nome “Will pensou, encarando os olhos amarelos do felino “Flufy? Senhor bigodes? Você tem cara de… “ Os pensamentos de Will sobre nome do gato foram interrompidos por um grito.
— Church!
Will se pôs de pé e o gato se transformou no mini furacão cinza, o arranhando e pulando de seus braços em disparada a um homem de sobretudo preto que estava poucos metros de distância.
— Churchy– o homem de cabelos prateados-uma característica curiosa que Will estranhamente gostara- se ajoelhou para receber o gato em seus braços e o felino-demônio, para a surpresa de Will, aceitou o abraço do dono, ronronando e se acomodando.– Deus, eu fiquei tão preocupado.
Will notou que os olhos escuros do dono do gato estavam cheios d’água enquanto se aproximava. Apenas quando ele estava próximo ao outro homem, este o viu.
— Vejo que você encontrou seu gato– Will disse, sorrindo.
— muito obrigado – o homem agradeceu, se levantando, e quando ele sorriu, Will sentiu seu coração parar de bater por um segundo, apenas para voltar a bater mais rápido do que nunca.
Ele era lindo, com uma beleza que exalava fragilidade que estava pondo Will sob hipnose, e seu sorriso fez Will pensar, por um momento, que talvez, se apaixonar novamente pudesse valer a pena, como se a dor fosse suportável, e quando o homem o abraçou, de súbito, agradecendo-lhe, um calor que Will não sentia há anos tomou conta de seu corpo, paralisando-o.
— Desculpe-me– o homem olhou para baixo, envergonhado- eu não sei o que deu em mim, eu só estou... Tão feliz por encontrar Church. Eu estava desesperado procurando por ele.
— Não tem problema– Will garantiu. Ele nunca fora o tipo de pessoa que apreciava contato corporal desnecessário, mas a sensação de conforto que ele presenciou nos braços do homem de cabelos prateados era bem-vinda.
— Como posso te agradecer? Eu não tenho dinheiro, mas trabalho no café a alguns quarteirões, posso te pagar uma bebida quando você quiser.– ele parecia um tanto envergonhado, e Will não sabia o porquê, mas se apressou a falar.
— Não,não precisa me agradecer,nem nada. Eu estou feliz por ter ajudado–“ e por ter me livrado desse gato” Will completou em sua mente, se repreendendo logo depois.
— me deixe ao menos saber o seu nome.
Will ficou um pouco curioso.
— Will– ele falou– William Herondale,e o seu?
— James Carstairs, mas pode me chamar de Jem– Jem nunca dava seu apelido para pessoas que não conhecia, então se pegou surpreso ao deixar que esse estranho injustamente atraente o chamasse assim.
Jem. O apelido parecia combinar e Will sorriu quando imaginou o som dele saindo de sua boca, mas então Jem franziu as sobrancelhas como se sentisse falta de algo e Will ficou confuso.
—Estava na coleira...– Jem falou para si mesmo, tão baixo que Will quase não o escutou, se abaixando junto ao seu gato e mexendo em seus pelos antes de levantar seu olhar para Will– quando você me encontrou ele estava com coleira?
— Não– Will disse. Tudo o que ele precisava era que o homem delicadamente atraente em sua frente pensasse que ele roubara a coleira de seu gato ou coisa to tipo – não havia nenhuma coleira com ele.
— Ah, faz sentido.
—O que?
— Na coleira de Church, haviam meu nome e telefone. Teria sido mais fácil entrar em contato comigo.
Naquele momento, Will se amaldiçoou por não ter procurado pela coleira do gato ao o encontrar, já que ter o telefone de Jem seria definitivamente uma vantagem.
— Você pode me dizer onde o encontrou, por favor? Eu vou tentar procurar lá.
— Eu te levo lá – Will falou sem pensar, e sem arrependimentos.
— Tem certeza? O tempo está fechando e eu não quero te incomodar.
—Não será incômodo–Will certificou– vamos.
Jem sorriu, e com Church em seus braços, se levantou e andou junto a Will, que o guiava enquanto conversavam.
— Então você trabalha na cafeteria aqui perto? – por um momento, Will achou que acabara de parecer um idiota, mas se o fez, o sorriso que tirou de Jem compensou o fato.
— Sim, é perto do meu apartamento.
A voz de Jem era suave e doce Will gostava de ouvi-la, então tentava manter Jem conversando com ele.
Will imaginava Jem lendo seus livros favoritos para ele, mas ele afastara esses pensamentos que definitivamente não deveriam surgir enquanto ele conversava com uma pessoa que acabara de conhecer.
— Que legal. Eu sempre tive uma certa curiosidade para ir conhecer, mas mas acabei nunca indo.
— Apareça por lá qualquer dia desses.– Jem deu um pequeno e doce sorriso ao convida-lo, esperando que Will realmente fosse, e o coração de Will se aqueceu. Ele certamente visitaria Jem na cafeteria.
— Eu vou– ao dizer isso, Will viu que o sorriso de Jem se tornara maior e ele mesmo sentir seus lábios se curvarem.
Quando os dois chegaram no local onde Will encontrara Church, Jem se pusera a procurar a coleira um tanto desesperadamente, sem se preocupar muito, no momento, com o que Will pensaria dele. Will, ao perceber que a coleira provavelmente tinha um certo valor emocional, Se colocou a procurar junto a Jem, sem saber ao certo o que estava tentando achar, até que encontrou, ao lado de uma lata de lixo, uma tira verde escura suja pela chuva frequente nos últimos dias, com um pingente amarelo.
Ao se abaixar para pegar o objeto, Will percebeu que era feito não de couro, como a maioria das coleiras, mas sim de algo suave que não sabia identificar. Antes de contar a Jem encontrara a coleira, Will tirou seu celular do bolso de sua calça e rapidamente tirou uma foto das informações presentes no pingente circular da coleira. Havia uma pequena escritura em uma língua que Will não sabia identificar, mas parecia mandarim. Abaixo da palavra –ou frase– em possivelmente mandarim, estava escrito “James Carstairs“, e abaixo do nome,havia o telefone de Jem.
— Encontrei!– Will anunciara, fazendo Jem se virar para ele radiante, o olhando como se Will fosse algum milagre, quando na verdade, a única coisa milagrosa naquela situação era Jem e o brilho que tomara conta de seus olhos escuros salpicados de prata.
— Obrigado, muito, muito obrigado – Jem agradeceu quando Will depositou a tira de tecido em suas relativamente pequenas e delicadas mãos – onde estava?
— Ali– Will apontou para o chão sujo perto das latas de lixo–a chuva deve ter arrastado até lá.
— Sim – Jem concordara e Will percebeu que ele perdera um pouco da animação ao ver que a coleira estava suja– talvez com um pouco de sorte eu consiga tirar a sujeira e as manchas.
Will quis, mais que tudo, naquele momento, abraçar Jem, ou fazer qualquer coisa que o fizesse sorrir, mas ele se conteve, não por falta de vontade, mas por medo da reação de Jem, que poderia ser comparado a um frágil cristal,que poderia se assustar e partir a qualquer momento, e se limitou a falar.
— Tenho certeza que vai ficar nova em folha, não se preocupe.– Will ofereceu a Jem um sorriso reconfortante, e recebeu de volta, um dos mais doces que já vira na vida, e se sentiu indescritivelmente feliz por ter feito Jem sorrir assim.
— Obrigado,Will,muito obrigado, de verdade, por tudo,por cuidar de Church-só Deus sabe o quão preocupado eu fiquei por ele. Espero conseguir te recompensar de alguma maneira, algum dia.
— Jem – o apelido soava bem na voz de Will- eu já te disse, não precisa me agradecer.
— Mesmo assim… –Jem parou de se falar ao perceber que lágrimas d’água começavam a cair do céu, molhando os dois aos poucos.
— Parece que está chovendo – Will quis dar um tapa em si mesmo no instante em que as palavras saíram de sua boca. Idiota. Antes, no entanto, de Will sair correndo e se esconder em um buraco, ele ouviu o que ele jurava ser o som mais belo que ouviu em toda a sua vida. Jem riu da afirmação do óbvio, fazendo Will sorrir ao ouvia a melodia de seu riso.
— É, parece que está chovendo–O sorriso de Jem saía de seu rosto enquanto seus cabelos adquiriam um tom cinza escuro e ele percebia uma coisa.
Will estava lindo na chuva fraca.
Jem reparara na beleza imponente de Will desde o primeiro momento em que o vira- por Deus, era impossível passar os olhos pelo homem e não se sentir maravilhado-e talvez até um pouco intimidado- pela sua beleza bruta– sentado com Church em seus braços, no banco, mas agora, Will parecia um anjo e a água caindo ao seu redor não significa nada pra ele,mas para Jem, aquela simples chuva significa longos dias de cansaço, fragilidade,tosses e febre,tudo isso graças a sua doença, que não o matava de uma vez, deixando-o com essa fração de vida, no meio termo entre a vida e a morte, com um sistema imune quase inútil que não permitia passar poucos minutos exposto ao clima frio e chuvoso como o que se encontrava agora.
— Sinto muito, mas vou ter que ir.
Will queria ficar mais na companhia de Jem, mas ele reparou como ele ficara desconfortável com a chuva.
— Ah, certo, certo... Mas eu espero te ver outra vez, Jem Carstairs, e logo.
Jem não conseguiu conter o pequeno sorriso que apareceu em seus lábios
—Eu também espero te ver de novo logo,Will, apareça na cafeteria qualquer dia
— Eu vou, Jem, eu vou.
— vou estar te esperando.
Com isso, Jem deu um aceno com uma das mãos enquanto segurava de Church com a outra. Ele queria passar mais tempo com Will, realmente queria, mas não podia se arriscar desse jeito, então com um último olhar para Will e seus grandes olhos azuis, ele se virou e começou a correr para seu apartamento, enquanto Will caminhava com uma certa pressa para direção oposta, em direção ao seu prédio, virando-se ocasionalmente para ver a alta figura de Jem se afastando, tentando proteger a si mesmo e ao gato da chuva.
Nós momentos que passara com Jem, Will se sentira diferente, de uma maneira que nunca sentira antes, experimentando uma sensação boa, reconfortante e ao mesmo tempo avassaladora, como se estar com Jem fosse simplesmente certo e em meio à agitação de sensações, Will sentiu algo indescritível, sublime, embora forte, que ele pensou que nunca mais sentiria de novo.
Ele certamente mal podia esperar para rever Jem.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada por lerem até aqui ♥. Comentários e críticas construtivas são sempre bem vindos :)



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