Momo ainda sentia as orelhas queimando e tinha medo de alguém perceber, mesmo que as escondesse com as mãos e quase se fundisse a parede de tanta vergonha.

“Como posso dizer a uma garota que eu gosto dela?”

“To-todoroki-san está gost... Digo, seja sincero. Diga a ela o que sente.”

“E se ela não gostar de mim do mesmo jeito? Não sou bom para identificar...”

“Não precisa ter medo, Todoroki-san. Assim como o máximo do nosso poder, só podemos saber sua plenitude se tentarmos. Oh, não foi uma boa analogia, desculpa...”

“Foi ótimo. Obrigado.”

“Hmmm... De nada. Bom, boa sorte com a garota.”

“Yaoyorozu?”

“Sim?”

“Eu gosto de você.”

Seu rosto inteiro pegou fogo novamente e teve que abafar um gritinho agudo na palma das mãos suadas com a lembrança. Ela estava tão nervosa, mas tão nervosa que... fugiu correndo!

Todoroki gostava dela? Como isso havia acontecido? Era tão boba em não perceber que ele nutria aqueles sentimentos por ela? Por que ela estava tão nervosa e não conseguia parar de suar frio e aquela sensação estranha no estômago? Sentia o mesmo? Isso explicaria sua reação completamente irracional...

— Hmm... Momo-chan? Tudo bem?

Yaoyorozu deu um salto com a repentina aproximação de Tsuyu, a amiga a observava com seus redondos e curiosos olhos.

— Tu-tudo bem! – respondeu rapidamente espalmando as mãos em frente ao corpo.

Tsuyu a olhou com desconfiança colocando o dedo no queixo.

— Então, por que estão saindo borboletas de você?

Momo arregalou os olhos para as pequenas borboletas brancas de papel que irrompiam por sua pele exposta na barriga. Sem pensar direito, Momo tampou a barriga com as mãos e tentou fazer com que sua individualidade parasse, nunca havia perdido o controle sobre seu próprio poder daquela maneira depois de grande!

— Talvez seja melhor você conversar com a Recovery Girl? – Tsuyu propôs inocente, começando a se preocupar com o vermelhidão no rosto de Momo.

Mas, não, Recovery Girl não poderia ajudar.

Saiu correndo mais uma vez, as borboletas de papel se acumulando em suas mãos e o nervosismo ficando ainda pior.

— Momo??

Ela corria sem atender ninguém que gritava seu nome preocupado, estava desesperada e tinha que ter controle sobre seu corpo!

— Ouch! Desc... – a desculpa por ter esbarrado em alguém ficou travada na garganta quando sentiu a mão quente se afastar rapidamente de seu braço. Todoroki desviou os olhos para o chão e fez menção de se afastar dela, mas Momo não tinha mais controle sobre si mesma de qualquer forma e o segurou pela camiseta. – Fique.

Ele travou no lugar e ela quis se estapear por toda aquela confusão. Ele deveria estar se sentindo tão mal! Ela nem pensou nas consequências de sua fuga! Mas, agora, ela via o quanto poderia ter magoado ele quando ele tinha deixado claro que não tinha certeza se ela sentia o mesmo que ele. Ele tinha medo...

— Yaoyorozu, você não precisa... – ele começou com sua voz baixa e sempre tão controlada, mas ela não deixou que ele continuasse.

Ignorou as borboletas que se acumulavam em seus pés e o abraçou pelas costas.

— Eu também gosto de você, Shouto. – disse o nome dele com convicção, para que ele não achasse que era apenas por piedade. O garoto pareceu estremecer entre o abraço dela e até mesmo seu lado “gelado” esquentou.

Momo sentiu algo sendo construído em seu coração naquele momento, e poderia até mesmo se materializar para fora do seu peito se sentimentos não fossem intangíveis.