True Love escrita por Candy S


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Cast:
Daphne Dean - Marie Avgeropoulos
Barry Allen - Grant Gustin
Tommy - Gregg Sulkin
Louis Deville - Louis Garrel
Felicity Smoak - Emily Bett Rickards
Oliver Queen - Stephen Amell
Kara Danvers - Melissa Benoist
Iris West - Candice Patton
Caitlin Snow - Danielle Panabaker
Cisco Ramon - Carlos Valdes
Harry Wells - Tom Cavanagh
Wally West - Keiynan Lonsdale
Josh Dean - Richard Gere
Octávia Dean - Malina Weissman
Donna Smoak - Charlotte Ross
William - Jack Moore



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O dia do casamento de Felicity e Oliver finalmente havia chegado. A minha amiga tinha convidado a mim, Caitlin, Iris e Kara para uma tarde de beleza em um salão.
— Felicity, você está realmente brilhando. – Iris disse, a entregando uma taça de champanhe.
— Espera, grávidas é quem brilham, noivas ficam coradas. – Caitlin disse.
— Posso até ser uma noiva corada, mas a outra coisa, ainda não.

Nós rimos.
— Felicity, ainda não me disse por que escolheu se casar em Central City.
— Não existe um motivo muito óbvio. As igrejas daqui são mais bonitas. - ela relaxou. - Não pode ficar melhor que isso, meninas.
— Eu sei, é tão bom estar longe de tudo. – Kara disse, aliviada.
— Cadê o Mon-El?
— Sim! Será que finalmente vou conhecer sua cara metade? – falei animada.

Kara sorria sem graça, sem saber o que dizer.
— Quer saber? É uma longa história. Obrigada por terem me convidado.
— O quê? Acha que iriamos deixar de fora do nosso casamento a aliení... hum... – Felicity parecia lembrar da existência das meninas que cuidavam de nós no salão. - A você sabe o que mais gata do universo? Claro que não!

Fumaça começou a sair da máquina que polia as unhas de Kara.
— Me desculpe. – ela dizia a manicure. - Deveria ter avisado. Tenho muita queratina.
— Unhas super fortes. – eu disse, fazendo todas rirem.
— Então... Os próximos a subirem no altar serão a Daphne e o Louis... – Felicity bebericou seu champanhe.

Percebi Iris incomodada.
— Oh, mesmo?
— Sim. Acho que as coisas mudaram um pouquinho desde a última vez que nos vimos, Kara.
— E quando vai ser?
— Hum... Daqui a dois meses. – eu disse e foi quando me dei conta que já estava mais próximo do que eu pensava. – Então... um brinde à Felicity.
— Ao seu grande dia.
— Saúde.
— Obrigada, meninas.

Uma figura loira entrou no salão.
— Como assim já estão brindando sem mim? Oh meu Deus. Daphne! - ela disse animada, me abraçando.
— Oi, Donna. Como está?
— Bem. Você está ótima! - a mãe de Felicity tinha um sorriso enorme no rosto.
— Olha só quem fala... Você está maravilhosa, Donna! Como consegue ficar tão jovem assim?
— Ah, eu tenho meus segredinhos. Depois eu te passo.
— E eu vou cobrar.

Nós rimos.
— Filhinha! - ela abraçou Felicity. - Meu amor, nem acredito que vai se casar! Ainda mais com o Oliver! Como está se sentindo?
— Bem, mãe. Mas, se continuar a apertar minhas bochechas assim, vou entrar na igreja vermelha.
— Desculpe, meu amorzinho.
— Felicity, e o William. Como está? – perguntei.
— Reagindo a tudo isso muito melhor do que eu pensava.

William era o filho de Oliver. Há 6 meses atrás, a mãe dele havia morrido e William tinha ficado com o pai.
— Ele me aceitou tão bem, Daphne. É um menino tão lindo e inteligente. Você vai conhece-lo hoje. Vai adorá-lo.
— Mal posso esperar!

***

Faltavam alguns minutos para a cerimônia começar quando entrei na igreja e, no altar, já estavam Barry ao lado de Oliver, que ajeitava a gravata de um rapazinho. Quando me viu, Barry parecia extasiado. Um sorriso bobo começou a brotar do seu rosto. Senti então uma mão segurando a minha. Era Louis.
— Oi. - ele disse sorrindo.
— Oi. Porque demorou?
— Tive que ir buscar seu pai e sua irmã, esqueceu? E bem... a Octávia demorou um pouco.
— Ah, claro.
— Onde devo me sentar?
— Do lado da noiva.
— Claro. - ele me olhava com amor. - Ma Chérie...
— Sim.
— Você está linda. - ele plantou um beijo em meu rosto.
— Obrigada.

Louis então foi se sentar e eu fui até o altar, falar com Oliver.
— A Felicity pediu para que eu me certificasse de que não fugiria.
— Eu jamais faria isso. - ele riu, concentrado no nó da gravata do menino.
— Posso? – perguntei, tentando ajudar.
— Por favor! Parece muito mais fácil fazer em mim mesmo olhando no espelho.

Segurei a gravata e dei uma volta, depois outra, fazendo o nó.
— Prontinho. Você deve ser o William. Acertei?
— Sim. – ele disse sorrindo.
— Eu sou a Daphne. É um prazer te conhecer.
— O prazer é meu. A Felicity fala de você as vezes.
— Mesmo? Espero que seja bem.

Nós rimos.
— William, é melhor ir ficar com a Raisa, tudo bem?
— Claro. – o menino disse, saindo.
— Ele é a sua cara, Oliver!
— É... – Oliver disse sorrindo, como um pai babão faria.
— Eu estou tão feliz por você e a Felicity. Sabe o quando eu torci por vocês, não é?
— Claro. A Felicity me disse que mesmo estando em Mali, você pois na cabeça dela que deveríamos voltar. Obrigado por tê-la convencido a aceitar se casar comigo.
— Não há de que, Ollie. Posso te chamar de Ollie?
— Claro. - ele riu me abraçando.

Fui para o meu lugar, ao lado de Barry.
— O Oliver realmente mudou, não é? Há quatro anos atrás eu realmente o forcei a me dar um abraço e hoje... Bem, hoje ele que me abraçou.

Eu ri.
— É. O amor muda as pessoas, Barry.
— Com certeza. - ele me olhou de uma forma meiga. - A propósito, você está linda!
— Obrigada. - sorri, ajeitando uma mecha de cabelo atrás da orelha.

O toque da marcha nupcial começou a tocar e todos direcionamos nossos olhares para a entrada da igreja. Olhei para Oliver e ele parecia maravilhado.

Felicity entrou com o seu pai na igreja e a minha amiga estava deslumbrante. Quando chegou no altar, ela me entregou seu buquê. Seu pai beijou sua testa e o entregou à Oliver. Olhei para Donna e ela se emocionava com a filha.
— Sentem-se todos, por favor. - o padre disse. - É um prazer estar celebrando a união do prefeito Oliver Queen e Felicity Smoak. Todos aqui estamos felizes por estar testemunhando a união de um amor tão bonito como o de vocês. E mesmo com os bons e maus momentos da vida, vocês tiveram o amor de vocês para serem seus alicerces.

Oliver e Felicity se olhavam apaixonados. Ver a celebração do casamento deles me fez começar a pensar no meu com Louis. Nós iriamos começar os preparativos nos próximos dias, mas algo dentro de mim não parecia tão feliz quanto eu pensava. O amor de Felicity e Oliver transbordava naquele altar, todos podiam ver! Mas eu não conseguia me ver ali em seus lugares. Não como eu me imaginava há seis meses atrás com Louis. Eu sentia que algo estava mudando...
— Você está bem? - Barry disse ao meu lado, me tirando do devaneio dos meus pensamentos.
— Sim, claro.
— E agora tenho que fazer a pergunta padrão. - o padre disse. - Se alguém aqui tem algo contra esse casamento, que fale agora ou cale-se para... - algo tinha o atingido e o matado.

Todos na igreja ficaram assustados, sem entender o que acontecia, até que vimos uma mulher em uma roupa preta e um símbolo vermelho cravado nelas voando na igreja, do mesmo jeito que Kara fazia...

De repente, vários homens armados invadiram a igreja. Eram nazistas.
— Mas o quê? Só pode estar de brincadeira. – Barry disse ao meu lado.
— Odeio nazistas! – Felicity falou, irritada.

Barry então saiu do meu lado como um raio, dando um soco em um, o impedindo de atirar.

Um arqueiro saltou do andar de cima da igreja.
— Ai meu Deus!

Ele então lançou uma de suas flechas em minha direção. Ela me acertaria em cheio, se não fosse Barry, que me tiro de sua mira em um piscar de olhos.
— Você está bem? - ele perguntou.
— Sim, sim... - respondi assustada.
— O Wally vai te tirar daqui, ok? - ele colocou a mão no meu rosto. - Vai ficar tudo bem, eu prometo.
— Tá.

Wally veio ao meu lado, mas antes que fossemos embora, eu continuei.
— Você vai ficar bem? - perguntei a Barry.
— Vou. Agora vai, ok. Vai, Wally.

Em segundos, eu estava no STAR Labs, junto com muitos outros convidados do casamento. Vi Louis, Octávia e meu pai entre eles.
— Ei, vocês estão bem?
— Sim. - Octávia disse assustada. - O que aconteceu lá? Eu não consigo entender! Você viu aquela menina voando? E o Wally... Ele é rápido!
— Octávia, você precisa se acalmar, ok? Eu vou pegar um pouco de água para você.

Atravessei a sala para pegar um copo. Louis veio atrás de mim.
— Que confusão. - ele disse.
— Pois é.
— Sabe o que está acontecendo?
— Eu não faço ideia.
— Antes daquele rapaz nos trazer aqui... eu vi o Barry. Ele é rápido também.

Tentei desviar o olhar.
— Você já sabia, não é?
— Sim. Mas Louis, você tem que me prometer que não vai dizer a ninguém, ouviu?
— Claro, chérie. - ele me abraçou.
— A identidade dessas pessoas são importantes. Eles têm família e amigos e não podem correr o risco de pessoas mal-intencionadas descobrirem.
— E é por isso que eu terei que fazer um... procedimento em vocês. - Cisco disse entrando na sala.
— O que vai fazer? - perguntei.
— Apagar da memória de todos eles o que aconteceu hoje na igreja.
— Mas você pode confiar no Louis. Ele nunca diria a ninguém.
— Confie em mim, mesmo que ele não quisesse, ele diria. Vai ser melhor para a segurança dele não saber.
— Tem razão. - me direcionei a Louis. - Vai ficar tudo bem, ok?
Oui.

O beijei.

Fui até Octávia, a entregando o copo de água.
— Pai, o Cisco vai apagar o que aconteceu hoje da memória dessas pessoas. Posso contar com você para levar o Louis e a Octávia para casa?
— Claro, filha. Pode deixar.
— Obrigada. - o abracei.

Saindo da sala, encontrei todos no córtex. Fui até Felicity.
— Você está bem? - perguntei.
— Se eu estou bem depois de ter o meu casamento invadido por nazistas sem nem saber o porquê? Claro que sim!
— Eu sinto muito.
— Pelo menos nós conseguimos dizer o sim...
— Mas o que aconteceu de fato?
— Ainda não sabemos. Mas quem nos atacou sabe quem somos.

Barry se aproximou de mim.
— Você está bem? Se machucou?
— Não, eu estou bem. Obrigada por... Você sabe.

Cisco voltou ao córtex.
— Apagou a memória dos convidados do casamento?
— Sim. A identidade secreta de todos continuam secretas.
— Kara, alguma ideia de para onde fugiram?
— Não. Voei por toda a cidade. Não há vestígios deles.
— Sem dúvidas eles atacaram porque todos estavam lá. – Iris disse.
— Qual o objetivo deles? Tornar a América ariana de novo? Isso é ridículo, até porque ela nunca foi! – Felicity disse irritada.
— Aquele arqueiro me acompanhou flecha a flecha. – Oliver disse.
— E aquela mulher... Ela não pareceu surpresa ao me ver.
— As atitudes deles não pareciam ser de uma causa que foi derrotada há mais de 70 anos.
— Se me permitem... – Harry entrou no córtex. – Eu tenho uma teoria.
— Diga, por favor.
— Há uma 53ª Terra, conhecida como Terra-X.
— Então quer dizer que eles podem ser nossos sósias?
— Sim.
— Isso explicaria muita coisa.
— Eles não têm uma designação, porque é um lugar horrível. Uma pessoa sensata jamais viajaria para lá. É basicamente a nossa Terra. Mesma história, mesma linha do tempo, mas com uma diferença crucial.
— Deixa eu pensar, os nazistas venceram a guerra. - Cisco falou.
— Isso mesmo, Ramon.
— Temos que encontra-los. – Kara disse.
— Não sei nem por onde começar...
— Só tem uma forma de saber. - Oliver disse, saindo do córtex.

Junto com ele foram Barry, Iris e Felicity. Não quis ficar para trás, então os segui.
— Aonde vocês vão?
— Nós conseguimos prender um deles. - Barry disse.

Entramos na área onde tinham as celas para meta-humanos. Uma figura estava dentro de uma delas.
— Quem é esse?
— Não sabemos, mas no ano passado alguém parecido com ele fez um inferno nas nossas vidas. Foi por causa dele que a mãe do William morreu. - Oliver falou. - O nome dele é Prometheus.
— Ei você. Precisamos de informação. - Iris disse.
— E você vai nos contar. Seja por bem ou por mal.

Vimos então Prometheus tirando sua máscara e quando ele a tirou, deu lugar a um rosto que eu não podia acreditar que estava vendo. Apesar da barba e de alguns traços mais velhos, eu nunca poderia esquecer aquele olhar.
— Meu Deus...! - dei um passo para trás, colocando a mão na boca, surpresa.
— Ai droga. - Felicity disse, tocando meu ombro.
— Por que estão surpresas? Conhecem ele? - Barry perguntou curioso.
— Eu não o conheci pessoalmente, mas a Daphne...
— Tommy?! - minha voz saiu quase como um sussurro. - Meu Deus. Tommy! - disse indo em sua direção.
— Ei, ei. - Oliver segurou meu braço. - Ele não é o seu amigo, ok?
— Sim, sim. Claro. - tentei me recompor.
— Nós temos que interroga-lo.
— Eu não vou falar com ninguém, a não ser com ela. - Tommy finalmente falou.
— Não vamos deixa-la sozinha com você.
— Eu fico. Eu posso fazer isso. - disse apressada.
— Ela não pode ficar sozinha com ele. Precisamos saber o que planejam. - Iris afirmou.
— Também não acho uma boa ideia.
— Por favor, Oliver. - supliquei.

Ele parecia hesitante, mas Felicity o convenceu. Em seguida, todos saíram, deixando a mim e Tommy sozinhos.

Me aproximei de sua cela.
— Isso é tão estranho... O Tommy morreu jovem e agora ver você, depois de seis anos... Eu sei que não é ele, mas é tão estranho...
— Então eu estou morto nesta Terra?
— Está sim.
— Eu preferiria isso. Eu nasci no Reich. O mundo inteiro é a pátria. Não temos escolas primárias e acampamentos de verão, mas sim grupos juvenis e treinamento militar. Todos nós crescemos sem escolha.
— Você tem uma escolha agora. Pode nos ajudar a achar os outros da Terra-X.
— Sabe... Eu conheci alguém parecido com você na minha Terra. Eles a mataram porque eu não quis servir ao Führer.
— Eu sinto muito.
— O que aconteceu de fato com o meu eu dessa Terra?
— Ele se sacrificou por mim. Ele me salvou de ser morta. - respirei fundo, lembrando do que tinha acontecido. - Se eu pudesse, nunca teria deixado ele fazer isso. Eu teria morrido por você. Quer dizer... Por ele.
— Teria?
— Claro! Eu senti muito a sua perda. Você não era apenas meu melhor amigo, Tommy, você era tudo o que eu tinha naquela época. Eu não tinha ninguém, nenhum amigo, a não ser você. - senti uma lágrima correndo pelo meu rosto. - Você era um bom homem aqui e eu acredito que ainda possa ser.
— Você não entende. Se eu falar, Führer matará meu pai, minha mãe e todos que eu amo.
— Não vou deixar isso acontecer, ok? Nós vamos detê-lo.
— Acha que pode fazer isso?
— Claro! - falei sorrindo. - Eu prometo a você que podemos fazer isso.

Me aproximei de sua cela e coloquei minha mão no vidro. Ele fez o mesmo, mas logo em seguida começou a gargalhar. Enxuguei meu rosto, sem entender o que estava acontecendo.
— Então você realmente é um tipo especial de idiota. Sua ingenuidade seria encantadora... se sua fraqueza não fosse tão patética. É assim no seu planeta? Todos influenciados pelo sentimento? Todos aqui são tão fracos?! Mas o Reich mudará isso. Os fracos serão eliminados. Seu mundo será escravizado, mas você e seus amigos não estarão aqui para testemunhar isso.
— O quê? - falei confusa.
— Lembra da mulher que falei, que parecia com você? Pois é, isso é verdade, mas não foi o Führer que a matou, fui eu. Eu me lembro especialmente dela. Ela queria nos impedir e então nós dois lutamos. Ela era muito boa naquilo, tenho que confessar, mas no final eu venci. - ele riu, se deliciando com a lembrança. - Senti seu crânio quebrando sob o peso da minha bota e é exatamente o que Führer irá fazer com vocês. Todos com quem se importam, que amam, vão morrer violentamente, de maneiras que dariam pesadelos para monstros. - ele rosnou. - Queria poder viver para ver isso.

Tommy então colocou a mão na boca, arrancando um dos seus dentes. Tinha algo nele. Veneno. Ele iria se matar.
— Ei, ei. Espera!

Fui até o painel de controle para abrir a cela. Quando voltei, ele já estava agonizando no chão.
— Não, não! De novo não. - dizia chorando.
— Ei. - Oliver se aproximou de mim, me tirando de dentro da cela.
— Me solta!
— Calma, ok. Olha pra mim. Esse cara não era o seu amigo. - ele me fazia olhar nos seus olhos. - Eu também tinha um amigo chamado Tommy e eu daria qualquer coisa para vê-lo novamente. Eu sei que deve estar sendo difícil vê-lo morrer de novo, mas o que tem que entender é que esse homem não era ele. O seu Tommy é muito melhor do que esse cara. Ouviu?

Fiz que sim com a cabeça.
— Mas o que... - Barry entrou. - Ai minha nossa.
— Ele se matou. - Oliver explicou.
— Daphne. - Barry veio até mim, me abraçando. - Eu não sei muito bem o que dizer.
— Eu sei que não era ele, mas é tão difícil. Foi como reviver aquilo de novo.
— Eu sinto muito!

Me aconcheguei ainda mais em seus braços. Como eu sentia falta daquilo.

Meu olhar então escorregou para o lado e vi Tommy caído novamente. Começava a me sentir sufocada.
— Eu preciso sair daqui.
— Mas onde você vai assim, Daphne?
— Eu não sei. Mas preciso sair daqui agora.

***

Dirigi sem destino por algumas horas, até que percebi onde tinha ido. Estava em Star City, no lugar onde Tommy tinha sido enterrado. Fui até o seu lugar e desabei no chão.
— Me desculpe por nunca ter vindo aqui. - disse chorando. - Me desculpa por ter deixado isso acontecer. Você era muito melhor que eu. Você que deveria ter vivido. - eu soluçava. - Eu sinto tanto a sua falta, Tommy! Eu preciso tanto de você... Do seu abraço... Dos seus conselhos... Me desculpa por ter te causado isso... Me desculpa, por favor...

 

Permaneci ali por horas. Já era noite quando fui até outro lugar. A antiga casa de Tommy. Depois do que tinha acontecido, seus pais tinham vendido a casa.

Parei em frente e parecia que ninguém estava morando lá. Desci do carro, e enquanto caminhava até lá, vi a cena de Alex me atirando na poça de sangue que corria do corpo de Tommy repetindo várias vezes na minha cabeça.

Me sentei na escada da varanda, onde estudávamos antes de tudo acontecer. Depois fui até um balanço de dois lugares que havia na varanda. Eu e Tommy adorávamos passar o tempo ali. Me encolhi e deitei lá. Sentia as lágrimas descendo, então abracei ainda mais meus joelhos. Reviver aquilo tudo era como uma tortura.

 

Sem perceber, acabei dormindo no balanço e acordei com alguém tocando o meu ombro. Era Barry.
— O que faz aqui? - tinha dificuldade em abrir os olhos, já que a luz do sol batia no meu rosto.
— Eu vim te procurar. Nós estávamos preocupados, Daphne. Já faz mais de 24 horas que está desaparecida.
— Vinte e quatro... Eu passei a noite aqui?
— Pelo que parece sim.
— Como me acharam?
— A Felicity fez um algoritmo e te rastreou até aqui.
— O que aconteceu com os nazistas?
— Nós os derrotamos. Não precisa mais se preocupar.

Passei a mão pelo rosto, confusa.
— O que veio fazer aqui, Daphne? De quem é essa casa?
— Era do Tommy. Sabe, Barry... eu achava que já tinha superado tudo isso, mas não. Ver o Tommy vivo, depois de seis anos...
— Mas não era ele. - ele tocou meu rosto. - Tem que se lembrar disso.
— Eu sei...

Barry se sentou ao me lado no balanço e eu então encostei minha cabeça em seu peito. Percebi que ele não sabia muito bem o que fazer, mas logo colocou suas mãos ao meu redor, me abraçando. Eu me sentia tão bem ali.
— Isso me perturbou de verdade. Eu tenho a impressão que roubei a felicidade dele.
— Coisas acontecem nas nossas vidas sem que nós esperemos, Daphne. A vida é assim. Você sabe que eu sei. - ele brincava com seus dedos em meu braço. - O Eddie morreu para nos salvar do Reverso, mas ele ainda está vivo. O Thawne estava por trás disso tudo com os Nazistas. Eu estive com ele nas minhas mãos, quase o matei, mas então lembrei do Eddie. Ele se sacrificou por nós porque achou que valesse a pena. Ele foi um herói.

Me afastei de Barry, o olhando nos olhos.
— E o Tommy também. - ele continuou. - Se ele fez isso, foi porque queria te proteger, mesmo que custasse sua vida. - Barry colocou sua mão em meu rosto novamente. Não conseguia entender como o seu toque podia me acalmar daquela forma. - Você não roubou nada do Tommy. Ele fez o que fez porque te amava e é isso que fazemos pelas pessoas que amamos. Nós nos sacrificamos por elas.

Senti uma lágrima correndo pelo meu rosto. Mas não era de tristeza, pelo contrário. Eu senti pela primeira vez, de verdade, que não tinha culpa.
— Você acredita que ele esteja em um lugar bom? Porque ele merecia, sabe... - limpei meu rosto. - Ele foi como um anjo na minha vida.
— Eu acredito sim. Talvez esteja muito melhor que nós.

Abracei Barry.
— Obrigada por ter vindo atrás de mim.
— Eu sempre vou atrás de você quando precisar. Não tenho um farol com um símbolo que ilumine o céu para quando precisar de mim, mas tenho um telefone...

Nós rimos.
— Acho que uma ligação é realmente bem mais fácil.
— É.

Barry me olhava daquele jeito carinhoso. Eu queria estar ali com ele. Só de ter sua presença... Mesmo sem nem ao menos uma palavra... Era inexplicável o quanto ele me fazia bem.

Aproximamos nossos rostos. Não sabia quem tinha tomado a iniciativa... Talvez tivesse sido os dois ao mesmo tempo. Barry então encostou sua testa na minha e passava sua mão pelo meu rosto. Mas eu sentia sua tensão. Via sua mandíbula contrair em hesitação.
— Isso... não é certo, não é? - ele sussurrou.
— Não... Não é. - eu disse com os olhos fechados.

Ele suspirou.
— Então é melhor irmos embora... - Barry tinha a voz suave. - Eu te levo, tudo bem?
— Aham.

Barry se levantou e me pegou no colo. Em instantes, nós estávamos de volta à Central City, em frente a casa do meu pai.
— Pronto.
— Obrigada, Barry.
— Quando precisar, já sabe.
Chérie! - Louis disse, saindo da casa, seguido pelo meu pai e por Octávia. - Mon amour, onde esteve? Nós estávamos preocupados! - ele disse nervoso, me beijando.

Louis realmente era um tipo especial de homem.
— Eu estou bem.
— Vamos entrar, ok? - meu pai disse. - Você precisa descansar.
Merci, Barry! - Louis estendeu sua mão e Barry o cumprimentou.
— Não há de que.

Louis me abraçou firme, mas ao mesmo tempo com cuidado, me levando para dentro. Olhei para trás e Barry ainda estava lá. Ele deu um meio sorriso, se despedindo. Fiz o mesmo.


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