True Love escrita por Candy S


Capítulo 4
Capítulo 4




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Na sede do Saturno, estávamos pintando as paredes da redação de branco.
— Ai, estamos precisando de mais animação aqui. - Liza comentou.
— E o que sugere então? - Edward perguntou com o pincel na mão.
— Que tal uma musiquinha...

Liza pegou seu celular, colocando uma música. Eu conhecia aquele toque...
— "Oh baby, baby." - Liza cantava junto.
— Eu acho que conheço essa música.
— Com certeza conhece. - Edward disse rindo.
— "Oh baby, baby, how was I supposed to know. That something wasn't right here."
— Ah não! Britney Spears?
— Pois é... - Edward ria ainda mais alto.
— O quê? Do que estão rindo? - Liza perguntou.
— Você gosta da Britney?
— Sim, qual o problema? - ela prendia a risada.
— Eu sabia que parecia com alguém quando te vi pela primeira vez. Agora eu já sei com quem era.
— Boa! - Edward disse, fazendo com que batêssemos as mãos.
— Vocês são muito engraçadinhos. Como era que ela dançava mesmo? - Liza tentou arriscar alguns passos.
— Oh meu Deus, de novo, Liza? - Carly entrou rindo. - Pensei que já tinha esquecido a Britney. Eu trouxe café, alguém quer?

Pegamos o café e nos sentamos no chão, descansando um pouco.
— Daphne, pode ir se acostumando. Na playlist da Liza só tem Britney Spears.
— Claro que não! - ela ria. - Só algumas.

Meu celular vibrou, tinha recebido uma mensagem. Era de Louis. "Chérie, será que pode me encontrar no parque principal de Central City?"
— Quem era? - Liza perguntou, curiosa.
— O meu namorado. Ele quer que eu o encontre no parque.
— Então o que está esperando?
— Mas nós temos que terminar isso aqui.
— Vai lá, boba. - Carly disse - Nós terminamos aqui.
— Mas...
— Daphne, relaxa. Vai logo.
— Tá. - disse rindo. - Obrigada, pessoal.

***

Ao chegar no parque, tentava limpar um pouco de tinta branca do meu braço quando Louis se aproximou.
— Oi. Estava pintando algo?
— É. Estávamos pintando a redação. Aconteceu alguma coisa?
— Sim, aconteceu.

Louis e eu caminhamos de mãos dadas até uma árvore, onde tinha uma toalha forrada no chão, flores, duas taças, vinho e uma cesta cheia de comidinhas gostosas.
— Foi você que fez isso?
— É. Para nós.
— Louis! - disse o beijando.

Nos sentamos e ele nos serviu vinho.
— Pode me dizer o porquê de tudo isso? - perguntei, comendo um pedaço de queijo.
— Eu só queria te fazer uma surpresa. - ele me olhava sorrindo. Como ele era lindo!
— E conseguiu. Obrigada! - tomei um gole do vinho.
— Daphne, você sabe que eu já viajei por vários lugares desse mundo... e que já conheci várias mulheres.
— É... - dei de ombros.

Ele riu da minha reação.
— É, mas eu nunca conheci nenhuma igual a você.
— Tá bom, Louis. A quantas mais você disse isso? - eu ria.
— Eu estou falando sério. - olhei para Louis e ele estava sério, o que me fez ficar também. - Você me faz bem, eu amo estar ao seu lado, ver o seu mau humor de manhã, adoro o seu sorriso quando digo algo bobo... Eu amo a mecha teimosa do seu cabelo que insiste em cair sobre os seus olhos. - ele afastou o fio do meu cabelo, o prendendo atrás da minha orelha. Louis se aproximou mais de mim, deixando sua mão em meu rosto. - Eu amo a sua teimosia, amo te abraçar... Eu te amo, Daphne, e você me faz querer pensar no futuro como nunca ninguém fez. Por isso... Veux-tu m'épouser?
— Hum... Louis, tudo o que disse é lindo, mas... Essa última parte... Eu sei que tem me ensinado um pouco de francês, mas nunca te ouvi dizer isso...
— É porque, realmente, eu nunca disse. - o seu sorriso começava a aumentar e seus olhos brilhavam. - O que eu disse foi... - ele tirou algo de dentro do casaco - Aceita se casar comigo?

Louis abriu uma caixinha e dentro tinham duas alianças prateadas. Levei as mãos ao rosto, surpresa. Eu realmente não esperava por aquilo.
— Louis, eu... eu aceito. - disse rindo. - Sim, eu aceito.

Ele tirou uma das alianças da caixa, colocando em meu dedo direito e eu fiz o mesmo com ele em seguida. Louis me deu um beijo longo e aliviado. Ainda com os lábios nos meus, ele disse.
— Fiquei com medo de você não aceitar.
— E por que achou isso?
— Eu não sei... - ele ria, se afastando. - Eu estava planejando isso desde Mali.
— Sério?
— Sim. Na verdade, eu ia fazer o pedido quando nós fossemos para a França, em Paris, mas viemos para cá...
— Você está brincando, não é?
— Não.
— Ai meu Deus! - cobri meu rosto com as mãos. - Desculpa! Não acredito que perdi um pedido de casamento em Paris.

Louis ria alto.
— Não tem problema, mon amour, acho que esse foi até mais romântico. - ele deu uma piscadela para mim.
— Tem razão. - fui para mais perto de Louis, encostando minha cabeça em seu peito. Escutava seu coração acelerado. - Às vezes acho que não te mereço, mas agora tenho certeza.
— Você é perfeita para mim, acredite. - ele me fez olhar nos seus olhos negros. Como uma mulher não poderia se apaixonar por aquele homem? - Eu te amo.

Louis me beijou e eu sentia vontade nele. Aquele francês era simplesmente maravilhoso.

***

Eu e Louis aproveitamos o peque nique no parque e acabamos esquecendo da hora. Chegamos em casa já a noite e assim que entrei, percebi que Octávia e meu pai me olhavam curiosos.
— Por que estão me olhando assim?
— É que a gente quer saber se você aceitou... - Octávia falou apressada.
— Se eu aceitei...? - perguntei confusa. - Espera um pouco, vocês já sabiam que ele ia me pedir em casamento?
— Sim. - ela dizia sorrindo.

Louis também ria atrás de mim.
— Octávia, você fala de mais, filha. - Mas e então, você aceitou?
— É... - levantei a mão direita, mostrando a aliança.
— Que linda! - minha irmã veio até mim, olhando o anel no meu dedo. - Estou tão feliz por você! Pensei que nunca mais fosse querer casar por causa do... Você sabe quem. Mas como foi? - ela perguntou animada.
— Amanhã eu conto, pequena. Já está tarde e eu preciso dormir. Boa noite. Tchau, pai.
— Ah não, Daphne!
— Tchau, filha. Boa noite para vocês dois.

Subi com Louis até o meu quarto e logo fui tomar um banho. Ao voltar, vi que ele já estava deitado, coberto pelo lençol, deixando à mostra o abdômen sarado, mas ele ainda não estava dormindo.
— A Octávia disse que tinha medo que você nunca mais fosse querer casar...
— A minha irmã fala demais.
— Você já tinha me dito que tinha um noivo e que ele foi embora.
— Não quero falar sobre isso, Louis. - me deitei na cama, virada de costas para ele, me cobrindo com o cobertor.
Désolé, mon amour. Eu só pensei que... Me desculpe. - ele se aproximou, colocando o braço ao redor da minha cintura.
— Boa noite, Louis. - falei um pouco emburrada e desligando o abajur ao lado da cama. Ele permaneceu em silêncio.

***

Já haviam se passado horas, mas não tinha conseguido dormir. Olhava para Louis ao meu lado dormindo e comecei a pensar em tudo que estava acontecendo. Eu estava apaixonada por ele, nós íamos nos casar, mas eu sentia algo estranho depois de Octávia ter falado de Barry. Eu precisava pensar. Precisava ficar sozinha e o único lugar que me vinha à cabeça era o meu antigo apartamento.

Me levantei em silencio, troquei de roupa e fui até a gaveta, onde tinha guardado as chaves. Eu a encarava, pensando se era o que devia fazer, mas logo me livrei das dúvidas, pegando as chaves no fundo da gaveta e indo até lá.

Ao entrar no apartamento, liguei o gerador de energia e tudo estava do mesmo jeito que tinha deixado, inclusive uma das baquetas de HR dentro de uma das gavetas. Segurei ela contra o meu peito e andei pelo cômodo. Todos os móveis estavam cobertos e agora cheios de poeira, o que me fez espirrar, por isso abri as janelas. Vendo aquela vista, comecei a lembra de tudo o que tinha vivido ali, dos momentos felizes, dos tristes...
— Daphne?

Dei um sobre salto ao ouvir alguém na porta.
— Barry? Você me assustou.
— Desculpe, a porta estava aberta.
— Não, não tem problema.
— O que está fazendo aqui?
— Eu só vim pensar um pouco. Precisava ficar sozinha.
— Engraçado, eu vim fazer a mesma coisa, mas vou te deixar em paz. - ele disse saindo.
— Não, Barry. Não precisa. - me sentei no chão, perto da janela. - Fica.

Barry se aproximou, sentando ao meu lado.
— É muito louco voltar aqui. Acabei me lembrando de várias coisas, inclusive o que eu não gostaria.
— Como por exemplo...? - Barry perguntou, curioso.
— A morte do HR. - o entreguei a baqueta. - Eu sinto a falta dele.
— Incluindo ele te chamando de DD?
— É. - Barry me fez rir. - Eu fiz o que ele me disse... Me perdoei de várias coisas que aconteceram, mas ele... Ele morreu por mim. As vezes eu não tenho dias muito legais, como qualquer pessoa normal, e a lembrança dele tentando animar e motivar todo mundo me vem a cabeça. Sinto falta disso. Sinto muito a falta dele. - uma lágrima correu pelo meu rosto.
— Eu também sinto falta dele. - Barry limpou minha lágrima, mas deixou sua mão no meu rosto. - Você ainda usa?
— O quê? - o olhei, confusa.

Barry olhava para o meu colar de pedra verde.
— Ah, é. - segurei o colar.. - Como eu poderia não usá-lo...? Eu sentia que o usando, você estaria comigo de alguma forma.

Barry me olhava e comecei a sentir algo diferente, eu estava nervosa. Ele então aproximou seu rosto do meu. Eu já sentia a sua respiração quando me afastei.
— Desculpa, Barry. Eu não... - cobri o rosto com as mãos.
— Você... está noiva? - Barry tinha visto a aliança.
— É...
— Desculpe. Me desculpe, Daphne. Eu não queria...
— Tudo bem. - me levantei, sem saber o que fazer. - Hum... Acho que é melhor eu ir.
— Daphne, não me leve a mal por isso que aconteceu... Só não... me deixe. Quero dizer, ainda podemos ser amigos, não é?
— Claro, Barry, e está tudo bem. Mas agora eu preciso ir, já está tarde.

Sai apressada, mas antes de fechar a porta precisava dizer mais uma coisa.
— Barry, quer um toque de uma amiga?
— Claro.
— Volte a morar aqui. O Joe agora está morando com a Cecile... e eu sei que você gosta de ter o seu espaço... E esse apartamento sempre foi seu.
— Obrigado. - ele deu um sorriso tímido.

Eu então fechei a porta e fui embora.

 


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