True Love escrita por Candy S


Capítulo 11
Capítulo 11




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Na mesa do café, eu segurava minha xícara entre as mãos, sem nem ao menos beber. Estava pensando em Barry e sobre ele ter sido preso.
— Daphne? - Louis disse.
— Hum. 
— No que está pensando? Nem mexeu no seu café da manhã.
— Desculpa. - pus a xícara na mesa. - É que não paro de pensar no que aconteceu ontem. Não consigo entender.
— Acha que ele não é culpado?
— Claro que não. O Barry nunca fez mal a uma mosca.
— Sabe o que aconteceu?
— Não. Ainda não consegui falar com ninguém depois de ontem de noite.

Louis se levantou, ficando atrás de mim. Ele colocou suas mãos em meus ombros fazendo uma massagem. Fechei os olhos.
— Precisa relaxar.
— Obrigada! Suas mãos são maravilhosas.

O barulho do sino da bicicleta do entregador de jornais soou.
— Não vai pegar seu jornal? Sei que gosta de ler pela manhã. - falei a Louis, dando batidinhas em suas mãos.
— É. Não se mexa. Eu já volto.

Louis foi até a porta, para buscar o jornal e eu continuei na mesa. Bebericava meu café quando o escutei nervoso.
Mon Dieu! Como... Como é possível!

Fui até ele.
— O que foi?
— Daphne... - ele tinha lágrimas em seus olhos. - Meu pai. É o meu pai!

Levei Louis para dentro de casa, o sentando no sofá.
— Do que está falando? - me sentei ao seu lado, acariciando seu rosto.
— É o meu pai aqui. - ele apontava para o jornal.

Peguei as folhas de sua mão e na primeira página tinha uma matéria com o seguinte título: "CSI mata professor de história." Uma foto de Barry e de DeVoe estava bem abaixo. Olhei para Louis e ele parecia abismado.

Continuei a ler.

"Em plena noite de Natal, o Departamento de Polícia de Central City recebeu a denúncia anônima de que o Cientista Forense, Bartholomew Henry Allen, havia assassinado o professor de história da Universidade de Central City, Clifford DeVoe. O CSI foi preso em flagrante, sendo encontrado em seu apartamento, com uma faca em punhos e com o corpo do professor de história bem ao seu lado, no chão, com uma perfuração a faca no tórax. Clifford DeVoe foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica há alguns anos e já estava em fase avançada da doença, se locomovendo com a ajuda da cadeira de rodas. Na última semana, o professor já havia feito um boletim de ocorrência contra o forense, alegando que o rapaz estava o perseguindo."

Parei de ler.
— Louis, você está querendo dizer que esse homem... é o seu pai?
Oui. - ele tentava não chorar. - Já faz muito tempo, mas eu o reconheceria mesmo assim. Como isso é possível, Daphne? Meu pai morreu há anos... Quer dizer... Era o que eu achava e agora...

O abracei.
— Agora eu me lembro que uma vez me disse que o nome de solteiro do seu pai era DeVoe. Eu sinto muito!
— Ele estava doente... Não tinha como se defender... - Louis dizia chorando. - Como ele pôde? Como o Barry pôde...
— Ei, o Barry não fez isso.
— Como não? Está tudo aqui!
— Louis. - segurei seu rosto entre as minhas mãos. - O Barry não seria capaz disso. Ainda mais de uma maneira tão brutal assim.
— Está querendo defender o assassino do meu pai? - ele me olhava com desprezo.
— Não... Não é isso... É que... Louis precisa confiar em mim.
— Não acredito nisso. - ele disse, se levantando.
— Louis...
— Eu preciso de ar. - ele saiu, batendo a porta.

Só podiam estar de brincadeira comigo. Quais as chances de eu me envolver com um cara e ele ser filho do homem que queria arruinar a vida de Barry?

Meu telefone tocou.
— Iris? Aconteceu alguma coisa?
— O Barry foi solto. Quer dizer, está com uma tornozeleira eletrônica. Achei que ia gostar de saber.
— Claro! Obrigada!
— Nós estamos no STAR Labs, então, se quiser vir aqui...
— Sim... Eu estou indo.

Desliguei o telefone e fui o mais rápido que pude para lá.

Entrando, ouvia vozes. Uma delas fez meu coração bater mais forte.
— Barry.
— Daphne. Oi.
— Oi. - o abracei. - Como está?
— Nada bem.
— Eu sinto muito por tudo isso.
— Daphne, eu não fiz isso...
— Eu sei, Barry. Acredito em você.
— Ele me fez ser incriminado do mesmo jeito que o meu pai. - sentia raiva em sua voz. - Eu prometo que vou acabar com ele.
— Espera. Acabar com ele...?
— O DeVoe está vivo, Daphne.
— Como assim? Eu não entendo.
— Não sei muito bem como, mas ele trocou de corpo com o Dominic.
— Mas ele estava na minha casa ontem.
— Eu sei. Aquele filho da mãe... - Barry tinha o punho serrado. - Aconteceu tudo exatamente do jeito que DeVoe queria. Todos caímos no plano dele, principalmente eu.
— Por que ele faria tudo isso? – Iris indagou.
— Não sei. Mas começou quando eu estava na Força de Aceleração.
— Mas porque o Dominic? – Joe perguntou.
— Os poderes dele permitiram que DeVoe usasse o corpo. Deveríamos ter percebido antes. – Harry disse.
— E os outros metas do ônibus? Por que criá-los? – perguntei.
— Partes de um plano maior?

Todos tínhamos expressões preocupadas.
— Mas como veio pra cá mesmo, Allen? – Ralph rompeu o silêncio. - Não está em prisão domiciliar?
— Ele está na casa do Joe ou no tribunal. Eu invadi o GPS da tornozeleira eletrônica. – Cisco disse sorrindo.
— Você não pode ser preso pelo que não fez... – falei.
— Com todas as provas que eles têm contra mim, acredito que esse julgamento será bem rápido.
— Mas com a Cecile te representando, terá a melhor advogada da cidade. Vai dar tudo certo. – Caitlin tentou anima-lo.
— Obrigado.
— Barry, posso falar um minuto com você? - falei.
— Claro.

Nos afastamos um pouco de todos.
— Então... Sobre o DeVoe... Eu tenho uma coisa pra te dizer.
— Ele fez algo com você?
— Não, eu estou bem. É que... Lembra quando eu disse que achava o nome DeVoe conhecido?
— Sim. Abra Kadabra e Savitar nos falaram sobre ele.
— Não, Barry. Não era daí que eu o conhecia. - tentava mediar as palavras, mas não tinha outra forma de falar. - Barry, o DeVoe é pai do Louis.

Barry me olhava confuso.
— O quê? Como assim...?
— O Louis achava que o pai tinha morrido quando ele era pequeno, mas quando viu a foto do DeVoe hoje no jornal, teve certeza que era o pai.

Barry passava a mão pelo queixo, tentando entender.
— Acha que o DeVoe pode ter usado o Louis contra nós? Contra você?
— Não, de forma alguma. O Louis não sabia. Ele nunca seria capaz de fazer nada de mal. O Louis é um homem muito especial, nunca faria isso.
— Então... Podemos confiar nele?
— Com toda certeza, Barry. Pode confiar em mim.

Barry me olhava. Eu sentia vontade de abraça-lo e passar o máximo de tempo ao seu lado. Mas isso era algo que eu não podia mais fazer. Não como eu realmente queria.
— Barry. - Joe disse. - Nós temos que ir para o tribunal.
— Claro. Hum... Você vai, Daphne?
— Sim, sim. Eu só preciso ir em casa. Tenho que ver como o Louis está. Ele saiu furioso.
— E eu não o culpo por isso. Se fosse o meu pai, eu também ficaria com raiva do suposto assassino.
— Barry...
— Não, Daphne. Tudo bem. Eu o entendo. - ele deu um meio sorriso. - Vai ver o Louis. Ele vai precisar muito de você agora.
— Tá. - o abracei. - Até mais.

***

Já em casa, encontrei apenas silêncio. Subi até o quarto e nada de Louis. Estava ficando preocupada, quando ouvi algo quebrando na cozinha.
— Droga! - uma voz falou.

Fui até lá e acabei encontrando o meu noivo no chão, com vários cacos de vidro ao seu redor e com algo brilhante e vermelho saindo da sua mão.
— Ai meu Deus. Louis! O que aconteceu? - peguei um pano e enrolei em sua mão, contendo um pouco do sangue.
— Eu só queria beber um pouco e o copo quebrou. - sua voz estava meio estranha.

Comecei a limpar os cacos de vidro e vi uma garrafa de uísque ao seu lado. Estava tudo explicado.
— Para onde você foi? Fiquei preocupada com você!
— Eu precisava esfriar a cabeça... Precisa entender o que estava acontecendo.
— E foi comprar um Uísque pra poder pensar melhor? - peguei sua mão, tirando o pano. - Aguenta aí.

Fui até o banheiro e em uma das gavetas peguei o kit de primeiros socorros, voltando para Louis em seguida.
— Vamos cuidar disso aqui.
— A bebida foi depois.
— O que disse?
— A bebida... Ai! - ele fez uma careta enquanto eu cuidava do machucado. - Foi depois do que eu descobri.
— Descobriu o que?
— Tudo sobre o meu pai.

Parei por um segundo.
— Do que está falando?
— Eu liguei para a minha mãe e ela me contou porque mentiu para mim durante todos esses anos.

Olhei para Louis, seu cabelo estava bagunçado e seu semblante era triste. Terminei o curativo e me sentei ao seu lado no chão.
— É engraçado, porque, apesar de eu ser muito pequeno quando tudo aconteceu, me lembro de jogar futebol com ele na rua... e nos divertíamos muito.

Acariciava seu braço, o incentivando a continuar.
— A minha mãe me disse que éramos uma família feliz, até que o Clifford começou a falar coisas sobre mudar o mundo, que tudo seria diferente e as pessoas iluminadas... Apesar de parecer loucura, até aí tudo bem. Mas um dia, ele parecia alterado... e a minha mãe foi tentar ajuda-lo. - Louis tinha os punhos serrados. - Ele bateu na minha mãe. Aquele desgraçado bateu na minha mãe!
— Eu sinto muito.
— Depois de algum tempo, minha mãe descobriu que o meu pai traía ela com uma colega da universidade em que ele trabalhava. Foi quando ela resolveu por um ponto final naquela história.
— E aí ela te levou para a França.
— É. Ela fugiu do Clifford. Fomos para lá, mas ela sabia o quanto eu gostava do meu pai, por isso inventou essa história do acidente de carro e tirou o DeVoe do meu nome, deixando só o dela. Nunca mais a minha mãe tinha ouvido falar nele... até hoje.

Louis passava a mão pelo rosto, parecia prestes a chorar.
— Não sei o que pensar, Daphne. Parece que minha cabeça vai explodir.
— É natural, meu amor. Acabou de receber uma chuva de informações.

Uma lágrima saiu dos seus olhos. Enxuguei.
— Ei. Eu estou aqui, ok? - beijei seu rosto, o abraçando.
Je t'aime, mon amour.
— Precisa descansar um pouco, além do mais porque bebeu uma garrafa de uísque quase toda. Vou te levar para o quarto, ok?
D'accord.

Ajudei Louis a levantar e também a subir as escadas até o quarto. O deitei na cama, tirei seus sapatos e o deixei dormir um pouco.

Voltei para a cozinha e acabei tomando um pouco do uísque de Louis. Eu sabia que tinha algo para fazer, mas não conseguia lembrar. Talvez fosse falar com alguém.. ou ir em algum lugar...
— Droga! O julgamento do Barry!

Peguei o telefone e tentei ligar para Iris, mas ela não atendeu. A sentença com certeza já deveria estar saindo, por isso liguei a TV. Não estava errada.
— Estamos no Tribunal Superior, onde o júri declarou Bartholomew Henry Allen culpado do assassinato do professor Clifford DeVoe. - a repórter dizia. - Sr. Allen foi cientista forense na Polícia de Central City por pelos últimos 5 anos. Há alguns minutos, o juiz anunciou a sentença de prisão perpétua para o Sr. Allen devido à natureza brutal do crime.
— Ai meu Deus. Não pode ser. Não é possível!

Sem nem pensar duas vezes, peguei as chaves do carro e fui até o Tribunal. Uma fila de jornalistas se estendia por todo o corredor. Vi Iris e Joe e fui até eles.
— Iris! - a abracei. - Não posso acreditar no que aconteceu.
— Nem eu. - ela dizia triste.
— Onde ele está?
— Na última sala, no final do corredor. - Joe falou.

Corri ate lá e Barry não estava sozinho.
— Olá, Srta. Dean. - DeVoe, no corpo de Dominic, dizia.
— O que faz aqui? - esbravejei.
— Só vim conversar um pouco com o Sr. Allen. Mas nós já terminamos. - ele disse, saindo.

Eu com certeza odiava aquele homem. Tinha vontade de me jogar em cima dele e o socar com toda força que eu tinha. Ele era um cretino!

DeVoe se deteve na porta, olhando para mim e sorrindo.
— Sinto muito que pense isso tudo de mim, Dean.
— O quê?
— Eu não so troquei de corpo com Dominic. Também herdei suas habilidades de saber o que as pessoas pensam...
— Então com certeza sabe do que eu sou capaz, se ficar mais um segundo aqui.
— Não devia, afinal de contas, nós seremos da mesma família, não é?

Parei um pouco.
— Desde quando sabe sobre o Louis?
— No Natal. Assim que vi os olhos do meu filho, soube que era ele.
— Fique longe do Louis! Garanto que ele não tem bons sentimentos por você. Por tanto, fique. Longe. Dele. - me aproximei. Sentia que podia cometer uma loucura.
— Daphne... - Barry segurou meu braço.
— Até mais. - DeVoe deu um sorriso vitorioso, saindo.
— O que ele queria? - perguntei.
— Nada... Só o de sempre. Ele quer me atingir.

Respirei fundo, tentando me acalmar e me lembrei do que eu realmente tinha ido fazer lá.
— Barry... - o abracei. - Eu vi pela TV. Desculpe por não estar aqui.
— Tudo bem. - ele tentou sorrir.
— Eu sinto muito!
— Eu também.
— Pelo menos sabemos que ainda que esteja preso, grades não podem te segurar...
— Eu não vou fugir.
— E porque não? A cidade ainda precisa do Flash.
— A cidade tem o Time Flash e sei que eles se sairão muito bem sem mim. Não vou ser um fugitivo, vou ficar na prisão.
— Quando saiu da Força de Aceleração, você falou várias coisas. Disse algo sobre não querer matar alguém. Nunca imaginei que isso estaria acontecendo...

O abracei novamente e ao recuar, nossos rostos ficaram próximos. Fechei os olhos, me aproximando ainda mais.
— Eu... Eu... - sentia as lágrimas chegando. - Eu te amo, Barry. - sentia minha respiração ficando ofegante. Passei minhas mãos entre o seu cabelo. - Eu te amo. - sussurrei.

Barry sorriu.
— Não sabe o quanto desejei por esse momento. Eu esperei muito para ouvir isso novamente... - ele se afastou. - Mas você não merece me ter como um peso na sua vida, porque agora é o que vou ser. Eu fui condenado à prisão perpetua, Daphne. - ele passou a mão pelo meu rosto, enxugando as lágrimas que agora corriam. - Você merece ter uma vida linda e livre. Você tem o Louis agora e ele é um cara legal, que te ama e que vai precisar muito de você nesse momento. Me desculpe, mas não posso deixar que pare sua vida por minha causa.
— Barry...
— E só para deixar bem claro, eu te amo, Daphne. Mas não podemos ficar juntos. Não mais. Não agora. Eu sinto muito. - ele beijou minha testa, saindo.

As paredes frias daquela sala me encaravam e eu me sentia sozinha. Aquele sentimento era péssimo, era como ter perdido Barry novamente para a Força de Aceleração.


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