Elliot escrita por Brigadeiro


Capítulo 1
Elliot.


Notas iniciais do capítulo

Eu não sei exatamente o que eu to fazendo aqui... Está sendo quase uma aventura, postar isso. E essa one jamais teria saído do fundo do meu santo pen drive se não fosse por duas coisas: um surto de adrenalina da madrugada bem louco, e a Lanan, a melhor autora que eu conheço.

Eu sei que você vai ler isso aqui, então, obrigada pelo incentivo (talvez intimação, ou ameaça, sejam palavras melhores) que tirou uns 15% da minha covardia. Uma vez que sem você ela jamais teria sido postada, pode considerá-la como dedicada ♥

Obs: a one foi escrita inspirado nos primeiros 1min30seg do episódio 9x15 de HIMYM.



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— Olha esse, príncipe! — ela segurava em suas mãos um pequeno conjunto de roupa de banho estilo marinheiro, olhando para a coisa como se fosse um tesouro. — Amor? Doug?!

Doug estava há alguns passos atrás, concentrado em apreciar a musica que saia do fone de ouvido em sua orelha e em rir da estranha animação de Evie com roupas de banho em miniatura. Eles tinham tirado a tarde para caminhar pacatamente pela praia, sentindo a areia nos pés descalços e apreciando a vista do mar, quando ela subitamente bateu o olho na roupinha em exposição em uma das barracas e saiu correndo até ela. Pela quarta vez só naquela tarde.

Ele tirou um dos lados do fone e se aproximou, sorrindo.

— Essa roupa é muito grande, princesa — ele observou mais de perto, puxando a etiqueta na gola da roupinha. — Veja, aqui diz ‘3 anos’. Ele ainda nem nasceu.

 — Mas vai nascer logo. E um dia vai ter 3 anos, ou não? — ela ainda não tinha tirado os olhos da pequena peça, passando uma das mãos por cima da minúscula gravatinha corrediça na gola, e a outra pousada suavemente na barriga.

 — Sim, e um dia vai ter 18 também, e será quando ele vai tentar esconder todas as fotos de infância com vergonha, se você vesti-lo assim.

— Não diga bobagens, é uma roupinha adorável. Veja só os suspensórios!

— E se isso sair de moda até ele fazer 3 anos?

— Elegância nunca sai de moda — resmungou, suspirando, e então esticou a peça para o vendedor, que até então observava quieto a discussão do casal. — Vamos levar.

Doug balançou a cabeça negativamente, mas estava sorrindo. Evie tinha feito aquilo por todo o fim de semana, parando em cada loja ou barraca onde sempre havia algo ‘adorável’ ou ‘encantador’ que o filho deles ‘simplesmente tinha que ter’. O bebê já tinha ganhado mais 2 malas cheias de roupinhas, acessórios e brinquedos novos somente naqueles dois dias em que estavam ali. Mas não seria ele quem iria pará-la. Deixaria ela comprar todas as roupas do mundo só para continuar vendo o sorriso radiante que não deixava o rosto dela naqueles momentos.

— Você gostou, não gostou, El? — ela falou com sua barriga enquanto o vendedor passava o cartão, e arregalando os olhos para o movimento que se iniciou com a pergunta. — Ele gostou mesmo!

Doug se apressou em colocar a mão por cima da agitação, enquanto a outra repousou nas costas de Evie, o chute de seu bebê já estava tão forte que podia ser visto pelo lado de fora. Provavelmente o alvoroço do pequeno era em resposta a animação de Evie, e não a uma roupa que ele nem mesmo podia ver, mas quem estava discutindo detalhes? Ele rodeou o local com o polegar, como costumava fazer nas mãos de sua esposa, sentindo automaticamente seu filho se mexer mais em resposta ao carinho.

Era fascinante ver como o filho deles já reagia aos dois, mesmo tão pequeno. Um toque, uma palavra ou canção e era como se um baile se iniciasse dentro da barriga de Evie. Elliot ainda nem nascera, mas já era não apenas saudável como também completamente ativo.

Um pequeno principezinho hiperativo. E era deles. Eles tinham feito aquilo. Uma vida.

O amor deles tinha gerado uma vida. Era surreal.

— Você está bem? Não está cansada? — depois de alguns segundos admirando o movimento que comprovava a vida de seu filho, ele voltou a olhar para sua esposa. Ela ficava fadigada com frequência nas ultimas semanas por conta do peso, e eles já tinha andando bastante, fora todas as vezes que ela correu em direção a alguma loja.

— Um pouco — ela admitiu.

— Vamos, é melhor voltarmos então.

Ela assentiu e buscou as mãos dele, entrelaçando seus dedos, já pronta para iniciar o caminho de volta à casa de praia onde estavam passando o feriado, aproveitando um último fim de semana a sós antes de o bebê chegar. Doug pegou a sacola com a roupa nova das mãos dela e levou sua outra mão até os lábios, beijando a dobra dos seus dedos.

Ela sorriu.

— Quer voltar pela areia também?

— Sim. Meus pés não são muito simpatizantes de sapatos ultimamente.

Ele assentiu. As sandálias dela já estavam na sacola que ele mantinha presa no ombro esquerdo desde o inicio da tarde, ela as tinha usado apenas para chegar até a praia. Os pés dela tinham inchado consideravelmente no último mês, e ela andava descalça em todos os lugares em que podia, e evitando os que não podia. Assim, ele fez a vontade dela, fazendo o caminho de volta até o carro através da areia da praia, próximo aonde a maré se quebrava.

O dia estava sossegado e tranquilizante, o céu claro e sem nuvens oferecia uma vista incrível do pôr do sol, que descia lentamente se escondendo atrás da linha onde o mar e o céu se dividiam. O ponto onde os dois azuis se encontram, como Evie chamava a linha do horizonte no mar. Ele olhou para ela. Estava tão inacreditavelmente bela com a luz do sol batendo em seu rosto enquanto ela fechava os olhos e suspirava apreciando a brisa que soprava fazendo seus cabelos azuis voarem. Não apenas os cabelos, mas também as franjas da leve saída de praia azul que ela vestia por cima do biquíni mais azul ainda.

Como ela conseguia aquilo? Era como se a cada dia ela ficasse ainda mais bonita. Dia após dia, quando acordava ao lado dela, era como se Evie estivesse ainda mais linda do que no dia anterior. Principalmente depois da gravidez, embora ela discordasse dele dizendo que estava enorme e gorda. Ele era sempre o primeiro a discordar daquilo. Era simplesmente impossível para Evie ser qualquer coisa menos do que deslumbrante.

E Doug tinha se casado com aquela beldade. Outra coisa surreal. Quanta sorte uma só pessoa poderia ter na vida? Ele se sentia como se já estivesse esgotado sua cota e ainda assim continuava recebendo mais e mais. Era assim que Evie o fazia se sentir todos os dias: o cara mais sortudo do mundo.

— Terra para Doug — ele foi despertado de seus pensamentos por Evie, passando a mão em frente ao seu rosto. — Ainda está aqui?

— Só estava pensando no quanto você é linda. Sempre me distraio com isso.

Evie sorriu, deliciada pelo elogio. Ela amava quando ele fazia aquilo, ficava olhando-a fixamente com aquela expressão de bobo apaixonado só para depois fazer comentários fofos e fazê-la se sentir amada como nunca. Anos de namoro e mais alguns de casamento, um filho a caminho, e Doug ainda olhava para ela exatamente como no primeiro dia em que a viu, todo deslumbrado. Como se fosse possível, às vezes ela tinha a impressão de que os olhos dele brilhavam ainda mais.

Ela se esticou um pouco para beijar a bochecha dele.

— E você é um fofo. O que está escutando? — curiosa, ela roubou um dos fones de ouvido que estava caído no ombro dele e colocou no ouvido, escutando a batida de pop dance que saía de lá. — Desde quando você gosta desse gênero de musica?

Doug tinha até se esquecido da música que tocava. Ele tinha apenas selecionado uma sugestão do aplicativo para ‘músicas de praia’, e deixado rolar enquanto caminhavam. Mas, prestando atenção no que ela dizia, ironicamente combinava com seus sentimentos naquele momento.

— A letra é boa — ele comentou, e cantou o trecho que tinha lhe chamado a atenção. — Aposto tudo em você. Sou sortudo ou não?

Evie jogou a cabeça para trás, gargalhando. Voz mixada em batida pop definitivamente não era o tom certo para ele. Eles finalmente chegaram ao carro. Doug passou por ela e abriu a porta do carro, tomando-a pela mão para ajuda-la a entrar logo em seguida. Tão cavalheiro, ela pensou.

Antes que ele fechasse a porta e desse a volta para se acomodar no lugar do motorista, ela o puxou pelo colarinho da camisa, encostando seus lábios nos dele apaixonadamente.

— Eu te amo — ela disse, respondendo a musica e à ele.

{...}

— Tudo bem, acabou mais uma — Evie soltou os dedos de Doug junto com o ar que tinha prendido em seus pulmões.

Ele flexionou a mão, sentindo o sangue voltar a circular onde as extremidades já estavam quase roxas, e marcou o tempo desta última contração. Aquela tinha durado 40 segundos. Eles estavam recostados na cama, ela com a mão por sobre o ombro dele, pousada em sua nuca, e descansando o peso do corpo no peito dele enquanto ele a abraçava pela cintura, apertando-a contra si cada vez que as dores vinham.

Evie passou a mão pelos cabelos azuis já totalmente bagunçados e ligeiramente molhados de suor, sentindo-se cansada, e lançou um olhar desejoso para a bacia de chocolate derretido que repousava em cima da cômoda ao lado.

Ainda faltam duas semanas para o bebê chegar, Ev. Podemos passar o feriado na praia, querida. Vai ficar tudo bem — ela tentou imitar a voz de Doug, e revirou os olhos enquanto evitava outra careta de dor. — Por que eu ainda te escuto?

Já tinha passado da meia noite e Evie e Doug estavam desfrutando de um romântico momento a sós com direito a fondue de chocolate e frutas, quando inesperadamente as contrações começaram. Desde então eles estavam tentando não entrar em pânico, e tentavam contar a distância de tempo entre as contrações para saberem o momento certo de sair.

— Porque eu tenho razão — ele respondeu, e pousou gentilmente a mão sobre a barriga dela, onde ambos puderam sentir um chute dos fortes, que fez Evie se contrair novamente. Aparentemente Elliot estava com pressa para sair. — Vai dar tudo certo.

Ela se concentrou na segurança dos olhos dele enquanto puxava e soltava o ar por entre o bico em seus lábios. Ela olhou novamente para o chocolate e soltou um lamento.

— Mais uma? — ele perguntou, já prestes a anotar. Elas estavam vindo a cada 15 minutos agora, e eles tinham combinado ir para o hospital quando a frequência diminuísse para 10 minutos entre cada uma.

— Não — ela gemeu. — Eu quero o fondue.

Ele olhou confuso para o chocolate e as frutas ao seu lado e depois novamente para sua esposa.

— Eu não tenho certeza se você pode comer agora, Ev.

— É o bebê quem o quer. Preciso alimentar o El.

— Com chocolate? — ele levantou uma sobrancelha, ligeiramente risonho.

— Claro — ela disfarçou o tom indeciso. Tinha lido muito e sabia que chocolate, embora não fosse fazer exatamente mal, não era a escolha ideal de alimento para ingerir momentos antes de trazer seu príncipe ao mundo. Mas aquela bacia enorme estava bem ali, encarando-a, e o cheiro também não ajudava em nada. — Vai negar o desejo do seu filho?

— Tem certeza de que ele não quer uma fruta, ou...

— Me passa a droga do chocolate, Doug — ela quase chorou de frustração, não tirava os olhos do doce, desejando provar mais um pouco antes da próxima contração fazê-la se contorcer de dor novamente. Aquilo era muito pior do que ela tinha imaginado.

— Evie...

Ele envolveu os braços ao redor dela novamente, tentando arrumar um jeito melhor de acalmá-la. Se ele lhe desse a bacia de chocolate ali, ela derramaria tudo em cima de si mesma assim que a próxima contração começasse. Ele sabia, pela dor em seus dedos, que a intensidade não era pequena.

Ele beijou levemente o ombro dela e deslizou a mão por seu braço até encontrar a dela, entrelaçou os dedos de ambos, e acariciou o local. Ela suspirou, sentindo a calmaria do toque dele, mais ainda sem deixar de desejar o doce.

— Eu apenas estou dizendo que um pouco não vai... Ow!

Ela subitamente levou as mãos até os ombros de Doug, apertando-os, seus olhos fechado com força enquanto sentia outra onda forte de dor a atingir. Doug voltou à posição de alerta, cobrindo as mãos dela com as suas e assoprou de leve na testa dela, fazendo os fios azuis pularem para cima.

Ele tentou contar os segundos. Quase 60 daquela vez.

— Okay — Evie relaxou e soltou os ombros de Doug quando acabou, arfando em busca de ar. — Essa foi das grandes.

Ele checou a hora no celular.

— E veio em 9 minutos...

Eles se olharam, meio nervosos, mas sorrindo.

— Ele está vindo.

— Hora de ir para o hospital.

Estava tudo bem. Eles tinham se preparado para aquele momento. O bebê só estava chegando um pouco mais cedo do que o esperado, mas eles tinham cogitado aquela possibilidade. Haviam bolsas prontas e um plano traçado. Tudo estava dentro dos conformes e ia dar tudo certo. E no final de tudo aquilo...

Eles iam ser pais.

Meu Deus.

— Tá tudo bem, não surta.

— Eu não estou surtando — Evie respondeu, embora não tivesse certeza do que dizia.

— Eu estava falando pra mim mesmo.

Ela soltou uma risada baixa. Doug era fofo até quando entrava em pânico. Estava estampado no rosto dele o quanto ele não sabia o que fazer ali, embora tivesse sido ele a ser o porto seguro do casal por todos aqueles meses de espera. Desde o dia em que, corroída pelo nervosismo, ela tinha lhe dito que ambos iriam ter um filho, ele tinha sido aquele a acalmá-la dia após dia, fase após fase. E ali estava ele agora, finalmente sentindo que perdia o controle brevemente. E que hora mais inoportuna.

— Tudo bem, tudo bem — ela disse a si mesma. Não podia entrar em pânico agora, seu bebê precisava dela focada naquele momento. Com esforço, ela jogou os pés para fora da cama. — A bolsa dele já está no carro. Pegue as chaves, meu chocolate, e vamos.

— Seu... Chocolate?

Doug se apressou em dar a volta na cama para ajudá-la a descer.

— É, chocolate! O que você acha que vai me manter sã até chegarmos lá? — ela perguntou de maneira retórica. Doug estava prestes a argumentar, mas Evie o calou com apenas um olhar. — Não ouse discutir comigo agora.

Ele não ousou. Pegou o recipiente onde o chocolate repousava na cômoda, jogou alguns pedaços de fruta dentro e correu novamente até Evie, agora já com um grosso roupão por cima da fina camisola que usava antes, para acomodá-la dentro do carro.

Ele estava desnorteado. Os pensamentos que ele tinha tentado refrear até então avançavam com força total agora, e sua batalha para ignorá-los não estava sendo vencida. Não era daquele jeito que eles tinham planejado as coisas. Elliott deveria nascer apenas dali a quinze dias, a médica tinha garantido aquilo a eles. Então, Doug achou que seria bom terem um fim de semana tranquilo e relaxante antes da chegada dele porque Evie estava simplesmente se estressando demais com as preocupações ao redor dela na capital. Agora ele via que, talvez, tê-la levado para longe da capital tinha sido uma escolha ainda pior. Se algo desse errado, a culpa seria dele.

Com Evie já dentro do carro, feliz da vida com a vasilha de chocolate no colo, Doug entrou em seguida e então deu a partida no carro. Enquanto ele acelerava até a velocidade máxima permitida, Evie se revezava entre colocar pedaços de abacaxi cobertos com muito chocolate em sua boca, esperar pela próxima contração e pegar o celular no bolso da calça de seu marido.

— Para quem está ligando? — ele questionou, desviando brevemente o olhar da rua ao ouvir o som de chamada do viva voz no celular.

— Mal — Evie respondeu, devorando mais um punhado de chocolate. — Ela me mandou deixá-la informada quando acontecesse.

— Certo — ele lançou um olhar nervoso ao celular, repousado na perna de Evie. Mal tinha sido totalmente contra aquela viagem de última hora e ele não queria ouvir sermões da Rainha de Auradon naquele momento.

Evie? — a voz de Mal ecoou dentro do carro quando ela atendeu, depois de muitos toques. Estava sonolenta e levemente irritada. — São quase duas da manhã, eu acho melhor ser importante.

Evie não se abalou com o comentário áspero.

— Depende do que você considera importante, M. Que tal perguntar ao seu sobrinho?

Mal arfou.

Da ultima vez que ouvi essas palavras, descobri que ia ser tia. É o que estou pensando?

— Exatamente — Evie sorriu, se lembrando do dia em que tinha dado a noticia aos amigos. — Elliott está vindo! — seu sorriso se alargou ao dizer aquelas palavras, sentindo a ansiedade tomar conta dela. As coisas ficavam mais reais depois de anunciadas a terceiros. — Tipo, agora. Aqui na praia, e não dá tempo de chegar no hospital de Auradon e...

Evie parou de falar quando outra contração a atingiu. Doug soltou uma das mãos do volante para segurar a mão dela, que ela apertou com mais força do que das vezes anteriores. Ele estava terrivelmente orgulhoso dela, que não tinha gritado nenhuma vez desde o inicio de tudo aquilo, não muito além das exclamações quando a dor chegava.

Até mesmo ele tinha gritado pela dor do esmagamento de seus dedos, mas não ela.

O que?! — Mal gritou do outro lado da linha, alheia ao que eles estavam passando dentro do carro. — Eu avisei! Falei que era estupidez viajar tão perto da data! Não acredito que meu sobrinho vai nascer na areia!

— Ninguém vai nascer na areia — Doug resmungou, forçando a voz através do aperto em sua mão. — Estamos a caminho do hospital local.

Que não é o hospital onde a obstetra dela já tinha tudo preparado.

— Mal, foco, por favor! — Evie gritou com os dentes cerrados pela dor. — Venha para cá. Agora.

Já estou a caminho — Mal disse e a ligação foi encerrada.

Doug foi obrigado a parar no sinal vermelho e olhou preocupado para sua esposa. Estava fazendo muito esforço para não deixar a culpa que veio com as palavras da sua quase cunhada lhe atingir.

— Como estamos?

— Tudo bem — ela acariciou a barriga, respirando fundo. — Ele é apenas um rapazinho muito determinado que sabe o que quer. E, no momento, ele quer muito sair daqui.

Doug tomou a mão de Evie nas suas novamente e apertou seus lábios contra a pele macia dela. Ela o olhou com intensidade, agradecendo a Deus por tê-lo. Ele nunca precisava fazer muito além de apenas tocá-la para que ela ficasse mais calma.

— Me desculpe tê-la trazido para cá — ele disse, lamentando. — Tornei tudo mais difícil em um momento que já é delicado.

— Foi o melhor fim de semana que tive em meses — ela garantiu. Mesmo com todo o pânico do momento, não se arrependia de ter ido para lá. — Eu sentiria as dores em qualquer lugar, e pelo menos a brisa da praia me faz bem.

Ela abriu um pouco mais a janela, provando seu ponto ao aproveitar o vento refrescante que saiu de lá quando o carro voltou a andar.

— Você é maravilhosa — Doug murmurou, tentando olhar para sua esposa e para o caminho ao mesmo tempo.

Ela riu.

— Estou em trabalho de parto, de roupão, com a boca toda suja de chocolate e um ninho embaraçado no lugar de cabelos.

Doug assentiu.

— Como eu disse: maravilhosa.

Evie sentiu seus batimentos cardíacos se acelerarem como as asas de um beija flor quando Doug parou o carro na frente do hospital local. Em apenas algumas horas, ou talvez até menos, ela estaria segurando seu filho nos braços. Ela só não sabia o que fazer depois. Eles já tinham tido tantas conversas sobre aquilo, mas ela ainda morria de medo de ser uma péssima mãe. Ela era geralmente muito segura sobre si mesma e sobre tudo o que fazia, mas não conseguia deixar de sentir medo quando o assunto era a frágil vida de seu pequeno bebê. Como ela faria aquilo? Como o manteria seguro e amado quando a única referência de maternidade que tinha era a Rainha Má?

Aquilo não tinha como acabar bem. Ela já estava fazendo tudo errado, veja só, se entupindo de chocolate às vésperas do nascimento do seu filho. Aquilo podia fazer mal a ele, ela tinha lido sobre aquilo!

Irritada consigo mesma, ela jogou o pote com o restante de chocolate longe pela janela. Ela estava prestes a ter um ataque de pânico real quando avistou Doug, todo preocupado, vindo abrir a porta para ela depois de pegar as bolsas dela e do bebê no porta malas. Ela respirou fundo, concentrando-se na imagem dele para se acalmar. É claro que Elliot ficaria bem. Ele tinha Doug como pai. O mais dedicado e carinhoso pai de todos os tempos.

Ele abriu a porta do carro e olhou confuso de Evie para o pote de chocolate, que tinha voado longe.

— O que o pobre chocolate te fez? — questionou, divertido.

— Nada. Elliot vai ficar bem — ela murmurou, sentindo-se sentimental.

Preocupado, Doug soltou as bolsas no chão e se agachou, apoiando os braços no joelho de Evie. Ele podia ler o medo nos olhos dela, que já estavam úmidos pelas lagrimas que ela se recusava a deixar escapar. Ele levou as mãos até o rosto dela, acariciando sua bochecha.

— Hey, é claro que ele vai ficar bem. Como não ficaria, se vai ter a mãe mais incrível do mundo inteiro?

E olhar de Evie queimou sobre Doug por alguns segundos, e então ela o puxou pela nunca para beijá-lo, sentindo o seu coração arder intensamente, inflando de amor por ele. Ele retribuiu o beijo com prazer, sentindo o gosto de chocolate nos lábios dela.

— Se ele for exatamente como você, serei a mulher mais feliz do mundo — ela sorriu, ainda com a testa próxima a de Doug, sentindo ele acariciar seus cabelos azuis e totalmente bagunçados com ternura.

Doug se levantou e terminou de abrir a porta para ela, ganhando mais dois beijos rápidos e estalados no processo.

— Pronto para conhecer nosso filho?

Ele tomou a mão dela na sua.

— Vamos lá.


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Notas finais do capítulo

Se você tá lendo isso aqui e ainda não leu Descendentes: Desenvolvendo Sentimentos, só vai. Não, não tem 'mas'. É sério, ta perdendo tempo (as cenas Devie são te tirar o fôlego).


https://fanfiction.com.br/historia/741740/Descendentes_Desenvolvendo_Sentimentos


Musica que o Doug estava ouvindo: https://www.letras.mus.br/maroon-5/what-lovers-do/traducao.html


B ♥



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