In Your Eyes escrita por bloodcurse


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa one é um especial de aniversário para um amiga muito querida e companheira de fandom.

Nanda, eu espero que você se divirta lendo essa história que foi feita especialmente pensando em você. Feliz aniversário, amiga, que o nosso otp nos traga muitas alegrias.



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O sol de Konoha estava brilhante naquele dia. Sarada não parava de admirá-lo enquanto refletia  acerca do que havia percorrido para chegar até o presente momento. Ela estava na sala de seu sensei, Konohamaru, atual Hokage da vila de Folha, observando as várias faces dos Kages anteriores, esculpidas em pedra - um verdadeiro cartão de entrada da vila pertencente ao país do Fogo. Dentre os oito rostos que ela estava observando, um deles, Nanadaime-Hokage, foi o que a inspirou traçar esse caminho.

Lembrar de Naruto, que era como um tio para ela, também a remetia a ele. Indagava-se onde  Boruto estava naquele momento; se ele estava bem. Poucas eram as vezes em que ele entrava em contato com ela, e era sabido que isso devia-se ao fato da sua missão ser secreta. Depois de Kawaki, Boruto havia resolvido procurar saber mais acerca da seita que estava por trás do shinobi, mas só foi quando o pai de Sarada, Sasuke, comunicou ao Hachidaime Hokage que somente um ninja como Boruto era capaz de executar uma missão como essas, que o loiro saiu em sua busca. O poder ocular de Boruto era único capaz de conectar todos os verdadeiros motivos de ele ser o alvo da Yakuza*.

Sarada trouxera consigo a carta que Bolt havia escrito à ela, pouco tempo depois que ela fora comunicada acerca do seu novo posto dentro da vila, e foi para essa carta que ela baixou os olhos ao reler, mais uma vez, aquelas palavras que sempre traziam-lhe conforto.

Sarada-chan,

Eu estou escrevendo porque quero que você saiba que a missão no país do Som corre bem. O seu pai estava certo, não há resquícios de nenhum tipo de laboratório, vinculado ou não, ao do Orochimaru, que pudessem dar indícios de que há alguma atividade recente da Yakuza ou de qualquer outro experimento de qualquer outra seita.

Reporto-me a você porque, bom… Hokage, hein? Eu sempre acreditei que esse dia chegaria para você, Sarada, e eu quero que você se lembre que eu estarei ao seu lado, te protegendo, igual já havia prometido a você uma vez. Viu só como vir comigo até aqui não traria nada de bom para você? Você chegaria atrasada na sua posse – o que seria algo bem típico da discípula do meu pai.

Sarada-chan, eu estarei ao seu lado no dia da sua posse, por favor, espere por mim.

Boruto.

 

A promessa contida naquelas palavras trazia à Sarada um sentimento diferente; ela não sabia explicar por que acreditava em Boruto. No entanto, sabia que ele nunca havia faltado-lhe com a palavra. Talvez fosse algo específico dos Uzumakis, mas o seu companheiro de time sempre cumpria o que lhe prometia e a ligação entre Boruto e Sarada era algo que nem mesmo eles eram capazes de nomear. Os dois cresceram juntos, foram parceiros de time, mas ambos alcançaram um estágio diferente quando se tornaram adultos. Sarada não só não sabia nomear o que sentia por Boruto, como também sempre que pensava muito no assunto, os seus pensamentos remetiam-na ao atear de fogo em um galpão repleto de barris de petróleo.

Os pensamentos da morena foram interrompidas por uma sensação diferente no seu chakra. Ela não precisou vira-se para saber que Boruto estava ali, parado atrás dela, observando-a. Sarada permitiu repuxar os seus lábios em um meio sorriso, enquanto guardava a carta do loiro consigo.

“Se eu não conhecesse você o suficiente, eu diria que você anda sentimental, Sarada-chan”, foi a primeira coisa que Boruto disse ao perceber o que Sarada estava lendo.

“E se eu não conhecesse você, eu diria que você está me espionando, baka”, a morena não hesitou em responder à altura. Ambos sorriram, sem deixar que o semblante de satisfação pelo reencontro transparecesse em seus rostos.

“Então… Hokage, huh?”, o orgulho que Boruto sentia pela sua companheira de time era algo tangível em sua voz, agora madura e diferente daquela que remetia à criança que um dia ele fora.

“Você veio.” Sarada, por sua vez, controlou os sentimentos que vinham fazendo guerra dentro de si. Uma linha tênue entre ser racional ou não vinha sendo ocupada por ela desde o incidente com o Kawaiki e, por sua vez, o reativar de seu mangekyou-sharingan devido ao pensamento de que Boruto estaria morto.

Nem Boruto, e tampouco Sarada, esperavam a reação que se seguiu do loiro. Sem hesitar, Bolt se aproximou da Uchiha e depositou carícias suaves em seu rosto e na linha de seu queixo. Era notável para os dois a tensão no corpo de Sarada. A sua postura tornou-se dura e defensiva, como se não soubesse reagir ao toque pela intimidade que ele passava, mas, sobretudo, por vir de Boruto. A combustão de sentimentos que transparecia em seus olhos era completamente análoga ao atear de um fósforo aceso em um derramamento de petróleo.

Derramar.

A linha tênue em que ambos, Boruto e Sarada, se encontravam durante os meses em que o Uzumaki estivera fora se revelou pendendo para o lado do irracional.

De um lado, uma Uchiha, cujo coração era essencialmente intenso, derramava-se em seus próprios sentimentos, sem saber nomeá-los, apenas permitindo-se sentir toda a gama de emoções que o toque de Boruto transpassava em sua pele. O contato era como o incendiar os próprios órgãos. Do outro, um Uzumaki, cuja alma pela primeira vez estava permitindo sentir. Consentir. O chakra de Boruto, dançava dentro dele, como que em resposta ao chakra de Sarada.

Os olhos de Sarada, com a intensidade do momento, tornaram-se vermelhos. A forma que suas tomoes tomaram evidenciava que o seu Mangekyo-sharingan estava ativado. A Uchiha enxergava, através deles, a colisão que o seu chakra promovia com o chakra de Boruto. Da mesma forma, os pontos de chakra do Uzumaki responderam; o jogan de Boruto brilhava intensamente. Nenhum dos dois esperava aquilo. Nenhum dos dois esperava que seus chakras refletissem em suas orbes, conversando entre si, completando-se.

A tensão permaneceu em ambos os corpos, mas nenhum ousou interromper o toque. O corpo de Sarada, ainda na defensiva, era apenas ponte para o ceder do chakra de Boruto. Este, por sua vez, sentia os batimentos de seu coração acelerarem sempre que o chakra de sua companheira de time tocava no seu, convidando-o.

Instigando-o.

O momento foi interrompido com o bater na porta, seguindo da voz da matriarca dos Uchihas, Sakura. A rosada não esperou resposta quando adentrou no escritório da mais nova Hokage carregando consigo a roupa cerimonial da filha. Sakura não percebeu notar a tensão que rodopiava pelo ar, após a interrupção abrupta da filha com o quase sobrinho.

“Sarada, você está pronta?”, a rosada finalmente falou com emoção evidente na voz e ao notar Boruto, com os olhos ainda em sua filha, percebeu que talvez havia interrompido algo. “Ah, oi, Boruto. Você já voltou?”, Sakura não hesitou em perguntar.

Foi Sarada quem respondeu primeiro, levemente enrubescida com a permanência do olhar do Uzumaki nela. A morena piscou duas vezes, certificando-se que os seus olhos voltaram ao normal, quando buscou a atenção de sua mãe ao responder “Sim, estou”.

O transe de Boruto foi interrompido pelo pigarrear da mãe de Sarada, exigindo uma resposta.

“Oi, tia. Pois é, eu voltei antes, eu queria falar com a Sarada-chan primeiro”, o loiro respondeu, com cuidado ao verbalizar as palavras.

“É, eu consegui perceber isso.” Sakura não hesitou ao responder fazendo com que Sarada e Boruto corassem simultaneamente.

“Eu, é… eu vou deixar vocês à vontade e a gente se vê na nomeação, Sarada-chan”. O loiro forçou as palavras, tentando, sem sucesso, que elas parecessem o mais firmes possível.

“Certo”. Foi a única resposta que ele obtivera da morena e ele sabia que era a única que teria por agora.

Boruto retirou-se do recinto porque sabia que precisava processar tudo o que acabara de acontecer. Ele teria que conversar com Sarada o mais breve possível, mas não agora. Agora, ele colocaria um sorriso orgulhoso no rosto e aplaudiria a sua Kyuudaime Hokage. E a protegeria. Agora mais do que nunca, ele manteria a sua promessa de protegê-la.

 

 

*Organização criminosa com ideais remanescentes da Akatsuki e do Orochimaru.


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Notas finais do capítulo

Espero que essa one sirva de inspiração pra que eu consiga continuar com a long hahaha.

Amo você, Nanda! Obrigada por tudo.



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