Dusk Till Dawn escrita por dracromalfoy


Capítulo 3
Capítulo Três


Notas iniciais do capítulo

Olaaarrr, tudo bem??
Mais um capítulo, espero que gostem ♥ Ele está mais curtinho porque eu queria deixar só essa cena mesmo, o capítulo quatro está maior.
Boa leitura!



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DUSK TILL DAWN

Capítulo III

 

Não estava tão frio, ainda era finalzinho de verão, mas a temperatura estava um pouco mais baixa. Na verdade, da noite para o dia, a temperatura caiu muito mais que o esperado. Eu sentia frio, mas isso era normal, eu não sentia as estações do ano como o restante das pessoas, para mim, qualquer dia chuvoso era frio. E, naquele dia, chovia muito.

Continuei andando ao lado de James, estávamos entrando no aeroporto de Londres em silêncio. Paramos perto de um banco e eu retirei um hidratante labial de dentro da minha bolsa, procurando diminuir as rachaduras nos meus lábios. O frio me deixava sensível não apenas fisicamente, mas também detonava meu emocional que, mesmo nos dias mais quentes, já não era lá aquelas coisas. Meu coração estava batendo tão forte dentro do peito e minhas mãos tremiam – não por causa do frio –, eu sentia que poderia desabar em lágrimas a qualquer instante, mas torcia para que isso não acontecesse.

James permaneceu ao meu lado, esperando que eu estivesse pronta para continuar o caminho até o interior do aeroporto. Eu não queria ir, mas precisava e, toda vez que eu olhava nos seus olhos, eu queria menos ainda. Sentia que poderia desistir de tudo que havia planejado por tantos meses apenas para ficar mais alguns segundos com ele, perto dele. Queria que as coisas fossem diferentes, porém, infelizmente, não eram.

Depois da discussão que tivemos, encontrei-me com ele no Três Vassouras, assim como Alice me aconselhou a fazer. Essa era uma das coisas interessantes sobre nós dois, tudo parecia uma grande tempestade, quando na verdade era apenas uma garoa num dia de ventania. Eu fiquei tão desesperada e com medo de como as coisas seriam, do que ele me diria. Era como se o principal sentimento durante todos os últimos meses pudessem ser resumidos em “ansiedade”. Qual era o próximo obstáculo? Qual seria a próxima prova que teríamos que enfrentar para testar a nossa relação?

Naquele dia, nós nos resolvemos, assim como acontecera em todas as outras brigas e discussões, pois nós sempre nos resolvíamos no final. Porém, por algum motivo, naquele dia as coisas pareciam diferentes. Eu ainda estava apreensiva, eu ainda estava ansiosa, ainda estava com medo.

— Você vai se atrasar, Lily. – Avisou James, puxando minha mala, a maior que eu estava levando.

Acenei com a cabeça e coloquei-me ao seu lado, puxando a mala menor. O silêncio era incômodo demais, eu gostaria que ele falasse algo, que não guardasse para ele o que estava sentindo.

Quando contei para James sobre a bolsa de estudos que eu ganhara em New Haven, ele ficou muito contente, não parava de dizer que estava orgulhoso e que sempre acreditara no meu potencial, tudo aquilo era verdade, eu conseguia sentir pela forma como ele me olhava que ele falava sério, que sentia aquilo. Conforme os meses foram passando e a proximidade da minha mudança foi chegando, as coisas começaram a ficar ruins para nós dois. Eu chorava ao pensar em deixá-lo, ele, no entanto, me dizia que tudo ficaria bem, que estaria do meu lado independente do que acontecesse. Eu acreditava em cada palavra, mas aquilo não diminuía minha dor, de forma alguma. – principalmente quando brigávamos e eu percebia, cada vez mais, que ele não estava feliz.

Chegamos. Enquanto minhas bagagens eram carregadas, coloquei-me de frente para James, olhando-o nos olhos. Comecei a chorar imediatamente, não tive tempo de pensar em não chorar.

— Lily, por favor, não chore... – James pediu, me abraçando forte, ele beijou o topo da minha cabeça e afagou minhas costas, suspirando fundo. – Você está indo para crescer, isso não é bom? Você é incrível demais para ficar presa num lugar só quando tem capacidade para conquistar o mundo. Eu sei que, às vezes, eu fico insuportável só de pensar nisso e sei também que não demonstrei tanto, mas... Eu estou orgulhoso de você, eu amo você.

Afastei-me de seu abraço apenas para olhá-lo novamente. James não chorava, mas seus olhos vermelhos – que eu já havia reparado anteriormente – provavam que, sozinho durante a noite, ele não estivera tão forte quanto agora.

— Eu amo você – declarei. Ele sabia, sempre soube.

Comecei a tirar minhas luvas finas, sentindo minhas mãos tremerem ainda mais devido ao contato repentino com o vento que circulava.

— Por Deus, Lily, coloque as luvas, esse frio está de...

— Shhh – interrompi, levantando minhas mãos até suas bochechas que estavam quentinhas. – Se essa é a última que verei você, quero saber exatamente qual a sensação de te tocar. – Aproximei-me mais, nas pontas dos pés, e o beijei muito delicadamente, podia sentir as lágrimas rolando em minhas bochechas. – Eu amo você. Tanto.

— Não é a última vez – suspirou ele, segurando meus pulsos e, em seguida, esfregando suas mãos nas minhas. – Não é a última vez. Vou visitar você, tudo bem? Sempre que eu puder.

Eu sabia que aquilo não era verdade, mas concordei com a cabeça, voltando a colocar minhas luvas quentes.

Toda mudança era assim. Começava com os discursos de “vou dar um jeito de te visitar sempre” até o momento em que nenhum dos dois tem tempo para fazer uma ligação ou mandar uma mensagem. Até o dia em que um dos dois se esquece que tinham marcado de conversar pelo FaceTime ou de fazer uma ligação. A história se repete com todas as pessoas, porque a vida é bem diferente de um filme de romance. Nem todos conseguem dar um jeito depois que o fim está se aproximando.

No momento em que mandei um email confirmando minha bolsa na universidade Yale, eu sabia que teria de abrir mão de algumas coisas. Sabia que iria conversar com James todos os dias até que estivesse ocupada demais, ou sobrecarregada de responsabilidades que tomaria todo o meu tempo e concentração.

— Não deixe de visitar a minha mãe, tudo bem? – pedi abraçando-o novamente, James riu contra mim. – Ela ficou muito solitária desde que meu pai morreu, você sabe. Petúnia nunca a visita. Meu Deus, James, eu não posso deixá-la sozinha...

— Ei, ei, ei! Não diga isso. Sua mãe está tão orgulhosa de você, Lily. Ela está muito, muito feliz por você. E sim, eu vou visitá-la sempre. Mal posso esperar para almoçar com ela todos os dias.

— Obrigada – agradeci rindo da sua resposta. Ele sorriu ao me ver rindo e acariciou meu rosto. – Ela gosta muito de você, James.

— Eu também gosto muito dela. Nunca conseguirei agradecê-la o suficiente por ter feito você.

Chegou a hora de partir. Meu coração pareceu falhar algumas batidas quando eu tive que me desvencilhar de James e partir para um destino novo, uma vida que eu passara meses planejando e almejando.

James ficou para trás, eu olhei para ele uma última vez antes de embarcar.

Eu estava indo para sete mil quilômetros longe dali, mas meu coração permaneceria em Londres.


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Notas finais do capítulo

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