Chiquititas - Revenge escrita por Geovanna Danforth


Capítulo 9
Passeios




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Acordei como uma sonâmbula no dia seguinte, meus olhos não queriam se abrir de jeito nenhum, mas depois de tomar o café da manhã reuni forças pra arrumar a bagunça que estava meu apartamento. Quando já se passavam das nove da manhã peguei o notebook, precisava trabalhar.

Pesquisei sobre o orfanato de Soraya e encontrei algumas informações, não tantas quanto eu queria... Rangel estava certo, Soraya tinha umas ligações com vereadores e a prefeitura, deveria receber alguma verba mas a questão era se esse dinheiro estava sendo investido no orfanato realmente, nas crianças. Dizem que o tempo muda as pessoas mas eu duvidava muito que o tempo tivesse aplacado a ganância de Soraya por dinheiro e poder.

Mas agora o orfanato estava sem sua secretária... e nessa brecha eu entraria.

Enviei meu currículo para um e-mail que encontrei, rezei pra que esse ainda estivesse ativo, mas ao mesmo tempo temi; quando Soraya visse meu currículo logo me chamaria, além de minhas reais formações enfeitei o documento com outras qualificações e isso me dava a chance de logo entrar, mas o que me assustava era o que eu iria encontrar depois que passasse por aquelas portas.

CH

Depois do almoço me joguei na cama, uma preguiça se apoderava de mim, até que o celular vibrou: uma mensagem de Rangel.

Preciso falar com você.

Retornei com uma ligação.

—Alô?

— Oi Laurinha... e aí?

—Laureen. Tudo ótimo, e por aí?

— É... tá mais que bom, estou aqui apreciando a vista, o dia tá tão lindo, você não acha?

— Não sei Rangel, ainda não saí de casa hoje, por favor, pode falar o que você quer?

— Eu não quero nada.

— E por que mandou mensagem então?

— Porque esse era o combinado. Te ligar de vez em quando pra avisar como estão as coisas...

— Ah sim, muito bem lembrado.

— Pois então... até agora está tudo bem. Maíze está por aqui... agora fazendo alguma coisa pra gente comer, estamos um pouco longe da cidade.

— E como está ela?

—Bem calada... desde ontem quando a encontrei chorando no meio fio...

Comecei a rir.

— O que você disse pra ela Rangel?

— Hum... disse que estava dando uma volta por ali... e que tinha uma lancha no porto, se ela quisesse dar uma volta pra espairecer... depois de tanto tempo, parece que nós nunca nos separamos.

— Rangel.

— O quê?

— Cuidado.

— Hum... não se preocupe Laurinha... ninguém vai achar Maíze aqui, vou mantê-la longe e...

— Me refiro ao seu coração.

Ele ficou calado.

— Maíze pode estar toda quieta agora e tudo mais, ainda está se recuperando do encontro de ontem à noite, mas ela ainda continua sendo cria daquela bruxa. Não deixe ela seduzir você, você é quem deve fazer isso. E se o destino ajudar talvez ela escolha ficar do seu lado.

— Bem... eu tomarei cuidado. E juro Laurinha, que não deixarei Maíze voltar para aquele play boyzinho...

`_ Êpa!

— Tá.. desculpa. É só que eu...

— Sim Rangel... eu te entendo, sinto exatamente o que você sente. Mas escuta só... a Maíze não vai voltar com o Tiago. E não vai voltar simplesmente porque estará apaixonada por você ou porque você a prenderá, mas porque eu jamais vou deixar que isso aconteça, de novo.

CH

Estava assistindo uns vídeos no You Tube enquanto o céu escurecia lá fora até que Renata me ligou.

—Oi amiga!

—Oi Renatinha...

—Vamos ao cinema hoje?

—Cinema?

—É... aqueles lugares onde passam filmes numa tela enorme e...

— É claro que eu sei o que é um cinema né!

Renata riu.

— Adriana deu a ideia, se não a gente só fica trancada em casa.

—Tudo bem então.

— Ótimo! Passamos aí às oito.

— Ok.

Desliguei o celular e parti para o banheiro.

As meninas apareceram um pouquinho antes das oito, ainda estava colocando minha peruca, mesmo que estar com as meninas não significasse ameaças, estar em público significava muito. Calcei minhas sapatilhas pretas e desci.

Desde quando entrei no carro o clima ficou frio, alguns comentários aleatórios até chegarmos no cinema, alguma coisa estava estranha.

Um filme do Will Smith estava em cartaz e assistimos esse mesmo, depois que acabou saímos andando pela calçada sem saber o que fazer.

— E então, _ perguntou Renata _ pra onde vamos agora?

— Eu não faço a mínima ideia... _ murmurou Adriana.

— Já sei! Pizza!

— Ai de novo... _ resmungou Adriana.

— Por quê? _ perguntei.

— É que ontem comemos pizza no jantar...

—Então vamos atravessar a rua. _ disse Renata. Só então fomos perceber que estávamos perto da praça.

Sentamos em um dos bancos da praça e ficamos observando o fluxo de pessoas, era festival de alguma coisa porque estava cheia de brinquedos e principalmente crianças...

Renata queria comer batata frita e perguntou se nós queríamos também.

— Eu já comi pipoca, _ falei pra ela _ queria alguma coisa doce...

— Que tal o Tiago? _ Renata riu e eu senti que ia ficar vermelha.

— Bem, _ Adriana pigarreou _ conheço uma mulher que vende bolos ali do outro lado, e apontou para o ponto mais longe da praça.

— Eu sei onde é! _ disse Renata_ Vou lá comprar pra você, quer alguma coisa Adri?

— Não, obrigada.

Renata saiu andando e eu fiquei lá com Adriana no mesmo silêncio.

— Tá tudo bem com você? _ perguntei baixinho.

— Como?

—Tipo... aconteceu alguma coisa? Com o Railsom... ou é TPM mesmo? _ ri e depois parei quando percebi Adriana me encarando.

— Não... _ ela começou _ estou de boa.

— Sério, porque não parece. Não é a Adriana que eu conheço.

— E qual é a Adriana que você conhece?

Fiquei confusa, o que tinha acontecido?

— Hum... é... sei lá... a minha amiga, que parece uma mãe chata às vezes mas é muito especial e...

— Que guarda seus segredos...

— Sim... que guarda meus segredos.

— E por que você não os conta pra mim Laureen?

Paralisei.

— Por que não me contou sobre a Maíze?

Que merda.

— Co-como... _ tentei perguntar.

— O Tiago me contou.

— Ele descobriu?!

— Calma Laureen, claro que não...ele só me contou que no jantar que ele tinha marcado com a Maíze, pra terminar tudo entre eles, ela sumiu. _ Adriana me encarou. _ O que você fez com ela?

— Eu não fiz nada. Nada que ela não merecesse.

Adriana suspirou.

— Por que não me contou Laureen? Por que não nos contou? Somos suas melhores amigas não somos?

— Claro que sim. _peguei sua mão_ É que... decidi de um dia pro outro que ia fazer isso, o único que fazia parte do plano era o Rangel...

— Rangel?! Você foi atrás dele?

— Era preciso.

— Eu não sei se existe masculino pra cobra mas se existir é o nome que eu daria pra ele.

— Ele me ajudou Adriana.

— Te ajudou por causa dos interesses dele. Agora já saquei tudo. Ele está com a Maíze, né?

— Sim.

— E quem te garante que ele não vai levar ela pra Soraya e contar que você já está por aqui?

Paralisei.

— Não... _ murmurei_ Rangel ama Maíze.

— Eu também acho...

— Ele teme por ela.

Adriana ficou me olhando.

— Você sabe que não gosto quando fala assim.

Balancei a cabeça.

— Tudo bem, desculpa tá. Eu deveria ter pelo menos avisado vocês sobre o que ia fazer e não apenas usar a sua informação mas eu prometo que...

— Perdi alguma coisa? _ disse Renata com os lanches nas mão e o cabelo alvoraçado.

— Senta aqui vai... _ falei.

CH

Já estávamos no carro dando gargalhadas dessa vez, Renata me surpreendia com suas piadas, mas mesmo dessa forma extravagante que ela estava seu jeito doce sempre vinha à tona, ela não tinha mudado nada.

Contei mais detalhes sobre a noite passada e as meninas ficaram chocadas mas riam ao mesmo tempo só de imaginar a cara de Maíze.

— O que não se faz por um homem né... _ murmurou Adriana e me olhou pelo retrovisor. Revirei os olhos.

— Vai comprar seu carro amiga? _ perguntou Renata.

— Logo, logo...

— Ainda diz que não é rica... _ disse Adriana e as duas riram.

— Pra se alcançar tudo que quer basta ter disciplina, coragem... beleza também conta.

— Ah é? _ disse Adriana.

— Sim querida. Espera só pra ver. Já consegui tirar Maíze do meu caminho, daqui a pouco quem vai vir vai ser o Tiago e daqui a alguns dias compro meu carro. _ Dei uma piscadela_ Simples.

Quando percebi as meninas me olhavam de um jeito estranho, como se não me conhecessem, na verdade nem eu mesma me conhecia, mas sabia o que queria e conseguiria.


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