Chiquititas - Revenge escrita por Geovanna Danforth


Capítulo 27
Rompimento




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O dia amanheceu como os outros, ensolarado, e antes de tomar banho eu comecei a raciocinar sobre que atitudes tomar antes de começar o meu plano.

Peguei uma blusa florida e minha calça branca e fui à praia.

CH

Um carro estacionou atrás do banco em que eu estava sentada de frente para o mar, um rapaz negro e apresentável saiu do automóvel e se sentou ao meu lado sem olhar para mim.

— Bom dia Laureen.

— Bom dia Rangel.

— E as novidades?

— Bem, por enquanto tudo tranquilo, mas pode ficar desconfortável para algumas pessoas.

— Por que me chamou?

— Vim te avisar que quero você e Maíze fora do estado ainda hoje.

— O quê?

— Se fosse fora do país iria me fazer mais feliz...

— Mas Laurinha...

— Laureen, por favor.

— Laureen, pra quê isso? Estamos bem onde estamos. Maíze está confiando em mim agora.

— Ótimo! Assim ela vai entender quando você disser que estarão viajando rápido e pra longe por questões de segurança.

— O que você vai fazer?

Encarei Rangel por uns segundos.

— Desde o dia que fui no seu escritório eu te disse que queria acertar umas coisas que estavam fora do lugar. E eu não estava falando apenas do Tiago.

— Sim, eu sei que você fez Maíze sair do emprego por causa de Soraya.

— Que inteligente você é! _ sorri pra ele e voltei a encarar o mar. _ Então suspeito que já saiba porque quero ela mais longe agora.

Rangel ficou em silêncio. Me virei novamente para ele.

— Se der alguma merda não quero que Maíze intervenha.

— Ela não vai fazer isso, eu a amo e não vou deixar que ela faça besteira.

— Ainda bem que você sabe que defender uma cobra como a Soraya é uma grande besteira, e se você a ama mesmo tem que ir embora logo porque ela seria capaz de fazer isso.

Abri minha bolsa e preenchi um cheque, quando entreguei a Rangel ele me olhou desacreditado.

— Rangel, eu não estou comprando ou pagando você, estou te ajudando, sei que te peguei de surpresa.

Ele pegou o cheque desconfiando. Me levantei do banco enquanto o vento balançava meus cabelos.

— Então, _ falei _ espero que a gente demore pra se ver. Não é por nada não, você sabe... e Rangel, foi muito bom trabalhar com você.

Estendi a mão e Rangel a apertou balançando a cabeça positivamente.

— Acho que posso dizer o mesmo.

— Façam uma boa viagem.

E segui pela calçada como se não tivesse obrigado, sem perceber, que a única testemunha favorável a Soraya sumisse do mapa.

CH

Eu estava evitando Tiago desde o dia anterior, não li suas mensagens apesar de estar me corroendo por dentro. Fiz minhas refeições fora de casa pra não correr o risco dele me encontrar. Mas ao entardecer, quando eu voltava pra casa no meu carro, exausta de perambular, Tiago me esperava na frente do prédio.

Passei direto pro estacionamento mas ele me reconheceu devido o cabelo solto, e foi me recepcionar quando saí do carro.

— Boa noite.

— Oi. _ respondi baixinho.

— Posso saber o motivo do sumiço?

— Sumiço?

— Sim, você está me evitando.

— Quê isso Tiago, eu só estive muito ocupada, você sabe, trabalho...

— Eu já soube que você foi demitida.

—Adriana... _ resmunguei. Isso que dava envolver amigos no trabalho.

— Fiquei decepcionado por saber disso por uma amiga e não pela minha namorada.

— Tiago, me desculpa, eu não fiquei bem, e sabia que você ia ficar me falando besteiras e...

— Besteiras? Eu sempre quis proteger você.

— Sim, eu entendo, mas sei que ia jogar na minha cara várias coisas e...

— Eu não iria fazer isso.

Ficamos nos encarando.

— Me desculpa. _ murmurei.

— Ah Laurinha...

Nem deu tempo de pensar quando Tiago com apenas um passo acabou com a distância entre nós, colocando as mãos ao redor do meu rosto e me beijando com saudade. O peso do corpo dele nos levou de encontro a uma das colunas do estacionamento e eu perdi o controle me entregando pra ele. Que Soraya fosse pro inferno, ela e aquele tal de Nil, eu só queria Tiago e seu corpo entre minhas pernas, mas enquanto sua mão passeava pela minha cintura seguindo pra minha bunda, eu lembrei que precisava terminar de ver os documentos que imprimi no orfanato. Puta merda.

— Tiago... _ murmurei enquanto ele beijava meu pescoço.

— Hum?

— Eu preciso subir.

— Eu espero que você esteja dizendo que precisa subir em mim.

Segurei o riso.

— Não, preciso subir pro meu apartamento.

— Pra... subir em mim?

Suspirei. Sabia que ele ia ficar chateado mais uma vez.

— Conta pra mim, eu posso te ajudar. _ suplicou ele.

— Não Tiago, tem coisas que eu preciso resolver sozinha.

Tiago se afastou e colocou as mãos no bolso. O analisei, com o cabelo bagunçado pelas minhas mãos e podia imaginar em que estado eu estava.

— Pensei que eu era importante pra você.

— Mas você é...

— Não sou não! Se fosse, você pelo menos me diria o que sente. Sinto muito Laurinha, ou Laureen, nem sei quem você é mais, só sei que você é uma das pessoas mais egoístas e arrogantes que já conheci.

Tiago partiu.

Deixando uma faca cravada no meu peito que afundou a cada palavra que ele disse pra mim.

Como era possível que aquela boca que me fazia ir às estrelas tivesse me ferido daquela forma?


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