Chiquititas - Revenge escrita por Geovanna Danforth


Capítulo 13
Conversas




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Meu coração começou a bater rápido demais. Tomei coragem e abri a porta só um pouquinho, coloquei apenas minha cabeça de fora.

— Boa tarde, o que deseja?

— Eu não vou sair daqui enquanto não me deixar entrar.

Revirei os olhos.

— O que você quer Tiago?

Ele colocou a mão na porta.

— Eu só quero conversar com você.

— Ah é? Quer conversar ou quer me comer?

Ele arregalou os olhos e já estava ficando vermelho.

—Olha aqui, _ falei _ se foi pra isso que você veio, saiba que já me machucou o bastante e não estou a fim de passar por isso de novo.

Bati a porta e passei a chave.

— Laurinha... Laureen... por favor abre a porta. _ falou ele do outro lado.

— Por que eu faria isso?!

— Precisamos conversar, ainda tem muita coisa que precisamos entender e...

— E tem mesmo. Principalmente sobre as suas mentiras.

— Mentiras? Que mentiras? Laurinha abre logo essa porta.

— Sobre você e a Maíze! Sobre o que seria mais?

— Merda... _ ouvi ele resmungar do lado de fora.

Depois de um tempo ele resolveu falar.

— Me perdoa Laurinha por favor. Fiquei nervoso quando soube que você estava aqui e não pensei nas consequências do que fiz e...

— Por que Tiago? Por quê?

— Porque você não entrou em contato comigo, não deu notícias... pensei que tinha me esquecido e...

— Mas Tiago como você é burro! Como eu poderia esquecer de você? Só não queria atrapalhar sua vida com os meus problemas e...

— Seus problemas? Você sabe mais do que qualquer um de nós que esse problema não é só seu. E ele tem nome.

Sim, Soraya. Aquela peste.

— Mas parece que esse problema não está tão problemático pra você não é?

Tiago ficou em silêncio depois falou mais baixo.

— Ela me ajudou muito nos últimos anos.

— E por causa disso você agora anda de quatro atrás dela né... ah meu Deus.

— Olha Laurinha, Soraya cuidou muito de mim mesmo depois de ter saído do orfanato e devo muita coisa a ela, não sou nem um ingrato.

— Você não consegue ver a verdade Tiago, isso que não consegue; não sabe que ela é uma interesseira. Mas olha aqui, eu não vou ficar falando dela e fazendo você pensar que eu é que sou a mal amada, porque Renata e Adriana também tem nojo daquela criatura.

— Cuidado como você fala Laurinha...

— Já que você gosta tanto dela e ela é como uma mãe pra você...

— Uma irmã mais velha.

— Que seja! Sugiro que você volte pra lá mesmo, tente reconquistar Maíze e viva sua vida que deveria estar bem melhor antes de eu ter chegado aqui. Depois que eu tiver terminado o que vim fazer vou voltar e você não vai mais precisar se preocupar comigo ou com qualquer coisa que seja.

O silêncio reinou. Pensei até que Tiago tinha ido embora. Num ato de desespero abri a porta rapidamente pronta pra correr atrás dele mas acabei dando de cara com ele no próprio corredor. O braço esticado se apoiando no batente da porta, uma jaqueta de couro ele vestia e seu olhar estava molhado.

— Me perdoa por favor. Não foi minha intenção vir aqui e parecer ter te usado... jamais. Não quero perder você dessa vez Laurinha.

Meu corpo tomou a frente das decisões e quando vi já estava nos braços dele, beijando seu rosto e sentindo que ele estava ali e não nos separaríamos. Tiago beijou meu rosto e meu pescoço e depois parou pra me observar passando os dedos por meu cabelo.

Rapidamente pulei em seu colo e entramos no apê batendo a porta atrás de nós.

— Você não tá com calor? _ falei tirando sua jaqueta. Ele riu e voltou a me beijar me pressionando contra a porta.

— Eu estava com muita saudade. _ Murmurou no meu ouvido como um segredo e eu sorri. Quando as mãos de Tiago já estavam indo por um caminho perigoso lembrei que estava esperando outra visita.

— Ei ei.. _ falei _ Não podemos Tiago.

— Por que não? _ disse como uma criança chorona.

— Estou prevenindo um barraco.

Me libertei dele e comecei a ajeitar minhas roupas e meu cabelo.

— Barraco? _ perguntou ele.

— Você não conhece a amiga que tem né?

— Que amiga?

— Ah... e eu já estou sabendo de tudo viu?

Tiago ficou sem jeito.

— Do que você está falando?

A campainha tocou.

CH

Adriana já tinha se apossado da minha cozinha, havia feito um café e agora o bebia em uma xícara sentada em uma cadeira como uma madame. Eu estava sentada com Tiago na cama, suas pernas a minha volta e eu tentava raciocinar, mas era quase impossível.

Ele já havia ouvido outra repreensão de Adriana mas dessa vez na minha frente e tinha pedido desculpas várias vezes prometendo não fazer mais, sendo que isso era meio sem lógica porque eu já estava ali e não ia embora tão cedo...

— Bom, tenho que ir. _ disse ele.

— Ah... poxa. _falei.

— Que peninha. _ disse Adriana com ironia. Ela não sentia tanta falta de Tiago como eu, afinal eles não se desgrudaram desde o orfanato.

— Mas eu volto outra hora.

— Uma hora que eu não esteja aqui de preferência.

Encaramos ela.

— Que é gente? Ninguém merece ficar olhando vocês nessa pegação.

Nós rimos e Tiago me abraçou forte. Fui acompanhá-lo até o elevador apenas pra roubar mais beijos.

— Não demora tá? _ murmurei com o rosto encostado em seu peito.

— Só tenho uns trabalhos da universidade pra fazer sabe... início de disciplina.

Ergui os olhos pra ele e senti que precisava contar muitas coisas. Na verdade precisava contar tudo que tinha me acontecido desde que fui embora e ele precisava me contar também. Mas havia uma coisa que precisava ser contada logo.

— Tiago, preciso te contar uma coisa. _ me afastei dele.

—Tudo bem, pode contar.

— Fui eu que fiz Maíze ir embora.

Ele ficou me olhando, apenas me olhando.

— Você não vai falar nada?

— Eu já sabia.

— Hã? Como você já sabia? Quem te contou?

— Ninguém Laurinha. _ disse ele balançando a cabeça.

— Mas...

— Eu apenas deduzi.

— Hum.

— Eu marquei de sair com Maíze uma noite, logo depois daquela tarde em que nós... hum...

— Sim, sim. Nós nos encontramos.

— É. Eu ia terminar com ela, ia explicar que não ia dar mais certo porque não a amava, na verdade nunca a amei.

— Mas na verdade era por mim não é? _ falei com um sorrisinho.

— Sim. _ ele sorriu de volta. _ Você me fez perceber a verdade. Mas então, Maíze ficou estranha, disse que ia ao banheiro e depois só recebi uma mensagem do garçom dizendo que ela estava se sentindo mal e havia ido embora. Aquilo me deixou sem reação porque fiquei sem entender o que fez ela ir embora sem mim.

Fiquei o encarando.

— No outro dia ela me ligou e disse que queria terminar nosso namoro, nem me deixou falar direito apenas disse que não me amava mais e que eu não deveria procurá-la, mas antes de ela desligar eu disse que compartilhava da ideia mas só queria entender porque ela estava agindo daquele jeito, só que ela desligou o telefone antes de eu terminar de falar.

— Nossa, que ignorante.

— Dias depois eu estava na universidade e a encontrei.

Meu coração começou a bater forte.

— Mas a vi de longe apenas, ela estava na secretaria.

— E... você foi falar com ela?

— Não. Havia um homem com ela.

— Hum... e você sabia quem era?

— Não. Mas fui atrás de quem sabia e foi nesse dia que eu fui ao orfanato e encontrei você, Laureen.

— Ah sim... lembro bem.

— Depois que Soraya me contou o que sabia vim entender que você estava por trás de tudo.

Engoli em seco.

— Por que fez isso? _ perguntou.

Franzi o cenho.

— Você ainda pergunta?

Ele arqueou as sobrancelhas.

— Não sei se ficou claro pra você mas, _ comecei a disparar_ fiquei arrasada quando as meninas me contaram que o cara com quem eu passei uma das melhores tardes da minha vida havia mentido pra mim!

— Eu não menti pra você.

— Você não me contou que estava com a Maíze!

— Mas eu esqueci! Quando eu te vi, _ Tiago segurou meu rosto com as mãos_ eu só queria te tocar e saber se você era real, queria te beijar, queria... _ Tiago mirou minha boca.

Me desvencilhei dele rapidamente, ainda não tinha terminado.

— Não importa, eu fui enganada do mesmo jeito. Se você fosse casado, teríamos cometido adultério!

Tiago deu uma gargalhada.

— Como se você se importasse com o que é pecado Laurinha.

Bufei.

— Olha só Tiago, eu só quero te contar isso porque não quero que existam segredos entre nós, quero que saiba que naquela noite eu me encontrei com Maíze no banheiro e a obriguei a te deixar. _ ele ficou me olhando extasiado_ Procurei o Rangel e pedi a ajuda dele, ele era o único que eu sabia que suportaria Maíze. E também eu sabia que com ela fora do meu caminho seria muito mais fácil lidar com Soraya. _ Tiago passou a mão no rosto. _ Aquele dia que você viu Maíze, provavelmente ela estava trancando o curso ou transferindo pra outro lugar, e aquele homem que você viu era Rangel. E agora, como você já sabe, sou a nova secretária do orfanato e se você quiser, sua namorada.

Tiago ficou me encarando.

— Eu subestimava você.

Dei uma risada.

— Não subestime mais... _ lhe dei um selinho.

Tiago me olhou e passou a mão em minha cabeça.

— Não faça besteira Laurinha, por favor.

— Não se preocupe comigo. Apenas continue ao meu lado e no final vai ficar tudo bem.

Ele franziu o cenho e eu o beijei. Depois ele me abraçou e sua boca cobriu a minha.

— Arrá!_ gritou Adriana da porta do apê _ Sabia que já estavam nessa parte!

Tiago riu e se despediu depois foi embora.

— Qual o seu problema garota? _ perguntei a ela.

Ela riu.

— Sei lá... só acho engraçado vocês dois. Adoram corredores né.

Revirei os olhos e entrei.


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