Uma inconsequência chamada Felipe escrita por Mine


Capítulo 2
Capítulo 2 – A primeira vez que saímos juntos


Notas iniciais do capítulo

Alous! Então... Eu tenho alguns problemas em cumprir esses desafios de escrita, eu começo e me empolgo, daí me perco e não posto nunca mais, rs

Boa leiturinha ♥



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Como de praxe, não foi nada lá muito especial naquele momento. O significado veio depois, sabe? Quando eu me peguei apaixonada por ele? Esse mesmo. Era quinta-feira, fim de tarde. O único horário das nossas agendas que batia, então, eu e Felipe poderíamos trabalhar naquele projeto de ciências. Na verdade poderíamos fazer no dia seguinte, mas quem em sã consciência marcaria para fazer pesquisas toda sexta-feira?!

Não que quinta fosse um dia tranquilo para ele. Era logo após o seu treino, jogava futebol. Pois é... Thiago também e, como todo clichê, era o capitão do time. Não que isso venha ao caso, claro. Perguntei se para ele estava tudo bem mesmo, afinal, eram três horas de exercício físico intenso... Terça, quarta e quinta. Bom, de segunda a quarta eu trabalhava, logo, tínhamos quinta e sexta como opções. Queríamos nossas sextas-feiras livres, julguem-nos.

Enfim, estávamos na biblioteca, discutindo — em baixa voz, é claro — sobre o que poderíamos fazer na feira científica. Não conseguíamos chegar a um consenso... Eram muitas possibilidades, ideias que tínhamos, mas que não nos agradavam. Pilhas de livros ocupavam nossa mesa. Biologia, química, física... Podíamos falar sobre tantas coisas. Desde maneiras que fossem mais eficientes para distribuição de energia ao desenvolvimento de um feto. Nenhuma ideia nos agradava.

Estávamos tão concentrados para achar um tema legal, que nem vimos a hora passar. Só saímos de lá, pois a bibliotecária nos expulsou... Sim, já eram 19h, ela precisava fechar o local. Duas horas e meia de vários nadas resolvidos, quem não gosta disso, certo? Eu estava morrendo de fome, só sabia disso e imaginava que ele também. O treino dele acabava às 16h, não achava que desse tempo de ele tomar banho e comer algo antes de irmos estudar.

— Quer comer alguma coisa? — perguntei como quem não quer nada, porque realmente não queria mesmo. Na verdade eu não estava afim de ir pra casa ainda e não queria andar sozinha pelas ruas de São Paulo. A vida tem dessas e talvez não fosse prudente da minha parte ficar por aí com alguém que eu conheci há mais ou menos duas semanas...

— Acho que tá rolando alguma coisa aqui no colégio... — a minha tentativa de ser sociável foi ignorada? — O Bruno disse que ia ter algo... Era... — ele franzia a testa, olhando para cima, como se buscasse algo em sua memória, era engraçado até.

— Era o Sarau? — só poderia ser. Giovanne falou sobre isso praticamente as férias inteiras. Era um evento que a 3ª série organizava e como ele fazia parte da comissão, estava super animado. Eu tinha até me esquecido disso...

— É! — foi uma exclamação e tanta, como se tivesse descoberto algo muito importante, fofo até. Um momento de “eureca” — E, boatos de que tem comida! — então ele não me ignorou... — Cara, eu tô faminto. — eu estava certa, não é mesmo?

Andamos até o pátio do colégio, que era onde seria o evento. Estava bem bonito, com lanternas de papel penduradas. Montaram um palco e haviam barraquinhas. Pois é, Gio... Vocês mandaram bem. O local estava até que bem cheio, considerando ser quinta à noite e que havia somente o Ensino Médio presente. Nós fomos em direção às barracas e Felipe comprou um cachorro-quente, eu peguei apenas um suco.

— Você não vai comer? — Felipe indagou um tanto confuso — Ou só eu que precisava comer depois de queimar tantos neurônios?

— Não... Eu também estou com fome. — respondi tranquilamente enquanto recebia um olhar completamente confuso da parte dele — Mas eu não como carne e meio que não tem nada por aqui que eu possa comer. — dei de ombros, era sempre assim. Eu estava habituada já. Ele me pareceu um pouco chateado ao ouvir isso, não saberia dizer ao certo. A Mirella de quatorze anos não estava entendendo a razão para alguém se chatear com uma escolha dela, a qual não afetava o direito de ninguém sobre o que comeriam. Era isso que se passava em minha mente, até que senti Felipe me puxar gentilmente pelo braço, querendo me levar para algum lugar.

Quem em sã consciência seguiria alguém que mal conhecia? Ou se deixaria ser puxada escola afora, à noite, sem nem saber onde estavam indo? Realmente, Mirella, isso já estava fadado ao desastre. Só não viu porque não quis. Nós atravessamos algumas ruas, ele parecia um tanto apressado ou ansioso.

— Ei, seu Manoel! Boa noite! Trouxe alguém pra experimentar o seu especial vegetariano!

— Fala, Felipe! Pode deixar, já tá saindo! — seu Manoel tinha uma voz gentil, nós voltamos a sua lanchonete muitas outras vezes — E qual seria o seu nome, mocinha? — “mocinha” foi realmente de forçar a barra, foi o que pensei na época, mas apenas me contive e respondi a pergunta.

— Mirella, meu nome é Mirella. — ele sorriu pra mim e eu sorri de volta. É engraçada a forma como seu Manoel diz que sempre soube que seríamos um casal, desde essa primeira vez que comemos lá, juntos. Ele ama contar essa história para os clientes, toda vez que íamos à lanchonete.

O meu sanduíche havia chegado e então nos sentamos, Felipe e eu, em uma das mesas da calçada. O céu estava limpo naquela noite, dava para quase ver as estrelas, se não estivéssemos em São Paulo. Quem diria que haveria tanta beleza em uma noite tão ordinária de uma adolescente?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler!

Mirella e Felipe são dois xodózinhos meus, que nasceram em 2017 e foram ganhando mais vida conforme me concentro na história deles. Como em todo relacionamento, eles passaram por muita coisa e o que vocês estão lendo é uma partezinha de um universo de sentires. Enfim, muito obrigada por partilharem dele!

Beijinhos!



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