Amor Sem Medidas escrita por EllaRuffo


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá lindas, aqui está minha nova história de Victoriano e Inês. Eu vou começar ela de uma forma diferente, que para explicar esse começo vou ter que voltar no passado da história. Então ela vai ser uma história contada por fases até eu voltar nessa de início que é eles já maduros Enfim, espero que gostem. Bjs



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/762064/chapter/1

Toda história de amor tem seu começo meio e fim, e esse é apenas uma parte dela.

Era manhã de um dia ensolarado e perfeito de um sábado.

E o fazendeiro e o grande homem de negócios que era, Victoriano Santos, acabava de chegar na sua fazenda que ele havia dado o nome nela de um apelido carinhoso que havia dado a única mulher que ele amava com loucura e sem medida, por todos os anos que ainda estava com ela, “Morenita”  era o nome que ele deu na fazenda que por anos esteve nas mãos do pai de Victoriano, e que muito jovem ele havia herdado aquele bem e os negócios do pai.

E assim aquele homem forte e que parecia duro mas por muitas vezes só por fora, ele gritava de chapéu na mão por suas filhas e a mãe delas, que era a sua  amada esposa.

— Victoriano: Inês! Diana, Constância, Cassandra! Que demônios! Aonde se meteram?

Victoriano então girou no meio da sala abrindo os braços até que ouviu, Jacinta aparecer por ouvir os berros do seu patrão e só ela ter tido a coragem de ir até ele.

E assim a jovem de cabelos bonitos e cacheados com as mãos no seu avental, olhando para ele disse.

— Jacinta: Patrão, elas não estão! Foram cavalgar muito cedo, com Emiliano.

Victoriano bufou pensando em Inês, na noite passada ela tinha tido dificuldade em dormir e agora pela manhã ela parecia estar bem ou talvez só estava fingindo estar para fazer o gosto de suas três meninas. E assim ele colocou seu chapéu na cabeça de novo e saiu para fora sem nada dizer.

Victoriano, tinha pulado tão cedo da cama quanto elas, mas estava perto do almoço e lá estava ele para almoçar com suas  quatro amazonas e ele não as tinha encontrado em casa e ainda por cima havia despertado seus cuidados que muitas das vezes era obsessivo por sua amazona maior, que era Inês.

E assim de cara fechada ele caminhou, quando conseguiu ouvir as cavalgadas dos cavalos se aproximando. E ele que estava de cara feia, sorriu vendo o portão aberto da fazenda e sua caçula passar em cima de seu cavalo que parecia mais um poney branco e peludo.

Constância tinha um largo sorriso no rosto, o vento balançava seus cabelos loiros enquanto ela cavalgava naquela corrida que ela estava a cavalo junto com todos. E a jovem caçula de Victoriano, parecia que tinha ganhado.

E  Victoriano ficou parado apenas esperando ela. E então, Cassandra também apareceu com o mesmo sorriso no rosto de sua irmã logo atrás no seu cavalo e também Diana. E ali estavam as três filhas que ele tinha com Inês. Elas eram cheias de vida e lindas que  fazia Victoriano se orgulhar delas como pai, porque eram perfeitas como a mãe delas.

E assim, Constância desceu da égua dela e viu se aproximar um peão para pega-la, ela agradeceu o homem que levava  a égua para o estábulo e depois eufórica, ela abraçou Victoriano pelo pescoço.

— Constância: Oi Papai.

Victoriano abraçou Constância também. Sua menina ainda tinha 17 anos, e estava em uma fase complicada que mostrava uma carência que ele sabia que não conseguia suprir  e nem reverter o  que as consequência do passado causou na jovem, por isso ele tentava ter toda paciência do mundo com ela que muitas vezes se mostrava rebelde apenas para ter atenção.

E assim ainda abraçado com Constância, vendo Diana e Cassandra descerem de seus cavalos, Victoriano a soltou sentindo falta de sua quarta amazona.

E então ele disse, olhando para ela e suas outras duas filhas.

— Victoriano: Cadê a mãe de vocês?

Victoriano olhou novamente para entrada da fazenda com o corpo já tenso e seus olhos aflitos de preocupação, uma preocupação que ele tinha por Inês cheia de razões e que nem mesmo as filhas deles dois conseguiam entender direito, principalmente Constância.

Então Diana, a mais velha de 22 anos que havia presenciado muita coisa entre a mãe e o pai que ela tinha antes mesmo de suas irmãs entenderem melhor as coisas,  pegou no rosto do pai dela e disse, querendo acalma-lo por entende-lo.

— Diana: Ela já deve estar vindo papai, apostamos corrida e ela e Emiliano ficaram para trás.

Victoriano então, soltou o ar não diminuindo em nada sua preocupação de ainda não ver Inês, mesmo que ela estivesse com Emiliano e que o jovem rapaz fosse afilhado deles, além dele ser filho de Diana Maria e Vicente, que eram amigos próximos da família. E então Emiliano era como um filho para ele e Inês, principalmente para ela já  que ele preenchia um pouco do espaço que estava vazio no peito dela com a presença dele.

E assim Victoriano, disse com a voz irritada para suas filhas.

— Victoriano: É bom que parassem de fazer essas brincadeiras quando estivessem com a mãe de vocês, sabe que ela já não cavalga tanto como antes.

Diana, baixou a cabeça sabendo daquilo e Cassandra viu Emiliano chegar, e disse para tranquilidade de Victoriano.

— Cassandra: Olha lá eles, papai.

Victoriano então voltou a olhar para o portão e viu Emiliano rindo olhando para trás em cima de seu cavalo preto, enquanto Inês mostrava estar logo atrás dele sorridente como seu afilhado, montada em cima de sua égua também da cor de mel. Ela estava de roupas de montaria, botas e cabelos soltos ao lado de Emiliano, e assim que ela viu Victoriano, ela sorriu. E o coração de Victoriano, descansou enquanto ele sorria para ela também.

E segundos depois na frente dos quatros, Inês descia de sua égua e Emiliano de seu cavalo também.

Ele chegou próximo das meninas e elas bagunçaram os cabelos dele. Eram como irmãos, já que Emiliano tinha a mesma idade de Constância, e que tinha nascido só a três dias depois dela e por isso haviam crescido juntos e se viam como irmãos, pelo menos ele a via como irmã.

E enquanto Diana e suas irmãs brincavam com Emiliano, entre risos. Victoriano ajudava Inês descer do cavalo vendo mais dois peões pegar os animas para levar ao estábulo também. E ele a tomou nos seus braços e lhe deu um selinho com amor e depois disse.

— Victoriano: Não chegava morenita, me teve preocupado.

Ele abraçou ela, e Inês ficou vendo nas costas deles as três filhas que tinham, junto ao seu afilhado e se perdeu nos seus pensamentos nos braços dele.

Victoriano abraçava Inês, forte entre seus braços e sempre era assim. Se ele a abraçava, era forte demais como que se quisesse romper os ossos dela com seu abraço mas que deixava a sensação todas as vezes para ela que era o último abraço, a última oportunidade que ele fazia ela sentir em  estar nos braços dele. Mas ele era daquele jeito com ela, ele era intenso,  porque quando  beijavam passava o mesmo, era com o gosto de último e quando faziam amor, era como que se ao fim dele ele já não pudesse amá-la daquela forma.

E Inês suspirou, porque ela  sabia o porquê Victoriano agia assim com ela, do porque ele tinha tanta intensidade e era  pelo simples fato de ter medo de perde-la, e não era de perde-la para outro e sim para as marcas da vida que o passado havia deixado nela. Marcas profundas que antes de estarem ali, tinha marcado o corpo e a alma de Inês e que ela ainda sofria das consequências daquela dor. Uma dor que Victoriano sempre lutava para resgata-la, com seu amor desenfreado desde de que a viu pela primeira vez. Um amor que  tinha  se tornado cada vez sem medida, sem explicação com o passar dos anos pois era tão intenso como que se o amor que ele sentisse por ela fosse como o ar que ele necessitava para respirar .

E Inês como estava com seus cabelos morenos soltos, quando Victoriano desfez do abraço os tocou com adoração e a olhou nos olhos, naqueles bonitos olhos que o havia encantado desde que a viu ainda jovem e inocente nos braços ainda de alguém. Mas que desde então, ele por ela matava e morria e sem ela ele não vivia mais.

E ela deu um leve sorriso vendo nos olhos dele ainda a aflição que ele sentia quando ela estava longe dele, enquanto ele ainda a olhava.

—Inês: Victoriano, eu estou bem meu amor.

Ele então suspirou tocando nos braços dela e sorriu para responde-la.

— Victoriano: Eu estou vendo morenita, estou vendo.

Então com amor ele beijou a testa de Inês e ela fechou os olhos agradecida por ele ama-la tanto. Pois o amor de Victoriano por ela, tinha vencido muitas coisas, tinha ultrapassado obstáculos e o maior obstáculo de todos  foi a repentina perca da insanidade dela, que por aquele amor ele a tinha resgatado daquela escuridão que ela havia se encontrado. E Inês pensativa, apenas desejava ser quem era que foi um dia, voltar a ser a mulher que se casaram , a mulher que ele  não precisasse de todo aquele cuidado e medo que ela sempre via nos olhos dele, que era medo de perde-la e quando ela não estava perto dele era o medo de que ocorresse algo com ela que ele tinha medo. Mas Inês  suspirou cansada, era uma luta cada dia viver com a dor que ela ainda carregava sem poder aceitar a perca que tinha sofrido. E por isso, ela se sentia fraca por precisar da atenção exagerada de todos inclusive a de Victoriano .

E assim, Inês espantando a tristeza que tudo que acabava de pensar tinha despertado nela, ela disse.

— Inês: Vamos entrar, as crianças já entraram.

Com um largo sorriso mostrando estar bem, Inês espantou o que pensava e deu mão para Victoriano, e ele percebeu que as filhas deles e Emiliano já tinham entrado.

Então ele pegou a mão dela para entrarem também. As crianças que Inês havia dito, já não eram crianças assim, já que a mais velha deles Diana, já era uma mulher assim como a do meio que era Cassandra  e já tinha 20 anos e com Constância entrando na maior idade. E cada uma delas tinha seu papel na vida dos pais, porque Diana, foi o resgate que Victoriano usou para Inês voltar a razão, Cassandra foi a ilusão que tudo  poderia ser como antes e Constância, foi o sinal que Inês nunca seria a mesma e que sempre teria aquele buraco no peito que ela carregava que marcava sua alma.

Victoriano então já na sala do jantar com Inês agarrada em um dos seus braços, viu a mesa cheia e farta de alimentos montado na mesa.

E ele sorriu se sentando nela logo depois com Inês.

E assim ele disse, todo orgulhoso vendo as pessoas que ele amava na mesa.

— Victoriano: Não a nada melhor do que um almoço entre família.

E Victoriano pegou na mão de Inês que se sentou ao  lado dele e beijou.E assim, começaram a almoçar.

E entre tantos assuntos na mesa, Diana disse por lembrar de algo. 

— Diana: Semana que vem, Bernarda vem nos visitar papai, é verdade?

Bernarda era viúva do pai de Victoriano, que era uma mulher amarga e que escondia segredos que ele não sabia mas que sempre tinha demonstrado seu descontentamento de vê-lo casado com Inês. E Inês sempre soube que a madrasta de Victoriano, desde que a viu a tinha desprezado simplesmente por ela ter sido antes de estar ali, uma jovem humilde e que com os problemas que teve já casada com ele, ela se revelou ainda mais contra ela deixando então a fazenda por se recusar morar no mesmo teto que ela. E por isso, Bernarda vivia em Barcelona longe de todos mas que quando queria, aparecia para visita-los e ver suas netas do coração.

E assim, Victoriano limpou seus lábios antes de dizer alguma coisas sendo ciente que Bernarda não apoiava o casamento dele e nem as loucuras segundo ela, que ele tinha feito para ter Inês sana ao lado dele e por isso ele deu a escolha dela de ir ou aceitar Inês e ela foi embora. E assim, depois de buscar de lado os olhos de sua amada, Victoriano disse, sabendo também que com Bernarda presente nas suas visitas deixava Inês inquieta.

— Victoriano: Não sei filha, tenho que ver. Talvez ela não venha.

Constância então no meio da conversa, disse.

— Constância: Bernarda é como uma vó para mim, espero que ela venha.

E Inês calada bebeu sua bebida de suco natural, porque álcool ela nunca bebia por não poder.

E Cassandra tendo sua opinião também feita, disse na mesa.

— Cassandra: Não gosto muito dela, parece que ela não gosta da nossa mãe Conny.

Constância então olhou para Inês, ela sentia uma necessidade grande de ter a atenção dela, o amor que ela por alguma maneira sem saber dos reais motivos, sentia que não tinha completo dela.

— Constância: Bernarda já disse que a mamãe não me ama.

Inês então quando ouviu Constância a olhou séria, e Victoriano rapidamente  repreendeu a  filha deles.

— Victoriano: Que conversa é essa agora, Constância?

Inês então limpou a boca nervosa. Ela sabia que Bernarda dizia aquelas coisas para sua filha caçula e ela sabia o porquê . E então ela respondeu sua menina, que tinha o mesmo nome de sua mãe que tinha falecido em um trágico acidente anos atrás.

— Inês: Sabe que te amo Constância, minha filha.

Constância então baixou os olhos mirando seu prato e disse, com vontade de chorar com o que sentia.

— Constância: As vezes parece amar mais Diana e Cassandra do que a mim, mãe.

Victoriano  então olhou Inês lembrando do passado, exatamente do nascimento de Constância e assim ele disse, não querendo trazer aqueles momentos para aquela refeição deles em família.

— Victoriano: Sabe que sua mãe, Constância, ama as três iguais. Não vamos tocar nesse assunto mais para comermos em paz!

Inês, respirou aliviada com as palavras de Victoriano. Mas ela dentro do seu peito se sentia em divida com Constância, uma divida que na calada da noite quando a via dormir, ela sempre pedia perdão enquanto chorava pelo erro cometido no passado com sua filha caçula.

E assim Emiliano disse, mudando de assunto.

— Emiliano: Padrinho, meu pai disse que a noite viria para falar contigo.

Victoriano então já mais relaxado perguntou .

— Victoriano: E sobre o que filho?

— Emiliano: Parece que é sobre negócios como sempre.

Victoriano então sorriu, pensando no seu amigo de juventude que seguia até aquele momento fiel a ele e aos negócios que tinham juntos. E assim ele disse.

— Victoriano: Bom, não sei o que ele quer mas se não pode esperar até segunda, eu irei aguarda-lo. E se prepare Emiliano, quero você assim que completar 18 anos ao meu lado e ao lado de seu pai na empresa. Temos que te treinar rapaz.

Victoriano riu e Inês sentiu que a comida dela não descia mais. Apenas por ter lembranças do passado que gritaram na mente dela  com as palavras de Victoriano animado com o filho que não era dele, para ocupar um lugar que foi tão desejado por ele por um filho homem e de sangue como a geração dele pedia.

Victoriano então viu ela tirar as mãos da mesa, e ele olhou para as mãos dela que tremia de repente. E assim ele perguntou preocupado.

— Victoriano: Está se sentido bem Inês? Disse algo que te incomodou?

Inês olhou para as mãos dela vendo elas tremerem. E ela suspirou cansada de viver daquela forma, porque ela só estavam daquele jeito pelos seus nervos que eram dependente de alguns remédios e que revelava a ela o quanto ela era fraca, quando se tratava ainda do passado tão presente na vida dela.

E assim ela escondeu as mãos vendo que as filhas dela também olhava preocupada, e ela disse.

— Inês: Não disse nada de mais Victoriano, apenas deixei de tomar meus remédios essa manhã. Vou subir para pega -los.

Victoriano então rápido levou a mão na mão dela e segurou, e Inês pôde sentir no toque dele o conforto que precisava, como sempre ele era aquela fortaleza que lhe dava  forças e que nunca desistia dela.  E assim ele disse, para impedir que ela saísse da mesa.

— Victoriano: Vou pedir que busquem seu remédio, morenita. Não precisa deixar a mesa.

Mas Inês então o respondeu incomodada por sentir os olhares sobre ela, porque ela tinha as filhas  dela e Emiliano  a vendo abalada como estava ficando e quando ela se encontrava daquela forma, a última coisa que ela desejava era ter eles vendo ela tão vulnerável.

—Inês: Eu já não  tenho fome, Victoriano.

Inês então se levantou educadamente da mesa e saiu da presença de todos.

E assim preocupada, Diana disse.

— Diana: Papai, talvez tenha que levar nossa mãe ao médico.

Victoriano se arrumou na mesa ao ouvir Diana, Inês era acompanhada a anos por um médico especialista no caso dela e que ele desconfiava que ele era apaixonado por ela, e que por isso ele morria de ciúmes, mas que se sacrificava em deixa-lo acompanha-la por apenas ele ter o conhecimento de como ela chegou ali e ter tratado dela todos aqueles anos, fazendo Inês se sentir segura como paciente dele. Então ainda que morresse por dentro, Victoriano sempre pensava  no bem estar de Inês, ele sempre a colocava em primeiro lugar. Porque com Inês, Victoriano Santos tinha aprendido a ser menos egoísta, tinha aprendido o que era o amor, um amor desenfreado e sem medida.

E assim depois de uma profunda puxada de ar. Ele respondeu.

— Victoriano: Sim, Diana tem razão.

Emiliano então olhou atento para Victoriano, todos sabiam que Inês sofria traumas mas que não sabiam como realmente se iniciou, apenas sabiam que ela era como um cristal que Victoriano protegia até dele mesmo se fosse possível. Mas que não só ele como os pais de Emiliano sabiam, Vicente e Diana Maria, sabiam mais, sabiam mais do que ele e as meninas sabiam da história da própria mãe delas.

Eles sabiam apenas o que lhes cabia saber, como Diana e Cassandra que muito mais que Constância e Emiliano conheciam  a perca da mãe e as consequências dela.

E assim, Victoriano não pôde mais ficar na mesa e se retirou também.

Inês as vezes parecia uma bomba relógio e que ele sempre queria estar preparado para quando ela explodisse ele estivesse ao lado dela. E então, ele subiu imaginando que ela estaria no quarto.

E assim ele entrou naquele quarto grande que tinham. Ele entrou chamando por ela e viu caixas de remédios no criado mudo ao lado da cama bem forradas deles, como tinha dito ele viu que ela tinha tomado dois de seus comprimidos, mas que no quarto ela já não estava.

E  Victoriano sabia aonde ela estava. Então ele foi atrás dela.

Inês estava sozinha no sótão, ela subiu as escada e tomou o corredor aonde e as filhas dela não chegavam e poucos da casa circulavam. Naquele cômodo fechado e escuro  com móveis cobertos por panos, ela depois de acender a luz puxou o lençol que estava sobre um dos móveis ao meio deles.

E assim ela viu um berço que tinha mais de 20 anos que estava ali coberto e ainda  novo. E Inês suspirou tendo as mais triste de suas lembranças, porque aquele quarto estava todos os móveis do quarto do primogênito dela e de Victoriano, que em uma terrível manhã ele tinha sido arrancado dos braços dela levando dela toda a alegria e a deixando apenas em um poço de escuridão e dor, a dor que ela lutava todos os dias para supera-la.

Inês então começou tirar todos os panos revelando os restos dos móveis, o carrinho do bebê se revelou  junto com alguns quadros  de fotos com a foto  virada pra baixo sobre uma grande cômoda. E então com eles descoberto, ela girou o corpo com lágrimas nos olhos olhando todo aquele  espaço.  Porque o bebê que um dia havia ocupado aquele berço, Inês não o teve nos braços por muito  tempo e que agora, ele já  era um homem que ela não sabia aonde estava e que quando ele foi arrancado dos braços dela, haviam levado uma parte de sua alma com ele. E assim Inês tocou os cabelos se desesperando e começou a chorar, em sentir a dor que revivia sempre quando  estava ali.

Ela era uma mãe, uma mãe que não tinha suportado a dor de terem arrancado o filho de seus braços e que por isso, a deixou a beira da loucura e que ainda ela se encontrava caindo nela outra vez quando se via como estava.

E assim entre soluços, Inês sentiu os braços fortes de Victoriano, sustentar ela por trás e ela desmoronou mais ali nos braços dele se sentido que naquela dor só ele podia entende-lo,  só ele que podia tira-la daquele buraco que as lembranças quando vinham, queria joga-la de volta e para nunca mais voltar.

E enquanto ele apertava ela como estava a aparando. Ela disse entre choros.

— Inês: Por que tiraram nosso menino de mim, Victoriano? Nosso Fernando. Nosso filho!

Ela chorou e Victoriano apenas fechou os olhos, lembrando daquele filho tão desejado deles, que tinham sequestrado e nunca mais eles tinham o encontrado.  Fernando foi o bebê que tanto Victoriano esperou, foi o legado que antes do seu pai morrer ditou a ele e que por pouco ele não alcançava seu primeiro neto com vida. E de olhos fechados enquanto amparava ainda Inês, Victoriano  meditava se tudo aquilo que passava era castigo da vida que lhe cobrava por ter roubado Inês de quem ele se dizia amigo e que por isso, o amor deles tinha se tornado infeliz, ele a tinha tornado infeliz.

Enquanto pensava, Fernando veio na mente mais uma vez de Victoriano, ele apenas lembrava como aquela criança foi cobrada na família dele de primogênitos homens que Inês tinha ganhado ao se casar com ele. E que pensar naquilo mais uma vez ele se sentia culpado por vê-la como estava, por ele mesmo ter ansiado tanto aquele filho mas que por uma desgraça haviam tirado ele deles, e que se não bastasse aquela dor de perde-lo, Inês nunca mais tinha conseguido gerar um filho menino para ele.

E Victoriano  sabia que esse fato, ainda doía em Inês, mas não mais nele, não como nela. Porque ele já tinha 3 belas filhas com ela, e antes mesmo  que Constância  nascesse ele já não queria um filho, porque depois de quase perder Inês  na escuridão que a insanidade dela  havia lhe causado, ele temeu uma nova recaída depois do nascimento  de Cassandra, ele ter entendido que ela ainda queria um filho homem. Mas a recaída que Victoriano  temia, Inês quase sofreu novamente  quando Constância havia nascido por ela saber que ela era mais uma menina.

E por isso ele sabia, que a dor de Inês como mãe ainda seguiria presente entre eles, por simplesmente ter acarretado consequências que ela lutava em supera-las não só para ser feliz no casamento deles, mas também para ser feliz como a mãe de três meninas que já eram mulheres e que cresceram com aquelas consequências que ela carregava sem que elas pudessem realmente entende-la, a não ser ele, que por amor seguia ao lado dela a apoiando todos aqueles 22 anos que já tinham  passado, sem saber do paradeiro do primogênito deles.  

Mas dentro de Victoriano gritava também, a culpa que sentia de ver Inês  como estava, gritava mais aquele lado que ele sentia que era culpa dele, quando ele pensava que se tivesse deixado ela  em paz ela poderia estar realmente sendo feliz longe dele e ao lado de outro alguém. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amor Sem Medidas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.