Ema e Ernesto - 02. Reencontro escrita por DEBBIE ANNA


Capítulo 1
Ema e Ernesto - 02. Reencontro


Notas iniciais do capítulo

Ema deixa o noivo na igreja e foge para encontrar Ernesto. Continuidade da estória - Ema e Ernesto - 01.2 A Tentativa, por Debbie Anna



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Ema deixa o noivo na igreja e foge para encontrar Ernesto. Continuidade da estória - Ema e Ernesto - 01. 2. A Tentativa, por Debbie Anna.

 

O Reencontro

— Ema! Ema, sou eu, Luccino!

— Luccino?

— Sim! Venha comigo.

Ema pegou a mão que Luccino a estendia e se levantou. Graças a Deus ele aparecera porque em breve iria anoitecer e ela não tinha ideia de como poderia sair daquela mata sem que a encontrassem. Nem mesmo Ema estava acreditando no que tinha feito. Acabara de deixar seu noivo plantado no altar! Apesar de ter ficado surpreso, Edmundo não lhe pareceu triste. Pelo contrário, a encorajou com o olhar quando ela disse "Não, não posso aceita-lo", em resposta à pergunta do padre. Ela não tinha certeza, mas lhe pareceu que ele murmurou um "Vá ser feliz", com um meio-sorriso nos lábios. Então ela saiu correndo, deixando para trás um pai estupefato, um avô indignado, um quase sogro irado, um ex-noivo aliviado e muitos murmurinhos ecoando pelo recinto! Ainda bem que a capela não estava cheia: apenas alguns poucos amigos, os mais chegados, estavam presentes. Antes de sair, Ema dirigiu um breve olhar para Elizabeta que, ao lado de Darcy, lhe dirigia um olhar de aprovação, seguido de um sorriso escancarado de alegria. Não se lembrava de Luccino na igreja. Na verdade, não se lembrava de mais ninguém. Saiu correndo, cega, sem direção, sem parar, sem ter ideia de para onde iria. Só sabia que precisava fugir dali, que não podia se casar por conveniência. Nos últimos dias tinha refletido muito sobre o que estava prestes a fazer. Ernesto, Elizabeta, Jane, Camilo, Ludmila - todos tinham tentado alertá-la, todos tinham razão, mas ela, em sua cegueira, em sua teimosia, não quis ouvi-los! E Ernesto... Ernesto fizera muito mais do que alerta-la, ele havia lhe suplicado, havia se humilhado e ela, manteve aquela decisão estúpida, embora bem intencionada. Como ela pôde deixar o homem que amava por dinheiro, mesmo que não tivesse pensado nela primeiramente mas em seu pai e avô? Como pôde fazê-lo sofrer tanto? Pensar na dor que tinha causado nele doía mais do que seu próprio sofrimento! E isso trazia lágrimas os seus olhos, que a impediam de ver o caminho para o qual corria. Só tinha em mente o rosto de Ernesto, seu olhar intenso, seu riso largo, sua voz a encorajando "Isso, Baronezinha! Muito bem! Fuja desse mundo fútil! Venha Baronezinha!". Então corria, mais e mais. E nessa fuga desvariada, Ema acabou por se embrenhar na mata e estaria perdida se Luccino não a tivesse encontrado.

— Luccino, eles... meu pai... o Almirante Tibúrcio... eles vão me encontrar e me farão voltar!

— Não, Ema. Eles foram pelo outro lado. Eu estava à  frente deles, com Darcy e encontrei um pedaço do seu vestido enroscado num arbusto. O retirei e coloquei num arbusto que estava em sentido contrário. Eles foram para lá e eu vim te encontrar.

— Você tinha que ser irmão de Ernesto! É de família essa esperteza toda?

— Parece que sim. -  Respondeu Luccino sorrindo. -  Vamos, ainda temos muito o que caminhar. Darcy retornou para buscar o carro e nos encontrará na saí­da da Cachoeira. Ele vai emprestar o carro dele, vou te levar até Ernesto.

Encontram-se com Darcy no local combinado. Luccino o deixou num atalho, próximo à  cidade e seguiu rumo à  São Paulo, com Ema. Combinaram com Darcy que dali uma hora ele iria informar a todos que ela estava com Luccino, para que pudessem cessar a busca pela mata e não ficassem preocupados com ela.

— Ema, você foi muito corajosa!

— Você acha, Luccino?

— Sim, estou orgulhoso de você! E aposto que Ernesto também ficará!

— Espero que sim. E espero que ele me aceite de volta. Não sei viver sem ele, Luccino!

— E ele não vive sem você!

Sem saber, Luccino estava afastando o medo que Ema tinha de Ernesto a rejeitar. Ele era muito orgulhoso e ela o tinha ferido muito. A conversa a deixou mais confiante de que ele a aceitaria de volta, mesmo ela o tendo deixado daquela forma.

— Está com frio?

— Sim, muito!

— Tome, pegue meu paletó - Ele tirou o paletó que vestia e o estendeu à  Ema, que o aceitou de bom grado.

— Muito obrigada.

— De nada, cunhadinha!

Ela sorriu. Aquecida, pegou no sono.

Algumas horas depois...

— Ema, chegamos!

— Já?

— Sim. Você adormeceu, por isso não percebeu a distância. Mas já estamos na frente do cortiço.

O temor e a ansiedade voltaram a assombrar o coração de Ema. Ali estava ela, a poucos minutos da felicidade de uma vida inteira... ou não!

Subiram as escadas do cortiço, rumo ao quarto de Ernesto. Elizabeta tinha comentado que ele havia se mudado para o quarto em frente ao de Januário, pois não queria mais atrapalhar a intimidade do amigo com Ludmila. Ela pediu a Luccino que batesse e ficou alguns passos atrás dele.

Ernesto estava acordado, pensando que naquele momento, Ema estaria dormindo com seu marido, após o casamento, a festa e as felicitações de seus convidados. A ideia de ela estar nos braços de outro o consumia e trazia um turbilhão de sentimentos: raiva, ciúme, angústia, indignação, baixa estima... nenhum deles era bom. Todos os sentimentos lhe tiravam a paz, o faziam sofrer; a dor na sua alma era dilacerante.

Estava perdido em seus pensamentos quando ouviu batidas na porta. Quem poderia ser  aquela hora da madrugada?

— Quem é?

— Sou eu, fratello! Luccino!

— Luccino ?! - Correu em direção à  porta para receber seu irmão mais querido.

— Luccino, fratello mio! - Abraçaram-se forte. - O que faz aqui? Entre!

— Eu vim trazer uma pessoa, disse Luccino, entrando - Nesse momento Ema saiu da penumbra, aonde estava escondida e também entrou no quarto.

Ernesto a olhou, estupefato. Estava linda! Toda desgrenhada, com um vestido de noiva sujo e rasgado e um paletó gigante por cima, mas estava realmente linda! Ele levou alguns segundos para se refazer da surpresa e da visão de tanta beleza. Também intuiu o que tinha acontecido, mas preferiu não se dar ao direito da esperança. 

— Ema? O que você faz aqui? - Perguntou secamente.

— Eu... eu vim... vim te procurar, Ernesto. - Ela gaguejou.

— Não devia estar na cama com seu marido rico?

— Não! Eu devia estar aqui no cortiço com um carcamano bruto chamado Ernesto Pricelli!

Essa resposta o calou e inevitavelmente ascendeu uma chama de esperança. Luccino apressou-se em sair do recinto.

— Bom, minha missão por hoje está cumprida. Vou deixar vocês dois a sós, mas por favor, não se matem!

— Aonde você vai, fratello mio?

— Dormir no carro. Está bem aqui em frente. Qualquer coisa, me chamem.

— Daqui a pouco vou busca-lo, para dormir aqui dentro, meu irmão.

— Não se preocupe com isso, Ernesto. Eu durmo em qualquer lugar.

— Luccino, pegue seu paletó -  Ema estendeu o paletó a ele.

— Não vai mais precisar dele?

— Espero que não. Aqui dentro está bem mais quente que lá fora. A menos que Ernesto me expulse, não vou precisar, muito obrigada.

— Vai depender do que você tem a dizer! - Respondeu Ernesto - Dependendo eu a expulso sem dó nem piedade!

— Seu italiano bruto! Teria coragem de me deixar dormir ao relento?

— Pode apostar que sim! - Respondeu ele, blefando, pois jamais faria isso.

— Bom, como eu disse, não se matem! - Disse Luccino, retirando-se.

Ernesto e Ema se entreolharam. Ficaram em silêncio por alguns segundos, que a ela pareceram horas. Ema estava com medo de dizer o motivo de sua vinda e Ernesto a rejeitar. 

— E então? - Ele quebrou o silêncio.

— E então?

— E então, ora! O que faz aqui?

— Eu já disse, vim te procurar!

— Me procurar para quê?

— Não te parece óbvio?

— Não, não é nada óbvio! Você é sempre imprevisível! É melhor dizer bem alto e em bom tom para eu entender o motivo da sua vinda. Afinal, sou um carcamano burro, nunca entendo o que se passa na sua cabeça nobre!

— Ernesto! Seu... seu brutamonte!

— Dá para ir direto ao ponto? Trabalhei o dia todo, estou cansado! E Luccino também; e ainda teve de te trazer aqui! Não somos riquinhos mimados, sem ocupação e à disposição da nobreza! - Ele respondeu fazendo um gesto de reverência ao se referir a ela como nobre. Queria que ela falasse logo, porque estava ansioso para confirmar sua suspeita.

— Estou tentando encontrar as  palavras, seu grosseirão!

— Sou grosseiro, mesmo! Mas até que estou sendo bem educado, te recebendo aqui no meu quarto a esta hora, aguentando seus flu-flus! Vai dizer logo ou não?

Ela respirou fundo e, com medo de perder a coragem, despejou as palavras freneticamente:

— Ernesto, eu... Eu fugi da igreja! Deixei Edmundo plantado no altar e fugi! Vim atrás de você porque eu te amo e é com você que quero ficar, independente da sua condição financeira! Você tinha razão, eu nunca deveria ter lhe deixado, Ernesto! Fui uma completa tola! Eu quase morri de ficar longe de você! Jamais serei feliz sem estar ao seu lado! Eu te amo! Por favor, me aceita de volta! 

Ao perceber que ele estava impassível, sem expressão e isso não era normal nele, que era sempre transparente em seus sentimentos, Ema se desesperou e começou a chorar.

— Por favor, Ernesto, me aceita de volta! Eu sei que te feri, que te humilhei! Mas ter feito isso com você está doendo muito mais em mim, acredite! E eu juro que nunca mais vou te ferir, que nunca mais te troco por nada, por nada! Eu te amo tanto! Posso ficar sem meu piano, sem meus vestidos, sem dinheiro, até sem meu avô e sem meu pai! Mas não posso ficar sem você!

Não podendo mais se conter, ela correu para ele e o abraçou. Ele, imediatamente a envolveu em seus braços e beijou-lhe os cabelos sedosos e perfumados.

— Me perdoa, Ernesto! - Implorou, soluçando sem parar. Sentia as batidas do coração dele, acelerado. Sentia o cheiro dele, o calor da pele dele, seus músculos sob a camisa, seus braços fortes a envolvendo. Não poderia viver sem ele! 

— Ei, ei, ei... não precisa tanto drama, Baronezinha! - Pegou-a pelo queixo, erguendo o rosto dela para ele - Não sabe que te amo também? Hein? - Enxugou as lágrimas dela com o dedo polegar.- Não precisa chorar assim, amore mio!

— Eu... eu fiquei com medo de você não me querer mais!

— Ora! E porque eu não haveria de te querer, se te amo mais do que a tudo nesta vida? Se você se arrependeu a tempo, foi corajosa o suficiente para largar tudo e voltar para mim, cá estou para te receber! Simples assim! - Respondeu com aquele sorriso largo, peculiar dele.

— Mesmo depois de tudo o que eu fiz? Você tentou me avisar, e eu te expulsei da minha vida! Não te mereço, Ernesto! 

— É, digamos que eu sou realmente bom demais! Sou inteligente, batalhador, esperto, bonito... Pensando bem, acho que não me merece mesmo! Tem partidos melhores que a senhorita, à minha espera. - Respondeu, ainda sorrindo.

— Ernesto! - Exclamou ela, rindo e esmurrando o peito dele com pequenos tapas. Mas logo um lampejo de dúvida passou por sua mente e ficou séria - Está falando sério?

— Claro que não, Ema! Existe mulher mais linda, mais meiga, mais doce, mais divertida, mais inteligente que a senhorita? Sou perfeito para você, Baronezinha! 

Ela lhe devolveu um sorriso lindo, carregado de alí­vio e felicidade.

— Hummm, assim está bem melhor! - Beijou-lhe levemente os lábios - Porque achou que eu a rejeitaria? Não me conhece? Não sabe que não sou dado ao sofrimento, Baronezinha? Quero ser e te fazer feliz!

— É que... É que eu temia que você achasse que nossos mundos são realmente incompatí­veis e fosse impossível estarmos juntos! E também porque eu te fiz sofrer tanto... pensei nisso a viagem toda... E você estava impassí­vel enquanto eu falava, não movia um músculo!

— Ora, nossos  mundos  são incompatíveis mesmo, mas até que não acho isso tão ruim, sabia? Temos muito o que aprender um com o outro. E você me humilhou sim, me fez sofrer, apunhalou meu coração, mas só você pode me curar, Ema! E quanto ao meu silêncio, só estava prestando atenção a o que você dizia! Estava dizendo que me ama, que foi uma tola, que eu tinha razão! - Enquanto falava, ele numerava o que ela tinha dito com os dedos, um gesto costumeiro dele - Eu não arrisquei nem a me mexer para não interromper esse momento raro!

— Seu bobo! - Respondeu ela rindo, fingindo que esmurrava o peito dele novamente.

— Olha a agressão, Baronezinha! Não deveria estar me cobrindo de beijos?

— Sim! Sim você tem razão, Sr. Ernesto Pricelli! O homem mais generoso, mais maravilhoso, mais lindo, mais adorável do mundo ! - Então ela o puxou para um beijo.

Beijaram-se e beijaram-se, o beijo dos apaixonados, dos perdidos de amor. Se abraçaram apertado, voltavam a se beijar. Ficaram assim, perdidos um no outro, por um tempo. Até que Ernesto ouviu o ruído do estômago de Ema e perguntou, rindo: 

— Está com fome, Baronezinha?

— Sim. Não comi o dia todo! Não tive fome! Só agora dou conta disso - respondeu rindo.

— Tenho umas maçãs e pão duro...

— Maçãs está ótimo. - Sorriu para ele. - Obrigada.

— Vamos ter que nos arranjar aqui no quarto. Ou você quer que eu arrombe o quarto de Elizabeta? - Perguntou enquanto ela devorava as maçãs.

— Não! Prefiro ficar aqui com você e Luccino, se não se importar. Tenho medo de dormir sozinha.

— Claro que não me importo. Eu e Luccino dormimos no chão e você fica com a cama. Vou busca-lo.

Ela ficou com pena de deixá-los dormir no chão. Estava uma noite fria. Talvez fosse melhor invadir o quarto de Elizabeta. Tinha certeza de que ela não se importaria. Mas queria ficar perto de Ernesto, além do que a ideia de dormir sozinha não a agradava.  E se aparecesse um rato? Uma barata? Morreria do coração! Teria de gritar por Ernesto. Então era melhor ficar ali, ao lado dele! Ah, Ernesto! Como amava este homem! Ele não agiu com orgulho e prepotência e a aceitou de volta! Ele via a vida de uma forma tão simples, e ela de uma tão complicada! Ele tinha razão: tinha muito o que aprender com ele. Não via a hora de passar todas as noites ao lado Ernesto, sentido o cheiro dele, o calor de sua pele, a rigidez de seus músculos! Mesmo que fosse naquele quarto pequeno e mal arrumado! Estava assim, perdida em seus pensamentos, quando ele voltou.

— Não consegui acordar Luccino, acredita?

— Coitado, deve estar cansado. Eu dormi no caminho, mas ele dirigiu quilômetros...

— Ele sempre teve o sono pesado. Resmungou que vai dormir no carro. Vou levar um cobertor para cobri-lo. Já volto.

— Está bem.

Ema continuou a devagar sobre tudo o que tinha acontecido naquele longo dia. Era para estar num maravilhoso quarto de hotel, mas casada com um homem que não amava, mas felizmente estava num quarto minúsculo e desconfortável, mas como homem da sua vida!

— Pronto! Luccino está dormindo como um bebê. Agora você, Baronezinha. Já para a cama! Está muito, muito tarde e provavelmente vamos acordar com seu pai batendo aqui na porta, à sua procura. - Ele falava enquanto a empurrava levemente em direção à cama; a fez se sentar, tirou seus sapatos, ajeitou o travesseiro, a deitou e a cobriu com um cobertor fino.

— Você acha que meu pai virá?

— Tenho certeza.

— É mesmo, não é? 

— Vou ter que ter uma conversa de homem para homem com ele. Não será fácil, mas por você valerá a pena! - Deu-lhe um beijo leve na boca. - Boa noite, minha principessa!

— Boa noite, meu italiano!

Ele pegou o outro travesseiro e se deitou no chão. Ele observou.

— Ernesto, não vai se cobrir? Está frio!

— Só tenho dois cobertores, senhorita e já estão sendo usados.

— Você vai ficar doente!

— Não vou, não. Fica tranquila. Me dê sua mão. - Ela baixou a mão até o chão e ele a beijou e ficou segurando.

Alguns minutos depois, Ema disse.

— Ernesto?

— Sim, Baronezinha - Respondeu ele, com a voz sonolenta.

— Sua mão está gelada! - Ele nada respondeu, pois estava praticamente dormindo. Ela se levantou e tocou o ombro dele. Estava todo gelado! Ela mesma não estava aquecida, porque o cobertor era bem fino.

— Ernesto!

— Sim, Baronezinha...

— Não quer dormir na cama comigo?

Ele abriu os olhos para definitivamente afastar a possibilidade de ser um sonho.

— Baroneziiiinha!

— O que? Só dormir! Ficamos abraçados e um aquece o outro.

— Não que eu não queira, mas não podemos.

— Por que não? Ernesto, confio em você! Não vai fazer nada que eu não queira, não é?

— Não, jamais o faria! Mas o problema é: vai que você queira, hein? -  Piscou para ela, com um sorriso malicioso.

— Não vou querer. Quero me manter pura e casta até o dia de nosso casamento!

Ele a olhou demoradamente. Era a própria visão da doçura e da pureza. 

— Está bem, então. Mas vou colocar minhas calças, para garantir.

Ela riu, achou que ele estivesse brincando. Mas ele colocou as calças por cima das ceroulas e se deitou ao seu lado. Ela o abraçou apertado, colou o ouvido no coração dele, para ouvir as batidas. Não se continha em si, de tanta felicidade! Ergueu a boca em direção a dele e começou a beijá-lo. Ernesto, ainda que estivesse sonolento, correspondeu imediatamente aos beijos de Ema, que de iní­cio o eram ternos, mas a medida que suas lí­nguas se tocavam, foram ficando intensos, intensos...

— Baroneziiiinha... - Resmungou Ernesto quando teve chance.

— Hummm - Ela procurava os lábios dele.

— Baronezinha, se não parar de me beijar desse jeito, vai ficar impossí­vel cumprir com a promessa de manter sua castidade!

— Desculpe! É que eu adoro te beijar! E assim nossos corpos se esquentam.

Se não a conhecesse ele juraria que ela estava sendo cí­nica. Mas sabia que, partindo de Ema, tratava-se mesmo de inocência genuí­na.

— Também adoro te beijar, amore mio, mas não podemos continuar, está bem? Nossos corpos estão mais do que aquecidos e já estou começando a ter reações aos seus beijos. Então é melhor eu me virar... - Relutante, desvencilhou-se dos braços dela e virou-se - E a senhorita se agarrar às minhas costas...- Puxou os braços de Ema ao seu redor, enroscando suas mãos nas dela - Assim, feito um carrapicho, está bem?

— Está bem - Respondeu ela, contrariada.

Passados alguns minutos ela disse:

— Ernesto...

— Hummm -  Resmungou ele, sonolento

— Eu te amo!

— E eu te amo muito mais! - Respondeu ele, beijando-lhe as mãos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!



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